2- VOCÊ POR VOCÊ

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QUANDO AIKYO TINHA ONZE ANOS ela recebeu uma ligação de Mahina pedindo para que fosse até sua casa. A menina tinha uma voz chorosa no telefone e isso alarmou Misaki. Como ainda era nova e sua mãe não gostava que ela andasse longas distâncias sozinha, seu pai a levou até depois de uma grande insistência.

Chegando lá, ela lembra de ter estranhado que o Sr. Yoshida não havia aberto a porta como sempre. Ao invés disso, Mahina abriu a porta, com o rosto todo amassado e vermelho de um choro recente. Aquele dia ela descobriu que a irmã mais nova de sua amiga havia sido brutalmente assassinada na noite anterior.

Era começo da noite e Mahina e sua irmã mais nova, Hana, voltavam para casa quando foram abordadas por um homem que portava uma faca. Misaki lembra de Mahina contando toda a história se culpando muito, pois quando o homem se aproximou, tudo que ela fez foi correr, deixando a garota para trás.

Naquela manhã que Mahina ligou a Aikyo, o corpo de Hana havia sido encontrado com vestígios de abuso sexual e desde então, a ruiva se culpava todos os dias por ter deixado a irmã para trás.

Mas Misaki estava , dando tudo de si para que sua única amiga sorrisse pelo menos um pouco do que sempre sorriu.

Anos depois, Mahina confessou que jamais conseguiria passar pelo luto, sem Misaki.

E quando ela disse isso, Misaki finalmente entendeu a definição de amar alguém. Ela sacrificaria todos os dias e noites que "perdeu" limpando as lágrimas da amiga, se isso a fizesse sorrir como sempre.

Haviam se passado estimados dois meses desde que Mahina havia morrido.

De fato, Misaki não lembrava de muita coisa depois que Mahina fechou os olhos em seus braços e, sinceramente, não fazia questão de lembrar. A única coisa que ela captou foi que a mulher de óculos e cabelos curtos, que ela descobriu se chamar Ann, a arrastou para fora do prédio e a explicou como funcionava os vistos e os jogos. Se o visto expirasse e ela não tivesse jogado nenhum jogo, ela morria.

Logo em seguida ela lembra de ter sido deixada em uma casa que estava aberta. A mulher agradecia o mínimo de compaixão que Ann teve com ela, pois ela não parecia do tipo que faria uma boa ação a algum jogador.

De qualquer forma os dias que se seguiram foram terríveis. Aikyo não conseguia levantar da cama de um dos quartos da casa que havia sido deixada. Ela perguntava se era assim que sua mãe se sentia: fraca e debilitada. Era como se o peso de tudo que estava acontecendo finalmente caísse sobre si.

Porque agora ela estava sozinha. Definitivamente sozinha.

Ela apenas participou de um jogo no dia que seu visto venceria. Ela pensou seriamente em não participar, de apenas deixar a morte a alcançar. Mas ainda sim, Misaki resolveu ir. Resolveu tentar fazer isso por Mahina e por sua mãe. Aikyo precisava voltar para casa, ver sua mãe, ver os pais de sua melhor amiga e fazer um funeral digno para ela.

O segundo jogo que ela participou foi de ouros, onde ela descobriu que era o tipo de jogo que ela mais dominava: os jogos de raciocínio. O terceiro foi espadas, onde ela agradeceu ao seu avô pelas aulas de resistência física. O quarto foi paus novamente, o quinto foi copas e assim ela perdeu a conta.

Nos meses que se passaram, quando ela finalmente se sentiu melhor, ela começou a se mudar para mais longe da civilização, para dificultar que alguém com más intenções a achasse. A cada três noites a morena dormia em um lugar diferente.

Com todos os jogos que ela havia participado, Aikyo chegou a conclusão de que era melhor não ser notada. Não dizia seu nome a ninguém, não respondia perguntas de novatos e não criar vínculos.

Os jogos exigiam dos jogadores um controle mental impecável. Para sobreviver o jogador deve ver pessoas morrendo, deve matar, deve fazer de tudo para que continue vivendo. E para isso, você não pode se importar com alguém.

Ficava mais fácil não se importar com ninguém quando pensava que estava fazendo isso por Mahina. Por sua mãe e Mahina.

Era estranho, Aikyo nunca foi do tipo de pessoa que se importava demasiadamente com os outros. Ela sempre foi do tipo mais egoísta, de só se importar com aqueles que ela realmente amava. Mas então, ela se perguntava o motivo de ser tão difícil fingir que aquelas mortes não a afetavam.

Mas a certo ponto, elas pararam de afetar da forma que afetavam. Ela ainda sentia, mas não como antes.

Agora, Misaki voltava de uma loja onde ela havia pego uma barraca maior do que a anterior que ela usava e algumas roupas novas, pois os jogos acabavam com suas roupas de uma forma impressionante. Também pegou um pouco de comida para passar a noite caso voltasse viva do jogo que iria participar.

Quando chegou no local que passaria a noite, viu que algumas luzes acenderam, indicando as arenas onde ocorreriam os jogos. Suspirando, ela deixou suas coisas escondidas, pegou uma adaga de tamanho médio e escondeu em uma parte de sua bota. Agora pronta, ela começou a caminhar até a arena mais próxima.

Não importava quantas vezes fizesse isso, quantos jogos vencesse, todas as vezes que ela se aproximava de uma arena, ela tinha a sensação de que seu estômago estava se desfazendo aos poucos e que seu coração resolveu brincar de acelerar até explodir.

Misaki se perguntava toda vez quanto tempo esse pesadelo ia durar, quanto tempo até ela poder abraçar sua mãe.

Chegando na arena, ela pode notar que parecia um salão de eventos. Antes de entrar, ela analisou muito bem o que havia em volta da arena e se haviam pessoas por perto.

Ao entrar, a primeira coisa que ela viu foi que haviam celulares em uma mesa e dois coletes, com uma placa escrito "Um por pessoa".

Misaki pegou um dos coletes e o colocou, não antes de analisar o que colocava no corpo. Assim que o colete encaixou, ele brilhou em azul. Em seguida ela pegou um dos celulares na mesa.

Entrando um pouco mais e passando por uma porta, ela pode ver duas pessoas em volta de um tabuleiro de damas enorme. Cada peça brilhava em uma cor. Do lado esquerdo, seis peças brilhavam em azul, como o seu colete, e as outras seis estavam apagadas. Do lado direito seis peças brilhavam em roxo e seis em laranja, assim como os coletes da mulher e do homem que estavam ali.

Logo Misaki deduziu que aquilo seria como um jogo de damas, e que as peças que brilhavam na cor de seu colete, eram as suas peças. Não parecia tão complicado, exceto pelo fato de que ela nunca havia jogado damas na vida, mesmo sabendo como funcionava.

Alguns minutos depois um clique foi ouvido e a voz do jogo que Misaki havia apelidado de "voz infernal" começou a falar.

"As inscrições estão encerradas.
O jogo começará em alguns instantes!"

Por um segundo, a mulher se sentiu indignada. Se as inscrições haviam sido encerradas, isso significava que ela teria que jogar sozinha contra os outros dois que estavam do outro lado do tabuleiro. Porém isso foi apenas por um tempo pois logo em seguida, um homem de cabelos mais compridos e descoloridos entrou na sala com um colete vermelho, parecendo perdido, mas interessado ao mesmo tempo. Aikyo reparou que ele era apenas um pouco mais alto que ela.

"Ótimo, vou jogar com um novato." Esse foi o primeiro pensamento que passou pela cabeça de Aikyo assim que as peças que estavam apagadas de seu lado acenderam em vermelho.

O homem parou do lado dela, ainda olhando tudo minuciosamente e parecendo muito despreocupado, com as mãos no bolso da jaqueta. Ele não fez nenhuma pergunta, como Aikyo achou que ele faria.

Ele não se portava como um iniciante, embora Aikyo tivesse certeza que ele era.

"Agora sim, podemos começar.
Jogo: Damas
Dificuldade: cinco de ouros
Há quatro jogadores no total."

Misaki sorriu quando viu que o jogo seria de ouros, embora fosse muito óbvio, ela ainda tinha medo de que o jogo fosse de paus.

Nos jogos que ela participou, ela conseguiu identificar um padrão. O naipe indicava o gênero do jogo. Paus é jogo de equipe. Ouros é raciocínio. Espadas é resistência física. Copas são jogos psicológicos, emocionais e de traição. Os números indicavam o nível de dificuldade, então se o jogo era cinco de ouros, significava que a dificuldade era cinco de dez.

"O jogo será um jogo de damas!

Cada um terá um colete onde a cor dele indica quais peças são as suas. Você e seu parceiro poderão trabalhar juntos ou sozinhos para derrotar o oponente. Quem ganhar a partida, vive!"

Nesse momento duas televisões em uma das paredes da sala ligaram, na televisão do lado esquerdo estava escrito: "Cores primárias: 25:00" e na televisão do lado direito estava escrito: "Cores secundárias: 25:00".

"Regras:
Vocês terão um tempo que começará a diminuir quando for sua vez de jogar, se esse tempo for zerado, a equipe referente perde.

Um parceiro não pode mexer as peças do outro.

Caso todas as peças de algum oponente sejam retiradas do tabuleiro, esse oponente morre.

A partir de agora, vocês terão um minuto para pensar em jogadas, sozinhos ou com o parceiro."

O homem e a mulher logo começaram a discutir sobre possíveis movimentos, algo que Misaki não podia ouvir, pois estavam muito longe. Mesmo assim, ela observou que o homem parecia imponente e rígido, soava como se ele fosse o dominante dali.

— Então quer dizer que se nós perdermos, nós vamos morrer? — O homem perguntou de forma tão tranquila, que assustou Aikyo, mesmo que ela não tenha demonstrado sua surpresa.

Pois bem, uma coisa é você ser indiferente quando se é um jogador experiente, outra coisa é ser indiferente quando se é novato.

— É iniciante? — Misaki perguntou, apenas para retirar suas dúvidas.

O homem se virou para ela, com um sorriso muito sutil e cínico nos lábios.

— É a primeira vez que faço isso, se é isso que pergunta. — Ele disse e a mulher apenas concordou, voltando a olhar para o tabuleiro. — Você quer planejar algo?

— Não adianta, eles podem planejar o que for, o resultado é sempre imprevisível antes do início do jogo. Só temos que tomar cuidado com tempo. — Aikyo disse. — É bom de raciocínio?

— Acredito que sim.

Bom, ele não parecia de todo mal aos olhos de Misaki. Era uma boa primeira impressão e ela esperava que ele a mantesse até o fim do jogo.

O minuto acabou e o jogo foi iniciado.

As cores secundárias começaram com um movimento bastante básico e previsível. Misaki debochou em sua cabeça "Tanto blá-blá-blá para isso?".

Logo em seguida, o parceiro de Aikyo fez o primeiro movimento das cores primárias, parecendo bem certo do que fazia.

O jogo se seguiu de forma tranquila até quando as cores secundárias começaram a ser encurraladas pelas primárias e começaram a atacar Misaki e seu parceiro. Eles pareciam perdidos, mesmo que estivessem em posição de ataque.

Eventualmente, a morena e o loiro trocavam rápidos raciocínios sobre o jogo, conselhos e estratégias. Aikyo podia dizer que estava impressionada. Quando viu o homem, nunca pensou que ele de fato poderia ser uma boa dupla, principalmente pelo fato de ele ser um novato.

Ela se questionou seriamente se estava jogando com um psicopata, mas naquele ponto, isso não importava.

— Mexa aquela sua peça que está a esquerda para frente. Vai liberar espaço para que eu possa pegar aquela peça que eles estão querendo transformar em dama. — Misaki mandou enquanto o tempo das cores secundárias passava.

O time oponente estava com um grande problema onde eles pensavam demais e faziam de menos, a mulher estava certa de que eles iriam ganhar. — O tempo deles vai acabar se eles continuarem assim. — O homem loiro disse, quando a dupla começou a brigar.

No fim, Aikyo e seu parceiro conseguiram formar três damas e eliminar a maioria das peças da dupla das cores secundárias. Porém mesmo que os rivais estivessem apenas com quatro peças no tabuleiro, três da mulher e uma do homem, a dupla das cores primárias acabou ganhando pois o tempo dos rivais se esgotou.

— Que sem graça. — Disse o homem loiro assim que os corpos dos oponentes cairem no chão, após o colete explodir.

"Jogo zerado. Parabéns!"

— Sem graça o fato de eles terem morrido? — Misaki perguntou, elevando uma sombrancelha e achando graça no comentário.

— Sem graça o fato de que ganhamos por tempo. Ou seja, ganhamos porque eles são burros. — Ele explicou, retirando o colete enquanto a mulher fazia o mesmo.

Ela não respondeu ao comentário, apenas andou em direção a entrada, vendo que na mesa onde anteriormente estavam os coletes, agora estava uma carta de cinco de ouros.

Ela pegou e a colocou no bolso. A mulher estava juntando algumas cartas mesmo que não soubesse para que elas serviam.

— Como funciona isso aqui, ein? — O homem perguntou, parando atrás de Miksaki.

— São jogos de vida ou morte. Se você ganha você vive, se não, você morre. — Explicou o óbvio, saindo do salão. Ela não estava com a mínima vontade de esclarecer coisas a novatos, mesmo que esse novato em específico tivesse surpreendido de uma boa maneira.

— Isso eu entendi. — Ele começou a andar a frente de Misaki, caminhando de costas para que pudesse vê-la. — Mas e se eu não quiser participar de mais nenhum?

— Você morre se seu visto expirar. Quer sair da frente? — Aikyo disse tentando passar por ele, que irritantemente a seguiu.

— Visto? — Ele perguntou.

— Olhe o celular que você pegou. — A mulher disse ele olhou para a tela do celular, vendo a mensagem de visto que havia nela.

Assim que ele se distraiu rapidamente com o celular, Misaki começou a andar mais rápido a fim de se livrar do rapaz.

— Não acha que seríamos uma boa dupla? Fomos muito bem no primeiro jogo. — Ele apareceu atrás de Misaki, quase como uma assombração.

— O que você está querendo com toda essa insistência? — A morena perguntou enquanto se virava para olhar para o homem, parecendo irritada.

— Eu acho que seria bom ter alguém em quem confiar nesses jogos, se quiser sobreviver. Vamos começar com o básico, Shuntarō Chishiya. — Se apresentou, estendendo a mão em direção a Aikyo. — E você?

— Me deixe te explicar uma coisa. — Misaki se aproximou, abaixando a mão estendida para si, recusando as apresentações. — Se quiser sobreviver, tem que ser você por você. Eu não pensaria duas vezes antes de te matar para viver.

— Nunca disse que não faria o mesmo. — Chishiya levantou as mãos em sinal de rendimento e com um sorriso irônico no rosto. — Não mereço nem uma apresentação?

— Me chame de Aikyo, se quiser. — A morena disse antes de se afastar e finalmente sair de lá, sem ser seguida pelo loiro desta vez.


Após uma semana, Misaki participou de um jogo de espadas nada agradável. Sua perna direita tinha um corte que se estendia do tornozelo ao joelho e mesmo que ela tivesse passado em duas farmácias e tentado de tudo, nada parecia melhorar.

Ok, talvez ela estivesse sendo dramática. O corte era de fato, fundo, mas aos poucos (muito aos poucos na opinião de Misaki) o corte apresentava melhora.

O difícil de tudo é que mesmo que estivesse tentando repousar e usar sua perna o mínimo possível, seu visto estava para expirar por tanto tempo que ela enrolou para jogar mais um jogo.

Ou seja, ela teria que jogar com sua perna em um estado ruim como esse.

Era de noite e Misaki caminhava até onde havia montado seu acampamento. Ela usava uma muleta que havia encontrado perto de uma das farmácias que ela havia ido, para ver se achava algum remédio para dor que fosse mais eficiente do que ela já havia pego.

Chegando em sua barraca, ela se sentou na grama, abrindo sua mochila e tirando de lá um fone estilo anos 80' que ela havia pego a alguns dias atrás em uma das casas que passou a noite. O Walman funcionava muito bem, embora as músicas não fossem as que ela havia escolhido, ela gostava de dormir as escutando. Acalmava um pouco a bagunça que sua mente se encontrava recentemente.

Na manhã seguinte, Misaki preparou seu café da manhã e resolveu descansar o máximo que podia até o jogo da noite.

As vezes, ela sentia que estava enlouquecendo.

Fazia meses que ela não tinha uma interação descente com algum ser humano e embora Aikyo fosse do tipo "antissocial", ela nunca percebeu o quanto mínimas interações humanas fazem bem.

A maior interação que ela teve nos últimos tempos foi com Chishiya. As vezes ela se arrependia de não ter aceitado a proposta dele, embora ela tivesse medo de criar vínculos e acontecesse o que aconteceu com Mahina.

Mahina. Ela tentava não pensar muito nela, embora sempre se culpasse por sua morte e todos os dias sentisse falta de sua voz animada e de seu brilho que iluminava a sombra de mau humor que Misaki é.

Mahina foi a única amiga verdadeira que Misaki teve a vida inteira e ainda sim a morena foi capaz de deixá-la sozinha naquele dia.

Afastando os pensamentos sobre a melhor amiga, Aikyo levantou, recolhendo as coisas e logo em seguida abrindo o mapa da cidade que ela havia pego em uma loja de antiguidades a algum tempo atrás.

Com um marcador vermelho, ela marcava os lugares que já havia passado e com o azul os lugares que ela deveria ir em seguida. Ela viu que o lugar que ela deveria ir ficava próximo de um hospital e não era tão longe, o que ela achou particularmente ótimo.

Se deslocou para o local, parando para refazer o curativo em sua perna e tomar o remédio. Também achou que seria uma boa ideia escutar um pouco de música.

Quando chegou ao local desejado, ela se deu ao luxo de descansar pelo resto do dia, escutando música e comendo algumas porcarias que ainda estavam boas. Misaki não gostava de ficar atoa, pois isso a fazia pensar demais, mas desde que achou o aparelho de música, ficar atoa era uma das coisas que ela mais gostava de fazer.

Já de noite, Aikyo se dirigiu a uma das arenas mais próximas, rezando para que não fosse um jogo de espadas, que fosse necessário percorrer longas distâncias ou participar de alguma luta.

Em geral, implorava ao céus para que não fosse um jogo físico.

Percebeu que a sorte não estava do seu lado, quando o jogo foi anunciado como dificuldade "dois de espadas" e principalmente quando viu que Chishiya estava ali.

Quando ele a viu, apenas fingiu que nunca havia trocado uma palavra com Aikyo na vida. Se portava do mesmo jeito que no primeiro jogo que havia participado.

Misaki decidiu que também o ignoraria.

"Escape do quarto antes que ele pegue fogo."

"Ótimo, era tudo que eu precisava". Misaki divagou de forma irônica.

A maior humilhação de todo o jogo, pelo menos para Aikyo, foi definitivamente quando estava pendurada na janela do quarto, prestes a cair quando o loiro apareceu ali. — Tem certeza que ainda não quer uma parceria, Aikyo? — Foi o que ele disse, com sorriso tão prepotente, que Misaki pensou por um segundo em apenas se soltar da janela. 

A mulher não pensou duas vezes antes de aceitar a mão estendida, mesmo que sentisse uma sensação horrível por estar perdendo o conflito que ela mesmo havia criado em sua cabeça.

Para sobreviver, as vezes ela precisava passar por cima dos próprios ideais. Ela nunca se imaginou negligenciando ajuda a alguém. Nunca se imaginou agindo tão fria diante uma morte, mas aqui estava ela, fazendo tudo isso que nunca tinha imaginado que seria capaz de fazer.

Então aceitar uma ajuda, pelo menos desta vez, não seria a pior coisa pela qual ela teria que passar agora.

(3339 palavras)

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