Capítulo 4 - Eu não pertenço a esse lugar

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Pov Akay: Precisei espairecer minha cabeça, se eu encontrasse qualquer um dos irmãos Omaytu, eu seria capaz de matar eles. Eu espero que não caia nos ouvidos de meu pai, que eu bati naquele idiota do Kamty. Ele ficaria furioso, e é tudo que eu menos quero. Eu não pertenço a esse lugar, estou com saudade da minha casa, do Kimeto, e pensar que vou ter que conviver com aquele Skxawng me tira do sério. Me sentei no chão do meu quarto, e fiquei olhando para o teto, segurando minhas lágrimas recordando do momento em que Kimeto me propôs casamento e eu precisei negar, eu esperei tanto por aquilo, e precisei ir embora no momento que seria mais importante pra mim, o que Eywa queria?
Comecei a sentir meus olhos transbordando, a garganta fechando e então, escutei alguém entrando na minha cabana.

- Ainda tá com aquele fogo no rabo? - Entrou Kamty, dentro do quarto de Akaya, sem mais nem menos.

- Você não tem o mínimo de noção e educação não?! Parece uma criança! SAI DAQUI! - Me levantei furiosa, ao ponto que as lágrimas sumiram imediatamente, fui andando em direção a ele, balançando minha cauda de forma brusca.

- Eu vim em paz tá legal?! - Fui recuando, e estava ficando nervoso com a forma como ela vinha andando em minha direção me encarando. Ela estava prestes a me matar, as chances de isso acontecer eram muito altas, mas apesar disso, não conseguia deixar de admirar ela. Aquele olhar feroz, ardente vindo em minha direção era tão...

- ARGH! - Peguei a primeira coisa solta que vi pela minha frente e arremessei nele.

- Akayameti! - Segurei o tronco de madeira que ela me arremessou.

- Eu só vim te pedir desculpa! Apesar de saber que eu sou irresistível, e que você tava doida para um clima nosso. - Disse brincando, com um tom convencido.

- Kamty! - Respirei fundo, tentando me controlar ao máximo.

- FAZ O FAVOR E SOME DA MINHA F... - Antes que eu pudesse terminar a frase, ele esticou um buquê em minha direção, com várias flores que pareciam a tal "lavanda" do povo do céu, mas tinham o nome de ruminesces. Eram as minhas preferidas, e eu não faço ideia de como ele acertou isso, ou como as encontrou. Novamente, me peguei abaixando minhas orelhas e ficando tímida.

- Aonde achou elas?... - Peguei aquela espécie de buquê em minhas mãos, com delicadeza, e fiquei admirando aqueles pequenos matos roxos.

- Eu... tive uma ajuda do seu Ikran e da sua irmã... - Levei minha mão até minha nuca, envergonhado e abaixei minhas orelhas olhando para ela.

- São as que eu mais gosto... Agradeço, Kamty. - Agradeci, sem olhar em seu rosto, estava com vergonha pela forma como eu estava sendo grosseira com ele, talvez eu estivesse irritada demais.

- Por nada, Akimeti... - Observei sua expressão mudando novamente para uma expressão brusca.

- Vai embora daqui! - Fiquei furiosa ao escutar aquele nome, eu já havia esquecido da situação de Kimeto, e Kamty me chamou exatamente da forma como ele me chamava, aquilo me despertou uma explosão de sentimentos, que me deixou cega, e quando percebi, já estava amassando todas as flores que Kamty havia me dado.

- ... - Eu fiquei devastado vendo as flores sendo amassadas, eu tive uma viagem até a floresta pra achar elas e nunca havia pisado lá, todo meu esforço estava no lixo naquele momento. Mudei minha expressão rapidamente, para uma expressão de raiva, eu não tinha costume de fazer nada disso pra ninguém, e quando resolvo fazer resulta nisso.

- Você é uma imbecil Akayameti! Eu não sei o porque você é tão arrogante, e estúpida desse jeito! Você parece um animal da floresta invés de uma nativa! Qual a droga do seu problema?! Skxawng! -Balancei minha cauda com desprezo e saí de lá.

Pov Akay: Comecei a tentar controlar minha respiração, e a tomar  o controle novamente da situação, eu realmente não queria ter feito nada daquilo. Eu precisava esquecer Kimeto, eu estava descontando tudo em quem não tinha nada com isso. Me magoou a forma como Kamty me chamou, eu realmente ficava parecendo um animal selvagem a todo momento?.
Quando comecei a tomar noção das coisas ao meu redor, percebi meus pais me encarando de longe, Kiri me olhando preocupada, e Neteyam me olhando também com preocupação e um pouco de medo da reação que meu pai teria dali para frente. Droga... eles chegaram exatamente na hora que isso tudo aconteceu.

- Akayameti, qual foi a parte de no mínimo tentar ser legal com eles, você não entendeu?! - Perguntou Jake, furioso-.

- Pai, eu estou tentando, tá legal?! Não é fácil nada disso! Eu perdi meu namorado, e eu nem queria estar aqui! - Grito nervosa olhando para o chão, começando a ter uma crise.

-   Ma'Jake... - Neytiri chamou a atenção de seu marido - Deixe ela, é só nosso primeiro dia... Akaya está tentando! - Pude perceber, no olhar de Jake, que a raiva dele havia virado uma preocupação, e fomos para a cabana.

- Akay... - Kiri correu até sua irmã e a abraçou-.

Pov Akay: Ao sentir o abraço de Kiri, e corresponder o mesmo, comecei a desabar novamente em lágrimas, eu nunca perdi o controle das minhas atitudes dessa forma. Se eu não me controlasse, quão longe eu iria no meu momento de fúria?! E se eu machucasse minha família?!. Neteyam se aproximou, colocando a mão em minhas costas me consolando.

- Podemos conversar, Akay? - Neteyam olhou para sua irmã, preocupado com seu estado, assim que ela concordou, Neteyam olhou para Kiri pedindo aquele momento a sós. Kiri cedeu e se retirou, e o garoto e sua irmã entraram no novo quarto de Akay-.

- O que está acontecendo com sua cabeça, Akay? - Neteyam suspirou e se sentou com a garota-.

- Eu não queria estar aqui, Ne. - Akaya respondeu ao seu irmão chorando, enquanto encostava em seu ombro no momento que sentaram no chão-. 

- Bom, eu também não... mas estou tentando dar uma chance. Sei que não é só por isso, tem algo com Kimeto, certo? - Perguntei para ela mesmo sabendo qual seria a resposta, enquanto  acariciava seus cabelos com calma buscando conforta-la-.

- Antes de irmos embora, Kimeto pediu minha mão em casamento... - Olhei para Neteyam, que fez uma expressão de surpresa.
- Era tudo o que eu mais queria, mas eu não podia abandonar vocês e nem trazer ele comigo,  não pude aceitar sua proposta... mas eu queria tanto ser a mulher dele, Neteyam! - Minha garganta se fechou lembrando daquela cena.

- ... - Prossegui calado, deixando ela desabafar.

- Após isso, eu e Kimeto rompemos nosso relacionamento, e eu tenho medo de... caso a gente volte para a floresta, eu encontrar ele com outra... e nada disso sai da minha cabeça. - Sequei meu rosto na esperança de sessar minhas lágrimas, mas não tive o resultado esperado-. 

- Se vocês não são mais uma certeza, recomendo que deixe ele para trás, Akaya... Eu sei que vai doer, mas você não pode se prender e ... sair do controle, por conta disso. - Olhei para ela com um certo receio de minhas palavras piorarem sua situação e a avaliei rapidamente para ver se continuava a falar, e assim prossegui- Você não foi a única culpada, se Kimeto realmente a quisesse tanto, ele entenderia você. Sei que existem momentos de raiva, mas devemos ser compreensíveis neles também, e ele não foi.

- .... - Respirei fundo e apertei a mão de Neteyam com uma certa força, enquanto sentia meu rosto derramar lágrimas amargas.

- Eu não queria ter feito o que fiz, com Kamty... ele me trouxe ruminesces, eu nem sei aonde ele encontrou essas flores... São as que eu mais gosto e imagino que ele teve muito trabalho pra achar elas... - Pausei um pouco minha fala enquanto sentia minha garganta fechar com a sensação de culpa me tomando- Eu fui tão ingrata e ... patética, agi como uma criança. - Respirei fundo, secando minhas lágrimas novamente-.

- Você terá muito tempo para se redimir, mas tente fazer isso quanto antes. - Me levantei, acariciando seus cabelos com calma e a olhando.

- Neteyam... Como está o papai? - O olhei, assim que o mesmo se levantou, preocupada com sua resposta.

- A raiva já passou. - Sorri, de forma confiante e me retirei da cabana de Akay, dando de cara com Tsyreia.

- Akaya está bem? - Perguntou Tsyreia, preocupada.

- Ela vai ficar... - Sorri preocupado me perguntando se Tsyreia estava com raiva de minha família-.

- Eu peço perdão pelo comportamento de Kamty, eu acho que ele se empolgou demais vendo outros igual a ele. - Comecei a caminhar com Neteyam pelo deck de madeira, em direção ao mar-.

- Eu tenho certeza! Sua irmã é muito linda e selvagem, mas tenho certeza que alguém como a Akay, ele nunca viu. - Dei uma risada lembrando da forma como Kamty ficou ao ver Akaya quando chegamos-.

- Ele com certeza ficou doidinho nela! - Dei uma risada, escondendo o ciúmes que fiquei ao escutar os elogios de Neteyam para Romatika.

- Os Sully's têm seu charme. - Caminhei com Tsyreia em direção aquele grande mar, pegamos algumas pedrinhas, e nos sentamos em uma pequena estrutura aberta que tinha ali, e então começamos a jogar pedrinhas na água- Agradeço sua paciência, e a de seus irmãos em nos ajudar, Tsyreia. - Atirei uma das pedrinhas na água-.

- Vocês são ótimos alunos, e eu consigo ver como estão se esforçando, tanto a serem gentis, como na adaptação... Queria que Aonung e Rotxo fossem mais legais com vocês. - Tentei atirar uma das pedrinhas na água e falhei-.

- Ah, tá tudo bem... não conseguimos agradar a todos sempre. - Observei sua dificuldade em atirar as pedrinhas e peguei em sua mão com delicadeza, sem ser invasivo- Tenta... jogar ela assim. - Ajeitei a posição de sua mão, e a posição da pedra entre seus dedos-.

- Agora... só jogar. - Assim que dei o comando, Tsyreia jogou a pedrinha, que pulou na água diversas vezes e afundou, tirando um sorriso gentil da garota-.

- Uh! - Dei uma risada, feliz por ter conseguido, nunca soube fazer isso, mas sempre via Romatika e Kamty fazendo. Olhei para Neteyam, corada e  percebi que estava assim desde que senti seu toque em minhas mãos. - Obrigada.

- Você é uma ótima aluna, assim como é uma ótima professora. - Dei uma risada gentil, e voltei a jogar as pedrinhas com Tsyreia. Passamos um período da noite conversando, até perceber que ela estava calada-.

Pov Neteyam: Ao perceber o silêncio dela, vi que a mesma havia encostado na parte de madeira daquela estrutura, e havia dormido. Os Metkayina tinham uma beleza surreal, e apesar da saudade de casa, comecei a apreciar a convivência com eles. Apesar de ser o primeiro dia, já foi um dia longo, pareciam sete dias em um. Encostei Tsyreia em meu ombro com cuidado, e a peguei em meu colo, ajeitando a mesma. Fui caminhando com ela em meu colo, e a levei para sua cabana, a deitei com calma e depois me retirei de lá.

Pov Loa'k: Eu não parava de pensar em Tsyreia desde que chegamos, e quando criei coragem para chamar ela para sairmos pra algum lugar, vi ela e Neteyam andando juntos conversando. Logo fechei a cara, não podia conter meu ciúmes, além de ter a sensação de estar perdendo outra vez para Neteyam. Essa sensação se expandiu, quando vi ele voltando com ela em seu colo e a levando para sua casa. Eu queria saber porque as coisas são tão fáceis para ele.

Pov Kamty: Entrei em minha cabana ainda revoltado pela situação e comecei a jogar minhas coisas pelos cantos, fazendo com que Romatika acordasse e entrasse em meu quarto.

- O que tá fazendo, Kamty?! - Romatika segurou seu irmão, parando o mesmo-.

- Aquela Skxawng da Akayameti destruiu toda aquela droga que eu levei! - Dei um murro em um tronco que segurava meu quarto, com uma fúria que não havia explicação mas que me dominava-.

- Eiii Skxawng! Se controle! - Encarei meu irmão, reprovando sua atitude- Kamty! Eles são novos aqui e você foi invasivo! - Segurei em suas mãos com força para diminuir a dor que ele provavelmente estaria sentindo, e para evitar que ele se machucasse novamente- Ela está se adaptando, precisa entender isso! Você tem duas irmãs e ainda não entendeu como somos?! Algo você fez que a chateou, e se você não quer entender isso, respeite o espaço dela! - Dei um tapa em suas orelhas, encarando ele-.

- Tá, você tem razão... - Respirei fundo e me sentei-. Ela pareceu ter gostado, mas depois que a chamei de Akimeti, ela mudou a expressão dela e destruiu aquilo como se fosse areia em suas mãos.

- Talvez... você tenha lembrado ela, algo que ela não gostaria de ser lembrada. Você precisa entender que ela é diferente das garotas que ficam babando por você, ela não é uma idiota! Precisa conhecer ela, Kamty, por dentro... - Beijei sua testa, me levantei e me retirei de seu quarto em seguida, voltando para o meu-.

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