Misterioso Alfa

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"Isso é, sem dúvida, inusitado," murmurou Sirius, visivelmente surpreso. É sabido que alfas, geralmente, têm descendentes alfas quando se unem a ômegas. Embora possam surgir betas e ômegas dessa união, a probabilidade de gerar um alfa é significativamente maior. Por outro lado, a ideia de alfas surgindo de casais de betas ou de uma união entre betas e ômegas é quase inconcebível.

"Então seus pais nunca te orientaram sobre como agir como um alfa, ou especificamente como um alfa dominante?" Sirius perguntou, mas foi interrompido por um chute discreto sob a mesa, vindo de Remo Lupin.

"Não queremos invadir sua privacidade, Victor. Você não precisa responder," afirmou Remo, sorrindo cordialmente para o outro alfa. Victor, por sua vez, parecia imperturbável. Contudo, era difícil ler suas emoções, já que ele sempre manteve um semblante inexpressivo.

"Só descobri que era um alfa aos dez ou onze anos de idade," revelou Krum, saboreando outro pedaço de carne. Apesar da onda de espanto que percorreu a mesa, o alfa russo não acrescentou mais detalhes.

Hermione soltou um suspiro profundo e resignado, ciente de que, mais uma vez, a responsabilidade de esclarecer as coisas recaía sobre ela. Mas antes que pudesse começar a explicar, foi interrompida por Draco.

"Isso é impossível. Quero dizer, todo bebê que nasce é testado para determinar sua classe no sistema ABO," contestou Draco, parecendo genuinamente perplexo.

"Na Rússia, as coisas são um pouco diferentes," Hermione esclareceu, com um olhar educativo dirigido ao seu público. "Após a revolução de 1917, o sistema ABO e o teste em recém-nascidos foram abolidos. Era um dos princípios fundamentais do Equitismo, que buscava igualdade entre alfas, betas e ômegas. Isso permaneceu até a dissolução da Coalizão Ômbeta em 1991. Rússia e outros países do Leste Europeu tinham abandonado esses procedimentos por muitos anos. Muitas comunidades rurais, incluindo a de Victor, sequer recebiam a visita de avaliadores do sistema ABO. Ele foi criado como um beta, assim como todos em sua comunidade."

"Ahh! Isso seria o 'Princípio Beta Universal' ou 'Lei da Equivalência Beta'," disse Remo, recebendo um olhar curioso de Sirius. "Este princípio sustenta que, para criar uma sociedade verdadeiramente justa e harmoniosa, todos os indivíduos devem ser tratados como betas em termos de direitos, deveres e oportunidades. É o pilar do Equitismo."

"Onde você leu isso? Em textos censurados pelo conselho?" perguntou Sirius, arqueando as sobrancelhas.

"Talvez. E como funcionário, tenho acesso a documentos sigilosos, mas posso muito bem ter lido isso em algum fórum na internet. O conselho alfa não é onipotente, querido " Remo respondeu com um sorriso, fazendo Sirius balançar a cabeça de forma divertida.

Draco olhou nervosamente ao redor, temendo serem ouvidos. Os tópicos discutidos eram tabus. A Revolução de 1917 era frequentemente retratada como sangrenta, caótica e até demoníaca, servindo como um lembrete de que betas e ômegas nunca deveriam alcançar o poder, e que os alfas eram os líderes naturais para manter a paz e o equilíbrio

"De qualquer modo, Victor só foi identificado como alfa em uma etapa tardia da sua vida, o que, de certa forma, prejudicou sua educação direcionada aos alfas," continuou Hermione.

"Isso é realmente surpreendente, especialmente sabendo que a Rússia é agora um dos países que promove o Alfaismo, a superioridade dos alfas acima de todas as outras classes. Há até extremistas que defendem que o mundo deveria ser composto apenas por alfas e que as outras classes deveriam ser eliminadas ou escravizadas."

"Discordo veementemente," afirmou Victor. Sua expressão se tornou agressiva, quase um rosnado escapando de seus lábios. Os olhos quase mudaram de cor, exibindo tons avermelhados em suas írises. "Alfaismo... é algo abominável."

Ele não expandiu mais seu ponto de vista, mas seu desagrado com o movimento conhecido como Alfaismo era claramente perceptível. Draco, para ser honesto, sabia pouco sobre essa ideologia. Achava peculiar que ela existisse em um mundo onde os alfas já ocupavam o topo da hierarquia social e biológica. Por que querer mais? Essa reflexão foi abruptamente interrompida com a chegada de Lúcio Malfoy. Seu pai se aproximou da mesa com passos determinados, como se buscasse impor sua autoridade em relação a Sirius.

Narcisa, até aquele momento, estava sentada com conforto em sua cadeira, saboreando uma variedade de pratos indulgentes sem as habituais restrições impostas pelo marido alfa, Lúcio. Ele acreditava que as ômegas deveriam se contentar com saladas e comidas leves para manter a figura esguia e a fertilidade. Assim que Lúcio se aproximou, Narcisa tentou discretamente esconder seu prato recheado de doces, mas ele mal notou sua presença, com os olhos fixos em Draco.

"Filho, eu quero que você conheça alguém," disse Lúcio, sua fala mais uma imposição do que uma sugestão. Draco se levantou desajeitadamente, percebendo pela primeira vez que seu pai não estava sozinho. Acompanhando-o estava um homem de meia-idade com olhos azuis, pele pálida e um turbante roxo envolvendo sua cabeça.

"Esse é o Lorde Quirrell, o emissário de um dos alfas mais formidáveis que nosso mundo já conheceu," disse Lúcio, a admiração tingindo suas palavras de forma inédita. Era raro ver Lúcio expressar reverência por alguém que não fosse ele mesmo.

"V-você está s-sendo excessivamente g-gentil," gaguejou Quirrell, claramente nervoso.

"Não estou sendo gentil, estou sendo preciso," respondeu Lúcio com ênfase.

"Prazer em conhecê-lo," disse Draco, sentindo-se desconfortável com a situação. "Mas você disse que é um representante?"

"Ah, sim, jovem alfa M-Malfoy... Eu sou o e-emissário do grande alfa Lorde Vold— AH!" Quirrell emitiu um grito agudo ao notar a figura de Victor ao lado de Draco. O próprio Draco não tinha percebido a presença de Victor até ser atingido por uma onda avassaladora de feromônios. A tensão de Victor era palpável; seus olhos agora claramente vermelhos, sinalizando uma fúria contida.

"Oh... S-Senhor A-Alfa V-Victor, você por aqui... Q-Que surpresa," Lorde Quirrell disse, sua gagueira intensificada. Draco observou como o homem quase se inclinava para a frente, como se uma força invisível o estivesse compelindo a mostrar reverência a Victor. Ele nunca tinha testemunhado tal grau de influência ser exercido por um alfa sobre outro. Seria essa a extensão do poder de um alfa dominante?

Neste contexto, os feromônios de Victor agiam diretamente no sistema endócrino-nervoso de Quirrell. Eles desencadeavam uma cascata de respostas hormonais e neurológicas que alteravam não apenas o comportamento, mas também as funções fisiológicas do indivíduo afetado. No caso específico, os feromônios pareciam literalmente pesar sobre os ombros de Quirrell, forçando-o a se inclinar como se estivesse subjugado pela presença dominante do outro alfa.

"Quem é você para se atrever a tratar um representante tão distinto desta forma?" Lúcio indagou. Mesmo enquanto falava, sua voz tremia ligeiramente, e ele evitava o contato visual com o alfa visivelmente furioso à sua frente.

"Ele é meu amigo," Draco encontrou-se dizendo, o que imediatamente lhe rendeu um olhar de desaprovação de seu pai. Internamente, Draco se repreendeu; de fato, ele mal conhecia Victor e estava mais intrigado do que afeiçoado por ele até o momento.

Sirius interveio, colocando um braço ao redor dos ombros de Victor. "Ele é também um convidado do Conselho dos Alfas Britânicos. Deveríamos lhe oferecer o mesmo respeito que oferecemos a este senhor... Krill, não é? O nosso chefe Fudge sempre enfatizou a importância da diplomacia com alfas estrangeiros."

"O nome é Quirrell," murmurou o alfa emissário, ainda curvado em sua posição subserviente. No entanto, ele foi prontamente ignorado pelo grupo.

"Estou ciente de nossos princípios de civilidade," retrucou Lúcio, claramente irritado. "Só acho que os convidados deveriam mostrar o mesmo nível de decoro quando estão em terras que não são as suas."

"Claro, claro! Victor está arrependido pelo ocorrido, não é mesmo?" Sirius afirmou, embora Victor não tenha verbalizado qualquer sentimento. No entanto, os olhos de Victor já não exibiam o rubor incandescente da fúria, permitindo que Lorde Quirrell relaxasse visivelmente, aliviado. Era um fenômeno intrigante, essa especificidade dos feromônios, algo que a ciência ainda não conseguira decifrar: como essas substâncias químicas podiam ser tão seletivas, afetando um indivíduo em detrimento de outro, uma peculiaridade aparentemente mais acentuada nos alfas do que nos ômegas.

"Bem, eu devo levar Lorde Quirrell para conhecer os outros convidados," anunciou Lúcio, afastando-se rapidamente e segurando Quirrell pelo braço. Ele lançou a Draco um olhar final de decepção, deixando ambíguo se seu filho deveria segui-lo ou não — embora a última opção parecesse mais provável.

"Droga," murmurou Draco, já antecipando as consequências de sua inação. Surpreendentemente, Victor lhe deu um leve tapinha no ombro, quase como se agradecesse pela interferência de Draco no conflito — mesmo que Draco se sentisse absolutamente inútil e tolo durante toda a situação.

Hermione começou a enumerar uma série de desculpas pela atitude de Victor, mas Sirius prontamente as ignorou. "Sabe o que isso merece? Uma rodada de champanhe!" exclamou o alfa mais velho. Remus assentiu em concordância, e até mesmo Narcisa parecia grata por algum tipo de distração, já que fora negligenciada por seu marido durante todo o alvoroço.

"Vodka," sugeriu Victor, parecendo estranhamente entusiasmado com a ideia de beber. Draco se resignou a acompanhá-los, mesmo que continuasse curioso sobre quem era Lorde Quirrell e quem ele representava — alguém capaz de tornar seu pai tão amistoso e de perturbar o habitualmente equilibrado Victor. Isso, com certeza, não poderia ser algo bom...


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