Exposição | 1

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Sejam bem-vindos à primeira exposição da Antologia Poética!

Convocamos a inspiração de cada um para que compusessem uma poesia sobre você e temos o resultado de todas as artes. Preparados?

| I: EXPOSIÇÃO |

Minha vida: arte, asas e loucura, por Julieta Ax (@AxJulieta):

dizem que as terras altas são o berço dos loucos
talvez por isso nasci tão perto das estrelas
naquela cidadezinha escondida no centro do país que guarda o pulmão do mundo

no sangue me injetaram uma dose de poesia
nos ouvidos uma porção de música
e nos olhos arte
com todas as cores possíveis

mas então eu cresci demais
e vi aquelas paisagens escondidas atrás da Cordilheira dos Andes

minhas pupilas se impregnaram com os poemas de Neruda

e não tive mais remédio que admitir que aquele idioma era o dialeto das minhas lágrimas
a tradução da minha alma

por isso minhas raízes viraram asas
e percorri tantas estradas

no caminho deixei os parafusos que agora faltam
e transformei minha loucura em tinta sobre tela e papel

hoje meus pés pisam o centro deste continente que me viu nascer

e desde aqui
tão distante de todos

vejo o pôr do sol vermelho
enquanto encho livros
(impacientemente)
tanto com minhas dores
como com todas minhas alegrias


Sobre mim, por Waldíkia Manuel (@Aikidlaw):

Wal dos vales de Luanda,
nascida nos versos de Angola
Garota tímida com mil manias.
Veio de prosas mas vive de poesias
Seus olhos cor de mel fazem melodias, e só a luz aquece seus dias.
Coberta de defeitos mas suas qualidades a ascendem, não sabe se conter mas se você quiser ela te defende.
Tem mil personalidades que vivem de insanidades.
Ela é verdadeira e reflete como um espelho.


Tulipa Entre Pedras, por Roberta Bowell (@RobertaBowell):

A história que vou contar,
É sobre uma flor que cresceu entre as pedras,
Ela só queria um abrigo, um lar,
Onde seu medo estivesse às cegas.

A flor crescia com vivacidade,
Mesma cercada de secura e calor constante,
Ninguém sabia que, na verdade,
Ela sentia dor a todo instante.

A flor quis saber o motivo,
De ter sido plantada naquele lugar desprezível,
Não sabia que crescer em um ambiente corrosivo,
Era o que a tornava mais incrível.

Como se já não bastasse a vida amarga da triste florzinha,
Um ser maldoso lhe arrancou as pétalas azuladas,
A noite toda chorou, a pobrezinha,
Imaginando que sua história estava acabada.

A flor, com sofreguidão, se refez,
Recomeçou seu ciclo cheia de feridas.
Até que uma parte da angústia se desfez,
E ela sentiu-se menos entristecida.

Porém veio a chuva forte,
Embateu nas pedras soltas e a machucou novamente,
Pensou ser muito desprovida de sorte,
E percebeu que de proteção, era carente.

A flor cansou de tentar viver com calma,
E se entregou à situação,
Mesmo sendo uma planta "sem alma",
Poderia jurar que sentiu bater um coração.

Com medo de tudo ela se desprendeu do solo,
Jogou-se às pedras e deixou-se levar pela dor cortante.
Queria um conforto, um colo,
Queria que cessasse a dor lancinante.

O que mais dói é saber que é tarde demais,
E que a flor não pode mais ser salva,
Infelizmente já não se consegue mais,
Cuidar daquela pobre alma.

A flor só queria saber o motivo exato,
E pela falta dele, seu peito doeu.
E agora dói mais ainda tal fato,
Quando digo a ti, que a pobre flor, sou eu.

Martírio, por Fernando Freitas (@fernandofrei7as):

I.
parado
uma pedra em movimento
na minha direção
                          machuca
você parado
machuca mais que mil pedras
em movimento na minha direção
mais que mil palavras
proferidas em noites de silêncio
que gastei pensando em você
e folhas em branco que preenchi
como essa
aos céus me curvo
peço a Deus que me traga você
para que eu possa suportar o castigo
de escrever poemas
                               sobre outras pessoas
e a dor do céu da tua boca
que nunca se abre quando eu quero te ver
                     (eu quero te ver)
por isso escrevo esta carta
que não tem forma de carta
nem de poema
nem forma de nada
e dedico
            às escolhas que nós fazemos
            e as que fazem por nós
            aos versos guardados
            em gavetas no inferno
            às sombras
            "que se parecem pessoas
            que há muito tempo se perderam
            em ruas distantes das nossas"
            e que hoje se vêem
            esquecidas num caderno sem dono
sem linha sem folha sem nada
            ao teu nome
            que tanto gosto e entrego
            aos amigos dos cavalos
é que a sua imagem me atormenta em sonhos
é que me perco entre eu e você como se fossemos iguais, quando a palavra certa é (contraste)
é que hoje foi o dia em que mais te desejei
e, por hoje, acabaram-se as desculpas que me permitem pensar em ti

II.
às vezes ainda te ouço aqui
vagando por mim como se fosse o dono
não sei se é realmente alguém
ou só um buraco
do tamanho de uma pessoa
deixado por uma pessoa
será que a dor é sempre do tamanho de quem a infligiu? ou, às vezes, criamos essa parte vazia gigantesca baseados em pressuposicões
sabendo que nada preenche um buraco vazio quando quando este vem do coração
e ainda tem aquelas esperanças
que nascem sozinhas
e me obrigam a matá-las
não por mal
(é que a esperança me leva a lugares que eu nem sempre sei voltar, e isso me assusta)
a parte mais difícil de existir
era, até então, o pensar
porque pensar é o que me mantém vivo
e também o que me mata
mas descobri que o
                              sentir
pode ser tão absurdamente doloroso
                          quanto essas palavras que me distraem, confundem, descrevem, contradizem, e me deixam cada vez mais perto da morte
sentimentos
                  distraem
confundem
                  descrevem
contradizem
escrever é a minha maneira de sentir, e tão logo a minha maneira de morrer

III.
mas, enquanto escrevo, me sinto
este é o meu martírio
a poesia é movimento
o ser humano é estático
(assim, ela sai)
fluxo de vida
tão viva quanto eu e você
tão eu como eu nunca fui
ó divino em mim,
mostre-me a sua poesia
porque assim eu poderia também ser alguém
que não é apenas um canal
por onde as palavras saem
mas um caminho
por onde elas transitam sempre em movimento
escrever toda essa poesia seria o meu mais alto conceito,
e então seria o último.


| I: ENCERRAMENTO |

Foi muito bom poder entrar em contato com vocês antes da Virada do Ano. O PoesiaLP agradece imensamente e deseja um excelente Ano Novo para todos, e que continuem tendo inspirações para novas antologias!

PS: Alguns enviaram a poesia em um documento sem permissão de acesso. Por favor, mudem a permissão para conseguirmos visualizar e ajeitaremos as poesias na Antologia Poética na próxima vez. Avisem o perfil, tudo bem?

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