𝟭𝟬. 𝗗𝗘𝗦𝗜𝗥𝗘

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Rhysand andava de um lado para o outro em seu escritório. Azriel havia dado permissão para que visse o que haviam visto nas fronteiras de Illyria. Feyre tinha uma de suas mãos na testa, seu rosto era um mistério, mas Gwyn sabia que a Grã-Senhora pensava em algo.

— Rhys... — Azriel chamou o irmão, o rosto inabalável em uma calma letal.

— Eu vou matar aquele desgraçado. — Aquela postura amigável a qual Rhysand sempre lhe mostrava havia sido extinguida, e tudo que tinha sobrado era o Grão-Senhor da Corte Noturna. — Eu vou matá-lo e dar os pedaços do seu corpo de presente para o resto.

Gwyn olhou para Azriel, mas o Mestre-Espião ainda tinha os olhos grudados em Rhys.

— Ele nos traiu. — Feyre levantou os olhos azuis para o cunhado. — Isso nos dá direito de retaliação, certo?

— Certo. — Foi tudo que Azriel respondeu.

— Não. — Rhysand voltou a se sentar. — Não vamos retaliar, eu quero ver até onde esse cretino acha que pode ir.

O cômodo ficou em silêncio por alguns segundos.

— Azriel... — Rhysand respirou fundo, seus olhos brilharam na mais límpida raiva. — Eu quero você de olho em cada passo, cada respiração, cada fala de Devlon. Quero que coloque seus espiões mais perto da Corte Outonal, peça para que fiquem mais atentos.

O encantador apenas concordou com a cabeça, antes de dizer:

— E Eris?

— Eu sei o que está pensando. — Rhysand respondeu.

— Como ele poderia não saber? — Feyre verbalizou. — A não ser que Beron desconfie de Eris.

— Eu sei. — Rhysand remexeu na cadeira.

— Eu tentei avisar que confiar naquele idiota era um passo em falso. — Azriel travou o maxilar.

— Eu sei. — O Grão-Senhor respondeu novamente. — Se ele estiver nos traindo, vou ficar feliz em acabar com sua vida com minhas próprias mãos.

Ficaram em silêncio novamente, Rhysand passou a mão pelos cabelos negros.

— Traga ele aqui. — A Grã-Senhora ordenou para Azriel. — Traga ele e Azriel vai fazer ele falar o que tiver que falar, custe o que custar.

Gwyn jurou ver um lapso de um sorriso no rosto do encantador, como se ele fosse se divertir com aquilo.

— Eles estavam tentando entrar em algum lugar. — Gwyneth adicionou o outro problema. — Parece que Devlon está dando acesso para que ele faça isso.

— Foi Eris que nos alertou sobre Ramiel. — A Grã-Senhora levou o olhar até o parceiro. — Ele pode ter alertado o pai também.

— Beron está tentando entrar debaixo da montanha. — Azriel constatou. — Ele sabe de algo que não sabemos, definitivamente.

— Acha que ele pode saber sobre os Estrelados? — Gwyn perguntou preocupada.

— Espero que não. — Rhysand respirou fundo. — Porque se sim... Subestimamos Beron e não sabemos de fato do que ele é capaz.

A sacerdotisa notou Azriel morder a própria bochecha, como se quisesse se impedir de dizer algo.

— Podem ir. Vou explicar a situação para Cassian e contatar Lucien. — O Grão-Senhor passou a mão no rosto, tentando liberar a tensão. — Não voltem para Illyria hoje, mas deixe seus espiões espreitando por lá, Azriel.

Os dois concordaram, antes de levantarem e seguirem para fora da residência de Rhysand e Feyre. Azriel em algum momento a pegou no colo e voou com ela de volta para a Casa do Rio.

Foi só quando saiu dos braços de Azriel e sentiu o chão em seus pés, que Gwyn notou que estava hiperventilando. Amarrou seu cabelo em um rabo rápido e tentou respirar fundo.

— Gwyn? — Escutou a voz de Azriel ecoar em sua mente.

Ela odiava aquela sensação. A sensação do peito doendo, enquanto seu coração parecia querer correr contra as paredes de suas costelas, aquele desespero que a fazia buscar pelo ar incansavelmente.

Talvez os acontecimentos de hoje só haviam batido em seu consciente agora, depois que a adrenalina tinha parado de correr em suas veias.

Ela apertou os olhos, sacudiu as mãos, tentou respirar novamente, mas a dor que atingia aquela região perto do peito e da garganta tinha se tornado quase insuportável.

Deuses... Eu ameacei aquele homem. —Sussurrou engolindo em seco, sentindo o desespero se instalar no seu corpo. — Eu... Eu

Sentiu um par de dedos gelados encostar no seu queixo, sua cabeça se moveu em alguma direção, mas seus olhos fechados a impediram de enxergar.

— Gwyn... Olhe para mim. — A voz grave de Azriel fez seus olhos se abrirem instantaneamente, como se tivesse cantado um encantamento e o seu corpo tivesse respondido por ele mesmo. Se perdeu nos olhos de avelãs por alguns segundos. — Respire.

O encantador respirou fundo e Gwyn o seguiu, fechando os olhos novamente. Respirou de novo. Uma, duas, três vezes, se lembrando da técnica das Valquírias. Seu peito se acalmou, sua garganta parou de queimar, mas seu coração ainda batia desesperadamente contra o seu peito.

Sentiu um toque gelado em sua bochecha, um esboço de um toque, na verdade, e Gwyn sabia que era uma das sombras de Azriel.

— Muito bom... — Quando Gwyn abriu os olhos, o Mestre-Espião ainda tinha os olhos de mel fixos em seu rosto. — Você está segura, Gwyneth.

Os dedos de Azriel saíram de seu queixo, sua mão grande e cicatrizada agora tocava sua bochecha, o polegar fazendo um carinho discreto por cima de suas sardas. Ela suspirou em alívio, sentindo o resto daquela tensão que ameaçou tomar conta do seu corpo se dissipar, como se o toque do encantador de sombras tivesse congelando-a.

— Eu... — A sacerdotisa puxou o ar. — Eu acho que só agora todo o nervosismo que eu tentei esconder naquele lugar resolveu dar as caras.

Conseguiu dizer. Ela fechou os olhos novamente, querendo que aquele carinho leve e tímido de Azriel nunca parasse.

— O quão frequente isso acontece? — Sua voz era quase como um sussurro. Gwyn abriu os olhos, enxergando a expressão do Mestre-Espião. — Você estava prestes a ter uma crise de ansiedade.

Gwyneth afirmou, engolindo em seco e desviando o olhar. A mão de Azriel deslizou delicadamente de sua bochecha, ela quis pegá-la e colocá-la em seu rosto de novo, mas se conteve.

— Acontece sempre. — deu de ombros. — Eu tenho um tônico para me ajudar quando isso acontece, mas estou tentando parar, não quero viver dopada.

— Sei que o dia foi cansativo e provavelmente agitado demais... — Azriel deu um passo para frente. — Mas você foi incrível, Gwyn. Não abaixou a cabeça, você saiu da biblioteca e lidou perfeitamente com a situação.

— É uma máscara. — Ela negou com a cabeça, abraçando o próprio corpo. — Essa que você viu agora, sou eu de verdade. Aquela em Illyria e essa agora... são duas pessoas completamente diferentes.

— Não. — O encantador negou com a cabeça. — É a mesma pessoa, Gwyn. Você é aquela mulher forte, decidida e intensa que se mostrou em Illyria hoje... Não deixe sua mente te enganar dizendo que é outra pessoa.

Ele a encarou, um sorriso fraco no rosto.

— Não se culpe por sentir medo, por se permitir ser frágil depois de ter sido forte por tanto tempo. — O encantador deu mais um passo em sua direção. — Você não é fraca por sentir o que está sentindo. Coragem não é não ter medo, coragem é saber controlá-lo, saber resisti-lo quando necessário, e você, Gwyn... Ninguém sabe fazer isso melhor do que você.

A sacerdotisa engoliu em seco e respirou fundo.

— Você sente medo?

— Sinto. — Os olhos de mel a analisaram. — Mas os meus medos, são diferentes dos seus.

— O que você teme?

Azriel desviou o olhar por um tempo, depois voltou a encará-la, o rosto escondido naquela camada de mistério.

— Falhar. — deu de ombros, ele pareceu pensar por um tempo, como se estivesse considerando se devia ou não falar. — De não ser bom o suficiente... Temo muitas coisas.

— Não ser bom o suficiente? — Gwyn negou com a cabeça, tentando entender porquê ele se sentia daquele jeito. — Para quem?

— Para tudo. — respondeu Azriel em um sussurro. — Para todos. Para a Corte. Meu trabalho. Minha família.

— Porque pensaria algo desse tipo?

O encantador suspirou.

— É uma longa história.

— Eu tenho o dia todo. — A sacerdotisa o encarou, sorriu de leve em uma tentativa de motivá-lo, mas Azriel negou com a cabeça suspirando.

— Eu... — mordeu a parede interna da bochecha, seus olhos de mel se perderam. — Talvez outro dia.

Gwyneth lhe ofereceu um sorriso compreensível. Azriel pareceu respirar fundo por alguns segundos, antes de soltar o ar.

— Claro. — respondeu a sacerdotisa. — Posso pedir um favor seu, Encantador?

— Qualquer um. — O encantador esboçou aquele pequeno sorriso já conhecido pela valquíria.

Gwyneth sentiu aquele frio na barriga idiota tomar conta de seu corpo. Era estúpida aquela sensação. Nova e completamente estúpida. E a sacerdotisa não sabia dizer se ela gostava ou não daquele calor que sentia correr pelas suas veias toda vez que Azriel a olhava com aqueles olhos regados de mistério e segredos. Ela se perguntava se um dia chegaria a descobri-los.

— Pode me ajudar com algumas pesquisas agora? — Ela afastou o cabelos dos olhos.

— Eu adoraria.

O encantador sorriu, não o sorriso contido e tímido, mas o sorriso real. Aquela centelha de vida que Gwyn aprendeu a gostar tanto.



𓆩*𓆪



Azriel lia as anotações impressionantes de Gwyneth no livro que a sacerdotisa já tinha devorado. A cada dia que passava, Gwyn fazia ele se questionar se existia alguma coisa a qual ela não era boa, pois tudo que a valquíria se propunha a fazer, ela conseguia fazer com perfeição.

Ele desviou os olhos do livro para a garota ao seu lado no sofá. A lareira da biblioteca particular da Casa aquecia-os e fazia os cabelos ruivos de Gwyn se destacarem como o céu no final de um pôr do sol.

Os olhos azul-mar passavam com rapidez pelas linhas do livro, tão concentrada que era como se estivesse desligada do mundo real, presa dentro daquela mente brilhante e única.

— Precisa de ajuda, Encantador?

Ela perguntou, sem tirar os olhos do livro, enquanto rodava uma caneta em seus dedos finos. O Mestre-Espião ergueu uma de suas sobrancelhas.

Talvez Cassian estivesse certo. Ele realmente encarava Gwyneth mais do que devia.

— Na verdade não. — Azriel voltou a atenção para o livro. — Acho que percebi um padrão.

— Onde? — Gwyneth fechou o livro com rapidez e engatinhou até o encantador do outro lado do enorme sofá.

Azriel segurou uma risada ao ver o interesse notável da valquíria entregando o livro em suas mãos. Gwyn se ajeitou em cima de seus joelhos, ele chegou mais perto, apontando o dedo para o que havia achado.

— Vê isso? — Azriel mostrou o símbolo para Gwyn. Uma linha reta com duas linhas trançando a principal em zigue-zague, que formava um triângulo no meio. — Ele aparece aqui e aqui.

Voltou as duas páginas, mostrando os pequenos símbolos praticamente escondidos entre os outros desenhos e escritos.

— E ele também aparece aqui, bem discreto em uma das páginas que você anotou sobre os Estrelados. — continuou Azriel. — Parece... Parece com runas, não acha?

— Sim. — Ela afirmou se sentando corretamente ao seu lado, perto o suficiente para ele sentir o calor da sua coxa tocando a dele. — Eu ainda não consegui traduzir essa página inteira, mas a palavra proteção e energia aparecem muito. Aqui, viu?

Gwyn circulou a palavra na língua antiga com a caneta, o encantador concordou, notando a repetição.

— Acha que tem algo a ver com algum encantamento? — O Mestre-Espião desviou os olhos do livro para a sacerdotisa.

— Como um feitiço de proteção? — Os olhos azuis de Gwyneth voltaram-se para ele.

— Isso.— Azriel concordou. — Posso?

Estendeu a mão para pegar a caneta, a valquíria apenas afirmou com a cabeça, entregando a caneta na mão calejada do encantador.

— Agora, olhe. — Azriel pegou a caneta seguindo uma linha reta, ligando um símbolo no outro. — Todos os seis símbolos das pontas, se ligados, formam outro símbolo. E esse do meio, conectam também todos os outros da ponta.

Ele puxou os traços até o meio. Gwyneth não piscava, enquanto observava a mão de Azriel formar o desenho. Quando ele conectou todos os traços, devolveu a caneta.

— Um padrão. — O encantador sorriu de leve. — Nas outras duas páginas também se repete.

Gwyn ficou um momento em silêncio, os olhos ainda grudados no livro, o analisando com cuidado e atenção. Depois de alguns segundos, a sacerdotisa voltou os olhos grandes e hipnotizantes para o illyriano.

— Como... Como percebeu isso? — Ela o encarou tão profundamente que Azriel sentiu sua garganta secar e as mãos suarem.

— Bom... Parte do meu trabalho envolve apenas observar. — respondeu o encantador. — E eu me considero muito bom no que faço.

Gwyn sorriu de lado, colocando o livro em cima do sofá.

— Você é, de fato, muito bom no que faz. — Gwyneth o olhou, aqueles olhos pareceram lhe queimar por alguns segundos. — Agora só precisamos descobrir o que significa, Encantador. Você é bom nisso também, ou vai precisar de minha ajuda?

— Por mais que me doa admitir, temo que agora irei precisar da sua ajuda, Valquíria. — Ele respondeu em meio a um sorriso de lado, ajeitando as asas.

Gwyn sorriu. Um sorriso contido e discreto.

O silêncio se instalou no cômodo, mas Azriel não conseguiu desviar os olhos da fêmea em sua frente, o cheiro de mar e lírio inundando seus sentidos. Ele desceu os olhos para sua boca rosada. Observando aqueles lábios que pareciam tão macios... Macios demais para a sua própria sanidade.

Algo dentro dele queimou como fogo, suas sombras sussurraram algo em seu ouvido, algo o qual ele estava muito distraído para entender, já que tudo que sua mente conseguia formular era em sua boca desvendando cada pedaço daqueles lábios carnudos. Em qual seria a sensação de descer cada beijo pelo pescoço de Gwyneth, escutar os barulhos deliciosos que ela era capaz de fazer com aquela voz tão magnífica.

— Não dói? — A voz de Gwyn dissipou seus pensamentos, fazendo ele balançar a cabeça rapidamente, saindo de seu transe.

— Perdão?

— Suas asas... — Gwyn continuou, perto o suficiente para que ele sentisse sua respiração. — Não dói apoiar elas dessa maneira?

— Não... Quer dizer, às vezes, se ficarmos muito tempo apoiadas nela. — Azriel se ajeitou mais uma vez, ainda levemente desconcertado pela imagem que havia invadido sua mente.

— São lindas.

Gwyn levou os olhos para as suas asas, algo brilhando naquela imensidão azul. Antes que ele pudesse impedir, os dedos da sacerdotisa passaram de leve no canto externo de sua asa direita.

Ele estremeceu, deixando escapar o fôlego em surpresa, sentindo seu pau quase torcer dentro da própria calça. Azriel pegou seu pulso impedindo ela de passar os dedos mais uma vez, respirando fundo.

— Gwyneth, você... — Ele engoliu em seco quando observou a expressão de Gwyn, um pouco assustada.

— Me desculpe. — Ela se ajeitou no sofá, preocupada. — Eu deveria ter te perguntado se eu poderia tocar.

Azriel queria dizer para ela não se preocupar, que estava tudo bem. Ela não sabia o que aquilo causava, e a maior preocupação do encantador era causar algum tipo de constrangimento na sacerdotisa quando ela percebesse o que aquele simples toque era capaz de fazer com ele.

Ele pediu para que as sombras disfarçassem seu cheiro, disfarçassem o volume no meio de suas calças.

— Está tudo bem... — Azriel soltou seu pulso, a garganta seca como um deserto. — É que... As asas são bastante sensíveis ao toque... Principalmente as de machos illyrianos.

— Sensível como?

Ela tombou sua cabeça, o encarando com os olhos curiosos.

Que a Mãe tivesse misericórdia dele, mas sua mente havia desistido completamente. E ele quis, por mais imoral que fosse, ele quis cobrir o corpo de Gwyneth com o dele naquele sofá e mostrar o quão sensíveis suas asas poderiam ser.

— Muito sensíveis. — Azriel respondeu, engolindo em seco. — Você só precisa saber disso, por enquanto.

A sacerdotisa riu fraco, negando com a cabeça.

— Por enquanto? — Ela ergueu uma sobrancelha. — O que quer dizer com isso?

— Quero dizer que... Por enquanto, é tudo que precisa saber.

Os lábios de Gwyn se curvaram para cima. E Deuses... Se fosse qualquer outra fêmea, ele juraria que ela estava o provocando, que existia outra coisa pairando sobre o olhar de Gwyneth.

— Quando vai me deixar te conhecer de verdade, Azriel? Quando vai parar de ser essa personificação de mistério eterno?

— Quando você tiver certeza que quer me conhecer de verdade. — Ele se apoiou no sofá, sentindo a tensão entre suas pernas diminuir um pouco. — Quando estiver preparada para me conhecer de verdade.

— Eu não tenho medo de você, Azriel. — Gwyneth o olhou, algo intimidante se instalando nos olhos da sacerdotisa. — Eu sei que você é temido por muita gente, por grande parte de Prythian, talvez... Mas não por mim.

O encantador a encarou, algo quente e acolhedor queimou em seu peito. Bem no fundo daquele buraco escuro e sombrio, ele pôde jurar que sentiu uma faísca.

— Eu sei o que você faz, Azriel, sei do que é capaz de fazer. — Ela encostou em sua mão de leve. — E não me faz ter vontade de te conhecer menos.

— Como? — O encantador perguntou. — Como pode ficar tão tranquila em relação a isso?

— Porque você não é somente isso, você não é somente o Mestre-Espião do Grão-Senhor, você não é somente o seu trabalho. — Gwyn deu de ombros. — Tem algo escondido por debaixo dessa armadura impenetrável que você coloca em volta de você, e é essa parte que eu quero conhecer.

— E como pode ter tanta certeza que isso é uma armadura?

— Porque é assim que você se protege do mundo.

O mundo pareceu parar com aquela verdade, em como Gwyn havia descoberto coisas sobre ele que nem ele mesmo havia percebido. Coisas que nem mesmo seus irmãos conseguiam perceber, de tão bem escondidas.

— Então, quando estiver preparado para tirar essa armadura... — Ela soltou um suspiro. — Vou estar aqui.

Ele respirou fundo, sentindo seu coração rapidamente bater contra as paredes de seu peito.

— Você é incomparável, Gwyneth.



𓆩*𓆪



Seus lábios desceram para seu busto, para o vão entre seus seios, descendo até a barriga. Suas mãos passeando pela pele quente e macia, apertando a carne de sua cintura, descendo até suas coxas, enquanto abaixava os beijos molhados até a parte interna das mesmas, chegando perto daquela umidade, daquele cheiro divino que o fazia tremer apenas em pensar em seu gosto.

Ele a lambeu então, toda aquela extensão preparada para o encantador. Sentiu suas pernas tremerem quando o som delicioso escapou dos lábios dela.

— Azriel... — Um pedido em meio aquele gemido sofrido, como se implorasse para ser devorada.

O encantador levantou os olhos em sua direção. O rosto de Gwyneth contorcido em prazer, enquanto ela agarrava seus cabelos.

Ela precisa de você.



Ele acordou de repente, a respiração ofegante, o sussurro de suas sombras o despertando do sonho indecente. Azriel desceu os olhos para sua calça, sentindo o pau pulsar e latejar descontroladamente.

Ela precisa de você.

Suas sombras sussurraram novamente. Gwyneth? Ela estava em perigo? Elas rodaram entre ele, o fazendo levantar rapidamente da cama. Azriel não seria capaz de viver tranquilamente se Gwyn estivesse em perigo e ele estivesse perdido demais fantasiando obscenidades com a valquíria. Nunca se perdoaria.

Azriel seguiu suas sombras, saindo do quarto e andando em passos acelerados, até onde elas o guiavam.

Elas pararam na frente do quarto de Gwyn. Azriel franziu o cenho, duvidoso, mas suas sombras nunca mentiam, nunca erravam. E quando tocou na maçaneta, quando se preparou para chamá-la para perguntar se estava tudo bem, ele a escutou.

Escutou aquele barulho discreto e contido que havia escutado em seus sonhos, abafados atrás das paredes. Um som que fez suas pernas bambearam.

Ele provavelmente tinha alucinado, ainda perdido naquelas fantasias inescrupulosas que invadiram sua mente naquela madrugada.

Mas, Gwyneth fez de novo. Dessa vez ele escutou perfeitamente a melodia irresistível do seu gemido. Azriel paralisou, suas sombras rodaram entre seus dedos presos na porta.

Ele deu um passo para trás.

Porra...

O encantador prendeu a respiração, e estava decidido a dar meia volta e ir embora, deixando que a sacerdotisa aproveitasse sua privacidade. Mas a sua audição aprimorada conseguiu capturar a respiração de Gwyn ficando cada vez mais ofegante, aqueles gemidos baixos aumentando com o tempo que passava, fazendo com que ele tencionasse os dedos do pé.

Ela precisa de você.

Suas sombras sussurraram novamente, ele fechou os olhos, tentando lutar contra a vontade de ficar ali e escutar todos os sons deliciosos que a sacerdotisa deixava escapar pelos lábios.

Ela está pensando em você, Encantador.

Ele engasgou. Deuses... Seu pau arquejou, fazendo com que ele fechasse as mãos em punho. Sua respiração se tornou irregular quando aquele cheiro doce como mel invadiu suas narinas, aquele cheiro de pura excitação que quase o botou de joelhos ali mesmo.

Cacete.

O encantador voltou rapidamente pro seu quarto, ele derreteria no chão em frente a porta de Gwyneth se continuasse ali.

Quando chegou de fato dentro do seu quarto, foi diretamente pro banheiro. Ele precisava de um banho gelado, algo que tirasse aquele calor latente em suas veias.

Gwyneth estava pensando nele? O quão frequente ela pensava nele daquela maneira? Quanto tempo ela se deliciava com aqueles dedos enquanto imaginava o toque de Azriel pelo seu corpo macio?

Abriu a torneira da banheira com rapidez, deixando que ela enchesse, enquanto respirava fundo.

Ele não poderia pensar em Gwyneth daquela maneira, e ele nunca entenderia como aquela fêmea inexplicável, poderia pensar nele daquela maneira também.

Quando a banheira encheu completamente, ele tirou suas calças, se jogando na água. Ele molhou o rosto, os cabelos, tentando dissipar aquela sensação, tentando fazer com que seu pau parasse de latejar, parasse de desejar algo que ele não poderia se dar o privilégio de um dia ter.

— Merda. — Azriel xingou quando não se conteve e desceu a mão até o pau dolorido de excitação.

Fechou os olhos, encostando a cabeça na borda da banheira, enquanto sua mão subia e descia na sua própria extensão. Enquanto pensava nas mãos, na boca, no pescoço, em todas partes do corpo escultural de Gwyneth.

Você precisa dela, Encantador.



Gwynriel vocês não cansam de serem gostosos e inteligentes? Jesus, dois nerds. A Gwyn tocando nas asas do Azriel KKKKK o pobi e não vou falar nada sobre as sombras bem fofoqueiras. 

O que acharam do capítulo de hoje? Gostaram do soft moment e dos outros momentos? rs

Se gostaram já sabem né? Curtem e comentem bastante, porque isso me motiva muito a continuar e ajuda a espalhar a história para mais pessoas!

E passando aqui para agradecer novamente pelo carinho, sou muito grata de verdade por todas as palavras que me mandam sempre. Se caso quiserem me acompanhar mais me sigam no twitter, meu user é @/aneartwork. 

Muito obrigada, espero que tenham gostado e vejo vocês no próximo capítulo! Desculpa qualquer errinho. 

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