𝟰𝟰. 𝗕𝗔𝗧𝗧𝗟𝗘 𝗖𝗥𝗬

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Os outros Grão-Senhores estavam claramente confusos com as palavras de Lucien. Havia uma incerteza que pairava no ar, e mesmo com as paredes de gelo, o cômodo parecia mais quente do que era possível considerar normal em um local onde era inverno todos os dias do ano. A presença de Lucien parecia esquentar o ambiente, Azriel não sabia dizer se era pela herança do fogo de sua mãe, ou pela luz cálida como o sol que também corria em suas veias que vinha de seu pai.

O encantador não simpatizava com o herdeiro, mas seria baixo até mesmo para ele negar o poder que ele carregava. A família de Kendra era reconhecida pela força do fogo, e Helion era, provavelmente, um dos senhores mais poderosos que já havia pisado nas terras de Prythian. Era uma mistura imbatível, e até mesmo perigosa, para ser sincero. Seria de uma tolice imensa questionar o título de Lucien, ou suas intenções.

— Seu pai... Beron? — Kallias parecia desconfiado, o encarando como se estivesse esperando algo explodir no centro do salão de reuniões.

Lucien, no entanto, tinha as feições tranquilas e quase entediadas, caminhando em direção ao lugar que estava reservado para seu pai, a mão ainda entrelaçada na da parceira. Todos os olhos estavam fixados nas duas figuras elegantes que se sentavam à mesa.

— Não. — Impressionantemente, a voz que ecoou pelas paredes de gelo pertencia a Elain. — O pai dele: Helion, Quebrador de Feitiços.

O fôlego escapou da boca de alguém e Azriel percebeu que pertencia à própria Grã-Senhora da Invernal. Viviane tinha os olhos azuis vidrados em Lucien, que arrastava a cadeira de Elain para que ela se sentasse e colocava a capa de pele de coelho apoiada nas costas da própria cadeira, esticando as mangas do casaco até os cotovelos, revelando os dois antebraços fortes.

— É impressão minha ou está um pouco quente aqui dentro? — O ruivo tinha um pequeno sorriso nos rostos enquanto se sentava, soltando um longo suspiro. — Então, onde estavam?

Mas todos estavam quietos, ainda assimilando tudo que haviam escutado.

— Helion? Você é filho de Helion? — Tarquin se ajeitou na cadeira, desconcertado com a informação.

— Sou. — respondeu Lucien. — Por mais que discutir a minha origem pareça divertido, vim aqui com o objetivo de representar meu pai, e creio que isso seja tudo que precisam saber. Então, acho que não precisamos estender muito o meu atraso se todos estiverem de acordo, não é?

A Archeron do meio conteve um sorriso no rosto, encarando Lucien com um tipo de brilho diferente nos olhos. O cheiro da parceria que já era perceptível, se tornou quase que palpável e um choque leve se instalou nas suas feições quando reparou no que aquilo significava.

Elain havia aceitado o laço. O herdeiro e a clarividente eram, oficialmente, parceiros.

Azriel olhou de relance para Nestha, que tinha os lábios levemente curvados para cima, como se também tivesse notado o laço firme que parecia envolver sua irmã. O Mestre-Espião duvidava que alguém naquele cômodo não tenha reparado, já que o fio que ligava os dois sempre fez questão de se mostrar forte, mesmo quando ainda estavam separados.

— Desculpe, Lucien, mas tenho certeza que pode compreender nosso choque — Kallias tombou a cabeça, analisando-o. —, há menos de cinco minutos não sabíamos nem que Helion tinha um filho, e muito menos que o filho em questão era você, que até pouco tempo atrás era o sétimo filho do macho que está iniciando uma guerra no nosso território. Talvez alguns minutos para absorver a informação sejam necessários...

— Há quanto tempo estão escondendo isso? — A voz de Tarquin tomou o ambiente.

— Helion descobriu há pouco tempo, assim como eu. — Lucien parecia incomodado com o rumo que a conversa estava tomando. — Sou príncipe herdeiro da Corte Diurna e voltei para casa têm pouco tempo, não escondemos nada, só estavámos ocupados demais tentando pensar em uma maneira de evitar danos severos à nossa Corte com os navios que navegam em direção à Solaria com o único objetivo de destruir a cidade, e é por esse motivo que meu pai não pôde estar aqui, apenas acho que seria bem mais valioso que gastássemos nosso tempo discutindo o que realmente vale a pena.

Bom, era quase indiscutível a imponência que o filho do Senhor da Diurna carregava na voz. Aquele macho soturno e inseguro havia desaparecido completamente, dando lugar para um líder que Azriel não imaginou que veria em algum momento da sua vida.

— Creio que já saibam as intenções de Beron... — Lucien puxou o fôlego para continuar a falar, mas os rostos confusos dos Grão-Senhores o alertou que não haviam chegado tão longe na reunião. — Você não explicou?

O herdeiro olhou para Rhysand com a sobrancelha erguida, o seu Grão-Senhor apenas deu de ombros, parecendo se divertir com o choque no rosto dos outros presentes.

— Estávamos esperando o representante de Helion chegar. — Rhys passou a mão no queixo, se ajeitando na cadeira. — Se quiser fazer as honras...

Lucien e Rhysand fizeram um pequeno resumo da situação, explicando do envolvimento de Beron com Koschei e em como vem conquistando exércitos de aliados com o objetivo de expandir o território da Outonal e subir no poder de Prythian. Relataram sobre a criação dos Ardamors e da possibilidade de Beron estar caçando feéricos inferiores com a intenção de aprimorar as habilidades das bestas, também salientaram a importância de ficarem atentos já que era com aquelas criaturas que Beron conseguiu a aliança forçada de Thesan e Tamlin, aumentando ainda mais suas forças.

Tarquin, Kallias e Viviane sabiam pouco sobre o Deus preso no lago. No monstro qual o sangue corria em suas veias. Azriel engoliu em seco, tentando evitar a sensação de nojo que subiu do seu estômago até sua garganta, fazendo a bile queimar de uma maneira insuportável na sua língua.

Sentiu os dedos de Gwyneth roçarem de leve sua mão e respirou fundo. Sua parceria provavelmente havia sentido sua angústia e Azriel nunca ficara tão grato por ter Gwyn ali com ele, fazendo suas feições suavizarem e deixando o seu peito mais leve.

Muitas coisas ficaram de fora da discussão, a grande maioria das coisas ligadas a profecia e os feéricos estrelados. Tudo ainda estava muito recente, nada era completamente claro e preciso, e enquanto não tivessem certeza das intenções de Koschei e dos seus planos, era melhor que permanecessem calados, principalmente com os Tesouros Nefastos envolvidos na história.

— Sei que pode parecer muito, mas esse ataque à Corte Diurna será apenas o primeiro de muitos. — Lucien começou, fazendo um carinho com o polegar nas costas da parceira. — Peço que se juntem a nós, que lutem pela minha Corte e me ajudem a proteger Solaria. Faço meu juramento e a promessa de que lutarei com vocês quando o alvo for a família de vocês, o lar de vocês...

— A verdade é que não temos para onde fugir. — Rhysand completou. — E mesmo se tivéssemos essa opção, não faríamos. O ataque iminente à Solaria não afetará apenas a Corte Diurna e sim Prythian como um todo. Precisamos juntar nossas forças, precisamos nos levantar não apenas em nome de nossas Cortes, mas de todo território.

— Sabemos disso. — Kallias confirmou com a cabeça. — Uniremos nossas forças e lutaremos ao lado da Corte Diurna.

— E o acordo com a Corte Outonal? — Viviane perguntou, se endireitando na cadeira. — Precisaremos de mudanças na política comercial.

— Nossas relações comerciais com a Outonal tiveram como único objetivo o estabelecimento da paz no território de Prythian, foi o que todos nós concordamos quando assinamos aquele tratado após os séculos na Primeira Guerra. Se ele não está contribuindo para que a paz continue reinando em Prythian então não devemos nada à ele e a sua Corte.

A voz de Kallias inundou o cômodo. Azriel conseguiu observar o aceno positivo que Tarquin fez com a cabeça, concordando com o Grão-Senhor da Invernal, mas Lucien sacudiu a cabeça negativamente.

— A Corte Outonal é fundamental para o funcionamento de Prythian. — afirmou, se ajeitando na cadeira.

— Me desculpe pela indelicadeza, mas o que você sabe sobre diplomacia, Príncipe? — Cresseida perguntou, um sorriso sugestivo nos lábios.

Elain do lado de seu parceiro arqueou uma sobrancelha, como se a pergunta tivesse ofendido-a.

— Antes de ser Príncipe, Lucien viajou por todas as Cortes e entendeu seus funcionamentos, fez contatos e se estabeleceu na Corte Primaveril como emissário, depois passou um período também como emissário da Corte Noturna e está há mais de um ano nas Terras Mortais ajudando a Rainha Vassa e o General Jurian a reerguer a sua Corte como conselheiro e mão da Rainha. — A voz da Archeron do meio era afiada como a lâmina de uma faca. — Me desculpe pela indelicadeza, mas o que você sabe sobre diplomacia, Princesa? Ou está aqui apenas pelo sangue que corre em suas veias?

O ambiente ficou silencioso diante a ira inesperada de Elain. O herdeiro da Diurna era o único com a expressão tranquila, Azriel notou até mesmo um certo tom de divertimento no sorriso pequeno que curvou os seus lábios.

Lucien tinha realmente desabrochado um lado da clarividente que ninguém imaginou que um dia veria. Era quase como se suas unhas tivessem se transformado em garras apenas para proteger o seu parceiro.

Azriel não conseguia julgá-la, entendia aquele sentimento como nunca.

— Bom, minha parceira falou por mim e espero que isso seja uma resposta satisfatória para a sua pergunta, Princesa — O macho olhou para Elain, antes de voltar a encarar ninguém em especial. —, mas mesmo que duvide das minhas capacidades diplomáticas, a Corte Outonal continua sendo importante para o funcionamento de Prythian.

— Lucien está certo. — Rhysand respondeu. — Não existe a possibilidade de excluir a Outonal dos nossos tratados comerciais.

— Dificilmente produzimos todos bens e serviços que necessitamos para o desenvolvimento de Prythian e das nossas próprias Cortes. O nosso tratado de comércio tem uma história milenar e está intrinsecamente ligada à necessidade das trocas de produtos entre os povos. A troca de bens e serviços através de fronteiras ou territórios se firmou por meios pacíficos, não há necessidade de mudarmos isso agora. — Lucien continuou. — Mesmo com Beron não colaborando para que continue dessa forma.

— E pretende fazer isso sem a colaboração dele? — Viviane perguntou, o tom de voz era desconfiado. — Como seguiremos com os nossos acordos sendo que Beron não está fazendo sua parte?

— Com os tratados comerciais que firmaram o pragmatismo das políticas de paz do comércio. — O herdeiro olhou para a Grã-Senhora. — A Corte Diurna não romperá os acordos com a Corte Outonal, porque por mais que Beron seja o atual Grão-Senhor, é Eris o responsável pelos tratados.

— Eris, a mão direita de Beron? — Tarquin soltou uma nasalada. — Nunca esteve ao nosso lado.

— Engano seu, Tarquin. — Rhysand murmurou, abrindo um sorriso preguiçoso. — Eris é um antigo aliado.

Kallias franziu o cenho, virando-se para Lucien.

— Não vai me dizer que trouxe aquele seu irmão sociopata para dentro de minha Corte. — O Senhor aumentou o tom de voz.

— Não trouxe. — respondeu o macho ruivo. — Ele está apenas esperando por um sinal do outro lado da fronteira. Depende de você, Kallias.

O Grão-Senhor bufou, fechando os punhos com força. Lucien apenas voltou a olhar para ele com o rosto estampando pura tranquilidade.

— Pode decidir não deixá-lo entrar, mas eu gostaria de lembrar que a Outonal possui um comércio lucrativo de artigos de luxo. O ferro, o marfim, os tecidos de algodão, as sedas, as porcelanas e todas as outras especiarias já estão em falta em diversas cidades das Cortes, tenho certeza que já recebeu reclamações de seus comerciantes, Kallias.

Viviane exalou um suspiro, como se concordasse com as palavras do filho do Grão-Senhor da Diurna.

— Além da exportação dos alimentos que não crescem no inverno... Sem a Corte Outonal dentro dos acordos o seu povo terá que se adaptar não apenas a uma guerra, mas também a falta dos legumes, verduras e frutas que pertencem a safra Outonal. — Rhys completou, sabendo da dificuldade que as Cortes Sazonais sofriam em relação à produção agrícola.

Era por aquele motivo que as Cortes Solares haviam, de certa forma, prosperado de maneira mais efetiva que as Cortes Sazonais durante os séculos, se tornando potências maiores do que as demais Cortes. As estações do ano aconteciam normalmente nas Cortes Solares, o que permitia uma produção própria de diversos alimentos, diferente das Cortes Sazonais onde apenas uma estação do ano prevalecia, fazendo com que surgisse a necessidade dos acordos comerciais.

Com o passar dos anos, as Cortes Solares também entraram nos tratados para garantir a paz e o comércio de serviços e bens que as outras Cortes possuíam melhor conhecimento.

Era inegável que o couro vindo da Corte Noturna era melhor que o Couro produzido na Corte Outonal, assim como era impossível que as peles para casacos, tapetes e colchas da Corte Primaveril fossem melhores que as produzidas na Corte Invernal.

As necessidades de cada Corte foram se mostrando com o passar dos séculos e os acordos foram se adaptando, promovendo um sistema de importação e exportação que se mostrava funcional há milênios.

Com a guerra estourando, com a grande maioria dos navios de Beron sendo destinados para as batalhas, e com os pequenos comerciantes sendo responsáveis pela saída e a entrada dos materiais da Corte Outonal, todos sentiram na pele como o sistema de exportação era importante para o funcionamento de Prythian.

E estava sendo ameaçado com as últimas decisões de Beron. A única esperança era Eris.

O rosto de Kallias se contorceu em uma careta de desprezo. Gwyn ao seu lado desviou o olhar para o encantador, como se sentisse a sua reprovação. Não era segredo que ele odiava Eris com cada célula de seu ser, mas ele ainda era um aliado, e ainda era a única perspectiva da Corte Outonal de não cair em pura desgraça, então apenas passou os dedos de leve contra os de sua parceira em um gesto silencioso que significava que estava tudo bem.

Tudo bem contanto que o futuro Grão-Senhor não dissesse ou fizesse merda, o que aparentemente era muito difícil para o herdeiro.

— Pode deixar ele entrar. — Foi Viviane que deu a ordem. O herdeiro da Diurna acenou com a cabeça e se virou para Rhysand.

— Rhysand, pode avisá-lo.

O encantador arqueou uma sobrancelha. Era como se o herdeiro tivesse planejado tudo antes mesmo de pisar ali.

Você sabia que Lucien era o representante de Helion, não é? Perguntou mentalmente para o irmão.

Pensei que já estava óbvio. Rhys demorou um tempo para respondê-lo

Azriel travou o maxilar. Odiava como Rhysand escondia tudo deles. Não tinha ideia que Eris participaria da reunião hoje, mas ele deveria ter imaginado, já que o Príncipe era aliado de Rhys há alguns anos.

A sala de reuniões de Kallias e Viviane era silêncio puro enquanto Rhysand conversava mentalmente com o filho de Beron, poucos minutos depois as enormes portas do cômodo se abriram, os guardas do Grão-Senhor da Invernal observavam a entrada de Eris, que tinha um sorriso ridículo no rosto ao caminhar para dentro do ambiente.

Os cabelos estavam perfeitamente penteados para trás, o meio-irmão de Lucien parecia gostar de esbanjar sua riqueza com seus ternos de alta costura. O macho da Outonal limpou um pequeno floco de neve que derretia nos fios do seu casaco de linho bordô, antes de voltar a olhar para todos com as feições estampando aquela superioridade insignificante.

— Pensei que não seria convidado para a festa. — Eris caminhou até uma cadeira vazia ao lado do irmão e de Rhysand.

— Você não foi. — Kallias rosnou, segurando a mão da parceira. — Está aqui para se explicar e nos dizer por qual motivo devemos continuar considerando a Corte Outonal nos tratados e evitar a retaliação à sua Corte.

— Você sabia que seu irmão não era filho de Beron? — Morrigan perguntou, ainda segurando Nyx no colo, o tom de sua voz era de repulsa.

— Sim, Morrigan, eu sabia. — Eris ainda tinha o sorriso no rosto. — Você teria percebido se não estivesse ocupada demais maturando o seu ódio por mim.

— Não me irrite, Eris. — Feyre grunhiu, erguendo o queixo. — Deixe Morrigan fora de suas discussões infantis e diga o que realmente importa.

— Minha mãe pediu ajuda para guardar o seu segredo e eu a ajudei. — O herdeiro da Outonal deu de ombros. — A protegi acima de tudo e fiz o possível para garantir que continuasse sendo um segredo. E segui as maquinações de meu pai para que ele não desconfiasse das minhas intenções durante os séculos.

— Ajudando-o a matar a amante do seu irmão entra nessa lista de maquinações? — Mor perguntou, cerrando os olhos.

— Ele não ajudou meu pai. — Lucien interrompeu. — Eris me ajudou a fugir, foi ele quem me mandou ir para a Corte Primaveril.

— E acha que isso é o suficiente para fazer com que ele se torne confiável? — Tarquin ergueu uma sobrancelha. — Perdoe-me, mas não é o suficiente, até pouco tempo ele e os outros irmãos estavam atrás da sombra do pai obedecendo-o cegamente. Quem garante que não é só mais um movimento para nos trair quando menos esperarmos?

Kallias olhou para Eris como se o avaliasse, Viviane foi quem quebrou o silêncio quando tombou a cabeça e disse:

— A não ser que Beron tenha algo que ele queira desesperadamente... — A Grã-Senhora cruzou as pernas, fazendo o vestido escorregar pelas suas pernas. — Você quer a Coroa não é, Principezinho?

— Acho que todos concordam que meu pai já está velho demais para o trono. — Ele encostou as costas no acolchoado da cadeira. — Acho que seria um favor para Prythian se eu o assumisse.

— Está o ajudando nesse plano há quanto tempo? — Tarquin se virou para Rhysand.

O seu Grão-Senhor deu de ombros, acariciando as costas de Feyre com as pontas dos dedos.

— Não há necessidade de desconfiarem das minhas intenções. — Eris interrompeu, chamando a atenção de Tarquin e do resto das pessoas no cômodo. — Faz quase mais de um ano que estou trazendo informações diretas dos movimentos de meu pai para Rhysand. Infelizmente, não fui muito discreto com minhas opiniões e Beron acabou escolhendo meu irmão mais novo como mão direita nesses últimos meses.

Uma pausa para soltar um suspiro longo.

— Minha mãe e eu já estavámos planejando a minha subida ao trono há alguns anos. — Eris continuou. — Mas ele também estava planejando a expansão territorial há séculos e só estava esperando a oportunidade, ela quase apareceu com a Guerra de Hybern, mas Beron acabou percebendo que não ganharia nada com uma aliança com o Rei naquele momento, percebeu que poderia conseguir a aliança de alguém bem mais poderoso que realmente traria benefícios para sua caça ao poder.

— Está dizendo abertamente que planejou um golpe político? — O Grão-Senhor da Invernal soltou uma risada nasalada.

— Para o bem da minha Corte e do povo da Outonal, sim. — respondeu, concordando.

— Não finja que não está fazendo isso apenas por você. — Azriel murmurou, sentindo a rouquidão em sua voz arranhar sua garganta.

Azriel.

Rhysand o repreendeu mentalmente, as garras se arrastando em suas paredes mentais, mas mesmo que ele tivesse mordido a língua para se impedir de falar, não conseguiria. Não ficaria ali escutando Eris falar como ele, de repente, se tornou o melhor dos machos e merece o apoio de todos para alcançar a única coisa com a qual ele se importa.

Não se importava que ele fosse um aliado.

O herdeiro da Outonal desviou o olhar para o encantador, com uma sobrancelha arqueada, como se o desafiasse. Talvez o principezinho idiota havia se esquecido de como ele quase o matou sem ar após atravessar a barreira de merda que o pai subira na última reunião dos Grão-Senhores.

Ele adoraria lembrá-lo.

— Não acho que você é a melhor pessoa para questionar a minha honra, Encantador de Sombras. — respondeu Eris, apoiando as mãos no mármore da mesa. — Se você fosse realmente tão bom quanto pensa ser, talvez os seus Grão-Senhores não tivessem que ficar o domesticando sempre, já que não consegue controlar o temperamento de merda.

— Eris. — Lucien o repreendeu, mas recebeu um olhar debochado do meio-irmão em resposta.

Cassian encarou Eris com desprezo, travando o maxilar. Gwyn do lado do encantador apertou sua mão discretamente, como se silenciosamente dissesse: "Não responda". Azriel não pretendia responder, mas ficou tentado a envolver as mãos no pescoço de Eris e estrangulá-lo até ver a vida esvaziando de seus poros.

— Acha que vou tolerar que um bastardo qualquer fale comigo desse jeito? — O herdeiro riu sarcasticamente. — Ele é o último que pode falar sobre honra nesse cômodo.

O rosnado que ecoou na sala não veio de ninguém esperado, e sim de Gwyneth que olhava com os olhos azuis fulminantes na direção do príncipe da Outonal. Nestha e Emerie olharam para a amiga, como se estivessem se preparando para impedir que Gwyn atacasse o herdeiro.

O Mestre-Espião não duvidou que ela faria isso quando a sacerdotisa disse com a voz baixa:

— Eu sugiro que retire o nome do meu parceiro de sua boca... — Ela apertou a mão no punhal da espada, atraindo o olhar curioso de Eris. — Senhor.

A última palavra foi dita com tanta repulsa e cinismo que até mesmo Rhysand pareceu surpreso. Se antes não estava claro que os dois haviam aceitado a parceria há pouco tempo, então agora estava gravado em suas testas.

O encantador apenas voltou o olhar para Gwyneth, obrigando-a a olhá-lo, por mais que seu coração tenha batido fortemente com sua parceira o defendendo daquela forma, ele não queria Rhysand a repreendendo também, então rezou para que ela entendesse o que queria dizer.

Estou bem. Já ouvi coisas piores. Não deixe que ele te afete.

O corpo de Gwyneth relaxou, e o Mestre-Espião conseguiu observar o exato momento em que ela soltou a musculatura da mandíbula, expirando o ar que segurava.

— Acho que é um bom momento para trocarmos o tópico em questão. — Feyre se apressou, olhando para Eris e voltando a encarar o resto dos Grão-Senhores. — Eris é um aliado da Corte Noturna há anos, e até hoje se provou leal. Está levando cerca de vinte mil homens para lutar contra o próprio pai e está disposto a melhorar os tratados de comércio para compensar a bagunça que Beron criou ao iniciar essa guerra.

— Não há motivos para traição. — Rhysand completou a esposa. — É inegável que Eris seria um líder melhor que Beron, e está disposto a nos ajudar a impedir que essa guerra se transforme em algo maior e mais desastroso.

— O exército de Rhysand irá caminhar para Solaria na próxima noite, os homens de Eris chegarão em Solaria daqui dois dias. — Lucien adicionou, molhando os lábios. — Meu pai e eu contávamos com essa reunião para restaurar as estratégias.

— Meu General pode repassá-las. — Rhys indicou Cassian com um aceno de cabeça, o seu irmão deu um passo à frente abaixando a cabeça em uma reverência leve em sinal de respeito aos outros Grão-Senhores presentes.

Kallias trocou olhares com Viviane, depois com Tarquin, que apenas concordou com a cabeça, permitindo o andamento da reunião. O Grão-Senhor da Invernal desviou o olhar para o líder do exército de Vikarianos, que automaticamente deu um passo para frente, encarando Cassian com diversas tranças espalhadas pelo enorme cabelo platinado.

O seu irmão não se intimidou e farfalhou as asas grandes atrás de suas costas, virando-se para a mesa quando um mapa enorme surgiu no centro da mesa de mármore, arrancando um sorriso do rosto de Nestha.

— Podemos começar? — perguntou educado ao soltar sua espada e se endireitar na posição que usava com seus soldados.





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— Tire seu filho de perto da minha princesinha. — Kallias fechou a cara ao tomar um gole de vinho observando Feyre e Viviane sentadas em um enorme sofá branco com almofadas cinzas felpudas.

Nyx sempre esticava a mãozinha para tocar em Alba, que ria escandalosamente toda vez que o herdeiro da Noturna tocava em seu pé.

— Não sei, acho que Alba está se divertindo. — Rhysand levou o vinho à boca, sorrindo para a esposa.

— Estou falando sério, Rhysand. — Kallias pousou a taça de vinho na mesa. — Eu irei pedir uma ordem de restrição.

— Que culpa o Nyx tem de puxar o charme do pai? — deu de ombros, rindo fraco.

— Que a Mãe nos poupe se puxar o seu ego. — Cassian revirou os olhos, fazendo Nestha rir.

A reunião havia terminado há algumas horas, continuariam os outros tópicos na manhã seguinte. Kallias e Viviane haviam convidado todos para um jantar antes de se dirigirem para os quartos. Após o jantar apenas alguns sobraram, os primeiros a se retirarem fôra Tarquin e Eris, Varian e Cresseida ainda demoraram um pouco mais na sala de jantar da casa formal de Kallias e Viviane, mas Azriel acreditava piamente que a princesa ficara incomodada com os olhares aborrecidos de Gwyneth em sua direção e se retirou poucos minutos depois, pedindo licença educadamente.

Lucien e Elain também permaneceram por um tempo, socializando com todos. Feyre conversou com os dois por um longo período de tempo, pedindo para o herdeiro e a irmã contarem detalhadamente como tinham sido os últimos dias na Corte Diurna.

Aos poucos, a amizade de Lucien e Feyre parecia florescer novamente. Azriel notou o quanto aquilo tinha feito sua Grã-Senhora feliz, e Rhysand parecia satisfeito com o fato de que sua parceira estava se reconectando com o primeiro amigo que havia feito naquela terra desconhecida para ela.

Em um momento, Lucien até se ofereceu para segurar Nyx enquanto Feyre se dirigia para o banheiro. Era notável que se aproximar do verdadeiro pai e recuperar suas raízes tinha feito bem para o macho.

Nestha e Cassian estavam sentados no outro sofá, e pelas risadas baixas e sussurros que trocavam, Azriel percebeu que não demorariam para seguir para o quarto reservado para os dois. Seu irmão e sua cunhada não sabiam disfarçar as carícias e por mais que o cheiro dos dois não tivesse infestado o cômodo ainda, ele sabia que não demoraria para acontecer.

Emerie e Morrigan estavam na varanda, devidamente agasalhadas enquanto tomavam uma taça de vinho e conversavam animadamente sobre algo que o encantador não fazia ideia do que era, suas sombras pareciam curiosas para descobrir, mas Azriel comandou que continuassem quietas nos seus ombros, como permaneceram o dia todo.

O Mestre-Espião não tinha certeza das preferências de Emerie, mas conhecia as de Morrigan, mesmo que ela ainda não se sentisse confortável o suficiente para contá-las para o resto do Círculo. Apesar disso, era quase que óbvio que algo estava rolando entre as duas, pois o sorriso largo que estampava o rosto de Morrigan não parecia nem um pouco amigável.

Azriel se inclinou em direção ao ouvido de Gwyneth, que também encarava a amiga na varanda.

— Você também acha que algo está acontecendo? — sussurrou, passando o braço atrás das costas de Gwyneth.

Sua parceira desviou os olhos da varanda para encará-lo.

— Está claro, não está? — murmurou de volta, espremendo os lábios em uma linha fina. — Emerie sempre teve uma quedinha pela Morrigan, mas não imaginei que estivesse acontecendo algo.

Gwyneth respondeu tão baixo que Azriel precisou chegar mais perto para escutar corretamente. O Mestre-Espião soltou uma risada fraca e passou os dedos nas pontas do cabelo acobreado de Gwyneth, descendo os olhos para o couro justo que delineava as coxas deliciosas de sua parceira.

Pela Mãe, ela era sem dúvidas nenhuma a fêmea mais linda que ele já tinha visto.

A sacerdotisa o observou percorrer os olhos pelo seu corpo e arqueou uma sobrancelha. O encantador deixou um sorriso repuxar os seus lábios para o lado quando notou o corpo da valquíria enrijecendo ao subir a mão tampada pela luva para sua nuca.

— Talvez seja um péssimo momento para dizer isso, mas acho que você não têm noção do quanto me deixa duro quando fala daquele jeito que falou com Eris mais cedo. — sussurrou perto de seu ouvido, sentindo o cheiro delicioso de sua pele invadir suas narinas.

— Então te excita quando estou ameaçando alguém? — Gwyneth perguntou baixo, franzindo o cenho.

Sua mão se arrastou nos fios de cabelo de sua nuca. Gwyn o repreendeu com o olhar, ao perceber que o sorriso nos lábios do encantador havia se intensificado.

— Acho que esqueceu como eu gosto quando você é agressiva. — disse, deslizando os dedos para a base de sua nuca.

Gwyn soltou uma risada baixa, negando com a cabeça.

— Você é um pouco insano, sabia disso, Encantador? — Os braços de Gwyneth se cruzaram abaixo dos seus seios, e seus olhos azuis subiram lentamente pelo seu corpo até parar em seu rosto. — Estamos em público, caso tenha esquecido...

Sua voz baixou uma oitava.

— Está com medo que descubram que você gosta de me amarrar e me torturar enquanto eu imploro por nem que seja um pouquinho de você? — murmurou, fazendo um carinho lento em seu pescoço. — Ou está com medo que descubram que você, na verdade, adora quando te enforco e faço você gemer como a boa garota que você é?

— Azriel. — repreendeu entredentes, beliscando sua coxa discretamente. — Pare com isso.

O sorriso perverso se acentuou na sua boca. Suas sombras disfarçaram seu cheiro e o volume que já se fazia presente no meio de suas pernas. Gwyneth se ajeitou no sofá, tentando se manter alheia a suas provocações.

Mas o encantador apenas riu fraco, observando de leve o ambiente, percebendo que todos estavam entretidos demais em suas próprias conversas para repararem de verdade nos dois.

Sua parceira deveria ter pensado duas vezes antes de fazer aquela gracinha mais cedo no quarto. Agora não importava onde estavam, mas ela pagaria pela provocação.

— Está preocupada de descobrirem o quanto você quer meu pau agora? — sussurrou, firmando sua mão em seu pescoço. A sacerdotisa piscou os olhos rapidamente, contendo a vontade de fechá-los — O que você acha da ideia de eu fazer você gemer meu nome alto o suficiente para que Cresseida entenda que eu pertenço a você?

— Cale a boca. — Gwyn respirou fundo, apertando sua coxa, os olhos grandes saltados. Ela olhou para os lados, tentando checar se ninguém estava ouvindo. — Estamos em uma sala cheia de gente com audição apurada...

— Me diga que não quer minha língua entre suas pernas então, Gwyneth... — Sua mão livre acariciou sua coxa de maneira despretensiosa. — Me diga que não quer meus dedos bem fundo em você e eu paro.

Sua parceira puxou o fôlego, soltando-o irregularmente em seguida. Seus dedos subiram lentamente por sua coxa, passando perto daquela parte interior que fazia todo o seu corpo estremecer.

— Eu posso te levar para aquele corredor e te fazer gozar em minutos se quiser, Gwyneth. — Azriel puxou de leve os fios de cabelo que segurava, fazendo a cabeça de sua parceira tombar lentamente. — Na minha boca, se preferir... Ninguém perceberia.

A valquíria cruzou as pernas, afastando sua mão e o encarando com um olhar fulminante que o deixava completamente fora da órbita. Deuses, aquela garota era sua ruína. Não existia nenhum pingo de juízo em seu corpo quando o assunto era Gwyneth.

— Se bem que você não consegue manter essa boca deliciosa fechada, então todos saberiam o quanto te faço gozar gostoso, Berdara. — sussurrou, levando os olhos de avelãs em direção aos azuis dela.

Gwyneth suspirou, o engolindo com aquele oceano que morava nos seus olhos.

— Por que está fazendo isso? — perguntou, o tom de sua voz era baixo o bastante para fazê-lo inclinar em direção à sua boca.

Ele pôde jurar que mais alguns segundos e um beicinho triste se formaria na boca de sua parceira. Azriel tombou a cabeça, levando às costas dos dedos para sua bochecha lisa, fazendo um carinho de leve.

— Ah, meu amor... — O encantador tinha a voz mansa quando abriu um sorriso malicioso nos lábios. — Você achava mesmo que aquela brincadeirinha de manhã saíria barata para você?

O Mestre-Espião observou Gwyn morder a bochecha interna com força. Azriel negou com a cabeça, como se lamentasse por ela.

— Vou fazer você pagar cada segundo dela, Berdara. — disse Azriel, em um sussurro arrastado. — Minhas sombras estão disfarçando esse seu cheiro maravilhoso, mas acho que vou pedir para elas dissiparem para que todos percebam o quão perto você está de montar no meu colo aqui nesse sofá, o que acha?

— Não ouse. — resmungou entredentes.

— Então acho melhor você começar a confessar o que quer que eu faça com você, Gwyneth.

Azriel estava a ponto de levantar a mão e comandar suas sombras a saírem, mas sua parceira levantou em um pulo do sofá, fingindo um bocejo quando olhou para o relógio na parede, espreguiçando. O encantador riu fraco, arqueando uma sobrancelha em sua direção, ainda sentado no sofá.

— Nossa, olha as horas! — vociferou Gwyn, alto o bastante para atrair os olhares de todos no cômodo. — Acho que está na hora de irmos... Vamos, Azriel.

Cassian franziu o cenho para os dois, antes do encantador se levantar lentamente, esticando as asas e encarando sua parceira impaciente, que tentava disfarçar o seu rosto nervoso.

— Eu nem vi o tempo passar. — Olhou para o relógio, entrando no teatro da sacerdotisa. — Acho que estava distraído demais...

Gwyn pisou no seu pé discretamente, fazendo com que ele reprimisse uma risada ao envolver a mão na sua cintura e caminhar em direção ao corredor que levava até as suítes reservadas para eles.

— Obrigada pelo jantar, estava uma delícia. — Gwyneth acenou para os Grão-Senhores, se despedindo.

Nestha riu fraco, quando Azriel se despediu de todos com apenas um aceno e disse:

— Boa noite. — piscou para a cunhada, antes de atravessar o corredor.

Sua mão que estava repousada na cintura de Gwyneth desceu até sua bunda, mas a valquíria se desvencilhou do toque caminhando em passos fortes pelo saguão, com os braços cruzados e o rosto emburrado em uma expressão enfurecida.

O encantador deixou uma risada escapar de seus lábios, a seguindo para o quarto tranquilamente. Gwyn encontrou o quarto separado para os dois e abriu a porta, Azriel entrou em seguida, fechando a porta enquanto observava a valquíria se desfazer das armas em seu corpo.

O quarto era enorme, e mesmo assim o cheiro dela havia infestado cada canto dele, e aquilo o deixou tão desnorteado que nem sequer reparou que Gwyneth estava xingando até a quarta geração de sua família.

— ... você realmente achou que era uma boa ideia falar comigo daquele jeito comigo em uma reunião com as pessoas mais importantes de Prythian no recinto? Isso é baixo! Você não pensou na possibilidade deles escutarem cada palavra que você estava falando? Eu sou uma Valquíria agora, sabia? Eu tenho uma reputação a manter e você poderia ter estragado tudo com essa provocaçãozinha idiota... — Ela jogou a espada na cama, abrindo a fivela dos cintos espalhados pelo seu corpo. — Você não tem nenhum juízo, Azriel?

O encantador apenas caminhou em sua direção, o sorriso crescendo em seus lábios. O rosto de Gwyn estava vermelho, fazendo com que suas sardas ficassem ainda mais evidentes. Ela ainda falava quando Azriel parou em sua frente, erguendo a sobrancelha para ela.

Mas, Gwyneth não olhava para ele, sua atenção estava toda focada em tirar a adaga de sua coxa e os cintos que apertavam seu corpo, a sacerdotisa ainda resmungava reclamações ao desfivelar os cintos. Ele molhou os lábios, levando a mão para o seu queixo, puxando-o para encarar o seu rosto.

Gwyn tentou voltá-lo para seu traje, mas Azriel impediu. Mesmo assim, a sua parceira não havia parado de falar, o que fez com que ele soltasse uma risada grave antes de dizer:

— Fique de joelhos.

— ... E aí você achou que eu iria simplesmente aceitar que você ficasse falando... — Ela fechou os lábios subitamente quando processou o que ele tinha falado. — Perdão?

— Eu mandei você ficar de joelhos, Gwyneth. — respondeu com a voz em um comando seco.

Seus dedos firmaram no queixo de sua parceira, erguendo-o de leve para que seus olhos encontrassem os dele. A sacerdotisa ficou desnorteada por alguns segundos, abrindo e fechando a boca como se pensasse em uma resposta. Apesar do sorriso malicioso nos lábios de Azriel, seu rosto ainda era sério, o que fez Gwyn perceber que ele não estava brincando.

E depois disso ela não demorou para obdedê-lo.

De joelhos ela ergueu os olhos em direção aos de Azriel, que a encaravam com tanta lascívia que o encantador sentiu que a qualquer momento a sacerdotisa entraria em combustão apenas com o calor que se fixou nas suas orbes ao ver aquela cena.

O Mestre-Espião levantou o queixo de Gwyneth com certa força, apesar do toque delicado. Um sorriso completamente perverso estampava seu rosto.

Gwyn estremeceu quando seu polegar passou lentamente pelos seus lábios, sentindo a maciez e a textura molhada.

— Abra a boca. — Sua voz se arrastou pelo quarto, sua parceira o olhou com aqueles olhos grandes antes de abrir a boca lentamente. Ele quase gemeu com a visão de sua língua. Azriel enfiou o seu polegar para dentro de seus lábios. — Feche.

Ela fechou no mesmo segundo, ainda o encarando.

— Olha só, quem diria que você realmente poderia ser uma boa garota quando não está ocupada usando a boca para reclamar. — sussurrou, sentindo a textura da língua de Gwyneth. — Você quer que eu te cale de outro jeito, Gwyneth?

A sacerdotisa deixou um gemido de aprovação ecoar apenas escutando aquelas palavras saindo dos seus lábios, o som reverberou por todos os seus ossos, fazendo com que seu pau ficasse ainda mais dolorido.

Ele retirou o dedo de sua boca e passou a mão em seus cabelos, o enrolando em seu pulso, o puxando de leve. A cabeça de Gwyn tombou para trás, fazendo com que ela soltasse um ruído de prazer.

— Vai continuar agindo como uma mimada?

Gwyneth engoliu em seco, mas não respondeu. Azriel puxou seu cabelo mais firmemente, se inclinando um pouco mais em sua direção.

— Achei que tinha deixado claro, mas posso deixar novamente caso você tenha tido dificuldade de entender: quando eu perguntar, você responde. Entendido, agora, meu bem?

Ele repetiu as palavras de Gwyneth. A sacerdotisa molhou os lábios e fechou os olhos, antes de sacudir a cabeça com a respiração ofegante.

— Sim. — respondeu, voltando a olhar para ele com um sorriso pequeno surgindo em sua boca. — Entendido.

Azriel deixou que um sorriso malicioso se apropriasse de seus lábios lentamente.

— Essa é a minha garota.





Oii amores, saudades? Primeiramente me desculpem pelo sumiço de duas semanas, mas igual eu tinha dito na última atualização eu estava prestes a voltar a ter aula e a trabalhar, então usei essas duas semanas para me adaptar novamente a vida de universitária fudida e ploretariada brasileira.

Espero que entendam.

E por favor, não vão me matar porque parei o capítulo ai KKKKK prometo que no outro vai ter a continuação, já que aparentemente eu não consigo escrever Gwynriel de SOS sem fazer eles se comerem a cada segundo que passam um do lado do outro. É MAIOR DO QUE EU.

Enfim, espero que tenham gostado do capítulo, e se tiverem gostado, por favoooor comentem bastante e deixem uma curtida, isso faz diferença demais para motivar a gente a continuar escrevendo, e ajuda a história a crescer ainda mais (QUASE 175K MEU DEUS VOU DAR UM BERRO, OBRIGADA PELO CARINHO!!)

É isso, pessoal, até o próximo, beijinhos <3

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