Capítulo 2 - Resgate no rio

Màu nền
Font chữ
Font size
Chiều cao dòng


O lanche demorou um pouco para ser feito, pois Mel ligará para sua melhor amiga para contar os últimos acontecimentos.

"Você sabe o que eu acho Mel, ele realmente gosta de você, ele sempre te protegeu, ele é todo superprotetor quando você está por perto."

"Eu sei, eu não entendo ele às vezes, quando estamos com o pessoal ele age como se eu fosse sua irmãzinha, quando estamos sozinhos ele é todo fofo e fica flertando. Não entendo qual é a dele."

"Bem pelo menos agora ele sabe como você se sente, só vai depender dele, então meu conselho pra você é: relaxe e deixe que o tempo vai dizer o que fazer."

Mel revirou os olhos mordendo um pedaço do seu lanche, não tinha ninguém em casa então ela tinha deixado o celular no alto-falante.

"Tudo bem, você está certa, mas quando ele me abraçou hoje... eu não sei, me sinto tão bem perto dele e parece que só isso vai bastar, só que não basta... entende, eu queria tanto beijá-lo, eu.... argh, odeio isso, é tão piegas."

Dani ria do outro lado da linha.

"O amor faz isso com as pessoas."

"Ha ha ha, hilário."

"Desculpe, mas suas neuras me divertem, além disso, rir é melhor que chorar. Enfim, tenho que ir, amanhã a gente se fala."

"Ok, até."

Desligando o celular, Melanie pegou seu lanche e voltou a seu quarto, quando chegou o livro estava aberto, Mel não lembrava se tinha deixado ele assim, quando se aproximou percebeu que uma única palavra estava escrita, colocando o lanche na mesa, se aproximou do livro e o pegou, depois pegou a chave.

"Venha."

Leu a palavra em voz alta, folheou o livro novamente e nada aconteceu, até que percebeu que o livro estava começando a esquentar, tentou soltá-lo, mas ele tinha grudado em suas mãos ainda aberto na página com a palavra. Mel sentiu o livro tremer e logo foi ficando transparente junto com suas mãos, tudo parecia sumir, sua visão ia escurecendo e rapidamente não via mais nada.

***

Sentia algo crepitando abaixo de si a cada pequeno movimento de seu corpo dolorido, estava deitada de costas em algo frio e com cheiro de terra, já tivera essa sensação antes, percebeu que estava deitada na grama.

Abriu os olhos o que viu foi inacreditável, estava em uma grande colina em um campo aberto, ao longe via um rio e ao lado tinha uma floresta. Melanie estremeceu, o que diabos estava acontecendo?

Olhando ao redor, viu o livro ao seu lado e a chave caída na grama, pegou-os, folheando o livro descobriu que estava completo. Estava escrito em uma bela caligrafia até o final, escrito a mão, não era impresso. Aquilo tudo era impossível! Como estava acontecendo?!

Tentando respirar devagar, Melanie voltou ao começo do livro, a primeira página era a daquela única palavra, mas agora tinha uma nova frase em baixo dela "a aprendiz vai até o mestre.", depois na segunda o texto começava, era inacreditável, nele estava tudo que aconteceu naquele dia com Melanie, o texto estava em primeira pessoa como se ela estivesse contando.

Ofegando quando chegou a parte que o livro a trouxera para aquela colina, surpreendendo-se, pois, o texto continuava, afinal o livro estava todo escrito, ele estava mostrando o futuro ou o que ela pensou ser o futuro.

Sentada na grama, Melanie lia tentando entender.

Estava desorientada, não sabia o que estava acontecendo, nem como vim parar aqui, acho que deve ter alguma coisa a ver com o livro, mas não sei ao certo.

Me levantei e olhei ao redor tentando reconhecer alguma coisa, percebi que ao longe descendo o rio tinha uma construção, parecia um castelo, caminhei em direção ao rio.

Avistei cavalos a uns dez metros, ao lado de três homens sentados perto do rio, uma garotinha estava logo a minha frente, tinha longos cabelos dourados e feições suaves com grandes olhos azuis, ela perseguia uma borboleta que ia em direção a um tronco que cruzava o rio até a metade, a garota seguiu a borboleta pelo tronco, acho que não era uma boa ideia, parecia que ia ceder a qualquer momento, fui me aproximando para avisá-la e antes que pudesse ela caiu na água.

Imediatamente corri para o rio, sabia que tinha de ser rápida...

Melanie parou, trancou o livro e guardou a chave no bolso, depois correu em direção ao rio, quando avistou os cavalos a menina já estava em cima do troco, Mel correu gritando, a garota olhou para ela confusa e então o tronco cedeu e ela caiu na água.

Já perto da água Melanie viu a menina tentando se agarrar ao tronco, pulou na água segurando no troco e a pegou, a correnteza era forte e as puxava, não estava conseguindo erguer a menina o suficiente para que ela subisse, somente conseguiu impedir que a água cobrisse sua cabeça, sua mão estava escorregando e Melanie se engasgava com a água que entrava em sua boca.

Sua mão foi escorregando, ela se agarrava com as unhas, na sua visão embaçada, viu aqueles homens se aproximarem, alguém puxou a menina de seus braços e no instante em que sua mão soltou o tronco alguém agarrou o seu braço em um aperto forte que tirou sua cabeça de debaixo da água.

Foi erguida e colocada na margem, onde engasgou e cuspiu a água em excesso. Sua cabeça girava, fechou os olhos e sentiu algo pesar em seus ombros, os abriu novamente e diante dela um par de olhos azuis a encarava.

"Dario, ela está bem?"

Alguém disse para o homem de cabelos loiros escuros e olhos azuis que estava a sua frete.

"Hum, parece que sim, consegue me entender?"

Dario perguntou a Mel, ela piscou, percebeu que era uma capa que estava em seus ombros, outro homem entrou em sua linha de visão era forte e robusto diferente do outro, com uma barba preta como seu cabelo e olhos azuis mais escuro, estava segurando seu livro.

"Isso é meu."

Disse fracamente. Ele a olhou curioso.

"Ora vejam, ela fala."

Melanie ficou vermelha, então notou outro fato estranho, as roupas, elas eram... pareciam antigas, não no sentido de velhas, mas no sentido histórico. O homem ainda a encarava divertido, Mel não gostou.

"Aparentemente sim. Você poderia me devolver o livro, por favor?"

Sua frase soava um pouco petulante.

"Deveria ser mais educada, não sabe com quem está falando?"

Um terceiro homem apareceu, na verdade era um rapaz, parecia ser um pouco mais velho que Melanie, estava com a menina no colo envolvida por uma manta. Não foi o que ele disse que fez Melanie arregalar os olhos, assim que o viu teve que piscar um pouco de espanto, ele era lindo, com cabelos dourados como os da menina na altura do queixo, uma pela bronzeada e olhos verdes que brilhavam ao sol, seu olhar era reprovador, apesar de ainda ser de certa forma educado e curioso. Tentou responder o mais educadamente que pode.

"Desculpe, mas não."

O primeiro homem que falara com ela, Dario, disse novamente.

"De onde você veio? Por acaso é uma ninfa ou algo parecido? Pois seus olhos são dispares e sua pele parece não ter cor."

Ninfa?

"Eu... não, sou humana eu... nasci assim, desculpe, mas não sei como vim parar aqui, quando acordei estava aqui... E, aliás aonde eu estou?"

"Está nas províncias de Camelot e nós minha querida, somos seus príncipes e princesa."

Camelot?

"O quê? Eu não posso estar em Camelot é impossível! Você quis dizer Camelot do rei Arthur?"

Dario pareceu solidário com sua confusão.

"Exatamente, sou o príncipe Dario, estes são meus irmãos Dom, Arthur e Elizabeth."

"Não lembro do rei ter irmãos."

Dom riu alto.

"Este aqui não é o rei, mas o filho dele, o grande Arthur é nosso pai."

O quê? Melanie se calou, o que estava acontecendo afinal? seus pensamentos estavam uma loucura, seu cérebro tentava processar tudo ao mesmo tempo, lembrou-se da livraria, da conversa, dos Merlinianos. O livro era mágico ou algo assim e a trouxera a Camelot? Então foi aí que se lembrou da frase do livro a aprendiz vai até o mestre. Aprendiz? Sou eu? Pensava Melanie freneticamente, aprendiz de Merlin?

Tentando parecer calma continuou.

"Me perdoem se fui desrespeitosa, mas é que estou perdida, se puderem me levar para Camelot, talvez eu encontre meu caminho."

Dom se aproximou dela entregando-lhe o livro.

"Não sei se podemos lhe dar nossa confiança, porém milady, salvou nossa Lize, então darei um voto de confiança, venha eu te levarei."

Depois de pegar o livro, Mel segurou em sua mão e Dom a ajudou a levantar, Dario foi até os cavalos e ajudou Arthur com Lize, depois subiu em seu próprio cavalo, os dois saíram sem esperar por Dom, este subiu no terceiro e estendeu a mão para Melanie.

"Venha, suba."

Melanie olhou para a sela, não gostava de cavalos desde que tinha caído de um quando era criança, respirou fundo e segurou na mão de Dom sentindo que tinha acabado de embarcar em direção a um caminho totalmente novo e desconhecido.

***

A tontura que sentia aumentou à medida que o cavalo avançava, fechou os olhos, mas isso só piorou, então os abriu percebendo que Dom estava indo muito rápido, já alcançava Dario e Arthur.

Quando passaram por eles, Mel teve de olhar para Arthur que segurava as rédeas com uma mão e Elizabeth com a outra, ele parecia um autêntico príncipe encantado, mas quando olhou seu rosto sua expressão era estranha um misto de curiosidade e confusão, ele parecia espantado ou confuso com ela, rapidamente Melanie desviou o olhar.

Ela não pode impedir seus batimentos de acelerarem, não que Mel não conseguisse se segurar perto de caras bonitos, mas com Arthur era uma outra sensação, como uma pontada que ela sentia ao olhar para seus olhos, uma atração que não podia descrever amor à primeira vista? Não.

Logo que viu o castelo seus pensamentos a respeito de Arthur foram deixados de lado, a construção era incrível, muros altos e denteados feitos de pedras escuras com hera que subia entre as fissuras e um portão de madeira maciça escura a receberam.

Ao descer a ponte levadiça, as grades do portão interno começaram a subir, Dom foi o primeiro a entrar, Melanie percebeu que eles entraram em uma espécie de vila e que o castelo se projetava ao fundo com toda a sua grandeza, seguiram até os estábulos onde Dom parou e ajudou Melanie a descer.

Após descer Mel sentou em um barril abraçando o livro fortemente, ainda estava tonta e tentava fazer sua cabeça parar de girar, Dario entrou no estábulo com seu cavalo e de Arthur, Melanie ficou desapontada por não vê-lo novamente, mas se repreendeu no mesmo instante por ter essa vontade.

Entregando os cavalos a Dom, Dario abaixou na frente de Melanie.

"Ela não parece muito bem."

Melanie o olhou e acabou tremendo quando uma brisa fria atingiu suas roupas molhadas.

"Tudo bem, vou leva-la para o castelo onde receberá cuidados, depois veremos o que fazer."

Assentindo, Mel se levantou e seguiu Dario em direção ao castelo. Seu andar era lento e vacilante. Tudo ali parecia irreal, como num sonho. Dois homens de expressão séria guardavam as portas da entrada, Dario disse algo a eles e acenou para Mel o seguir, quando entrou achou o ambiente um pouco escuro, pois era iluminado por velas e tochas nas paredes. Os corredores traziam estandartes, escudos e armaduras como peças de decoração, o interior também era feito de pedra cinzenta, eles seguiam por um longo corredor que dava em uma grande sala com tapetes ornamentados e com o que seria a versão medieval de sofás e uma pequena mesa no centro.

Dario a olhou.

"Sente-se e espere. Voltarei logo."

Melanie obedeceu, pegou o livro com as mãos frias e enrugadas e começou a folhear, lia trechos aleatórios na esperança de descobrir algo, Melanie precisava entender o que estava acontecendo e como voltaria para casa, estava tão entorpecida que nem notou a aproximação de alguém até este pigarrear para chamar sua atenção. Levando um susto quase derrubando o livro, Mel olhou para o estranho.

"Você! Mas... mas o que faz aqui?"

O velho senhor sorriu, Melanie só o tinha visto uma vez na livraria, mas não tinha como esquecer aquele rosto.

"Olá, minha querida, você demorou um pouco, sabia? Achei que viria logo depois que saísse da livraria."

"Como... como assim, quem é você de verdade? E, você me trouxe aqui? Por quê?!"

"Achei que você já saberia quem eu sou a esta altura, mas devo me apresentar mesmo assim, sou Merlin, mago e conselheiro do rei. E sim e não, não a trouxe aqui exatamente, mas ajudei você a chegar."

"Mas, por quê?"

Exigiu Melanie.

"Bem, é uma longa história, você deve estar cansada, porque não descansa e nos falamos mais tarde."

Levantando indignada, Melanie esbravejou.

"Não! Você vai me explicar agora o que está acontecendo! Por que me trouxe aqui! O que quer de mim! Como volto pra casa!"

Merlin tentou dar um sorriso doce e ao mesmo tempo culpado.

"Se acalme, minha cara, logo tudo será revelado."

"Me acalmar! Como você é.... argh."

Sua raiva transbordou através de lágrimas, Melanie odiava isso, sempre que estava com raiva de verdade acabava chorando. Antes que pudesse dizer mais alguma coisa, Dario voltou com duas empregadas, olhou curioso para o mago.

"Merlin. Parece que já conhece a forasteira."

Mel tentava enxugar as lágrimas rapidamente.

"Oh, sim, majestade, ela será minha aprendiz de agora em diante."

"O quê?"

Ofegou Melanie.

"Bem, majestade, devo me retirar, tenho muito a fazer. Melanie, nos encontraremos em breve."

Merlin saiu, ignorando seu estado de confusão, Dario apresentou as duas empregadas e deu ordem de levá-la para um quarto de hóspedes, preparar-lhe um banho e lhe arranjar roupas novas. Seguindo as duas senhoras, que pareciam mal-humoradas, Melanie admirava o castelo enquanto caminhavam por escadas, passavam por diversos corredores com várias portas enfileiradas até finalmente entrarem em uma.

Ao entrar Melanie ficou parada em um canto ao lado da grande cama de dossel, com cortinas vermelhas que caiam ao seu lado, apertou a manta que estava em seus ombros ainda mais, o quarto era frio como o resto do castelo.

Ainda olhando ao redor, notou que era um quarto com o teto alto, mas não era muito grande em si, tinha tapetes que forravam o chão e paredes, todos adornados com desenhos em ouro, vermelho, verde e preto, era uma decoração interessante, do outro lado da cama havia uma pequena mesinha de chá, com duas cadeiras e ao fundo uma janela esculpida na pedra que estava fechada com uma placa de madeira lisa.

Ao lado da janela havia o que Melanie julgou ser uma banheira, tinha dúvidas de que material era feito, mas parecia um tipo de madeira escura e polida. As empregadas começaram a encher a banheira com água que elas tinham aquecido na lareira, depois pegaram uma divisória alta e sanfonada, que quando desdobrada tinha três partes e colocaram na frente da banheira, Melanie já tinha visto isso em alguns filmes. Colocaram algumas toalhas por sobre a divisória e se dirigiram a Mel.

"O banho já está pronto, senhorita."

"Gostaria de que a ajudemos?"

Melanie piscou algumas vezes antes de responder.

"Eu... não obrigada, gostaria de ficar sozinha agora, por favor."

"Está bem, Doris trará roupas para que se vista para ir ao jantar, esteja pronta rapidamente e seja pontual, pois estará na companhia do rei e dos príncipes."

Melanie estremeceu, acenou com a cabeça que tinha entendido e as duas, que nem se deram o trabalho de se apresentar, saíram andando rebolando com aqueles vestidos volumosos, Mel achou engraçado devido à idade avançada das duas.

Assim que saíram, Melanie correu para a banheira, jogou a manta no chão tirando as roupas encharcadas, antes de entrar, puxou uma das toalhas para ficar mais perto dela, então finalmente entrou na água quente, molhando o cabelo e afundando até o nariz.

A água a acalmou, pelo menos por um tempo, até o desespero da situação a atingir, ela realmente estava sentada em uma banheira no castelo do rei Arthur? Era surreal demais, inacreditável, mas por mais que fosse impossível, estava acontecendo, de verdade. O que faria agora? Como voltaria para casa, para as pessoas que ama.

Seu coração se contraiu pensando em todos que ela havia deixado, sua mãe, seu irmão, seu pai... Will, lágrimas escorreram antes que ela pudesse impedir, dentro de poucos instantes já soluçava de tanto chorar, Mel se sentia perdida e sozinha, como se nunca mais fosse encontrar um caminho de volta.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen2U.Pro