Capítulo 7 - O dia da mudança

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O pregresso era inevitável, a cada dia aumentava seu controle sobre as sombras, a cada dia crescia seu poder, a cada dia a voz o ajudava mais, soando cada vez mais doce em seus ouvidos.

Com o progresso do controle de sombras, outros feitiços que Kaled também estava ansioso para aprender, foram ensinados a ele, como o feitiço imutável, algo que era vital que aprendesse para realização de seus planos.

Era um feitiço perigoso, sua essência nunca mais mudaria, não importasse o que fizessem, não importasse o que mudassem, Kaled continuaria sendo quem é, com seus poderes inalterados, ele poderia modificar tudo o que quisesse, ele poderia moldar a realidade ao seu bel-prazer, ele poderia mudar tudo e ele o faria, Kaled mudaria tudo, chegaria a origem do universo.

Sorriu, sim a origem do universo só era alcançada por aqueles como o antigo companheiro de Mordred, Merlin, que fora escolhido pela ordem para controlar o caos no mundo ou era alcançada por aqueles que causavam danos tão catastróficos na realidade, aqueles que alteravam o tempo sem se preocupar com as consequências, aqueles que criavam distorções temporais e obrigavam a origem do universo a aparecer para "reiniciar o sistema" na tentativa de corrigir os erros que o caos gerara.

Esse era seu objetivo, ir tão longe, chegar tão além que a origem do universo teria de aparecer para concertar seus erros e assim Kaled se aproveitaria da oportunidade para penetra-la, pois aquele que conseguir alcançar a porta, poderia mudar tudo, presente, passado, futuro não existiriam mais, ele seria um deus.

As expectativas o guiavam a frente, o faziam ignorar a dor, o faziam querer mais e mais, entretanto, infelizmente ainda tinham coisas que Kaled não fora capaz de abdicar, a paixão por Samantha e o desejo de sentir o orgulho de Melanie, ele o desejava tanto, queria tanto mostrar do que era capaz, mostrar como grande aprendiz ele era, para Kaled a figura de Melanie ia além de uma figura materna, ela era seu anjo que o resgatara, alguém que Kaled queria que tivesse orgulho de suas conquistas.

Queria ser o único para ela.

Para isso teria de se livrar de Ben.

***

Quando deixou Mordred para trás, mais uma vez acreditando que teria seu corpo de volta, Kaled já sabia para onde iria, já queria faze-lo a muito tempo, aproveitando que a voz silenciara por algumas poucas horas como andava fazendo há dias, Kaled faria sem seu consentimento.

O salto temporal fora fácil, já estava mais do que acostumado, assim que saiu da caverna, Kaled em poucos segundos estava na parte de trás da casa de Melanie, sua mentora, era noite a lua estava alto no céu, Kaled fechou os olhos se concentrando, uma brisa quente passava por ele, o ar mormo era agradável, era uma bela noite.

As luzes foram acesas na casa, passando pela porta ainda colocando o casaco nos ombros, veio Melanie, Kaled nunca dissera a Ben como achava sua mãe bonita, Melanie tinha uma beleza incomum, olhos dispares, pele e cabelos tão claros que brilhavam na noite, veio preocupada em sua direção.

"Kaled... aconteceu alguma coisa querido? Ouvi você chamar..."

Kaled estava de costas para Melanie que se aproximava, ao se virar, ela parou no mesmo instante, já mostrando sua preocupação de mãe.

"Kaled..."

Kaled sorriu retirando o capuz que estava sobre a cabeça, ainda parecia ele mesmo, Kaled ainda conseguia manter a aparência física, pelo menos as partes que eram visíveis.

"Olá Melanie, há muito tempo quero lhe mostrar como evolui, como valeu a pena você me resgatar daquela existência patética."

Seu tom era duro, arrogante, com uma pitada de excentricidade, Melanie podia sentir tudo isso em sua voz, se fosse um adolescente normal, acharia que estava bêbado, na verdade naquelas condições, Melanie desejava que fosse somente um caso da idade.

"Não entendo... Kaled, você não me parece bem, por que não entra e podemos conversar melhor."

Kaled riu.

"Não, não, tenho de lhe mostrar agora, você precisa ver..."

Com toda sua força, Kaled evocou sombras que vieram rastejantes de seu corpo, se transformando em diversos pássaros negros, que voavam juntos em harmonia, depois criou uma distorção fazendo os pássaros entrarem por ela e saírem em outra distorção a poucos metros dali. Melanie os encarou em choque, Kaled esperava que ela fosse elogia-lo, dizer que valeu a pena ensina-lo, que estava orgulhosa...

"Deus, Kaled, o que você foi fazer meu garoto."

Melanie em um movimento destruiu todos os pássaros, fazendo-os se desintegrar e depois limpando o ar afastando todas as sombras que restaram.

"Você não sabe com o que está mexendo."

Encarando-o com um olhar duro, Melanie continuou.

"Kaled, isso são sombras negras, magia do caos, sabe o que significa? Como pode condenar a si mesmo?"

Kaled sonhara tanto com aquele momento que quando não foi o que esperava, não teve reação.

"Erga as mangas, Kaled mostre-me seus braços, agora."

Saindo do torpor, Kaled a olhou furioso.

"Como pode não ver a beleza, não entender... achei, achei que fosse entender, a magia do caos somente toma o que é nosso por direito, qual a diferença de consumir tudo o que precisamos de uma forma direta? Você não entende... como fui pensar que entenderia."

Melanie começava a ficar assustada com Kaled, sua expressão era de pura fúria.

"Eu sei... você tinha razão... mas agora já sei por onde começar, onde alterar primeiro."

Kaled falava consigo mesmo, Melanie o olhava como se não acreditasse.

"Já me decidi, sinto muito Melanie, obrigada, apesar de tudo."

Em um estalo de dedos, Kaled fez Melanie desmaiar, segurando seu corpo flutuante no ar, se aproximou, iria retirar essas últimas lembranças antes de apaga-las totalmente.

Guiou o corpo até o sofá da sala e voltou para fora já criando um portal para um certo lugar no passado.

***

Olhou ao redor tentando esconder o rosto do sol, parecia uma típica manhã de outono qualquer, com folhas coloridas caindo pelo chão, respirou fundo entrando na livraria, para sua sorte, Melanie contara tantas vezes aquela história, que Kaled sabia de cor onde cada prateleira ficava.

Melanie ainda não estava lá, não sua versão de dezesseis anos ainda não tinha chegado, Kaled sorriu ao saber que tinha acertado o tempo da viagem com perfeição. Procurou pela livraria não demorando para encontra-lo, logo estava com o velho livro em suas mãos, o livro de Melanie, ao qual nunca deixara ninguém lê-lo, somente os ensinava com o que estava escritos em poucas páginas finais.

Sentiu um certo poder emanar do livro quando o pegou, um formigamento subia pelo seu braço, ignorou a sensação incômoda e seguiu em frente para sair daquele lugar, ao chegar a porta, viu alguém a abrindo, era Melanie que entrava, Kaled notara que o tempo fora generoso com Melanie, que era muito mais bela do que fora, suspirou, afinal não tinha acertado o tempo tanto assim.

Para não vê-lo, passou rápido, chegando a esbarrar nela a jogando contra a porta, ainda ouviu uma reclamação de Melanie antes de sumir completamente seguindo para o seu, novo e melhorado, mundo.

***

Pela segunda vez não pudera evitar os acontecimentos, Merlin notou sua presença tarde demais, Kaled chegou e saiu rápido, mas em um instante Merlin já sentia a ruptura causada no espaço tempo, pois Kaled levará o livro, Merlin já entendia o porquê de ele ter escolhido fazer isso.

Assim que sumiu, Merlin ficou por um momento sem saber o que fazer, mudar aquele fato mudaria tudo, Merlin nem compreendia toda a extensão daquela mudança, até que ela apareceu do nada no meio da biblioteca, molhada, tremendo, com um livro na mão. Melanie estava lá, ao passo que sua versão jovem também. Algo começava a passar pela mente de Merlin que sentia já começar a se fragmentar, logo percebia que não poderia mais viajar no tempo, distorções sempre o afetaram daquela forma, tinha de ser rápido e pedir para Melanie encontra-lo no passado, para...

"Teresa!"

Merlin ofegou, Melanie mudara sua aparência, seus cabelos agora eram vermelhos, e poderia apostar que se conseguisse ver os olhos, seriam escuros como chocolate, vendo-a, Merlin compreendeu ainda melhor a situação, mas infelizmente, sabia que sua contraparte em Camelot, quando mandasse Melanie voltar, não saberia, sua mente já estaria fragmentada até lá, pois pelo que parecia, aquela seria a primeira vez, a primeira vez que Melanie voltaria e assumiria o papel de Teresa.

A compreensão dos fatos não o tranquilizava, pelo contrário, Merlin previa que ainda teria muito com o que se preocupar no futuro ou nesse caso, no passado.

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