1- JOGUE OU MORRA

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— Cadê?... Onde estão as pessoas? — Misaki perguntou confusa, segurando o Milkshake nas mãos e saindo da sorveteria. Nem mesmo o sorveteiro estava ali.

— Eu só pisquei. — Disse Mahina seguindo Misaki, parecendo tão confusa quanto a morena. Não havia nada. Não havia um barulho nas ruas. Não havia uma pessoa saindo de alguma loja, ou então uma criança correndo. Não havia ninguém.

— Ok, isso tá muito estranho. — Mahina falou, andando na frente de Misaki com um olhar muito perdido e desesperado.

A ruiva começou a bater levemente no próprio corpo, como se quisesse checar que não era um sonho e que ela estava ali.

Misaki tirou o celular da bolsa, planejando ligar para alguém, quando viu que não poderia. — Está sem sinal. — Avisou para Mahina, que virou para olhá-la. — Vou tentar uma ligação de emergência.

A de cabelos curtos tentou ligar para o primeiro número de sua chamada de emergência, porém a ligação nem ao menos chamou.

— Não 'tá funcionando. — Aikyo avisou sentindo um pouco de desespero surgir, a deixando com a sensação de que sua garganta estava fechando, enquanto batia no aparelho em uma tentativa inútil de o fazer funcionar.

O celular desligou.

Onde estavam as pessoas? Por que o celular não funcionava? Que tipo de sonho era aquele?

Mahina começou a gritar por alguém enquanto andava pelas lojas, enquanto Misaki ficou parada observando o centro todo vazio.

Lentamente, ela levou a mão para o braço e se beliscou, afim de confirmar se era mesmo um sonho. Ela se beliscou, doeu e ela não acordou.

— Eu preciso ir pra casa. — Informou Misaki para Mahina que estava a alguns metros de distância. — Preciso ver minha mãe, continue procurando alguém.

Misaki começou a andar em direção ao seu carro, ainda se sentindo um pouco aflita, mas antes mesmo que desse cinco passos, Mahina correu e segurou seu braço.

— Vamos nos separar? Está louca, Misaki? — A ruiva perguntou indignada.

Misaki tirou a mão dela de seu braço a força e repetiu como um ultimato: — Preciso ver minha mãe. Se quiser me encontrar sabe onde eu estou. — E saiu em direção ao seu carro andando de forma rápida. Dessa vez Mahina não a segurou.

Chegando ao seu carro, Misaki conseguiu ouvir a amiga voltar a gritar por alguém, pois o lugar estava tão silencioso, que qualquer barulho era ouvido a longas distâncias.

A morena entrou no carro e tentou o ligar. Sem sucesso, ela tentou novamente. Na décima tentativa, ela viu que o carro não ia andar. Agora deixando o desespero finalmente tomar conta, ela abriu a porta do carro e saiu correndo em direção a sua casa, mesmo que não fosse tão perto. Ela precisava saber se sua mãe ainda estava lá.

Enquanto corria, ela não viu ninguém.

O desespero já era grande o bastante quando Misaki chegou na porta de sua casa, toda suada e arfando em busca de ar. Ela mexeu em sua bolsa, pegou as chaves e entrou dentro de casa.

O primeiro sentimento que a atingiu foi a de calmaria, por estar em um lugar que ela reconhecia como casa.

— Mãe? Estou em casa. — Misaki falou em um tom alto, colocando a bolsa na mesa da sala e indo em direção as escadas que davam ao quarto de sua mãe.

A porta estava fechada, como sempre, isso trouxe uma esperança de que sua mãe estaria ali dentro, porém ao abrir a porta todo esse sentimento foi por água a baixo ao colocar os olhos na cama e perceber que entre a roupa de cama desarrumada, ela não estava lá.

Ainda com um pingo de esperança, ela pensou que talvez sua mãe tivesse finalmente se sentido melhor e levantado um pouco.

Misaki revirou a casa, foi em todos os cômodos e depois de vários minutos, chegou a conclusão de que a casa estava vazia.

Tudo que ela faz foi sentar no sofá e se sentir perdida. Ela não fazia a menor ideia do que estava acontecendo e esperava que fosse apenas uma brincadeira de mal gosto ou um pesadelo que ela acordaria logo.

Um bom tempo depois, Aikyo tentou usar o telefone de sua casa para ligar para seu avô, sem sucesso como o esperado, ela decidiu pegar sua bicicleta que ficava no fundo de casa e sair a procura de alguém.

Ela bateu nas portas das casas, andou por várias ruas e quando já estava escurecendo e ainda não havia achado ninguém, resolveu ir para o centro mais uma vez mesmo que estivesse se sentindo muito cansada. Chegando lá, nenhuma luz estava ligada, ainda não tinha ninguém andando por ali.

Se assustou quando viu que Mahina ainda estava ali, sentada e aparentemente chorando.

Misaki deixou sua bicicleta encostada em uma floricultura e se aproximou da amiga, encostando em seu ombro. A ruiva levou um susto pela segunda vez no dia, mas pareceu muito feliz em ver a morena ali. Limpando suas lágrimas, Mahina perguntou:

— Você encontrou alguém?

Misaki se sentiu meio sem jeito quando balançou a cabeça em negativa, pois Mahina parecia em um estado muito mais deplorável que o seu. Perto dela, Misaki parecia controlada até demais.

— Como as pessoas simplismente desaparecem assim? Estamos sozinhas. — Mahina falou de forma confusa, voltando a chorar.

— Ai, calma. — Misaki disse, se sentando do lado da amiga. Ela não era boa consolando pessoas, mas isso não a impedia de tentar. — Pense só, nós vamos achar alguém e enquanto não acharmos, temos tudo isso só para nós.

— Tudo isso o quê? — Mahina perguntou confusa.

— Todas essas lojas, essas casas... É tudo nosso. Não tem ninguém mesmo. — Misaki sorriu de forma discreta. — E nós não estamos sozinhas, temos uma a outra.

— Uau, nem parece você falando. — Mahina falou, dando uma risada em meio ao choro.

Misaki tinha consciência de que aquela frase não soava nada como ela, pois ela nunca foi do tipo altruísta, mas pelo menos ela havia feito a amiga diminuir o choro.

Antes que Misaki pudesse dizer algo, um dos outdoors digitais acendeu em uma luz branca, com a palavra "Game" escrita bem no meio.

— O quê..? — Mahina começou, mas não terminou, pois uma voz robótica a interrompeu.

"Sejam bem-vindos! Os jogos de hoje irão começar. Por favor, dirija-se a uma de nossas arenas e faça sua inscrição!"

Assim que a voz terminou de falar, uma luz que iluminava o céu acendeu perto de onde elas estavam. Forçando um pouco a vista, Misaki viu que havia mais uma luz um pouco mais longe.

— Jogo? Como assim jogo? — Mahina questionou, mas Misaki estava interessada em outra coisa.

— Acho que vamos encontrar pessoas se formos até aquela arena. — Misaki disse se levantando e puxou a ruiva consigo — Vamos lá.

Quando estavam perto da luz, viram que era um prédio e que todas as luzes da construção estavam acessas. Misaki começou a andar em direção a entrada do prédio porém quando percebeu que estava sozinha, se virou para trás. — Você não vem? — Perguntou para Mahina, que estava atrás dela.

A mulher parecia em um dilema, mas mesmo assim, ela deu um passo adiante e andou até Misaki. As duas entraram no prédio juntas.

Assim que Misaki entrou, ela pode ver que havia uma mesa no Hall de entrada do prédio, com vários celulares e uma placa escrito "Um por pessoa". Em volta da mesa haviam nove pessoas, todas com um celular já em mãos.

Ambas as mulheres se olharam, foram até a mesa e cada uma pegou um celular. Assim que elas pegaram, o aparelho ligou na tela inicial, mas como o esperado, o celular estava sem sinal.

Mahina fez menção de que falaria com o homem que estava a sua direita que tinha um cabelo ralo e muitas cicatrizes no rosto, porém Misaki a pegou e puxou. — Isso não me parece bom, melhor não falar com ninguém.

— Para com isso, não é hora para suas desconfianças. — Mahina soltou o braço da mão de Misaki e perguntou mesmo assim.

— Alguém sabe o que é esse jogo? — Mahina perguntou. — E... Para onde foram todas as pessoas?

Ninguém parecia com vontade de responder, porém um homem mais velho que usava um boné vermelho se deu ao trabalho de falar algo. — É novata?

— Novata? — Mahina perguntou.

— Definitivamente é. — Uma mulher de cabelos curtos e óculos escuros disse.

— Vou te dar um conselho. — Disse o homem de muitas cicatrizes que estava a direita da ruiva. — Jogue com todas as suas forças, porque se você perder, você vai morrer.

Mahina arregalou os olhos e Misaki sentiu-se tonta com a informação.

Uma luz acendeu no celular que os jogadores carregavam e a mesma voz que falou no telão, falou novamente.

"As inscrições estão encerradas!
O jogo começará em alguns instantes.
No total, há onze jogadores"

Mahina pareceu se desesperar com isso e largou o telefone em cima da mesa e ameaçou a voltar para saída, porém, uma mulher que estava a esquerda a parou. — Você já fez sua inscrição, se voltar agora, você vai morrer.

Os olhos de Mahina marejaram quando ela pegou o celular novamente. Misaki deu um passo e abraçou a mais baixa. — Nós vamos ganhar e vamos sair daqui, 'tá bom? — Tentou confortar a amiga mesmo que nem soubesse do que o jogo se tratava.

"Jogo: Caça ao tesouro

Dificuldade: quatro de paus

O jogo funcionará da seguinte forma: Vocês devem se organizar para procurar as trinta cartas vermelhas escondidas no prédio. O jogo será zerado quando as trinta cartas forem colocadas dentro do baú no pátio central. Para sobreviver, fuja do monstro, antes que ele te pegue."

— Monstro? — Misaki perguntou olhando para o celular.

"Tempo limite: 30 minutos"

— Só isso de tempo? — A mulher que havia impedido que Mahina saísse correndo antes perguntou.

— Vamos ter que achar uma carta por minuto, é muito pouco. — Um garoto com fones pendurados no pescoço disse.

— E ainda tem o monstro. — Lembrou o homem de cicatrizes.

"Jogo iniciado!"

No mesmo instante, um alarme de incêndio soou e todos saíram correndo para adentrar o prédio.

— Vamos. — Misaki disse e mesmo que parecesse indecisa, Mahina a seguiu.

Elas começaram a procurar nos corredores do primeiro andar, onde não havia ninguém, procuraram atrás de vasos de flores, atrás de quadros, mas não acharam nada.

Decidiram ir ao segundo andar pelas escadas, até que Mahina tropeçou e acabou abrindo um taco solto do chão, que tinha uma carta vermelha dentro.

— Achamos! — Mahina exclamou pegando a carta — Vamos levar até o baú.

— Não, calma aí, vamos deixar as cartas com a gente ao invés de perder tempo indo até o baú, vamos lá quando tivermos achado um número considerável. — Misaki disse e a ruiva concordou com a cabeça.

Logo elas chegaram no segundo andar. Misaki analisava os corredores do prédio e os possíveis lugares que as cartas poderiam estar escondidas, enquanto Mahina as procurava. O prédio tinha várias portas bem espaçadas, o que significava que era um prédio residencial, porém, as portas não abriam, então provavelmente as cartas não estavam dentro dos apartamentos.

Por baixo dos tapetes era muito óbvio, mas Misaki não gostaria de deixar nada passar, então levantou todos eles, não encontrando nada, como o esperado.

Elas decidiram subir para o terceiro andar, onde viram dois homens ali, também procurando, e então acharam melhor ir para o quarto andar onde não acharam ninguém.

Analisando o quarto andar, Misaki viu uma sequência de quadros pendurados na parede, que estavam perfeitamente alinhados, porém um, parecia mais caído para frente. Ela foi até esse e o puxou. Não encontrou nada até virar o quadro e ver um fundo falso no mesmo, onde estava a carta.

— Achei mais uma! — Disse Misaki mostrando a carta para Mahina.

— Estamos indo bem, achamos duas cartas em quatro minutos. — Disse Mahina, mostrando o cronômetro que estava em seu celular que mostrava 26 minutos e 17 segundos até o fim da prova.

— Vamos continuar. — Disse Misaki.

Assim que elas voltaram a procurar, o alarme de incêndio soou novamente e a voz metálica disse uma simples frase, mas que fez Misaki arrepiar.

"O monstro está a solta."

— O que é esse monstro, ein? — Mahina perguntou tremendo levemente.

— Não sei, mas é melhor tomarmos cuidado. — Misaki respondeu, tentando se recompor.

Elas continuaram a procurar ali, aproximadamente um minuto depois uma sequência de tiros foi ouvida.

— Isso são tiros? — Mahina perguntou assustada.

— São e estão próximos demais, acredito que no andar de baixo. Vamos subir direto para o sexto andar. — Misaki disse, tentando pensar racionalmente e não emocionalmente, embora fosse um pouco mais difícil do que quando ela usava esse lado na empresa.

Havia um abismo de diferença entre controlar uma empresa e jogar um jogo mortal.

— Por quê vamos pular o quinto? — A ruiva perguntou assim que chegaram nas escadas do sexto andar.

— O prédio tem dez andares, o quinto é o do meio, a probabilidade de já terem revirado aquele andar é enorme. — A morena respondeu ao questionamento, quando mais tiros e gritos foram ouvidos no quinto andar. — Merda, vamos rápido.

Mais rápido que nunca, as duas reviraram o sexto andar, mas Misaki constatou que alguém já tinha olhado quando viu um tapete dobrado, se não estava ventando só podia significar que alguém havia passado por ali.

— Nós deixamos alguma coisa passar nos andares de baixo. — A morena disse enquanto subiam para o sétimo andar. — Temos só duas cartas e já se passou onze minutos.

Elas encontraram na escada a mulher de óculos e cabelos curtos que parou elas e perguntou: — Quantas cartas vocês tem?

— Duas. — Mahina respondeu.

— Melhor que muita gente. — A mulher disse. — Temos sete cartas no total, com vocês duas agora temos nove, o que não é bom. Procurem no sétimo e no oitavo andar, o décimo e o nono já foram olhados.

A mulher desceu rapidamente pelas escadas e as duas amigas correram até o sétimo andar.

Olharam por tudo, já estavam quase desistindo e indo para o próximo andar quando um fato chamou a atenção de Misaki.

Sem dar nenhuma explicação a Mahina, Misaki pegou o vaso que continha uma planta e terra dentro e o quebrou na parede, fazendo com que os cacos da cerâmica e muita terra caísse no chão. E é claro, uma carta vermelha no meio.

Vendo a cara de confusa da amiga, Misaki resolveu explicar. — A planta era igual a todas as outras, mas estava mais torta. Porém a raiz dela não estava acompanhando a planta então parecia que ela tinha sido colocada no vaso e não plantada. Eu só quis dar uma olhada, não estava colocando muita fé que realmente teria uma carta. — Enquanto ela explicava, ela voltava a procurar mais uma.

— Uau, nunca teria reparado. — Mahina disse, voltando a procurar também.

Mahina achou mais uma carta atrás de um dos tubos de encanamento que estava aparente. Assim, elas já estavam com quatro cartas e o cronômetro contabilizava dezenove minutos agora.

Elas subiram em direção ao último andar que deveriam olhar, até agora não haviam dado de cara com o monstro, apenas ouvido tiros.

Quando chegaram no sétimo andar, já havia algumas pessoas e ele parecia muito bem revirado, mesmo assim, elas decidiram dar mais uma olhada.

— Quantas cartas vocês tem? — O homem de muitas cicatrizes perguntou, assim como a mulher de cabelos curtos.

— Quatro. — Aikyo respondeu dessa vez.

— Ótimo, vamos levá-las até o baú. — Ele tomou a dianteira e as duas mulheres o seguiram. Assim que eles desceram para o sétimo andar, o homem tirou uma arma de sua mochila.

Eles desceram desviando do monstro que ambas as mulheres ainda não sabiam o que era. Quando chegaram no terceiro andar e dobraram o corredor encontraram um homem de um porte grande, feições desagradáveis, um colar de metal no pescoço e segurando uma arma.

Misaki deduziu na hora que aquele era o monstro.

Porém, elas não tiveram tempo para pensar quando o homem de muitas cicatrizes a frente delas começou a ser  atacado e uma troca de tiros foi iniciada.

Misaki puxou Mahina que estava simplismente paralisada no meio dos tiros.

As duas começaram a correr em direção ao baú que estava no primeiro andar, deixando o homem para trás.

Passaram por uma porta de vidro e finalmente viram o baú lá fora, aberto e com algumas cartas dentro.

Misaki que estava com as cartas, as colocou dentro do baú e contou o número de cartas que havia ali. Contabilizou vinte e quatro cartas no total.

Olhando no cronômetro de seu celular ela viu que já havia vinte e cinco minutos de jogo e ainda faltavam seis cartas.

— Isso é insano! Insano! — Mahina gritou desesperada, ainda em choque pela experiência de quase morte e Misaki pulou para tampar a boca dela, para que ela não atraísse o monstro.

— Para com isso. — A morena disse sussurrando. — Agora não é hora.

Mahina se acalmou e Miksaki tirou lentamente a mão de sua boca.

— Eu não quero morrer. — Mahina sussurrou.

A morena não respondeu pois dois homens chegaram correndo, seguidos do homem mais velho de boné e a mulher de óculos que elas haviam conversado.

Eles carregavam cinco cartas com eles, colocaram elas no baú e pelo que Misaki e Mahina repararam, eles esperavam que o jogo acabasse.

— Está faltando uma. — Misaki disse.

— Impossível. — A mulher de cabelos curtos disse. — Reviramos tudo.

— Conte novamente. — O homem mais velho disse para Aikyo, mas a mulher o interrompeu.

— É perda de tempo. Há algo que nós deixamos passar. — Assim que ela disse uma luz acendeu na mente de Misaki.

— O Hall! Alguém olhou o Hall de entrada? — A morena perguntou.

— Onde nós iniciamos o jogo?  — Um dos homens que usava uma camisa social perguntou.

— Isso! — Exclamou a mulher de óculos. — Ninguém olhou o Hall.

Assim que ela disse, os seis sobreviventes saíram correndo em direção ao local que iniciaram o jogo.

Chegando lá, eles olharam tudo, todos estavam nervosos e de nada adiantou quando a maldita voz anunciou que faltavam dois minutos para o fim da prova.

Misaki pareceu ter ouvido a voz divina quando o homem que usava camisa social gritou "Achei!" saindo de baixo da mesa que antes portavam os celulares, com uma carta na mão

Porém sua felicidade acabou rápido quando viu o monstro na frente da porta.

Em cinco segundos tudo havia virado uma confusão maior do que já estava, Misaki puxou Mahina para trás do balcão onde um possível recepcionista trabalhava.

— Fica aqui. — Disse Misaki para a melhor amiga antes de por a cabeça para fora do balcão e olhar a confusão.

O homem mais velho e o que havia achado a carta estavam mortos no chão. A mulher de óculos e o último homem restante lutavam com o monstro, que havia deixado a arma ser derrubada.

Misaki saiu de trás do balcão, foi em direção a carta e pegou da mão do homem caído no chão.

Ela não pensou duas vezes antes de sair correndo em direção ao baú, vendo que faltava 25 segundos para o fim da prova.

A mulher nunca correu tanto, ela sentiu como se toda sua vida dependesse disso, porque dependia. Quando ela chegou perto do baú, se jogou em direção a ele e colocou a carta ensanguentada dentro e então a voz do jogo soou.

"O jogo foi zerado,
parabéns!"

Misaki nunca se sentiu tão aliviada quando viu que havia conseguido colocar a carta faltando sete segundos para acabar o jogo.

Quando voltou para o Hall em busca de sua amiga a primeira coisa que viu foi o monstro, que era um homem no fim de tudo. Ele estava jogado no chão e o colar em seu pescoço parecia ter explodido. Tanto a mulher de óculos quanto o homem pareciam estar bem, o mais velho apenas estava com uma terrível cicatriz do lado do rosto e a mulher com a blusa branca ensanguentada.

Porém nada disso chamou mais a atenção do que Mahina estirada no chão, com o que parecia ser vários tiros no abdômen.

Misaki não gritou, mas correu em direção a amiga deixando que seus olhos mostrassem o desespero que estava sentindo. Ela virou Mahina em seu colo e percebeu que ela ainda estava viva, embora respirasse de maneira descompassada.

— Não, não... Meu Deus porque você saiu de lá? — Aikyo disse começando a chorar, sentindo o desespero transbordar de si.

— Ela ia morrer se eu não fizesse nada  não queria que... — Ela parou para respirar de forma dolorida e voltou a falar, olhando nos olhos de Mikasi desta vez. — Não queria que mais alguém morresse porque eu sou uma covarde.

— Você não é covarde, não deveria ter feito isso! — A morena disse engasgando com o choro e quando viu sua melhor amiga piscando lentamente, começou a gritar. — Para com isso! Anda para! Você tem que ficar viva!

Porém Mahina piscou ainda mais demorado e com um suspiro pesado a única coisa que ela conseguiu ter forças para dizer foi "Desculpa" antes de finalmente fechar os olhos.

E tudo que Misaki fez, foi chorar em cima do corpo morto de Mahina.

(3485 palavras)

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