𝟯𝟵. 𝗜𝗡𝗦𝗧𝗜𝗡𝗖𝗧𝗦

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Gwyneth abriu os olhos pesados lentamente, cerrando-os ao notar o pequeno feixe de luz que escapava da janela e atingia seu rosto. A mão pesada de Azriel em seu abdômen impedia um pouco seus movimentos, fazendo com que ela continuasse grudada contra seu peitoral, o rosto do encantador enterrado em seu pescoço.

Acabaram perdendo a hora e dormindo ali mesmo no chão da sala. As cobertas e as almofadas espalhadas pelo tapete, o lençol jogado cobrindo seus corpos ainda nus, e as taças e a garrafa de vinho ainda jogadas em cima da mesa de centro, que fora arrastada até a lareira na parede para que pudessem ter mais espaço para deitarem na sala.

Gwyn tentou mover a cabeça para observar o cômodo, tentando enxergar se o local estava muito bagunçado, mas a mão de Azriel se firmou em seu estômago a trazendo para mais perto e a impedindo de se mexer. A sacerdotisa desceu os olhos até o próprio abdômen, notando os dedos do encantador se movendo vagarosamente pela sua pele.

— Azriel...

Gwyneth o chamou baixinho, mas tudo que recebeu como resposta foi um resmungo grave. A valquíria escutou o barulho das asas farfalhando, como se estivessem se estendendo, e antes que pudesse ameaçar se mover para enxergar, uma delas os cobriram, envolvendo os corpos dos dois em uma espécie de casulo.

Ela riu fraco, percebendo que Azriel estava meio dormindo, meio acordado. A sacerdotisa se mexeu novamente, e dessa vez a resposta que teve foi um passar de nariz pelo seu pescoço, de forma lenta e preguiçosa. A mão do Mestre-Espião continuou movendo os dedos aos poucos pela pele de sua barriga.

— Az...

— Hm? — murmurou, a voz soando mais arrastada e rouca que o normal.

— Você está me apertando.

— Uhum. — O nariz se arrastou pela extensão do seu pescoço novamente.

— Eu não vou sair daqui, você pode me soltar...

— Não. — A voz soou arrastada e áspera, arrepiando os pelos do braço de Gwyneth.

Parecia um ronronado de um gato que se enrolava em seu corpo de maneira manhosa, pedindo por carinho. A sacerdotisa soltou uma risada nasalada, ainda sentindo os dedos de Azriel brincarem em uma região muito perigosa.

— Já passou da hora de nos levantarmos.

— Não tenho nenhum compromisso, que eu me lembre. — Ele murmurou, se ajeitando atrás dela. — Na verdade me lembro apenas de um...

E quando Gwyn estava pronta para entreabrir os lábios e respondê-lo, Azriel beijou a área do seu pescoço, as asas voltando a se fechar atrás de suas costas. Ela fechou os olhos com o arrepio que desceu pela sua coluna, sentindo os dedos do encantador descerem para seu baixo-ventre rodeando aquela área. A sacerdotisa respirou fundo quando o sentiu endurecer atrás dela.

— Azriel...

— Sim?

— Nem acordamos direito... — gemeu baixo ao sentir ele a colando ainda mais contra o corpo musculoso, aquele volume se esfregando contra sua bunda e parte das suas costas. — Você não está cansado?

Sentiu sua respiração encurtar, a pressão no meio de suas pernas fazendo com que ela as juntasse ainda mais, tentando aliviar aquele desejo de alguma forma. Deuses, não devia ser mais do que nove horas da manhã... Como era possível acordarem daquela forma?

— Cansar? De você? — A rouquidão daquela voz soou perto demais de seus ouvidos, fazendo com que ela estremecesse completamente. Azriel riu fraco, mordendo a ponta de sua orelha de leve. — Passaria o dia inteiro enterrado em você se eu pudesse, Gwyneth. De todas as formas possíveis. Com meu pau, meus dedos, minha cara... Deixaria você escolher qual te agrada mais.

A mão que pousava em seu estômago subiu para seu quadril, se arrastando até chegar em sua coxa, apertando-a de leve. Gwyn fechou os olhos sentindo sua bunda roçar contra a extensão de seu parceiro. Como ele conseguia formular aquelas indecências tão cedo? E o pior... Como ele conseguia fazer com que ela pensasse as mesmas coisas tão cedo?

— Não tenho preferências. — A sacerdotisa suspirou ao sentir Azriel apertar sua coxa de novo, fazendo com que ela se esfregasse contra ele. Ela gemeu baixo, sentindo a língua do Mestre-Espião descer pelo seu pescoço, o que fez com que ela empinasse em direção a rigidez.

A risada rouca e debochada de Azriel bateu contra sua pele. Gwyn sentiu o toque fantasma das sombras do encantador subir calmamente pelo seu corpo, como se tivessem acabado de acordar e se dado conta do que estava acontecendo, prontas para encontrarem alguma forma de se enroscar em volta deles.

— Acho que você tem preferências bem claras, Berdara. — provocou, o braço que ela estava deitada se movimentou, a mão cicatrizada deslizando lentamente para perto de seus seios. — Quer me dizer quais são?

— Prefiro quando você as descobre sozinho. — respondeu engolindo em seco. Os dedos de Azriel envolveram seu mamilo já rígido, beliscando-o levemente, antes de cobrir o seio de Gwyneth com sua mão.

A cabeça da sacerdotisa tombou, a nuca encostando no ombro do encantador. O gemido baixo e rouco que escapou dos lábios de Azriel quando ela se espremeu contra seu corpo quase a fez cair naquele abismo infinito de prazer.

— E eu prefiro dar a você o que você quer, então preciso saber, Gwyn... É o meu pau que você quer agora? — O tronco de Az se ergueu um pouco, apenas para conseguir enxergar o rosto da valquíria.

Azriel fez com que sua perna de cima se curvasse, até seu joelho estar praticamente alinhado com seu umbigo, enquanto a outra continuava esticada. Ele se curvou um pouco, a mão deslizando da sua coxa para a sua bunda que agora estava mais exposta do que antes.

— Sim. — respondeu em meio a respiração pesada. — Por favor, Az.

O encantador grunhiu, apertando a cintura de Gwyn e a ajeitando. Azriel abaixou um pouco, o suficiente para apenas se posicionar na entrada já encharcada de Gwyneth. O Mestre-Espião pegou na base do próprio pau, provocando a sacerdotisa enquanto arrastava a ponta lentamente em sua intimidade. Gwyn mordeu os lábios, deixando escapar o fôlego, o ar parecendo ficar cada vez mais distante de seus pulmões. Céus, aquilo devia ser algum tipo de punição...

— Azriel, por favor... — gemeu baixo quando ele ameaçou investir mas não o fez. — Eu preciso de você, por favor.

— Pensei que gostasse das provocações, Gwyneth. — Ele sussurrou contra seu ouvido. — Estou sendo tão bom com você em compensação com o que você atreveu fazer ontem comigo, não se lembra?

O encantador conteve um grunhido quando se arrastou novamente no meio de suas pernas, Gwyn agarrou o lençol com uma das mãos, apertando-o até os nós de seus dedos ficarem brancos. A sacerdotisa sabia que Azriel a faria pagar um pouquinho pela brincadeirinha que fizera ontem, e Gwyneth também sabia com toda a certeza que o que ele estava fazendo agora não era nem metade do que ele imaginava fazer com ela para fazê-la pagar.

E embora aquilo fosse uma tortura, era uma tortura deliciosa. E a cada esfregar do pau de Azriel contra sua intimidade era um pedacinho de sua alma que saía de seu corpo.

— Talvez eu devesse pegar mais pesado com você, Gwyn. — murmurou se encaixando sem aviso prévio, uma pequena parte de seu membro deslizando para dentro de suas paredes molhadas. A sacerdotisa deixou um gemido alto escapar. — Talvez devesse realmente te prender e deixar minhas sombras brincarem com você, enquanto assisto você se contorcer e implorar pelo meu pau.

Ele se retirou vagarosamente, fazendo-a soltar um choramingado de frustração. Aquele toque gelado subiu pelo seu pescoço até seus cabelos, como se elas tivessem gostado da ideia. E Deuses acima, Gwyneth não podia negar que a imagem que surgiu em sua mente a fez ficar ainda mais úmida.

E como se sentisse o desejo escorrer de seus poros, Azriel deslizou de novo, dessa vez se enterrando por completo nela, seu pau chegando tão profundamente que o corpo de Gwyneth chegou a estremecer apenas com aquela investida. O gemido que ecoou de seus lábios fez o encantador levar a mão que estava em seu seio para o seu pescoço, os dedos envolvendo sua garganta e a impedindo que ela se movesse.

— Você gostou da ideia, não foi? — perguntou grunhindo. — Você está cada dia mais perversa, Berdara.

A outra mão livre segurou sua coxa com força, seus dedos se firmando fortemente na carne farta. Ele investiu mais uma vez, devagar, porém intenso e forte o suficiente para fazer com que a sacerdotisa revirasse os olhos. Aquela posição o permitia chegar tão fundo nela, gerando sensações desconhecidas pelo seu corpo. E a cada vez que ele estocava contra ela, era a mesma coisa de alcançar o céu e o inferno ao mesmo tempo. Mesmo assim ela queria mais.

Muito mais.

Como se a vontade avassaladora correndo em seu sangue nunca fosse passar.

— Azriel, eu preciso de mais. — Os dedos de seu parceiro firmaram em sua garganta, apertando de leve.

— Quanto? — murmurou a respiração pesada e curta.

— Mais rápido, mais forte... — Gwyn conseguiu responder, espremendo os olhos quando sentiu Azriel arfar.

— Porra. — Ele xingou.

Algo primitivo pareceu pulsar dentro de Azriel, e a valquíria tinha certeza que havia acordado alguma besta encarnada em formato de desejo no sangue de seu parceiro. Ela sentiu a mudança no ar, a mudança no aperto de suas mãos e na dureza de seu corpo, os músculos mais rígidos do que as montanhas que se estendiam na paisagem de Velaris.

O encantador envolveu a mão na coxa interna da sua perna que estava curvada, a puxando para cima e abrindo-a um pouco mais. Gwyneth gemeu alto com a mudança da posição. Era como se lava pura corresse em suas veias, quase fazendo todo seu corpo queimar com aquela vontade latente de ter Azriel colado contra ela.

Seu parceiro não foi gentil, muito menos cauteloso quando atendeu os pedidos da sacerdotisa e seguiu com movimentos mais rápidos e mais fortes. E ela não se importou com os barulhos e ruídos que saíam de sua boca, não quando as investidas de Azriel eram enlouquecedoras e ela escutava o som alto de seus corpos se chocando a cada estocada mais descontrolada.

E o aperto em sua garganta não se afrouxou, a cada gemido mais longo, cada gemido mais sôfrego, Azriel a apertava ainda mais. E que o Caldeirão a fritasse, mas a sensação era incrível e mais prazerosa do que ela imaginou ser capaz de ser.

— Azriel!

— Pela Mãe, Gwyneth... — O Mestre-Espião gemeu em meio a respiração ofegante, o pau escorregadio batendo contra a intimidade dela repetidamente, sem descanso. Enquanto ainda segurava sua perna no alto, possibilitando seus movimentos mais ágeis. — Diga meu nome de novo, quero que saibam quem é que faz você gemer desse jeito.

Ele não diminuiu o ritmo, pelo contrário, a cada segundo que se passava, Gwyn tinha a impressão de que ele aumentava, como se pudesse ficar ali a tarde inteira, fazendo-a esquecer do próprio nome, mas a fazendo lembrar do dele. E o nome de seu parceiro deslizou facilmente pelos seus lábios, já que ele parecia se dedicar a fazê-la gemer como nunca antes.

Azriel grunhiu quando escutou o som ecoando pelo cômodo, quando escutou seu nome sair diversas vezes da boca de Gwyneth. A valquíria tombou sua cabeça, permitindo que o encantador curvasse de leve para abocanhar seus lábios em um beijo intenso e molhado. Suas línguas se entrelaçavam, os ruídos de prazer saindo mais abafados, à medida que o Mestre-Espião a estocava loucamente.

Gwyn sentiu o gelado das sombras de Azriel envolverem pelo seu corpo exposto de lado, deslizando entre seus seios e descendo até suas coxas, acumulando-se no meio de suas pernas onde o mestre delas e a sacerdotisa se encontravam ferozmente. Elas subiram lentamente até aquele amontoado de nervos que latejava, a sensação gelada do toque fantasma quase a fazendo chegar no ápice em segundos.

— Ah, Deuses! — partiu o beijo, levando os olhos para baixo, vendo as sombras de seu parceiro se apropriarem de seu corpo, fazendo com que seus olhos revirassem. — Azriel... Céus, isso é...

— Você quer que elas parem? — perguntou, a voz uma mistura vacilada entre o rouco e o grave.

— Não. Pela Mãe, não. — Gwyneth negou com a cabeça desesperadamente.

Azriel riu fraco, as sombras de seu parceiro aparentaram gostar da resposta, pois a pressão em sua virilha aumentou, o que fez com que ela gemesse em aprovação. Ela gostar daquilo parecia tão sujo... Porém, ela não se importou, não se importou com o quão depravado aquilo poderia ser, não quando a fazia se sentir daquela maneira, como se ela estivesse mergulhando em um poço de prazer puro.

O encantador abriu as asas e se deitou, puxando Gwyneth para cima dele em um movimento rápido e inesperado, como se ela fosse uma boneca de pano, leve como uma pluma. A sacerdotisa soltou um ruído em surpresa, se acostumando com a nova posição. Ela estava de frente para os pés de Azriel, as mãos apoiadas nos joelhos esticados dele.

Sentiu os dedos de seu parceiro em sua lombar até descer para a polpa de sua bunda.

— Deliciosa... — Ele a apertou, deslizando a mão até o seu quadril, o segurando fortemente.

Sem precisar do comando de Azriel, Gwyn se curvou um pouco mais, jogando o cabelo acobreado para o lado e dando ao seu parceiro uma visão privilegiada da sua parte traseira, olhando para trás a tempo de ver o encantador morder os lábios, erguendo os olhos acastanhados até os azuis dela. A boca da sacerdotisa se repuxou para o lado em um sorriso malicioso, o Mestre-Espião pareceu se perder ali, um grunhindo arranhando sua garganta quando a mão dele encontrou sua bunda novamente, os dedos quase perfurando a carne. Gemeu com o estalo em sua pele, percebendo que havia gostado daquele gesto um pouco mais do que deveria.

A outra mão de Azriel rastejou até o seu quadril, firmando-a contra o pau enterrado profundamente nela, e o encantador não esperou mais nenhum segundo ao comandar os próximos passos de Gwyneth, fazendo-a se movimentar lentamente contra ele em um rebolado intenso e torturante. Ela sabia o quanto ele gostava daquilo, de como gostava dela se esfregando contra ele vagarosamente, como se tivessem todo tempo do mundo.

Os dedos dele se firmaram em sua pele branca e Gwyneth olhou para trás a tempo de ver Azriel jogar a cabeça para trás e gemer. O som quase como uma melodia, a voz baixa e profunda reverberando por todos os seus ossos. A valquíria poderia atingir o clímax apenas com aquela visão, com o quanto ele ficava lindo entregue ao prazer daquele jeito, com os lábios entreabertos e o cenho franzido em pura satisfação, a respiração descompassada e o peito subindo e descendo pesadamente.

Aquilo fez com Gwyneth aumentasse a velocidade e a intensidade dos seus movimentos, se apoiando em seus joelhos para ter mais estabilidade enquanto rebolava contra Azriel como se sua vida dependesse daquilo, como se ela pudesse voar e atingir as estrelas a qualquer momento.

— Merda, Gwyn se continuar eu vou... — Ela não ligou para o aviso, ao invés disso subiu até que o membro do encantador estivesse apenas na ponta e se sentou novamente, Azriel grunhiu alto, um som que parecia estar guardado dentro dele há séculos. — Porra.

A sacerdotisa continuou a cavalgar contra o encantador, sentindo aquela pressão em seu baixo-ventre se formar, seus músculos enrijecendo a cada rebolado. Conseguia sentir o Mestre-Espião perto também, o pau pulsante dele contra as suas paredes internas além de um indicativo também a deixava na beira do precipício. Gwyneth sabia que Azriel seguraria até que ela se derramasse nele, mas hoje ela queria que ele viesse primeiro, mesmo se aquilo afetasse seu ego, ela não se importava.

— Gwyn, desacelera, porra. — escutou a voz entredentes do encantador, uma das mãos de Azriel enrolaram em seu cabelo, puxando-o para trás, fazendo com que suas costas arqueassem. Mesmo assim, Gwyneth continuou, apoiando-se no torso do Mestre-Espião, se segurando para não atingir o orgasmo. — Ah, cacete...

Gwyn se espremeu contra o pau de Azriel, e o rosnado que saiu dos lábios do encantador enquanto ele atingia o ápice e se derramava dentro dela a fez procurar pelo próprio alívio. O corpo do Mestre-Espião relaxou enquanto ele arfava, como se o orgasmo tivesse o tirado do eixo, como se Gwyneth ainda se movimentando contra ele não o deixasse pensar corretamente.

Bom, pelo menos, era o que Gwyn imaginara.

Mas, Azriel a provou o contrário quando curvou os joelhos e a ajeitou no colo, segurando-a pelo quadril, as duas mãos firmes na pele da sacerdotisa. E antes que Gwyn pudesse se preparar, o encantador avançou contra ela, as estocadas em um ritmo rápido e intenso, fazendo-a gemer repetidamente, os músculos enrijecendo ainda mais, a pressão em seu centro quase se tornando insuportável. Sentiu como se estivesse explodindo em um milhão de estrelas quando seu corpo colapsou em cima de Azriel, o orgasmo a atingindo de maneira arrebatadora, deixando seu corpo trêmulo e a garganta arranhada devido o gemido longo e arrastado que saiu de dentro do seu âmago.

Ela sentiu como se seus músculos tivessem derretido, e seu parceiro a envolveu nos seus braços quando ela desabou cansada e satisfeita, a mente vagando para longe se perdendo naquela sensação entorpecente, quase viciosa.

Azriel se retirou dela cuidadosamente. Gwyn mordeu o lábio inferior, sentindo a sensação deliciosa do líquido do seu parceiro escorrendo pelas suas coxas e se misturando com a umidade dela. O encantador a colocou deitada do lado dele, um pouco longe por conta da asas estendidas, ainda respirando de maneira desgovernada.

Gwyneth abriu os olhos, os levando em direção ao Mestre-Espião. Az encarava o teto, a mão apoiada na testa, as asas abertas e a pele brilhando com o suor. A sacerdotisa desceu os olhos para o peitoral suado, com a luz do sol que vinha da janela batendo contra o amarronzado do seu corpo, fazendo a tinta das tatuagens illyrianas reluzir aquele nanquim um pouco já apagado devido os anos.

O encantador desviou os olhos do teto para encará-la, um sorriso fraco estampou suas feições quando ele se apoiou no cotovelo e curvou em sua direção, selando os seus lábios em um beijo ameno e demorado.

A boca se repuxou para o lado em um sorriso malicioso quando disse baixinho a centímetros de distância de seus lábios:

— Bom dia.


𓆩*𓆪



Gwyneth e Azirel ajeitaram a sala de estar depois da... atividades matinais. Ela realmente achou que exageravam quando diziam que a aceitação do laço era algo intenso, mas depois de sentir na pele os efeitos daquele frenesi, ela achou que não existiam palavras suficientes para descrever o que era aquele desejo.

Era certamente algo primitivo e primordial, como se ela não passasse de uma criatura sedenta e raivosa, procurando alguma forma de reivindicar o que era seu por direito. Era uma bobagem territorial inigualável, algo que ela nunca, nunca mesmo, imaginou ser capaz de sentir. Gwyneth sentia como se estivesse jogando todos os ensinamentos dos templos sacerdotais em uma sacola e jogando no lixo, já que seu comportamento possessivo provavelmente chocariam qualquer sacerdotisa naqueles templos.

Mesmo que elas soubessem como funciona uma parceria, ela não deixava de imaginar que deixariam todas chocadas se dissesse os pensamentos que transitavam em sua mente toda vez que Azriel ameaçava se mover.

O nome de seu parceiro passeando pela sua cabeça, fez com que ela interrompesse as próprias reflexões para dirigir o olhar para ele. Azriel continuava com o peitoral e abdômen humilhantes expostos, usando apenas o par de calças que havia chegado na noite passada, os cordões e botões soltos, fazendo com que aquele "v" no final de seu torso só ficasse ainda mais aparente e convidativo.

Deuses, ela nunca se acostumaria com a beleza dele, em como ele poderia facilmente ser confundido com algum tipo de criatura divina.

E era dela, tudo aquilo era dela.

Balançou a cabeça tentando fazer aquela territorialidade evaporar de seu corpo.

Instintos idiotas.

Azriel parou de ajeitar as almofadas no sofá, levando os olhos de avelãs em sua direção. Aquele calor anormal se instalou em sua pele, correndo pelas suas veias até chegar no meio de suas pernas novamente. A sacerdotisa quis se amaldiçoar centenas de vezes.

— Acabamos de arrumar a sala, e você já quer desarrumá-la de novo? — Azriel arqueou uma sobrancelha.

— Há vários lugares para se desarrumar nessa casa. — respondeu, sorrindo de lado.

— Gosto como você pensa, Gwyneth. — Ele se virou caminhando até ela. A sacerdotisa deixou o fôlego escapar. — E em qual lugar desta casa você quer que eu te foda, Gwyn? No quarto, no banheiro, na escada? Você escolhe.

As mãos cicatrizadas de Azriel correram pelo tecido do robe que Gwyneth usava para cobrir seu corpo, subindo perigosamente pelo seus quadris até pararem em sua cintura. A valquíria fechou os olhos, engolindo em seco, sentindo a pele esquentar onde os dedos do encantador passavam.

— Todos parecem bastante cativantes. — Sua voz saiu fraca, porém arrastada o suficiente para fazer com que o toque de Azriel se firmasse em sua carne.

A risada sombria que atingiu seus ouvidos a fez abrir os olhos. O rosto do encantador estava perto o suficiente para que ela sentisse a respiração quente contra sua bochecha. E Gwyneth quis nadar naqueles olhos avelãs, parecendo ainda mais âmbares com a luz do sol refletindo em sua pele amarronzada.

Gwyn levou uma das mãos até a bochecha de seu parceiro, inclinando para beijá-lo de leve. Azriel sorriu antes de corresponder o beijo, suas mãos envolvendo sua cintura e puxando seus corpos até eles de fato colarem.

Beijá-lo sempre parecia uma experiência nova, e ela não se importava em se deixar levar na perdição que eram os beijos de Azriel, em como ele parecia transportá-la para outro plano toda vez que suas línguas se entrelaçavam e se tocavam, como se fosse a primeira vez que se encostavam.

Ele partiu o beijo, mordendo o lábio inferior da sacerdotisa antes de se separar de fato. Gwyn deixou um suspiro escapar antes de abrir os olhos e encará-lo novamente.

— Preciso ir à Casa do Vento.

— Por quê? — Gwyn franziu o cenho.

— Você disse que conseguiu férias para nós dois... — Azriel respondeu, ainda segurando sua cintura. — Tenho que pegar roupas, não tenho nenhuma aqui, levei todas para a Casa.

— Não me importo que fique sem elas. — Gwyneth sussurrou risonha quando desceu as mãos para seus ombros.

Azriel soltou uma risada baixa, negando com a cabeça.

— Indecente. — Ele murmurou, beijando-a mais uma vez antes de olhá-la com a sobrancelha arqueada. — O que aconteceu com minha doce e inocente Gwyneth?

— Ainda está aqui. — respondeu com um sorriso sugestivo. — Só aprendeu a morder e arranhar, Encantador.

— É... Aprendeu a choramingar e a implorar também. — O Mestre-Espião deixou o canto da boca se repuxar, uma de suas mãos subindo até a nuca de Gwyn. — Perfeitamente equilibrado.

Gwyneth exalou um longo suspiro antes de sentí-lo a puxar para mais perto, colando seus lábios em outro beijo desejoso. A sacerdotisa envolveu o pescoço do encantador com os braços, aprofundando o beijo e subindo na ponta dos pés para alcançá-lo melhor. Mesmo sendo alta para a maioria das feéricas, Azriel ainda era bem maior em compensação a ela.

Seu parceiro partiu o beijo, antes que voltassem a ficar sem as poucas roupas que os cobriam.

— Volto logo. — Se afastou para que pudesse enxergar os olhos da sacerdotisa. — Não bote fogo na casa tentando fazer mais um bolo.

Gwyneth o acertou com um murro no ombro, fechando a cara para o encantador. Azriel deixou um ensaio de risada sair de seus lábios.

— Idiota. — resmungou. — Saiba que não vou mais tentar fazer comida nenhuma para você, engraçadinho.

— Ainda bem. — Azriel respondeu espremendo os lábios para conter a risada.

E antes que Gwyneth pudesse o acertar novamente, o encantador sumiu em meio às suas sombras, atravessando para a Casa para pegar suas roupas. A valquíria xingou baixinho, enquanto encarava o resquício daquele poder sombrio e misterioso pairando ali na sala.

Gwyn riu fraco, seguindo em direção às escadas para tomar um banho, sem se preocupar em esperar seu parceiro voltar. Sabia que seria questão de segundos até que ele organizasse tudo e voltasse.


𓆩*𓆪


Gwyneth demorou um pouco no banho, e quando desceu vestindo calças e uma blusa confortável, ainda não tinha nenhum sinal de Azriel na casa. Franziu o cenho, se perguntando o porquê da demora, mas preferiu apenas deixar aquilo para lá, ela sabia que existia uma micro possibilidade dele ter parado em seu quarto e dado algumas lidas nos relatórios atrasados, o conhecia bem o suficiente para saber que por mais que permitido o descanso, Azriel nunca parava de fato.

Tentou ficar com aquele cenário, mas não conseguiu, pois Gwyneth também funcionava assim. Odiava sentir que estava fugindo de seu trabalho, dos seus compromissos, mesmo sabendo que merecia o descanso e a paz de dividir aqueles momentos com Azriel, antes de voltarem para o caos e para guerra que não os esperaria.

A sacerdotisa encarou o enorme piano preto que enfeitava o canto da enorme sala. Apesar de estar vazia há algum tempo, com apenas Morrigan vindo ficar alguns dias ali, a casa não parecia empoeirada ou abandonada. E a sacerdotisa imaginava que Rhysand e Feyre provavelmente possuíam alguns criados para continuar mantendo o antigo lar deles bem cuidado e limpo.

Ela não pensou muito enquanto descia as escadas em direção ao piano, sentindo saudades de cantar e de tocar, sentindo saudades de sentir a música envolvendo seu corpo e a transportando para um lugar completamente diferente da realidade. Passou a mão no instrumento, notando sua elegância. Com certeza custara caro, já que era feito do melhor material. A madeira parecia alguma espécie de carvalho antigo, revestida por ébano escuro como a noite. O piano brilhava com a luz que batia contra ele, como se tivesse sido lustrado e polido há pouco tempo.

Gwyneth abriu cuidadosamente o compartimento que escondia as teclas brancas, deslizando o dedo indicador por elas como se as testasse antes de se aventurar nos sons que aquela obra podia fazer. Ela se sentou no banco acolchoado e ajeitou a coluna, estralando os dedos.

Não foi difícil tecer as primeiras notas, como se aquela melodia já estivesse fixada em sua mente e alma. A escutava o tempo todo, a todo momento que estava perto de Azriel, ou pensando nele. Aquela cantoria baixa e misteriosa sempre a acompanhava, como se tocasse apenas nos seus ouvidos, como se repercutisse apenas nas paredes de seu peito.

A sacerdotisa deixou que os dedos deslizassem pelo instrumento, espontâneo e involuntariamente. Era quase que natural e a música que o piano entoava lindamente, fazia algo dentro dela brilhar da mesma maneira que a primeira luz no começo do mundo e da vida. Tão puro e tão perfeito, que Gwyneth jurou sentir seus ossos tremerem.

Ela cantarolou baixinho junto com as notas que apertava, repetindo aquela sinfonia que tocava em seu peito, fazendo seu coração bater mais forte e a impulsionando a continuar a tocar e a tocar, como se sua vida dependesse daquilo. E o som tomou conta de todo cômodo, de seus sentidos e de sua mente, a levando para longe da realidade.

Só parou quando o barulho da porta se abrindo interrompeu seu transe, fazendo com que ela parasse de apertar as teclas do piano lentamente, deixando a música se perder no silêncio. Azriel entrou pelo arco da sala a observando com um sorriso ameno e apaixonado no rosto, ela sorriu de volta suspirando e colocando as mãos no colo.

Seu parceiro tinha uma bolsa em uma de suas mãos, além de um tipo de bandeja embrulhado na outra. O cheiro delicioso de comida invadiu suas narinas, fazendo com que ela franzisse o cenho.

— Você demorou... — Gwyneth observou ele deixar a bolsa no sofá de linho e colocar a comida no centro da mesa. — O que é isso?

O encantador caminhou até ela, usava roupas casuais agora, mas o preto costumeiro continuava presente. Ela tirou um momento para observá-lo daquela maneira, já que era tão difícil vê-lo sem os couros illyrianos e os Sifões em suas mãos.

Sempre ficava feliz em ver suas lindas mãos expostas, sem nada para tampar até mesmo os míseros pedaços de sua pele.

— Passei em Sevenda para pegar nosso almoço, precisei esperar um pouco até ficar pronto. — Azriel respondeu parando ao seu lado. — O que estava tocando?

— Nada demais. — voltou a olhar para o piano. — Estava matando o tempo.

— Toque de novo. — O encantador se sentou ao seu lado no banco, com as coxas musculosas ocupando grande parte do assento. — Por favor.

Os olhos âmbares de Azriel encontram com os dela, um brilho diferente se instalando em suas orbes, fazendo todo o seu corpo estremecer. Ela sorriu de leve, ajeitando a postura novamente, os dedos esguios da sacerdotisa voltando para as teclas brancas.

Tocou as mesmas notas que havia tocado antes dele chegar, subindo o tom devagar. Os olhos azuis se fixaram no caminho que a própria mão fazia, tocando o instrumento com precisão e agilidade, enquanto a música voltava a tomar conta do cômodo. Azriel também parecia estar com atenção fixada em seus dedos, suas sombras rodeando os dois, dançando entre o pouco espaço entre eles.

E antes que Gwyneth pudesse se preparar, ela observou Azriel levar as mãos até o outro lado do piano, completando a melodia com notas mais graves. Ela olhou abismada para ele, sem entender como ele sabia exatamente quais teclas apertar, como acompanhava a melodia perfeitamente, completando-a de maneira impecável. Os olhos concentrados de seu parceiro olharam de relance para ela, um sorriso ameno surgindo em sua boca, antes de voltar a atenção para as próprias mãos.

Mesmo admirada com a habilidade de Azriel, Gwyneth continuou seguindo, apertando as notas mais agudas, que se misturavam sublimemente com o tom contrário de seu parceiro. Trocaram olhares mais uma vez, aumentando o ritmo de seus dedos e fazendo com que a música atingisse seu ápice. Aquela luz em seu peito brilhou plenamente, tomando todos os cantos escuros em seu interior, irradiando calor em cada parte fria de seu ser. As sombras de seu parceiro dançavam, como se fossem capazes de enxergar a forma das notas, rodopiando em volta deles e do enorme piano.

Ela sorriu, acompanhando Azriel quando seus dedos tocaram as teclas mais perto do lado da sacerdotisa, mostrando a prática e aptidão que ele tinha com o instrumento, Gwyneth não conteve a gargalhada baixa que escapou de seus lábios, sentindo uma felicidade genuína invadir o seu corpo ao tocar do lado de seu parceiro, ao sentir o conforto daquela melodia que pertencia apenas a eles.

Gwyneth entreabriu os lábios novamente. Ela sentiu o corpo queimar de dentro para fora, como se aquele poder reluzente que corria em suas veias quisesse se fazer presente. E quando voltou a olhar para as próprias mãos, notou que não havia conseguido mantê-lo dentro do próprio corpo.

Sua pele cintilava e brilhava, mais do que em qualquer momento que havia se iluminado.

Os dedos diminuíram o compasso aos poucos, a canção se perdendo novamente no vazio, enquanto eles paravam lentamente, Gwyneth exalou um longo suspiro, sentindo os olhos arderem quando apertou a última tecla e finalizou a música, junto com Azriel.

Ela entreabriu a boca ainda em choque, notando agora o peso que aquele momento teve para ela, no quanto estava grata por ter vivido aquilo. Os olhos azul-mar de Gwyneth alcançaram os olhos de bronze de Azriel, enquanto fechava e abria os lábios tentando formular alguma palavra, alguma frase, mas o encantador parecia ocupado demais observando o brilho em seu corpo para se importar se ela estava sem palavras.

O encantador sobrepôs sua mão incandescente, apertando-a de leve. Ela fechou os olhos, tentando se concentrar, tentando achar aquele fio do seu poder em seu interior e o controlá-lo, o mostrar quem estava no comando, ordenando que ele permanecesse em suas veias.

E quando abriu os olhos, sua pele já tinha voltado para a coloração branca habitual. A sacerdotisa voltou a olhar para o parceiro.

— Você escuta também? — Foi o que ela conseguiu perguntar.

— Sim. — respondeu, a voz em um tom baixo, quase que sussurrado. — Toda vez que penso em você... Toda vez que olho para você.

Por Deuses, Gwyneth quis chorar com aquela confissão. Azriel aparentou perceber a emoção em seus olhos, pois lhe ofereceu um sorriso complacente, praticamente a dizendo que sentia a mesma vontade.

— Escutei a primeira vez naquele dia do Solstício, enquanto descia as escadas para voltar para Casa. Uma cantoria baixa e linda, achei que pudesse ser você cantando, mas parecia tão próximo, tão familiar... — Ele começou. — Minhas sombras também pareciam escutar, até porque foi naquele dia em especial que notei como dançavam ao seu redor.

Azriel abaixou a cabeça, respirando fundo. Parecia ressentido de algo.

— Eu estava muito cego aquela época, e tentei apagar qualquer sinal que me foi dado. — O encantador voltou a olhá-la. — Mas, mesmo eu tentando afundar o sentimento que senti ao seu lado naquele dia... No fundo eu sabia que algo havia mudado, que algo havia se encaixado, no fundo eu sabia que você era bem mais do que eu poderia imaginar, Gwyn.

Gwyneth espremeu os lábios um contra o outro, tentando impedir as lágrimas de se derramarem.

— Fiquem na defensiva porque fazia muito tempo que alguém não me tirava da zona de conforto igual você fez, me senti estranhamente confortável naquela conversa simples que tivemos e fui dormir tão tranquilo depois, até mesmo minhas sombras ficaram mais calmas. E eu não queria aquilo, não queria aceitar que você tinha sido o motivo para isso, então tentei esquecer, tentei não pensar nos motivos que me levaram a pensar em seu sorriso e nos seus olhos no dia seguinte.

Azriel sorriu fraco.

— Mas, depois daquele dia, senti que você estava mais leve comigo nos treinos, e que naturalmente acabamos nos entendendo, do nosso jeito de se entender. — O encantador deixou escapar uma risada.

— Nosso jeito consiste em você me provocando e eu querendo esfolar o seu rosto na pedra? — Gwyn arqueou uma sobrancelha, e a gargalhada que saiu dos lábios de Azriel encheu seu peito novamente.

— Sim. — respondeu. — Exato.

O Mestre-Espião levou a mão da valquíria até a boca, beijando os nós de seus dedos.

— Eu sempre escutei a nossa música, Gwyneth. — sussurrou, sorrindo de leve. — Mas agora mais do que apenas a música, escuto uma sinfonia completa. Um concerto inteiro, apenas para nós dois.

Gwyn deixou a lágrima que segurava escorrer em sua bochecha, Azriel se apressou para limpá-la com o polegar, beijando o local logo depois.

Aquilo era deles. Para eles e unicamente deles. A cantoria que vibrava por aquele laço, a canção que tocava entre aquelas duas almas antes perdidas, e a melodia que faziam suas próprias essências dançarem, levando-os até o encontro de seus corpos, os unindo como um só. Os mesmos acordes, as mesmas notas, os mesmos passos.

A sacerdotisa se inclinou, segurando o rosto de Azriel nas mãos e o beijando. Com carinho e amor, com todo aquele sentimento que transbordava de seu peito e a fazia quase se afogar em meio a tantas sensações distintas.

O encantador partiu o beijo delicado, sorrindo de volta para ela, levando a mão até o bolso de sua calça e tirando dois papeizinhos amarelados de dentro, estendendo na altura de seu rosto.

— Talvez por ironia do destino eu tenha comprado isso para essa noite. — olhou para os papéis. — Dois ingressos para o show da orquestra mais respeitada de Velaris.

— O quê? — O rosto de Gwyneth se iluminou, os olhos saltando. — Está falando sério?

— Sim. — Azriel respondeu, o canto dos lábios curvando para cima. — Você disse que seu sonho era ir até o teatro, e hoje era o último dia do show deles, não queria que você perdesse a oportunidade... Ainda mais com a guerra tão perto de nós.

Gwyn jogou seus braços no ombro do encantador, o abraçando com força. Azriel se desequilibrou um pouco com o impacto, mas sua risada baixa não indicou nenhum incômodo. Sentiu os braços fortes do Mestre-Espião envolver sua cintura e os lábios tocarem seu ombro levemente, em um beijo brando.

— Obrigada, Az. — sussurrou, ainda presa naquele abraço. — Obrigada.


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Gwyneth se olhou no espelho uma última vez, observando o vestido que o seu parceiro tinha comprado para ela. Era um evento de pessoas que possuíam dinheiro, ela sabia disso, e sabia que sempre vestiam roupas de gala para aqueles tipo de concertos. Mesmo assim, se sentia muito mais requintada naquele vestido do que jamais seria na vida, embora que seus cofres agora tivessem uma quantia obscena de dinheiro para fazê-la sustentar o peso daquela roupa.

E a sacerdotisa ficou chocada que Azriel provavelmente havia gastado um dinheiro exorbitante quando comprara aquele vestido para ela naquela tarde. Ficou ainda mais chocada ao descobrir que havia servido perfeitamente.

A peça tinha alças finas e era de azul marinho estonteante, era costurada em um tecido de organza transparente azulado, que deixava o caimento mais leve e esvoaçante. Na organza, várias pequenas pedras incrustadas, fazendo com que ele brilhasse levemente quando ela se movia.

Ela prendeu o cabelo em um coque elegante, deixando apenas as duas mechas de sua franja soltas, a orelha ela enfeitou com o brinco de pedra delicado que Azriel também havia trago para ela como "presente".

Riu fraco quando percebeu o motivo da demora do encantador e como foi incapaz de desconfiar que ele faria algo daquele tipo para ela naquela noite. Ela alegara que não precisava daquilo tudo, mas seu parceiro fez questão de explicitar que era uma forma deles comemorararem a parceria, então Gwyneth apenas aceitou e parou de questioná-lo.

— Gwyn? Está pronta? — escutou a voz de Azriel no andar debaixo.

— Só um minuto, por favor. — gritou para que ele conseguisse escutar e voltou a olhar para o espelho, passando a mão no vestido com cuidado.

Deu uma olhada no rosto. Havia passado pouca maquiagem, apenas as que conseguiu achar no quarto que Morrigan normalmente dormia. Deixou as bochechas levemente rosadas, os lábios em um tom um pouco mais escuro, e pintou os cílios com a tinta preta, os deixando maiores do que já eram. Mesmo assim, se achou bonita quando encarou seu reflexo.

Sem pensar demais ela caminhou em direção a porta, seguindo até as escadas e descendo-a devagar. Ela encontrou a silhueta de Azriel balançando o corpo de costas para ela, como se aquilo o fizesse matar um pouco do tempo. Quando escutou o barulho dos saltos de Gwyneth contra a madeira, ele se virou.

E Gwyneth precisou segurar no corrimão com mais força ao ver o quanto Azriel estava maravilhoso. Ela nunca o tinha visto tão formal em toda sua vida, talvez apenas um pouco no dia da cerimônia de Cassian e Nestha, mas nunca daquela forma. Ele vestia um casaco preto de alta costura, talvez feito pelo melhor alfaiate daquela Corte. Havia bordados em um tom escuro de cinza em suas mangas e lapelas. A calça também era elegante e bem costurada, por debaixo do casaco vestia um colete combinando com o casaco, e a camisa social branca era o respiro no meio de tanto preto.

Os cabelos negros estavam jogados para trás, mas aquela mecha teimosa sempre se fazia presente em sua testa, o deixando ainda mais bonito. Sentiu aquele calor tomar conta do seu corpo, enquanto chegava no final da escadaria.

Azriel a olhava como se ela tivesse sido a responsável por colocar as estrelas no céu, e mesmo depois de um tempo já se acostumando com os olhares do encantador, ela ainda corava quando ele a olhava de cima para baixo, como se tentasse memorizar suas curvas.

— Você é a coisa mais linda que já botei os olhos. — sussurrou, ainda a observando como se estivesse em um transe.

Gwyneth sorriu envergonhada.

— Você também está lindo, Encantador. — Gwyn aceitou a mão que ele estendeu para ela, exalando um longo suspiro ao descer os olhos pelo corpo de seu parceiro. — Tem certeza que é uma boa ideia sairmos no meio desse frenesi?

A pergunta foi sincera. Apenas alguns segundos longe dele para se arrumar e já sentia vontade de pregá-lo na parede e implorar para que ela tomasse mais uma vez, mesmo eles aproveitando o banheiro há praticamente minutos atrás.

— Achava que sim, até ver você com esse vestido. — Azriel respondeu, engolindo em seco e erguendo os olhos até os dela. — Você vai virar a atração daquele lugar e eu serei obrigado a assassinar todos que olharem para você.

Gwyneth riu, negando com a cabeça.

— Acha que conseguimos nos controlar?

— Não sei. — O seu parceiro respondeu sinceramente. — Mas, irei tentar. Não quero estragar a experiência para você, por isso comprei o camarote privativo.

— Eu realmente não quero que você estrague esse casaco manchando-o de vermelho, então se controle, por favor. — Gwyneth riu.

— Então o problema não é eu me tornar um besta territorial sanguinária, mas sim manchar minha roupa com o sangue?

O Mestre-Espião ergueu uma sobrancelha, o que a levou a mais uma série de risadas. Azriel envolveu a mão de Gwyn em seu braço, preparando para atravessá-los para o teatro principal de Velaris, no coração da cidade.

— Eu já estou acostumada com a besta territorial sanguinária. — Gwyneth deixou um sorriso brincalhão surgir em seu rosto. — Mas, não estou acostumada em ver você com essa roupa, então sim, esse é o problema.

Azriel gargalhou, suas sombras rodopiando em volta dos dois, antes de acumularem para atravessá-los, os levando até o primeiro show da vida de Gwyneth. E ela tinha certeza que seria inesquecível.


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Esperaram na fila exclusiva para os camarotes, o braço de Azriel envolto em sua cintura, apertando-a fortemente como se gritasse para os outros: minha, minha, minha. E Gwyneth realmente começou a se preocupar com a tal besta territorial e sanguinária quando Azriel encarou um macho que passou perto demais dela, a encarando com os olhos curiosos. Aqueles olhos antes tão quentes se tornaram frios como a noite mais longa de inverno, fazendo com que ela notasse aquela feição dura e impassível que transmitia nada além de morte pura em todos os sentidos.

— Acalme-se. — Gwyneth fez ele desviar os olhos do coitado do macho para encarar seus olhos.

A única coisa que obteve como resposta foi um grunhido. Azriel trocou o peso nos pés, e quase respirou aliviado quando entraram no teatro, seguindo os enormes corredores até o segundo andar, onde as cabines privativas ficavam. A mão em sua cintura não relaxou, e o encantador travava o maxilar com tanta força, que Gwyneth achou que em algum momento quebraria.

Quando o funcionário feérico indicou a cabine deles, abrindo a cortina vermelha para que pudessem entrar, Gwyn conseguiu respirar tranquilamente, sabendo que o macho já não seria mais um problema, e que os dois estavam a sós.

Ainda faltavam alguns bons minutos para o show começar quando se sentaram nas cadeiras acolchoadas e ornamentadas do camarote. As feições de Azriel ainda estavam endurecidas, e os olhos encaravam o piso inferior como se estivesse em uma caça, procurando pela presa que sofreria em suas mãos. A sacerdotisa tocou no rosto do parceiro, levando a atenção dele até a ela.

— Azriel... — Ela conseguiu observar o músculo de sua mandíbula enrijecendo. — Se acalme, por favor.

— Estou tentando. — respondeu entredentes.

Gwyneth respirou fundo, olhando para os lados, tentando pensar em algum jeito de aliviar a tensão nas veias de Azriel. Ela passou as unhas pelo pescoço do encantador, e pôde jurar que o viu estremecer.

A sacerdotisa se inclinou em sua direção, deixando a respiração bater contra aquela área exposta, sentindo seu corpo esquentar como se estivesse perto demais de um vulcão em erupção.

— Sou sua, Azriel. — sussurrou contra seu ouvido. Gwyneth observou o encantador fechar os olhos, segurando os braços da cadeira fortemente. — Quer que eu te prove o quanto sou sua?

O Mestre-Espião abriu os olhos, arqueando uma sobrancelha, mas não a respondeu. A valquíria observou a saliva descer cortando pela garganta do seu parceiro. Ela apoiou as mãos na coxa torneada de Azriel, subindo lentamente até o volume em sua calça. A respiração do encantador falhou, levando os olhos acastanhados até a mão de Gwyn.

— Gwyneth...

Shh... Me deixe provar para você. — Sua voz soou em um tom arrastado e sensual, Gwyn não sabia que era capaz de atingir aquele tom.

A sacerdotisa não esperou mudar de ideia e se ajoelhou em frente ao seu parceiro, que saltou os olhos no mesmo segundo em que as duas mãos de Gwyneth subiram pela sua coxa de forma vagarosa.

— Ah, porra... — Ele sussurrou jogando a cabeça para trás, como se não acreditasse no que estava prestes a acontecer, voltando a encará-la em seguida.

Seus dedos trabalharam nos botões de sua calça, não demorando muito para afrouxar a peça no corpo do encantador. Arrastou a mão na rigidez já evidente do Mestre-Espião, fazendo com que ele mordesse o lábio evitando um grunhido.

Ela observou a mão de Azriel deslizar do braço da cadeira até o seu queixo, o levantando de leve, devorando a visão dela ajoelhada em sua frente. Ela ergueu os olhos em direção aos de Azriel, que a encaravam com tanta lascívia que Gwyneth sentiu que a qualquer momento entraria em combustão apenas com aquele simples gesto. Seu olhar queimava como o sol no verão mais quente da história.

— Vão nos ouvir. — sussurrou, as feições ainda atônitas.

— Que ouçam. — Gwyn respondeu, deslizando os dedos até a barra da calça, a arrastando para baixo lentamente, fazendo-o segurar um ruído mais uma vez.

Seu corpo tremeu quando o pau de Azriel se pôs para fora, expondo o que ela tanto ansiava. Deuses, ela nunca se acostumaria com aquilo. Sua boca salivou e ela precisou engolir em seco para não molhar o chão acarpetado do teatro.

E Gwyneth não esperou muito para envolvê-lo em seus lábios, fazendo o corpo de seu parceiro arquear na cadeira. Se forçou a sufocar o gemido que quis sair de sua boca quando sentiu o seu gosto, quando Azriel pulsou em sua língua, totalmente entregue a ela.

Mas seu parceiro não conseguiu evitar o grunhido baixo que escapou, e aquilo foi o estopim para que ela intesificasse os movimentos.


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Azriel observou a garota fechar os olhos enquanto passava a língua por toda sua extensão, o lambuzando de forma enlouquecedora. Precisou morder os lábios até sentir o gosto de sangue tomar a sua língua, evitando um ruído de sair de dentro dele, apertando os olhos com o prazer que o invadiu quando ela o colocou quase que inteiramente na boca.

Deuses, toda vez que aquela boca deliciosa deslizava por ele era uma passagem de ida para o paraíso.

E ainda havia aquela adrenalina de estar sendo chupado em público que só deixava toda a situação mais indecente e satisfatória. Azriel queria fodê-la ali mesmo, queria que se perguntassem de onde vinha os barulhos e o cheiro.

Gwyneth envolveu a mão em seu membro e sincronizou os movimentos com a boca, podia jurar que viu estrelas quando a sacerdotisa acelerou, correndo sua mão e sua boca por toda sua extensão, a língua se movendo e o molhando com a saliva.

Cacete, Gwyn. — Azriel gemeu baixo entredentes, firmando a mão em seus cabelos presos, sabendo que os bagunçaria. — Olhe para mim.

Murmurou, tentando ser o mais silencioso possível, já que o show ainda não havia começado e o único barulho no teatro era o das pessoas se sentando e conversando.

Ela levantou aqueles olhos azuis como o oceano em sua direção, enquanto o chupava como se fosse a última coisa que faria na vida. Ele precisou se segurar no braço da cadeira, pois apenas aquela visão era capaz de fazê-lo gozar.

Gwyneth parou com os movimentos aos poucos e o segurou com força, fazendo com que um gemido baixo e sôfrego escapasse de seus lábios. Ela sorriu perversamente, passando a língua por toda extensão até chegar na ponta, focando naquela parte e deixando as mãos fazerem o trabalho pela base de uma forma delirante que o fazia chegar ao máximo do prazer.

— Porra. — xingou, travando o maxilar. — Essa boca foi feita para mim.

Ele jogou a cabeça para trás, abrindo mais as pernas e deixando que Gwyneth quase o engolisse por completo. Queria foder sua boca, queria investir contra ela até que fosse jogado naquela queda livre que era o sexo com Gwyn. Apertou os dedos em seu cabelo, sentindo os movimentos de sua parceira aumentarem o ritmo e a intensidade.

Céus, ele precisou de todo controle que tinha no seu corpo para não rosnar, para não gemer alto e fazer aquela plateia escutar o que sua parceira causava nele.

Não sabia dizer se foi a adrenalina, se foi o frenesi, se foi a maneira absurda que Gwyneth chupava o seu pau, se foi a possibilidade de alguém estar os assistindo naquele momento e desejando ser os dois, mas Azriel sentiu aquela pressão se formando em seu baixo-ventre, os seus dedos se flexionando dentro dos sapatos, assim como os músculos escondido pelas roupas.

— Senhores? Desejam alguma coisa, água, vinho, algum aperitivo? — escutou uma voz por detrás da cortina que adornava a cabine, fazendo com que ele engasgasse em surpresa.

Mas, Gwyn não diminuiu o ritmo, nem mesmo teve piedade dele quando apertou suas mãos na base, subindo a boca até a cabeça. Ela o encarou, os olhos azuis cintilando em um comando para que respondesse o atendente deles.

Tombou a cabeça mais uma vez, a veia em seu pescoço saltando quando se forçou a falar:

— N-Não. — coçou a garganta, se segurando para não gemer, sentindo Gwyneth apertá-lo ainda mais. — Muito... Muito obrigado.

— Certo. — A voz do atendente pareceu receosa. — Se precisarem de algo é só balançar o sininho na mesinha ao lado de vocês, bom concerto para vocês.

— Obrigado. — respondeu entredentes, escutando os passos sumirem aos poucos.

Voltou os olhos para sua parceira, os dedos presos nos fios dos cabelos, bagunçando o coque que ela tinha ajeitado com tanto cuidado. Gwyneth gemeu baixinho quando ele arqueou os quadris, se ajeitando na cadeira mais uma vez.

Ela deslizou as mãos rapidamente pela sua rigidez, fazendo com que ele arfasse, sentindo o orgasmo cada vez mais próximo. Fechou os olhos  no mesmo segundo em que sentiu a língua passar por aquela fenda que já acumulava seu líquido, e aquilo foi o suficiente para que ele se derramasse na boca de Gwyn, sufocando o rugido que quis sair de seus lábios, sentindo os músculos relaxarem em segundos, a respiração ainda ofegante e pesada.

Abriu os olhos a tempo de ver a sacerdotisa engolir todo seu alívio com um sorriso malicioso repuxando o canto do lábio. Ele observou atentamente Gwyneth limpar o canto da boca, se levantando devagar, antes das luzes feéricas baixarem até atingir uma meia-luz.

O show iria começar.

Mas, Azriel sentia que já havia assistido o verdadeiro espetáculo.



Putaria e fofura, quem não ama? Estou no momento chorando de todas as maneira possíveis (rsrs) 

Espero que agora vocês estejam bastante satisfeitos com esse frenesi, e parem de me macetar por não ter escrito mais sexo desses dois no último capítulo KKKKKK 

Enfim não vou tomar muito o tempo de vocês pois o capítulo ta enorme e monstruoso, então, já sabem... Se gostaram, então deixa um favoritei e comentem bastante que isso me motiva muito a escrever e ajuda a história a crescer. 

JÁ SOMOS 126K MEU DEUS, SURREAL ISSO AQUI PESSOAL! Obrigada por todo carinho, e me perdoem pela demora, estou no final do semestre da faculdade, tomando muito no c* e chorando KKKKK é isso, até o próximo. <3

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