chapitre 05: c â l i n

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Chat Noir

E todo o resto se dissipou, o mundo ao redor não passava de poeira estelar na nossa própria galáxia.

Não existia mais ninguém, apenas eu e Marinette.

Eu costumava descrever a minha paixão por Ladybug como algo celestial que escapava do entendimento humano, um sentimento que parecia-me como voar com as asas de um anjo e poder tocar as nuvens. Porém, com Ladybug esse vôo sempre acabava caindo.

Marinette me fazia sentir como se eu nunca fosse cair.

Seus lábios eram tão macios quanto eu imaginei no sonho. Senti que poderia ficar beijando aqueles lábios por toda a eternidade.

Até que ela se afastou.

Os olhos azuis demonstravam preocupação, medo e fraqueza.

— Você não deveria fazer isso. — disse virando o rosto, fugindo do meu olhar.

Ela não conseguia me olhar.

— Você sabe que eu não vou machucar você, não é? — dou um passo para a frente, nos aproximando novamente. — Eu nunca machucaria você, princesa.

Ela me deu as costas e abraçou o próprio corpo, afinal, a noite estava fria.

Graças ao uniforme, eu não sentia esse frio. Contudo, a minha vontade ao vê-la assim foi abraçá-la e passar todo o calor do meu corpo para o seu. Talvez, nos meus braços nada pudesse machucá-la, eu jamais deixaria.

Ou então eu mesmo acabaria machucando ela.

— Você acha que eu sou como ele, que vou te machucar, não é? — controlei a minha vontade de tocar seu braço, isso só piorado tudo. — Você não confia em mim. — percebo. — Você acha que eu sou um... — procuro uma palavra. — paquerador?

— Você gosta da Ladybug e eu gosto do Adrien, não deveríamos fazer isso.

Eu deveria me orgulhar de tão fiel que ela era aos seus sentimentos por mim, porém, tudo o que consegui foi ficar triste.

— Princesa... — tento argumentar.

Ela vira bruscamente e percebo que estava chorando.

Eu fiz isso.

— Você gosta dela e me beija?! — esbravejou.

Marinette deveria estar se sentindo usada. Amaldiçoei-me mentalmente. O que diabos eu tinha na cabeça? Eu a beijei e estava brincando com ela, deixando-a confusa e magoada.

Ela não gostava de mim como Chat Noir, ela gostava do Adrien, ela gostava da minha parte triste e opaca. O que ela conseguiu ver de bom nessa parte?

Ela nunca gostaria de mim como Chat Noir, ela nunca confiaria em mim como Chat Noir.

Eu nunca seria bom o bastante para ela.

A questão é: eu queria ser bom o bastante para ela? Estaria eu disposto a tentar esquecer Ladybug definitivamente e adentrar algo novo e incerto?

Marinette era o tipo de garota que valia à pena o risco.

Suas lágrimas continuaram a descer e sua respiração estava ofegante.

Eu deveria explicar, tentar falar os meus sentimentos e pensamentos que na minha cabeça pareciam tão confusos. Mas eu tinha medo, medo de ela não entender o meu caos.

Eu gostava de Ladybug, entretanto, depois do meu primeiro encontro pelo acaso com Marinette, a joaninha parou de dominar os meus pensamentos. Preocupava-me em proteger Marinette da possível ameaça que estava à espreita e consequentemente, o medo de lhe acontecer algo fez com que ela aparecesse bastante na minha mente.

Não era amor, mas também não era algo para ser ignorado. Um carinho crescia dentro de mim, e por vezes eu o confundia com pena e culpa pela forma como a tratei no outro dia, afinal, eu vi o estrago que minha atitude causou, entretanto, talvez eu só estivesse tentando me enganar.

Algumas vezes, paro para pensar e chego à conclusão de que se minha mãe estivesse aqui, se ela estivesse viva, e eu pudesse desabafar tudo o que estava acontecendo, essa confusão que eu sentia, ela saberia exatamente o que dizer.

Só que ela não estava ali, e esse era mais um dos meus problemas.

— Quando se trata de Ladybug e eu nunca é tão simples. — apoio as mãos na grade.

— Como assim? — interessou-se, com a voz vacilante.

Suspirei, pensando em como explicar.

— Sim, eu gosto dela. — fecho os olhos com força. — E ela gosta de outra pessoa. — minha voz saiu falha.

— Então você me beijou porque ela não retribui os seus sentimentos? — parecia enfurecida e magoada ao mesmo tempo.

— Não! — apresso-me em dizer. — Isso não é um jogo, Marinette.

Ela permaneceu em silêncio, encarando-me.

— Você não é um jogo para mim. — sussurrei.

Aproximei-me dela e coloquei as minhas mãos em seu rosto.

— Eu nunca machucaria ou brincaria com você. — encaro seus olhos, tentando passar confiança. — Se você pudesse ver a confusão que está na minha mente.

— Você pode estar mentindo para si mesmo, Chat Noir. — colocou as suas mãos sobre as minhas, que ainda estavam no seu rosto. — Você não gosta de mim, não nesse sentido, apenas acha que gosta.

Enxuguei com o dedos algumas lágrimas que caíam pelo seu rosto.

— Você está se enganando. — abriu os olhos. — Você gosta da Ladybug, a heroína de Paris, a garota confiante e destemida, foi por ela que você se apaixonou, não por mim.

— E você gostaria que eu estivesse apaixonado por você? — fechei os olhos e colei minha testa na sua.

Naquele momento, foi como se estivéssemos mais próximos do que quando estávamos nos beijando, era terno e carinhoso. Eu nunca teria algo assim com a Ladybug.

Era inevitável não comparar como seria algo com Ladybug enquanto estava com Marinette. Elas eram completamente opostas.

— Eu... — ofegou. — Eu quero que vá embora.

— O quê? — suas palavras me assustaram, fazendo com que eu me afastasse.

— É melhor você ir, por hoje. — abaixou o olhar.

Ela estava desconfortável por minha culpa.

— Se isso vai fazer você se sentir melhor... — suspirei, derrotado e entristecido.

Estava pronto para ir, quando virei e vi que ela estava de costas e tinha voltado a abraçar o próprio corpo. Ignoro uma parte do meu cérebro que me dizia para não fazer aquilo e vou até ela.

Abracei-a e finalmente ela estava nos meus braços. Ali, eu podia sentir que ela estava segura. Ela sempre estaria segura nos meus braços.

— Eu vou, mas amanhã, vamos conversar. — digo no seu ouvido. — Quero entender o seu lado e quero que entenda o meu.

Ela retribui o abraço, apertando-me com força. Tive certeza que ela não queria totalmente que eu fosse embora.

Todavia, ir embora seria o melhor para nós dois, assim, teríamos a chance de pensar à respeito do que estava acontecendo.

— Boa noite, princesa. — beijei sua testa.

E então eu fui embora, esperando a sensação de que tudo ficaria bem, contudo, ela não veio.

O que eu senti, na verdade, foi o pressentimento de que algo ruim iria acontecer.

Eu só não sabia o quê.

***

Ela estava morrendo.

Marinette estava morrendo nos meus braços e eu não podia fazer nada.

Eu disse que ela estaria segura nos meus braços, disse que iria protegê-la.

Eu falhei.

— Princesa...

Podia sentir as lágrimas descendo pelo meu rosto e caindo no corpo de Marinette, misturando-se ao seu sangue.

Estava ajoelhado no chão, com o seu corpo nos meus braços. Não conseguia ver o local em que estávamos, isso não importava.

Tudo o que importava era ela.

— Gatinho...

Eu pude ver a dor que estava sentindo e chorei mais.

Eu não podia salvá-la.

Puxei o seu corpo para mais perto do meu. Queria sentir que ela estava ali, sentir que ela ainda estava nos meus braços.

— Eu não pude salvar você. — solucei.

— Eu p-preciso d-dizer algo. — esforçou-se e eu tentei ficar em silêncio. — Eu amo você, gatinho.

Ouvir as suas palavras me fez chorar mais ainda.

É claro que eu a amava e tinha esperado muito para ouvir aquela frase. E lá estava ela sendo pronunciada no pior momento possível.

— Eu te amo, princesa.

Beijei-a e tudo virou escuridão.

Acordei com o corpo molhado de suor e a respiração sobressaltada.

Tinha sido apenas um pesadelo. Marinette estava viva, ela estava segura.

E não estávamos apaixonados um pelo outro.

Nada daquilo tinha sido real.

Eu ainda podia sentir como se lágrimas escorressem pelo meu rosto. Toco a região abaixo dos olhos e sinto que realmente estava chorando.

Aquilo me assustou.

E se não tivesse sido um pesadelo?

Olho ao redor, estava no meu quarto, tudo em seu devido lugar. Deveria ser um sinal que estava tudo bem, porém não era isso que eu sentia.

— Sua garota precisa de você. — Plagg surgiu, ficando na altura do meu rosto.

Ele estava sério, o que não era costumeiro, e aquelas palavras foram o suficiente para me fazerem levantar rapidamente e me transformar.

Eu sabia muito bem de quem ele estava falando.

***

Adrenalina.

Usava todas as forças possíveis para correr o mais rápido que conseguia. Eu precisava salvar ela, eu não podia falhar.

Medo.

Eu tinha medo do que poderia encontrar ao chegar na casa de Marinette. Parecia tudo tão incerto, ainda mais depois do pesadelo.

Aquele maldito pesadelo! Parecia uma visão do futuro, não parecia algo que aconteceria agora.

E isso me assustava mais ainda.

Quando chego em um telhado perto da casa de Marinette, a primeira coisa que observo é a janela do seu quarto aberta. Marinette jamais deixaria a janela aberta sabendo que tinha alguém observando-a.

Ela estava em perigo.

Corri mais rápido e sabia que ficaria extremamente dolorido depois, entretanto, não podia perder tempo.

Entrei ofegando pela janela do seu quarto e o que vi me deixou perplexo.

Tinha uma sombra ao lado da cama de Marinette, parecia uma figura masculina, porém eu não conseguia ver quem era.

Tudo o que vi foi a sua mão se aproximando do rosto de Marinette.

Então ele me viu.

A escuridão não possibilitava que eu visse o seu rosto, mas ele sabia que era eu e deveria estar satisfeito com isso. Os seus olhos verdes eram a única coisa que pareciam trazer luz ao quarto. Eram olhos de escárnio.

Comecei a me aproximar de onde ele estava. Não sabia quem ele era, o que eu sabia era que ele estava mexendo com a garota do gato errado.

— Chat... — a voz sonolenta de Marinette me despertou.

Contudo, não era para mim que ela olhava. Apoiou o corpo em uma das mãos e coçou os olhos com a outra.

— O que está fazendo aqui, Chat?

Voltou a olhar para a figura na escuridão e assustou-se ao notar que não era eu, estava pronta para gritar quando seja lá o que fosse aquilo tranformou-se em uma sombra e simplesmente desapareceu.

Ficamos parados por um momento, ambos com a respiração acelerada.

Ela percebeu que eu também estava ali e suspirou aliviada.

Andei em passos rápidos até a sua cama e sentei ao seu lado, puxando o seu corpo para um abraço.

— Eu estou aqui. — podia sentir o seu coração batendo rapidamente. — Está tudo bem. — acariciei o seu cabelo. — Nada vai acontecer, eu vou proteger você, princesa.

E naquele momento, eu tive certeza que o meu pesadelo era um sinal.

Eu ia acabar me apaixonando por Marinette.

E seja lá o que estava nos espreitando pelas sombras queria que eu caísse e estava disposto a usar Marinette para isso.

Mas iam ter que passar por cima de mim antes de machucá-la.


Notas: Sobreviveram a esse capítulo? Porque eu chorei bastante - sou mole demais. Vou tentar ser breve e falar tudo o que tinha planejado falar:

1) Minhas aulas do prevest começaram quinta e desde então eu não tenho tempo pra nada, mal estou falando com as minhas amigas. Acordo 6:20 pra me arrumar, chego em casa 12:40, passo a tarde e a noite estudando em casa, então isso explica a demora e to com a consciência bem tranquila quanto a isso, até porque se eu me forçar a escrever vai sair algo bem bosta e não queremos isso, não é? Contudo, deixei de estudar essa tarde para escrever e postar, só por consideração a vocês, eu mereço muito amor por isso 🌝💘.

2) Eu tenho uma One de Miraculous postada e adoraria que vocês lessem ❤ então, quem puder, é só ir ao meu perfil, o nome da história é "Eu, Você, o Mar, e Ela".

3) Eu queria agradecer pelo carinho de vocês, superou todas as expectativas, sério mesmo! Leio todos os comentários e rio bastante.

4) Recomendo que me sigam porque às vezes posto no mural sobre o capítulo que estou escrevendo no momento! Não estou podendo seguir todos por causa do Wattpad, mas irei tentar.

Eu ia falar mais coisa, mas esqueci, então por hoje é só. Acho que depois de domingo deve ter capítulo novo! Por favor, não fiquem me cobrando atualização, isso me pressiona e o problema com ansiedade fica piscando mais que árvore de natal.

Espero que tenham gostado, beijos ❤🐞.

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