Pov Akayameti:

Sou Akayameti, ou Akaya, tenho 20 anos e sou a primeira menina dos Sully. Estou no momento, sentada em uma pedra, próxima à um dos lagos que mais acho bonitos nessa floresta. Ultimamente venho sentindo coisas estranhas, uma sensação de que minha paz estava prestes a acabar, mas não sabia dizer se isso era uma intuição, uma sensação, ou apenas uma breve paranoia. Trouxe minhas irmãs, Kiri e Tuk para ficarem comigo aqui hoje, enquanto meus irmãos estavam em seu treinamento. Confesso que amo trazer elas duas para ficarem aqui, Kiri é uma ótima companhia de conversa, diria que minha melhor amiga, e a Tuk é meu bem mais precioso em forma miniatura. Adoro observar Kiri, e seu jeito de se conectar com nossa floresta, me sinto perto de Eywa com a presença dela.

Tenho medo de essa minha angústia, ser mais do que um pressentimento, e eu acabar perdendo minha família, e Kimeto. Falando em Kimeto...

— Achei você! - Disse Kimeto, que andava em minha direção, sorridente. Assim que se aproximou, o mesmo beijou minha testa, o que fez eu balançar minha cauda de forma suave e o olhar diretamente nos olhos-

— Como foi seu treinamento hoje? Você esteve sumido - Passei a mão em seu antebraço, enquanto permanecia sentada, indicando para que o mesmo sentasse ao meu lado-

— Foi longo, puxado, cansativo - Ele deu uma risada, e logo se sentou ao meu lado, me olhando. Kimeto me conhecia à tempo suficiente para saber quando eu estava estranha, e notando isso, o mesmo mudou sua expressão sorridente para uma expressão facial preocupada, e colocou uma mecha de meu cabelo atrás da minha orelha, me perguntando-
— O que você tem, amor?

— Ah, não é nada... - Dei um suspiro profundo, desviei meu olhar para o chão por um curto período e voltei a olhar para ele. Não queria contar para ele sobre essa minha angústia, pois poderia ser algo da minha cabeça que só o preocuparia à toa-

— Eu conheço você, Akaya. Por favor, me fale - O mesmo pegou em minhas mãos, e ficou olhando em meus olhos, de uma forma que me acalmava e me deixava segura, o que me deu coragem para falar-

— Ultimamente, venho sentindo uma angústia em meu peito, um sentimento de perda, uma... paranoia sobre o povo do céu voltar  - Respirei fundo- Só de pensar nisso, já me causa arrepios. Eu não gosto nem de pensar na possibilidade de perder você e minha família, Kimeto.-meus olhos se encheram de lágrimas, sem que eu pudesse controlar-

— Akay... - Após suas palavras,  senti sua respiração profunda, de certa forma preocupada, e logo senti o abraço dele me reconfortando, fazendo com que eu desabasse em minhas lágrimas.-

— Kim... E se Eywa estiver me avisando algo? - Sussurrei baixinho olhando para ele, e o mesmo secou minhas lágrimas assim que escutamos as meninas se aproximando. Ergui minha cabeça e sorri, para não preocupar mais ninguém-

— Estou cansada de tanto brincar Akay, vamos pra casa. - Disse Tuk, fazendo uma cara de cansada e um corpo mole, que me tirou uma risada-

— Vamos, minha pequena. - Levantei, pegando a mesma no colo, e olhei para Kimeto, esticando minha mão para ele e o ajudando a levantar. Olhei para Kiri que estava ao meu lado, com uma expressão cansada de quem queria dormir, e voltei para casa com eles.-

— Vá descansar, pequena Tuk. - Coloquei um cobertor por cima de seu corpo, e a aconcheguei em sua cama. Olhei para Kiri, que dividia o quarto com ela, sorri para ela e saí de seu quarto.-

-— Você vem, Kimeto? -Olhei em direção à ele, que estava um pouco afastado, o convidando para entrar em meu quarto. Ele se aproximou de mim, e cruzou seus braços em minha cintura me olhando com um sorriso-

— Eu adoraria ficar com você essa noite, Akay - Disse Kimeto-. Mas tenho que voltar para minha casa, meus pais pediram. -Reparei em seu olhar desapontado e acariciei seus lábios com meu polegar, tentando animar ela-

— Não vejo a hora de me casar com você Akay. Logo logo, não precisaremos mais dizer adeus. - Sorri tentando animá-la-.

— Logo, você será um Sully, meu Kim -Sorri olhando para ele, e acariciei sua nuca. Dei um selinho um tanto longo nele, e assim que nos soltamos, minha família chegou. E foi aí que o pesadelo começou...-

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Pov Akay: Assim que terminei meu beijo com Kimeto, minha família chegou. Pensei que tinham ido treinar, mas assim que chegaram percebi que nada tinha sido apenas um treinamento. Meu pai chegou furioso, certamente Lo'ak tinha aprontado algo. Minha mãe estava preocupada, e então, olhei pra Neteyam. Meu irmão estava machucado, e isso nunca havia acontecido em um treino. Então foi aí, que percebi que eles estavam contra o povo do céu, e que tudo tinha sido um aviso. Meu corpo estremeceu, pensar que todas as minhas hipóteses poderiam estar mais perto do que nunca, fez com que eu perdesse todas as minhas forças,  mas eu não podia demonstrar isso. Ao sair do meu transe, desses mil pensamentos que rodavam em minha cabeça, corri até Neteyam e minha mãe, logo Kiri escutou a gritaria, e correu lá para fora também.

— Neteyam! O que aconteceu com ele?! - Peguei em seu ombro preocupada, olhando seu ferimento-

— Lo'ak e ele se meteram na luta contra o povo do céu - Disse meu pai, em um tom furioso e logo o mesmo se retirou de lá-.

— O povo do céu...retornou? - Disse preocupada, cada vez mais próxima do meu pesadelo-

— ... Cuide de Neteyam, seu pai foi duro com ele e Lo'ak - Minha mãe saiu, sem responder minha pergunta óbvia. A expressão dela, de angústia me preocupava. Levei meu irmão para a cabana de Kiri, e lá ela tratou os ferimentos de meu irmão junto à minha avó.-

P.V Akay: Meu mundo novamente parou, me peguei imersa em meus pensamentos. As lágrimas tomaram conta de meu rosto, eu não podia acreditar nesse pesadelo. Tinha medo do que aconteceria daqui pra frente. Kimeto se aproximou de mim, preocupado e me consolando, fiquei um período da noite com ele e me despedi, dando um beijo longo e amoroso nele, com aquela angústia aumentando.

— Eu te vejo, Akaya... -Disse olhando em meus olhos e me beijando novamente*

— Eu te vejo, Kimeto... - Disse após nosso beijo encerrar, e o soltei vagarosamente. O acompanhei com meu olhar, vendo ele indo embora, e fui para meu quarto. Porém não consegui dormir, escutando meus pais discutindo, e perdi mais ainda o sono, quando escutei que iríamos embora.

PV.Akay: E foi ali, que passei toda a noite desabando em lágrimas, pensando na minha vida na floresta, e no noivado que eu logo teria. Eu estava prestes a perder tudo, mas não poderia ficar aqui com Kimeto, ele ainda não é minha família legítima e nem poderia levar ele... era um pesadelo sem fim.

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