Treinamento e convite para um almoço

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"Bom dia!" Jorge anunciou com entusiasmo, seu rosto iluminado pelo brilho suave do amanhecer.

"Que surpresa te ver aqui, Amos!" Fred emendou. De fato, o beta mais velho estava postado no limiar de sua casa, apoiado contra uma árvore majestosa cujas folhas refletiam os primeiros raios de sol. Com um cachimbo cuidadosamente equilibrado entre os dedos, Amos desviou o olhar de seu celular para acenar para os gêmeos que se aproximavam. Ele estava vestido de forma casual, mas elegante, perfeito para o clima fresco do amanhecer: uma camisa de flanela xadrez e calças de linho.

"Imagino que vieram ver o Harry," disse Amos à dupla. Não era a primeira vez que eles visitavam sua residência desde que Harry Potter se mudara para lá. A mudança fora uma etapa crucial para o rigoroso treinamento para a próxima corrida, um evento que exigia dedicação integral de todos os envolvidos.

"E o Harry, está em casa?" indagou Fred, curioso.

"Ah, ele saiu para uma corrida," informou Amos com um ar despreocupado.

"São seis da manhã," observou Jorge, após conferir a hora em seu celular.

"Sim, e daí? Há quem prefira correr com o nascer do sol. O Harry, por exemplo, começou às quatro da manhã," explicou Amos, encolhendo os ombros.

Os gêmeos trocaram olhares apreensivos. Harry não era exatamente o que se poderia chamar de pessoa matutina. Recordaram-se, então, de um episódio da infância em que tentaram acordar o recém-adotado Harry com uma buzina ensurdecedora. O resultado? Foram atacados com uma saraivada de chutes, socos e mordidas. Nunca mais subestimaram a ferocidade que um ômega poderia manifestar.

"Aí vêm eles," murmurou Diggory, apontando para o fim da rua asfaltada. Lá, sobre o manto escuro do asfalto, surgia Alice Diggory, pedalando com vigor. Ela vestia um conjunto de ginástica de cores vivas que flutuava ao redor de seu corpo, conferindo-lhe uma aura etérea de energia. Com um aceno efusivo, ela saudou o grupo. Um pouco mais atrás, seguindo a mulher de bicicleta com uma determinação silenciosa, vinha Harry. Ele usava um conjunto de corrida meticulosamente ajustado ao seu corpo, destacando sua silhueta esguia. Embora ofegante e à beira da exaustão, seus passos eram firmes e ininterruptos.

"Ah, Jorge e Fred! Que maravilha que vieram!" Alice exclamou, parando sua bicicleta ao lado da árvore onde Amos estava. "Isso significa que vou preparar um café da manhã ainda mais farto! Perfeito! Mal posso esperar para que vocês provem minha nova receita de omelete!"

"Será um privilégio degustar tais iguarias," respondeu Jorge com uma ponta de formalidade.

"E nós somos grandes fãs de experimentações culinárias. Nós mesmos gostamos de fazer experi..." Fred parou de falar abruptamente ao receber uma cotovelada discreta de seu irmão gêmeo. Era prudente manter em segredo suas experimentações que afetavam o sistema ABO e que eram vendidas de forma não exatamente legal; ao menos de Alice, já que Amos estava a par da situação.

"Começo a achar que vocês me visitam apenas para comer de graça," disse Harry. Apesar de visivelmente exausto, sua voz manteve um timbre firme. O ômega se apoiou na árvore, usando o dorso da mão para enxugar o suor que lhe escorria pela testa.

"Está nos ferindo, Harry," Fred disse, colocando a mão sobre o coração em um gesto teatral que Jorge imitou imediatamente.

"Viemos aqui especialmente para verificar se você está aguentando sua nova rotina!" Jorge acrescentou com uma expressão de falso horror.

"É assim que você retribui o carinho de amigos e familiares?" Fred aprofundou o drama, sua voz tingida de falsa incredulidade.

"Ah, a ingratidão!" Jorge lamentou, levando o dorso da mão à testa como se estivesse à beira de um colapso emocional.

Harry revirou os olhos, claramente não impressionado com o teatro dos gêmeos.

"Harry Potter, você não deveria ser tão dura com eles," a senhora Diggory interveio, lançando um olhar ligeiramente reprovador para o ômega. "Vamos entrar, todos. Prepararei um chá para nós. E você, Harry, vá tomar um banho e trocar de roupa; já estou preparando sua vitamina."

Alice guiou os gêmeos para dentro da casa, deixando Harry e Amos a sós no jardim.

"Seu tempo melhorou," Amos anunciou, olhando os dados em seu celular enquanto acendia seu cachimbo.

"Mas ainda não é bom o suficiente," respondeu Harry, uma ponta de irritação na voz. Tinha sido uma semana desde que se mudara para lá, e os treinamentos intensivos de Amos eram exatamente isso: intensivos. Todos os dias havia treinos de força, sprints, resistência e muito mais. E mesmo assim, para Harry, ainda não parecia suficiente.

"É o suficiente, Harry," Amos tentou acalmá-lo. "Você progrediu muito rapidamente. Lembra-se de que desmaiou na minha porta na sua primeira corrida? Pois bem, você não desmaiou hoje."

"É verdade," Harry admitiu relutantemente. "Mas sinto que ainda falta algo. Quero dizer, entendo que a corrida é o foco, mas há mais do que isso. Há obstáculos, terrenos inóspitos e o fato de que estarei correndo para evitar ser capturado por alfas. Como posso me preparar para tudo isso com o treinamento atual?"

"Tenha paciência, Harry. Já tenho tudo planejado," assegurou Amos. "Além disso, você ainda nem se inscreveu para a corrida, certo? Antes de fazer tantas exigências, que tal se inscrever no evento? Já conversou com seu guardião?"

Harry desviou o olhar, claramente constrangido por estar adiando essa conversa crucial com Arthur Weasley. Mas Amos tinha razão; o prazo limite para a inscrição estava se aproximando e ele não podia mais procrastinar, especialmente quando já estava tão empenhado no treinamento.

"Vou falar com ele," disse Harry, infundindo suas palavras com uma resolução que esperava que também se manifestasse em suas ações. Com um gesto de cabeça em direção a Amos, ele caminhou em direção à casa dos Diggory.

Amos o observou com um olhar perscrutador. Ele não tinha sido desonesto ao elogiar o progresso de Harry. Depois de fazer sua própria investigação sobre o histórico escolar do jovem Potter, descobriu que o rapaz tinha uma carreira notável nos esportes escolares. No entanto, as regras que proibiam ômegas de participar em competições tornavam difícil quantificar numericamente o quão promissor Harry Potter poderia ser. Mesmo assim, devia ser alguém com talento, considerando que alguns professores tentaram apresentá-lo como um beta para que pudesse competir nas equipes titulares de rugby e futebol da escola. O físico de Harry parecia se adaptar rapidamente ao treinamento, um sinal de que ele possuía a genética de um atleta. No entanto, Amos sabia que isso sozinho não seria suficiente para vencer a corrida. Ele conhecia essa realidade dolorosa muito bem, especialmente quando pensava no passado de seu próprio filho, Cedric Diggory.

Com isso em mente, Diggory navegou pelos contatos em seu celular, buscando um nome em particular. Ele estava determinado a tornar o treinamento ainda mais rigoroso e alinhado com as demandas reais de uma corrida. E para tal, ele precisava de um alfa.

"Será que Alastor Moody toparia?" ele ponderou, tocando no ícone verde em sua tela e iniciando uma chamada para um velho amigo.

~***~

"Ron está bem?" perguntou Harry, saboreando sua espessa vitamina de banana e mel, enquanto observava os gêmeos devorando o café da manhã preparado com esmero por Alice Diggory. O aroma das ervas frescas misturadas ao omelete de cogumelos e queijo enchia o ar.

"Está sim," respondeu Jorge, uma garfada generosa de frutas vermelhas e creme pendurada em seus lábios.

"Pode estar um pouco melancólico por perder o colega de quarto," admitiu Fred, enquanto cortava um pedaço suculento da omelete, que liberava um aroma de queijo derretido e ervas ao ser dividido.

"Mas isso é algo temporário," frisou Harry, uma onda de culpa inundando-o por deixar seu melhor amigo e o apartamento que compartilhavam como lar nos últimos anos.

"Não se preocupe, Harry. Ele é adulto e vai superar isso," disse Jorge, gesticulando com seu garfo, no qual uma salsicha dourada e parcialmente mordida estava espetada.

"A questão é que viemos aqui para algo mais do que apenas te visitar," revelou Fred, pausando para saborear a omelete, cuja textura macia e sabor rico o fez fechar os olhos momentaneamente.

"O que foi?" perguntou Harry, erguendo as sobrancelhas enquanto uma pontada de ansiedade apertava seu estômago.

"Almoço em família," anunciou Jorge, como se estivesse proferindo um ultimato. "Neste fim de semana, Gui e Carlinhos virão nos visitar. Então, nossa mãe planeja fazer uma grande reunião familiar. Você está convidado."

"Oh..." Harry deu outro gole em sua vitamina, achando cada vez mais difícil engolir o líquido espesso e doce.

"Harry, este é o momento ideal para... você sabe... falar com nosso pai," insinuou Fred, captando o desconforto palpável do ômega.

"Você tem razão. Especialmente porque na próxima semana preciso me inscrever na corrida," admitiu Harry, sentindo o peso das datas limites e a complexidade da situação ao pensar em abordar seus futuros pais adotivos sobre sua intenção de participar da infame Corrida.

"Esse almoço promete ser bastante interessante," observou Jorge.

"Extremamente interessante," concordou Fred.

"Vocês estão indo só para me ver sofrer, não é mesmo?" indagou Harry, com um meio sorriso irônico nos lábios.

"Claro que não, estaremos torcendo por você!" exclamou Jorge, sem perder um segundo.

"E, se as coisas não derem certo, saiba que estamos treinando para forjar a assinatura de nosso pai há alguns dias," admitiu Fred.

"Espero que não tenhamos que recorrer a isso..." disse Harry, ainda sentindo um traço de incerteza sobre o que realmente aconteceria naquele almoço em família.


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