Capítulo 5: Viagem de trenó

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O grupo de alunos do primeiro ano, conduzido por Grizzleknot, começou a caminhar pelo porto e adentrar as ruas da pitoresca Zarogradskaya Haven. Era um mundo à parte, tão distante da Londres bruxa que Draco conhecia. Os habitantes locais se vestiam com várias camadas de tecido, em tons sóbrios e materiais resistentes, criando um escudo contra o frio mordaz que soprava desde o mar.

Draco observou com assombro os outros navios ancorados no porto ou emergindo das profundezas geladas do oceano. Alguns eram tão imponentes quanto o navio que os trouxera, enquanto outros eram barcos menores, mas igualmente fascinantes em suas próprias peculiaridades. A magia estava por toda parte; varinhas eram acenadas e encantamentos eram murmurados enquanto bruxos e bruxas habilidosos moviam caixas de mantimentos, baús de tesouros e até mesmo animais exóticos de um lado para o outro.

O porto estava animado, repleto de rostos e vozes diversas. Draco podia ouvir fragmentos de conversas em várias línguas: eslavo, nórdico e até algumas palavras em inglês. Bruxos de várias nacionalidades regateavam pelos mais variados produtos, desde ingredientes para poções a artefatos mágicos raros.

Erik, percebendo a curiosidade de Draco, se aproximou e cochichou: "Já ouvi dizer que Zarogradskaya Haven é um dos portos bruxos mais importantes da Europa. Muitos dos produtos que você encontra no Beco Diagonal vêm daqui."

Antes que Draco pudesse absorver todas as novidades, Grizzleknot os conduziu para longe da agitação portuária. Atravessaram ruas mais estreitas e menos movimentadas até saírem da cidade. Em pouco tempo, encontraram-se cercados por uma espessa floresta, os sons do porto agora apenas um sussurro distante. O ar se tornou ainda mais fresco e o terreno, irregular.

"Preparem-se", alertou Grizzleknot, olhando para trás com um olhar enigmático. "A verdadeira jornada para Durmstrang começa agora."

Grizzleknot colocou dois dedos nos lábios e soltou um assobio agudo que reverberou pela floresta. Draco sentiu um arrepio passar por sua espinha. Algo estava se movendo entre as árvores. Então, de repente, surgiram enormes lobos cinzentos, cada um acoplado a um trenó esculpido com primor.

Os trenós eram de uma madeira escura e resistente, provavelmente tratada com várias camadas de encantamentos protetores. Intrincadas esculturas adornavam as laterais dos trenós, representando cenas de batalhas mágicas, dragões e símbolos ancestrais. No centro de cada trenó, o emblema de Durmstrang se destacava: um dragão entrelaçado com um bastão mágico, tudo dentro de um círculo de runas antigas.

Os lobos tinham pelagem espessa, olhos amarelados penetrantes e um porte majestoso. Eles pareciam examinar cada estudante com um olhar quase humano, como se pudessem entender cada palavra dita.

"Estes serão seus meios de transporte para o Instituto", disse Grizzleknot, quebrando o silêncio. "Escolham seus trenós."

O grupo de estudantes trocou olhares nervosos. Draco ouviu alguns sussurrar que aqueles não eram lobos comuns. Eram criaturas inteligentes e mágicas, lobos que, segundo os rumores, haviam ganhado poderes especiais por terem devorado bruxos incautos que se perderam na floresta.

Astrid riu ao ouvir os murmúrios. "Isso é história para assustar criança! Olha para eles, são magníficos. Mal posso esperar para dar uma volta em um desses trenós!"

O Goblin, percebendo a hesitação dos alunos, rosnou impacientemente. "Essa é uma tradição centenária, e não será interrompida porque alguns de vocês estão com medo de um conto de fadas. Escolham agora, ou fiquem para trás."

Ninguém ousou desafiar o tom definitivo do guardião das chaves e terrenos de Durmstrang. Um a um, os alunos escolheram seus trenós, ainda incertos do que os esperava, mas unidos pela curiosidade e antecipação do desconhecido.

Os trenós eram espaçosos o suficiente para acomodar de três a quatro alunos. Draco não hesitou em se juntar a Erik e Astrid em um dos veículos. Enquanto isso, Grizzleknot montou seu próprio trenó, que era notavelmente mais largo e imponente que os demais. Ele foi guiado por dois lobos distintos: um com pelagem branca como a neve e o outro tão escuro quanto a noite.

Depois de assegurar que todos os alunos estavam acomodados, o goblin tocou uma pequena esfera escura posicionada no topo de seu trenó. Sua voz reverberou, amplificada, por todos os veículos.

"Atenção, alunos do primeiro ano. Estaremos cruzando o lago congelado de Krivoye Ozero. Siga meu trenó e não desviem do trajeto sob nenhuma circunstância. Os lobos sabem o que estão fazendo; não interferem no trabalho deles."

O goblin não ofereceu mais detalhes, mas seu tom era suficientemente grave para fazer todos entenderem que sair da rota proposta não era uma opção. Draco trocou um olhar intrigado com Erik e Astrid. Que perigos poderiam estar escondidos nas profundezas congeladas do lago? O que aconteceria se alguém ousasse sair da rota estabelecida?

Grizzleknot ergueu a mão, e em um comando silencioso, os lobos começaram a mover-se, puxando os trenós com uma elegância e força surpreendentes

À medida que os trenós deixavam a floresta espessa para trás, a paisagem se abria em uma planície vasta e deslumbrante. Um campo branco e interminável de neve contrastava com o céu nublado, como se a terra e o céu estivessem em um eterno embate. A vista era inegavelmente majestosa, e até mesmo Grizzleknot, que parecia imperturbável, fez uma pausa para absorver a cena.

O grande lago Krivoye Ozero estendia-se diante deles, suas águas congeladas formando um espelho para o mundo acima. O lago serpenteava ao redor de uma montanha colossal, em cujo topo se erguia o castelo que compunha o instituto Durmstrang. O castelo era uma mistura espetacular de estilos arquitetônicos: pedras robustas, cinzentas e imponentes formavam a base e as torres, enquanto elementos de madeira adornavam as estruturas, evocando um estilo claramente inspirado nas tradições germânicas e nórdicas.

As edificações de madeira tinham telhados pontiagudos e intrincados entalhes que lembravam runas ancestrais. Escudos ornamentados e símbolos mágicos estavam dispostos em padrões cuidadosos ao redor das entradas. A madeira em si parecia viva, como se respirasse ao ritmo dos elementos.

O lago parecia infinito, suas águas congeladas estendendo-se como um tapete sob o domínio de Durmstrang. As superfícies geladas refletiam o castelo e a montanha de forma distorcida, como uma visão de um mundo paralelo congelado no tempo e no espaço.

Mesmo sob o céu nublado, a luz do dia permitia que os alunos vissem a paisagem em todo o seu esplendor. Draco sentiu uma sensação de assombro e respeito preencher seu ser. Ele compartilhou um olhar de fascínio com Erik e Astrid, e em um raro momento, até mesmo Grizzleknot parecia impressionado.

Draco estava admirando a paisagem gélida, quando Alexei Stravinsky, em um trenó próximo, inclinou-se para frente, buscando seu olhar.

"É interessante, vocês se tornarem amigos tão rapidamente," disse o garoto de cabelos esbranquiçados e longo nariz, a qual tinha tagarelado no navio anteriormente, sua voz pingando de condescendência. "Mas vocês sabem com quem estão lidando? Erik, por exemplo."

Draco voltou seu olhar para Erik, que apenas observava a conversa, inexpressivo. "O que tem ele?"

"Bem, vocês sabiam que seu pai, Henrik Lundqvist, foi expulso de Durmstrang? E foi ele que causou a desintegração do Círculo Zmeyevich, uma das irmandades mais antigas e respeitadas deste instituto."

O ar parecia ter engrossado, tornando-se quase palpável com a tensão. Draco olhou para Astrid e depois para Erik, cujo rosto continuava impassível.

"Não é só isso," o garoto continuou, "vocês sabem o que dizem sobre o Círculo Zmeyevich, não é? Era uma irmandade focada nas artes das trevas. Henrik Lundqvist traiu seu próprio sangue, seu próprio povo. Você realmente quer estar associado a isso, garoto Inglês? A uma família de traidores?"

A cada palavra desse garoto, Draco sentiu um crescente desconforto, como se estivesse olhando para um espelho distorcido de si mesmo. As palavras de seu próprio pai, Lucius Malfoy, sobre a importância do sangue e da linhagem, ecoaram em sua mente.

"É um argumento interessante," disse Draco, escolhendo suas palavras cuidadosamente, "mas tenho a sensação de que você está deixando de fora os detalhes que tornariam essa história completa. E mesmo que fosse verdade, quem somos nós para julgar Erik pelos pecados de seu pai?"

O garoto olhou para Draco, surpreso e um tanto desapontado. Ele claramente não esperava uma resposta tão direta e ponderada.

"E quanto a você, Erik? Você tem algo a dizer?" perguntou o mesmo garoto, tentando recuperar algum controle sobre a conversa.

Erik olhou para Draco e depois para o menino de longo nariz. "Ninguém é obrigado a ficar ao meu lado ou ser meu amigo," ele disse calmamente. "Mas também ninguém é obrigado a ouvir meias-verdades e julgamentos mal-informados."

O garoto se ajeitou em seu trenó, os olhos se estreitando de forma condescendente ao olhar para Draco, Erik, e Astrid. "Devo informar que venho de uma linhagem distinta," começou ele, claramente querendo impressionar. "Minha família serve a um jarl bruxo, um líder de clã de respeito nessa região. Era ele quem liderava exércitos bruxos em tempos passados. Eu sou Alexei Stravinsky."

Draco olhou para Alexei, e algo dentro dele se agitou. Todo o condicionamento sobre linhagem que seu pai lhe ensinou parecia repentinamente diminuído e irrelevante.

"Acho que sou perfeitamente capaz de fazer meus próprios julgamentos," Draco retrucou, a voz firme. "E no momento, acredito que Erik mereça minha amizade."

As palavras fluíram dele com uma convicção surpreendente, como se estivessem esperando o momento certo para serem ditas. Erik olhou para Draco, seus olhos expressando uma mistura de surpresa e gratidão.

Astrid, olhando para Alexei com um sorriso de escárnio, não perdeu a oportunidade de colocá-lo em seu lugar. "Por que você não vai procurar alguém que realmente se importa com sua opinião, Alexei? Em outras palavras, vá se catar."

O rosto de Alexei se incendiou, transformando-se num vermelho furioso. Ele ergueu sua varinha tão rapidamente que quase não se podia ver o movimento. "Ruptorix!" ele bradou.

Um jato de luz cinzenta saiu da ponta de sua varinha, cortando o ar e atingindo a ligação entre o trenó de Draco e amigos e o lobo que o puxava. O material que unia os dois se desfez como se tivesse sido cortado por uma lâmina invisível.


Palavras da autora:

Acredito que os cinco capítulos escritos até agora fazem um bom trabalho em estabelecer a direção que a história irá tomar. O que vocês acham? Estão gostando dos personagens e do enredo até agora? Devo prosseguir com a escrita? Aguardo ansiosamente o feedback de vocês!

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