4- AS ESCOLHAS

Màu nền
Font chữ
Font size
Chiều cao dòng

AIKYO NÃO QUERIA PENSAR de forma alguma no que havia acontecido com Chishiya.

Não pelo fato da omissão do que realmente era o plano e sim pelo que aconteceu com ele. A abordagem que foi feita pelas pessoas da praia ao detectarem eles não ocorreu de forma passiva, então as consequências que ele pode ou não ter sofrido não deviam ser também.

Ela ainda queria muito saber o que era a praia, mas tinha muito medo de se arriscar e descobrir um inferno maior do que o que já estava.

De qualquer forma, ela não sentia rancor dele. Tudo bem, nas primeiras horas, tudo que ela pensava era que deveria ter afundado com força a faca que ela passou no abdômen de Shuntarō, mas agora, ela entendia.

Até porque, ela fez a mesma coisa assim que percebeu o que estava acontecendo. Colocou ele no lugar dela.

É um jogo mortal. Tudo o que deve importar é si mesmo. Tanto ela quanto Chishiya deixaram isso muito claro um para o outro desde o começo.

No fim, ela decidiu não ser importar com o rapaz, como ela disse que faria. Mesmo que fosse mais complicado do que isso.

Porém, agora novamente sozinha, ela sentiu mais uma vez aquele incômodo. Chishiya a distraia da dor que a perseguia desde a morte de Mahina. A dor da solidão.

De qualquer forma, ela tentava não pensar. Decidiu que antes de tentar acumular vistos, ela iria fazer algo por si pela primeira vez.

Misaki estava se sentindo com mais ânimo quando decidiu fazer algo que queria fazer a muito tempo.

Quando a irmã de Mahina morreu, Misaki levou a melhor amiga para se animar em uma pista de patinação. Foi aí que ambas descobriram uma paixão em comum: Patinar.

Desde que seu pai havia morrido, Aikyo não havia pisado em uma pista de patinação, e agora com Mahina morta, o pensamento era absurdo. Porém, seus olhos não deixaram de brilhar quando voltando para o acampamento, ela viu uma pista de patinação abandonada.

Então ela decidiu. Ela faria isso. Ela tentaria fazer algo para se animar pela primeira vez.

A sensação não deixou de ser estranha quando ela chegou em frente ao local. Mas as coisas pioraram muito quando ela segurou um dos patins na mão.

De repente, todas as milhares de lembranças de tardes que ela e Mahina passaram juntas a correram pela mente. Todas as risadas, todos os xingamentos amigáveis, todas as vezes onde elas foram felizes com apenas um par patins e uma a outra.

Aikyo deixou uma lágrima escorrer, ainda segurando o patins.

Ela não conseguiu patinar. Deixou os patins onde havia encontrado e saiu de lá o mais rápido que pode. Ela não estava conseguindo conciliar suas emoções e isso era ruim. Ruim demais.

Mudando de planos, ela decidiu entrar em uma loja de roupas para se distrair. E realmente funcionou.

Ela pegou varias roupas que eram totalmente o seu estilo. Roupas mais largas e o que poderia ser considerado "streetwear". Mesmo que fosse o fim do mundo, nada a impedia de se vestir bem.

Os pensamentos solitários deram um tempo enquanto ela fazia isso.

Um bom tempo depois, a mulher já havia acumulado um bom tempo de visto, porém antes de finalmente decidir ir procurar e se informar sobre a praia, Misaki decidiu procurar mais um jogo.

Andando despreocupada e com as mãos no bolso de seu novo moletom, ela achou uma arena que parecia mais inofensiva. Sem se preocupar muito, ela entrou no local, não antes de averiguar o prédio e as coisas ao redor.

Observar, usar o raciocínio lógico e principalmente estar atento a tudo, era a chave para a maioria dos jogos. E era por isso que Aikyo ainda estava viva, pois ela era boa nisso.

Entrando no edifício, Aikyo deu um pulo no lugar quando viu um crachá voar pela fronteira e ser atingido por um laser logo em seguida.

— O que foi isso? — Aikyo ouviu uma voz masculina assustada e tirou os olhos da credencial para olhar a sua frente.

Ela viu três homens de diferentes estaturas e uma mulher vestida formalmente, que inclusive Aikyo deduziu ser a pessoa que jogou o crachá.

— Um laser. — A de cabelos curtos respondeu, passando pela fronteira e pegando um celular que automaticamente a inscreveu no jogo.

— Uma vez que cruza a fronteira, você não pode voltar. Você tem que participar do jogo. — Disse a mulher de roupas formais, provavelmente explicando aos novatos.

Aikyo não se deu ao trabalho de interagir, embora os olhos dos quatro tivessem se voltado para ela.

Porém rapidamente os olhos que estavam nela foram para uma quinta voz.

— Que alívio! Pensei que não encontraria ninguém aqui. — Disse uma jovem com vestes de estudante, se apressando para ir em direção aos garotos que analisavam a fronteira.

— Não, Não, não! — Os rapazes tentaram a impedir de entrar, falando todos juntos. Não adiantou nada, pois rapidamente a menina cruzou a fronteira.

— Sinto muito. — Aikyo sussurrou de forma irônica.

— Meus pêsames. — Disse a de roupas formais, entregando um celular para a estudante.

A musiquinha' clássica soou pelos celulares de cada um, antes da voz infernal começar a falar.

"Fim das inscrições.
Há seis jogadores no total.
O jogo vai começar!

Jogo: viver ou morrer
Dificuldade: três de paus."

— Três de paus? — Indagou o mais baixo dos rapazes ao mesmo tempo que Aikyo dizia "Paus? Sério?" expressando sua indignação.

— O que isso significa? — Perguntou o homem mais alto para Aikyo. A mulher não respondeu.

"Regra: escolha a porta correta antes do tempo se esgotar.
Condição para zerar: saia do prédio no tempo limite."

Aikyo não esperou mais nada, assim que o elevador abriu, ela se direcionou até ele, sendo seguida pela mulher que parecia mais experiente, vindo logo após os três rapazes e a estudante, esses últimos de forma mais relutante.

Assim que a porta do elevador se abriu, eles deram de cara com uma sala vazia, Aikyo já captando que haviam duas portas dentro da sala, uma onde parecia estar escrito "viver" e outra "morrer".

"O tempo limite para essa sala é 2 minutos"

Assim que a voz disse, um timer apareceu na tela do celular, os dois minutos começando a correr. Isso a lembrava tanto o jogo do caça ao tesouro quanto o jogo onde conheceu Chishiya.

Se Chishiya estiver morto, pelo menos ele que a ajude nessa do além.

Não que ela acreditasse verdadeiramente nisso.

Todos saíram do elevador lentamente, observando a sala.

— O que é isso? — Um dos rapazes questionou.

"Perguntam demais" Foi o que Aikyo pensou, se apoiando na parede e analisando os jogadores, completamente relaxada.

— Viver, morrer. — A mais experiente  dos cinco ali, leu os nomes nas portas, notando o que Misaki já havia notado.

— Isso tá começando a ficar interessante. — O mais baixo riu e pegou o celular do bolso, começando a gravar a experiência.

Aikyo achou fofo a inocência e sorriu levemente com isso.

— Com certeza isso é um evento promocional. — O mais baixo disse novamente.

— Eu quero ir pra' casa. — Disse a estudante e o mais baixo se virou com um sorriso reconfortante.

— Relaxa, você tá com a gente. Nós vamos pegar o cupom e vamos voltar para casa. — Disse, ainda gravando tudo.

Aikyo se desligou da conversa entre os dois, para focar nos outros dois rapazes que analisavam a porta "morrer".

— E aí Arisu? Qual é? — O mais alto perguntou para o de camiseta azul.

— Sei lá... — Respondeu rindo e despreocupado.

Interessante. Agora Aikyo tinha nome de um deles.

Eles começaram a discutir juntos sobre qual porta seria a certa, até que a de roupas formais se pronunciou: — A resposta é viver. Abram a porta viver.

Os rapazes pareceram desconfiar da resposta da mulher e Aikyo riu discretamente da tentativa descarada da mulher de fazer alguém se sacrificar por ela.

Aikyo duvidava com todas as suas forças que fosse a porta "viver". Segundo suas análises, o jogo parecia bem básico e tinha jeitos de querer ferrar com os iniciantes. Pensando como alguém que quer matar um novato, a porta viver é sempre a mais provável.

No fim, era tudo sobre escolhas.

— Estão sentindo esse cheiro? — O "garoto do cupom" perguntou e Aikyo reparou um cheiro, que ela reconhecia de longe, aparecendo. "Droga, essa merda de quarto vai pegar fogo." Misaki praguejou sozinha.

Fumaça começou a sair do chão quando a voz no celular anunciou que faltavam trinta segundos. O desespero tomou conta dos cinco ali até que a estudante pareceu chegar ao seu limite.

— Eu não aguento mais! — Exclamou ela, correndo para a porta "Viver".

Em seguida um laser a atingiu e ela caiu no chão. Morta.

Misaki não pensou duas vezes antes de sair na frente de todos eles e abrir a porta "morrer". Segundos depois que todos passaram, a sala anterior pegou fogo.

"O tempo limite para essa sala é um minuto e cinquenta segundos"

Tanto Arisu quanto o outro rapaz acusavam o mulher de ter matado a garota. A de roupas formais parecia relutante na decisão que havia feito, porém não arrependida. O garoto mais baixo parecia choque no canto da sala. Aikyo seguia sem se manifestar. 

Os garotos começaram a novamente discutir sobre qual era a porta correta enquanto o tempo passava. Logo após, a mulher dissertava sobre o que acreditava ser o jogo e seu funcionamento.

— Se eu sobreviver, vai ser pelo bem de toda humanidade. — A mulher disse em plena arrogância e Aikyo não segurou a risada maldosa que escapou de seus lábios.

— Se enxerga. — Foi tudo que Aikyo disse, cruzando os braços, ainda apoiada na parede.

Os rapazes voltaram a pressionar a mulher, dizendo que ela era quem deveria abrir a porta. A de cabelos curtos reparou que o garoto que estava no canto da sala em choque, agora estava vomitando.

— Por que ela não vai? — A mulher arrogante disse, apontando para Misaki. — Ela não fez nada até agora.

— Eu abri a última porta. — Disse Aikyo com um sorriso cínico quando a fumaça começou a subir novamente.

— Só abriu porque já tinha certeza! — A mulher arrogante gritou em resposta.

— Eu abro a porta. — Disse Arisu, andando de forma não tão confiante em direção a porta "morrer", mesmo seu amigo o avisando que não precisava fazer isso. Porém, ao por a mão na maçaneta, não conseguiu abri-la, tremendo de medo.

Viu? Você não consegue abrir. Até você teria sacrificado aquela garota! — Disse a mulher para Arisu e o homem atrás dela a mandou calar a boca.

Parecendo mais confiante que Arisu, ele andou até a porta "viver".

— Karube! — Arisu exclamou.

— Eu vou abrir. — Disse entre entredentes. — Mas a gente vai se revezar e depois de mim, você vem.

Nos últimos segundos Karube abriu a porta.

Nada, nenhum laser o atingiu.

Os quatro passaram pela porta correndo e a mulher de vestes formais fechou a porta.

"O tempo limite para essa sala é um minuto e quarenta segundos"

Arisu, você tem alguma ideia? — Karube o perguntou e Arisu o olhou confuso.

Karube explicou sobre Arisu ser bom em jogos, porém o garoto não parecia ter muita ideia do que pensar.

— Pensa bem. Presta atenção nas pistas... — Karube inumerou as coisas que haviam acontecido até o momento enquanto Arisu estava em um estado de negação consigo mesmo, não conseguindo raciocinar direito.

Quando Karube começou a pressionar Arisu e ambos começaram a discutir, algo no cérebro de Aikyo começou a funcionar.

"Presta atenção nas pistas."

— O tamanho... O tamanho do prédio. Precisamos de uma planta do andar. — Aikyo disse, olhando para Arisu que estava caído no chão após um soco de Karube.

A fala da garota fez com que ele finalmente percebesse o que não estava conseguindo o tempo todo. — Já sei... Preciso de uma caneta e algum papel.

Assim que isso foi entregue Arisu desenhou uma planta do andar, com base no tamanho das salas que ele havia medido com o pé, no tamamho do carro que havia visto na frente do prédio e uma planta de um dos andares que ele se lembrava.

Com o desenho, era possível eliminar as portas que não dariam a lugar nenhum ou alguma sala já passada.

— A resposta é viver. — Ele disse e os cinco se aproximaram da sala. Dessa vez com mais confiança, Arisu abriu a porta.

Nada aconteceu e todos passaram ilesos.

Aikyo sorriu. — Nada mal. — Ela elogiou Arisu enquanto os três rapazes comemoravam.

Eles seguiram por mais algumas salas com esse raciocínio. Até que eles chegarem em uma sala, onde as portas não estavam nos lugares habituais.

No desenho de Arisu, uma porta daria para fora do prédio e a outra para a sala onde a estudante havia morrido inicialmente.

— Então deve ser a porta que dá para fora. — O homem que Misaki havia descoberto se chamar Chōta, disse.

Karube, Chōta e a mulher se adiantaram para ir até a porta, porém, Aikyo se lembrou de que, antes de entrar, analisando o prédio, ela reparou que a maneira com que o prédio havia sido construído, não dava abertura para que ouvesse uma saída pelos lados.

— Espera! — Aikyo exclamou. — Você errou em algo. — Disse para Arisu.

Ele pareceu ter percebido o mesmo que ela. — Chōta, você gravou um vídeo na primeira sala não, é? Nos deixe ver — Aikyo mandou, estendendo a mão.

— Não temos tempo para isso! — A mulher arrogante exclamou enquanto a fumaça subia pelo quarto.

— Se não vai usar isso que você chama de cérebro, não atrapalha, queridinha. — Aikyo disse calmamente, enquanto Arisu analisava o vídeo.

Arisu e Aikyo chegaram a conclusão de que a porta correta era "viver" e falando pouquíssimos segundos, todos correram em direção a porta nomeada de tal maneira.

Porém, Chōta não chegou exatamente a tempo e a sala pegou fogo enquanto ainda estava lá. Em um surto de adrenalina, Aikyo puxou Chōta para fora, que agora estava agarrado a si no chão e com parte da perna em chamas.

"O tempo limite para essa sala é dez segundos"

Dez segundos?! — Exclamou Karube indignado, tirando a jaqueta e apagando o fogo da perna de Chōta.

— A resposta é morrer! — Avisou Arisu para a mulher.

De forma rápida, assim que o fogo da perna de Chōta foi apagado, Aikyo o pegou no colo e os quatro saíram correndo pela porta "Morrer" que Arisu já havia aberto.

              "Jogo zerado, parabéns!"

Quando saíram do local, os cinco foram abordados por um homem que parecia totalmente fora de si. Ele se matou na frente deles, deixando seu visto expirar.

Mas Aikyo não estava nem um pouco preocupada com o suicida a sua frente como os outros pareciam estar. Ela colocou Chōta no chão, analisando sua perna.

Aikyo ficou um pouco receosa de não ajudar o rapaz com sua perna. Ela sabia lidar com queimaduras, sua mãe era médica e ela possuía alguns conhecimentos básicos. Fora que, em sua casa haviam diversos suprimentos e primeiros socorros.

E sua casa não estava nem um pouco longe, ela sabia disso.

Aikyo pensou seriamente em deixar os quatro ali, como sempre fazia, porém ela decidiu que ajudaria pela primeira vez. Talvez ela precisasse se conectar mais com sua parte mais empática novamente e aqueles garotos haviam chamado sua atenção.

Em todo o caminho, Chōta foi apoiado em Aikyo e Karube, esse último que havia relutado bastante em aceitar a ajuda da mulher.

Assim que Aikyo já havia cuidado da perna do garoto e o feito tomar um remédio para anestesiar a dor, ela saiu do quarto, deixando Chōta com a mulher que ela descobriu se chamar Shibuki.

Misaki desceu as escadas do terceiro andar, ainda se familiarizando com sua casa novamente. Era estranho, as comidas estavam definitivamente estranhas e não havia energia. Mas principalmente: não havia ninguém que deveria estar ali.

Chegando na sala, Aikyo viu Arisu e Karube sentados em seu sofá, ambos aparentavam estar sérios e conversavam.

Assim que Karube a viu, ele a dirigiu a palavra. — Você parece experiente nesses jogos. A quanto tempo tá' aqui?

— Não sei, mas fazem alguns bons meses se me permite dizer. — Ela respondeu, se sentando na poltrona a frente do sofá e olhando para as fotos penduradas na parede.

— Meses? — Questionou Arisu assustado.

— Esse foi o primeiro jogo de vocês. Não foi? — Ela perguntou. Ambos confirmaram o que já estava óbvio.

— Eu sinto muito, mas bem vindos ao inferno. Não vamos sair daqui tão cedo. Então se querem sobreviver, façam boas escolhas.  — A garota cruzou os braços, olhando diretamente para os dois ali, não fazendo questão de disfarçar o realismo. — Tudo aqui se baseia em escolhas.

— Como funcionam... Esses jogos? — Arisu perguntou de uma forma mais pausada, como se tivesse com medo da resposta.

Suspirando, Misaki explicou como os jogos funcionam e até mesmo deu algumas dicas para eles. Eles pareciam legais, a mulher não queria que morressem tão cedo.

— Chōta dormiu. — Shibuki desceu as escadas, interrompendo a conversa e  segurando um esparadrapo na mão.

Aikyo sentiu vontade de revirar os olhos.

— Você pode ir lá fora comigo um momento? — Karube pediu para Aikyo e a mulher não pensou duas vezes antes de se levantar e seguir o homem até a sacada.

— Atrapalhei alguma coisa? — Perguntou Shibuki logo após eles saíram e Arisu apenas deu de ombros.

— Como ele está? — Perguntou Arisu para Shibuki, não dando atenção ao último comentário.

— Ele está bem, na medida do possível. Essa mulher pode ser estranha, mas é boa no que faz. —  A mulher respondeu e Arisu se sentiu relaxar.

Já lá fora, Karube começou a falar. — Como isso vai funcionar? Não podemos levar Chōta com a perna desse jeito para um jogo mortal, e outra, não confio nessa mulher. — Ele se referiu a Shibuki.

— Ok, vamos com calma. — Aikyo se debruçou na sacada, falando e olhando a vista. — Existem vários tipos de jogos, podemos escolher um que aparente não ser de espadas ou algo assim. E sobre Shibuki, você não devia confiar mesmo. Nem deveria confiar em mim.

— Como assim espadas? — Karube ignorou a última parte, focando os olhos na mulher e parecendo muito intrigado.

— Acho melhor conversarmos isso com Arisu também presente. — Aikyo disse despreocupada e Karube revirou os olhos impacientemente. O homem saiu da sacada e segundos depois, voltou com Arisu sendo puxado pelo braço. Aikyo riu levemente.

— Pronto, pode falar. — Karube disse, soltando o braço de Arisu, que fez uma careta incômoda e massageou o braço anteriormente apertado.

Aikyo explicou como funcionavam os níveis e os números das cartas, coisa que ela não havia explicado ainda. Também explicou como minimamente identificar um jogo que não exigia força física, mesmo que estivesse deixando claro que não era todas as vezes que dava para reconhecer um nipe pela arena.

Ambos prestaram bastante atenção na explicação de Misaki.

— Eu acho que deveríamos ganhar mais experiência. — Disse Karube para Arisu. O homem parecia um pouco admirado com os conhecimentos da mulher e como ela se portava diante os jogos.

— Mais experiência? — Repitiu Arisu, em tom de pergunta.

— Se querem experiência, podemos jogar algum jogo amanhã e já que não é necessário jogar por conta do visto, vocês podem deixar Chōta aqui. — Aikyo sugeriu e Karube aprovou a ideia.

— Mas Chōta não pode ficar aqui sozinho. — Protestou Arisu e Aikyo sorriu de forma minimalista.

— A Shibuki fica aqui, não vamos precisar dela. — Respondeu olhando para Karube, deixando entrelinhas que também não simpatizava tanto com a mulher.

Mas de qualquer forma, não é como se Shibuki fosse uma pessoa terrível. Ela apenas queria sobreviver como todos ali. Aikyo apenas não a tinha como alguém que merecia sua simpatia.

— Hm, licença. — "Falando no diabo."  Shibuki apareceu ali e dirigiu a palavra a Aikyo. — O curativo soltou.

Aikyo franziu a sombrancelha, pois tinha certeza que havia feio o curativo bom o suficiente para não soltar. De qualquer forma, ela deixou Shibuki e os rapazes, indo até o quarto de hóspedes, onde Chōta estava.

Ela bateu na porta, mesmo que a casa fosse sua.

Ao entrar, Chōta estava sentado na cama, apoiado com suas costas na cabeceira e aparentemente melhor após o remédio. A perna ferida estava esticada e o curativo realmente solto.

— O que você fez aqui, ein? — Perguntou, se sentando na cama e pegando a caixa de primeiros socorros que estava no chão.

— Eu só queria ver... se estava tão ruim assim. — O homem parecia com medo de levar uma bronca, ou até mesmo assustado. Aikyo sorriu da forma mais leve que conseguiu, para o tranquilizar

— Sim, está bem ruim, você viu. — Aikyo começou a arrumar o curativo e Chōta resmungou. — Mas não é nada que nós não possamos arrumar.

— Como eu vou jogar desse jeito? Eu não quero morrer. — Aikyo teve um deja vu instantanemanete com essa última frase, ela parou de mexer no curativo e olhou para Chōta.

— Ainda temos dois dias, sua perna vai melhorar até lá. — Falou de forma mais fria desta vez. — E você tem seus amigos, eles não parecem ser do tipo que vão te deixar sozinho em uma situação de perigo. — Sentiu que de repente, ficou mais difícil engolir a saliva.

Chōta sorriu com o que foi dito. — Eu sei... Eu tenho bons amigos, não tenho? — O de cabelos escuros pareceu muito emocionado.

— Você tem e tem que valorizar eles. — Ela disse, terminando o curativo do rapaz. — A vida aqui vai muito rápido, tanto a sua quanto a dos outros, então aproveite.

Aikyo levantou da cama suspirando, e estendeu uma cartela de remédio. — Isso vai te ajudar na dor, é para tomar de seis em seis horas.

Chōta agradeceu e Aikyo saiu do quarto.

(3577 palavras)

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen2U.Pro