Capítulo 16 - Aliado inesperado

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Tinham se separado conforme Dario os indicou. Arthur seguia pelo lado aposto ao de Ben, seu lado era mais afastado do acampamento principal e com menos iluminação, seguiu escondido nas sombras, procurando uma entrada em uma das três tendas que ali estavam, teria de verificar todas sem ser visto, o que não parecia ser uma tarefa fácil, já que pareciam estar ocupadas.

Arthur esgueirou-se pelo canto de uma delas, aquela que parecia quase vazia, arrastando o corpo pelo chão sujando-se de terra, encontrou uma parte do tecido a qual poderia erguer e passar por baixo.

Antes de entrar Arthur olhou a penumbra da tenda pouco iluminada por algumas velas, ela parecia estar quase vazia, exceto pelos vultos que se encontravam atrás de um tecido leve que dividia a tenda ao meio. Entrando, se aproximou do tecido que flutuou com o vento mostrando o interior, frustrado por ver somente alguns homens no que parecia uma reunião, Arthur virou as costas para sair antes de ser visto, dando de cara com alguém parado a suas costas.

Quase guinchou uma maldição, a pessoa a sua frente estava encoberta por uma capa, era baixa e com ombros finos, Arthur tinha que sair logo dali, calculou que conseguiria bater com o cabo da espada na cabeça de seja lá quem for e sair antes de ser visto, entretanto assim que ameaçou retirar a espada, o estranho tirou o capuz, fazendo Arthur ofegar diante da visão.

Era uma mulher.

Não era uma mulher qualquer, disso sabia, ela não tinha características saxãs, sua pele era marfim com o rosto emoldurado por cabelos ruivos que caiam em cascata, uma boca rosada e olhos chocolate que o prendiam no lugar, Arthur se sentiu traído pelo seu corpo diante da impotência, sabia que se não saísse logo dali estaria perdido, mas mesmo assim não conseguia se mexer, não conseguia tirar os olhos dela.

A mulher se aproximou, devia ter quase a idade de seu pai, infelizmente isso não a impedia de ser bela, de uma forma constrangedora para Arthur, seus instintos gritavam para ele sair, mas algo dentro de si o impedia. Ela veio rápido olhando de esguelha para o tecido que os separava dos homens na outra extremidade da tenda, parecia estranhamente preocupada, seu olhar voltou para Arthur, ela parou a sua frente erguendo o braço de dentro da capa, Perfeito, serei morto por uma fantasma incrivelmente atraente, pensava Arthur freneticamente, achando que ela tiraria uma adaga da capa, o que não aconteceu, pois sua mão veio vazia e subiu até a sua boca em um movimento fluído, sinalizando silêncio com o dedo indicador.

A obediência veio sem nenhum esforço, Arthur nem sequer ousou respirar, ela estava perto demais, Arthur estava tão distraído com a aproximação súbita que quase se assustou com o toque em seu braço, a mulher o conduzia para o canto mais afastado da tenda, sem olhar para ele, ela vigiava o tecido em uma concentração admirável, ele seguia de costas para a tenda até que parou, erguendo os olhos para ele, ela o segurou no lugar, agora com as duas mãos.

Ignorando totalmente seus instintos, Arthur esperou e congelou assim que homens entraram pela tenda passando por eles sem nem ao menos notar sua presença, Arthur sabia que aquilo tudo era impossível, ele olhava diretamente para os rostos dos saxões a cerca de um metro de distância e mesmo que eles o olhassem diretamente, pareciam não vê-lo.

Abaixou o olhar curioso para a mulher, afinal ela o estava ajudando, continuou a encará-la sem ela perceber, pois agora tinha os olhos fechados parecendo se concentrar, a expressão dela era absurdamente familiar, ela parecia concentrada igual a Melanie quando executava um feitiço muito difícil.

Claro! Ela era uma feiticeira também, por isso ninguém os via, ela devia estar fazendo um feitiço ou algo assim.

Assim que a movimentação passou e eles estavam novamente sozinhos a mulher abriu os olhos levantando uma das mãos tocando o tecido da tenda atrás da cabeça de Arthur, segundos depois ela o empurrou gentilmente para fora, ele notou que com um toque ela fizera um rasgo no tecido que logo voltou a se juntar assim que eles saíram.

O movimento que ela fizera com os braços fez com que a capa deslizasse para o lado, revelando assim uma parte de seu corpo, um tecido escuro e justo delineava belas curvas, fazendo Arthur o percorrer com os olhos involuntariamente, se repreendeu, tentando negar a atração que aquela mulher estranha exerceu sobre ele quase que imediatamente, ele nunca sentira algo assim tão forte, exceto, é claro por Melanie, fazia dias desde que Arthur tivera que se conter, dias reprimindo seus sentimentos por ela desde que os descobrira e agora tudo parecia desmoronar em um instante perante uma mulher que ele não se importava. Tentou se convencer que aquilo não passava de atração física e que somente estava atraído por ela devido ao fato, que veio logo a notar, que a mulher era extremamente parecida com Mel.

Ou talvez fosse seu cérebro tentando dar uma desculpa para a traição de seu corpo, Arthur não sabia ao certo, quando notou que tudo estava silencioso, tentou dizer algo, mas logo ela o repreendeu com o olhar.

"Benjamin conseguiu encontrar Melanie, eles estão ao norte do acampamento, vou atraí-los para o lado contrário, assim você poderá sair e encontrá-lo."

Arthur levou um segundo para compreender o que ela estava dizendo, Maldição! A voz tinha que ser tão atraente quanto o rosto?!, tentou se concentrar mais, a mulher olhava ao redor novamente vigiando.

"Quero que peguem seus cavalos e contornem o acampamento, depois sigam em linha reta de volta a Camelot."

Era estranho ouvi-la falar sobre Ben, Melanie e Camelot, de uma forma familiar. Arthur queria perguntar como ela sabia de tudo aquilo, como ela iria ajudá-los e quem era ela, mas não teve tempo, logo a mulher o impelia para frente o mandando ir. Seus olhos se encontraram e sem mais nenhuma palavra ele se foi.

Enquanto andava, Arthur percebia que a mulher havia cumprido com o prometido, não encontrou nenhum saxão em seu caminho, seguiu rápido com urgência de sair dali, procurou por Ben em meio à escuridão e o encontrou saindo apressado de uma tenda afastada, com Melanie equilibrada debilmente em seus braços.

O choque de vê-la naquele estado o fez esquecer-se de tudo, naquele momento somente existia Melanie e a dor em seu coração que temia ser tarde demais, Arthur esqueceu-se totalmente da mulher a qual sentiu-se atraído a um minuto atrás, pois sabia a quem pertencia seu coração, para quem ele o entregaria de bom grado e estava seguindo em sua direção naquele momento, de repente, nada mais importava.

***

Ainda tremia por tê-lo tocado, não esperava que teria de ficar tão próxima assim de Arthur, seu marido nunca contara que havia conhecido Teresa antes de todos, Melanie nunca soube disso. Assim que avisou a Dom que Ben, Arthur e Dario iriam resgatar a jovem Melanie, os dois ficaram atentos para se precisassem ajuda-los de alguma forma e logo viram ser necessário quando saxões se aproximaram da tenda que Arthur acabara de entrar.

Com toda a coragem que conseguiu reunir, Melanie entrou na tenda e ajudou Arthur sem revelar sua verdadeira aparência. A dor em seu peito aumentou, a escuridão cresceu, mesmo assim Melanie suportou, feliz por saber que pode ajudar Arthur, mas agora entrava em outro momento crítico de sua história, sabia que teria de ir ao castelo para salvar a si mesma, fazer um feitiço que Merlin não pudera executar na época, não sabia o porquê, mas tinha um mal pressentimento sobre isso.

Mesmo contrariada, assim que contou a Dom o que teria de fazer, ele concordou em permanecer sozinho escondido na floresta, até Melanie voltar e eles descobrirem uma forma de subjugar o atual líder saxão e obter seu exército, Melanie o deixou seguindo em direção ao castelo, mas antes mudou sua aparência para a aparência que se lembrava que Mortimer tinha.

Assim que o fez, percebeu que acertara, Dom de fato era Mortimer o líder saxão que Melanie conhecera ao lado de Teresa, se despediram em um abraço apertado, os olhos bondosos de Dom envoltos em uma camuflagem saxã, exatamente como se lembrava. Assim que saiu, teria de encontrar Merlin, torcia para encontra-lo rápido.

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