HOJE JÁ É NOVEMBRO

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Eu estava exausta há semanas.

Minha mente parecia ter perdido a sintonia com o resto do meu corpo que não passava de um montão de tecidos e órgãos que espantosamente funcionavam toda vez que eu me levantava. A vida envolvia um ciclo assombroso onde eu me levantava sempre às seis, preparava o café forte e enjoativo, observava a aurora cruzando o céu e esperava.

Esperar, esperar, esperar. Odeio esperar.

Margot tinha me digo que a impaciência pode ser perigosa, mas era a minha natureza. Não posso ficar trancada neste lugar. Não posso ficar aqui sentada, na pequena cozinha observando os enfeites de geladeira mofados em formato de fruta. Não posso ficar naquele colchão mofado. Simplesmente não posso.

Beberiquei o café comprimindo o nariz e fiquei olhando a densa floresta pela janela protegida por grades. A forte chuva que tinha caído de madrugada machucou os montinhos de capim e os troncos dos altos pinheiros estão aparentemente úmidos. Sinto o cheiro de terra úmida e madeira daqui, de dentro. Ouço passarinhos cantando e desejo poder estar fora, talvez admirar a bela paisagem por mim mesma, mas é praticamente impossível. Já tentei uma vez, mas há trancas por fora. E mesmo se quisesse e pudesse, me arrependeria depois.

Pego um punhado de rosquinhas e coloco na boca, fechando os olhos e tentando sentir o sabor reconfortante de coco e açúcar. Há poucas coisas para comer, menos ainda para se fazer. Me levanto e lavo minha xícara, insatisfeita como nos últimos quatro meses.

Quatro meses. Cento e vinte dias. Aqui estou eu. Confiar em pessoas, em seus negócios. Hoje já é novembro.

Não importa. Desde que alguém me ache até o mês que vem, estarei salva.

Pessoas estarão salvas. Preciso acreditar nisso.

Pego o calendário que escondo debaixo do colchão e ligo o rádio. Uma música do Justin Timberlake começa a tocar e eu mudo para uma estação country. Pego a caneta falha e faço um círculo no dia treze de Dezembro.

Tem que ser pelo menos até este dia específico. No máximo dois, mas confio no meu instinto.

Ele não poderá me esconder para sempre, assim espero. Não poderá fazer aquilo o que quiser, e depois ir embora. Seus joguinhos mentais não estão funcionando mais como antes. Estou começando a ficar exausta e a mente está parando de trabalhar. Tenho que fazer alguma coisa, qualquer coisa.

 Antes que acabe perdendo a sanidade.

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