𝟭𝟭. 𝗠𝗘𝗦𝗦

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— Quando vai para Adriata? — Gwyn olhou para a amiga.

— Daqui alguns dias. — Nestha se ajeitou no sofá do quarto de Gwyn, Emerie comia um pedaço de pão ao seu lado. — Cuidado com os farelos, Emerie.

A illyriana revirou os olhos, enfiando o resto do pão na boca, fazendo Gwyneth soltar uma risada fraca.

— Eu espero que seja depois do meu aniversário. — Emerie sorriu de leve. — Não quero que você perca.

— Já decidimos o que vamos fazer? — A Archeron inclinou a cabeça para Ems. — Vai ser o seu primeiro aniversário do nosso lado, acho que devíamos fazer algo grande.

— Nestha eu sei que você gosta de tudo ridiculamente pomposo, mas eu prefiro as coisas mais simples. — A illyriana riu, Nes socou seu braço, os olhos azuis fulminantes. — Eu estava pensando em algo tranquilo com vocês, nada demais.

— Eu acho que deveríamos comemorar de verdade. — Gwyn sorriu deitando de bruços na cama e abraçando um dos travesseiros. — Por que não fazer algo diferente? Você merece mais, Ems.

— Podemos fazer aqui em Casa, chamar o resto do pessoal. — Nes sorriu para amiga. — Uma festa de verdade.

— Eu não sei... — Emerie passou a mão pelo braço. — Nunca comemorei dessa forma, até porque nunca tive muito com quem comemorar.

— Mas agora você tem... — Gwyn saiu da cama, caminhando até o sofá onde suas amigas estavam. — Deixe com a gente. Eu e Nestha vamos fazer a melhor festa de aniversário da sua vida.

— Isso não vai ser muito difícil, já que nunca tive uma. — Emerie deixou uma risada escapar de seus lábios. — Obrigada, meninas.

A sacerdotisa sorriu ao ver Nestha abraçar Emerie, balançando seu corpo de leve, mas sua cabeça estava longe. Tudo que ela conseguia pensar era no treino de manhã com as sacerdotisas, quando Azriel evitou seu olhar toda manhã.

Ele poderia estar concentrado, mas Gwyneth sabia que não era aquilo. Azriel estava evitando ela aquela manhã, ela tinha certeza, não teve nenhuma provocação, nenhum sorriso escondido. O encantador estava distante durante todo o treino, nem sequer trocou uma palavra com a sacerdotisa, não corrigiu nenhum de seus erros.

E Gwyneth não sabia dizer se era algo que ela havia falado ontem, se o que ela disse causou algum tipo de reação aversiva dele, mas era o que parecia. A valquíria também não sabia o que faria mais tarde, quando tivesse que voltar para Ilyria com Azriel. Ele provavelmente inventaria uma desculpa para não irem.

Ela odiava aquela sensação, ela odiava não ter sua atenção, odiava não conversar com o Mestre-Espião, até mesmo por alguns minutos, por mais fútil e estupido que aquilo poderia parecer.

Gwyn estava começando a perceber que gostava mais da companhia de Azriel do que gostaria de admitir.

A sacerdotisa sentiu suas bochechas queimarem quando lembrou do que fez na noite passada. De como seguiu as instruções de suas amigas e deslizou os dedos para um lugar tão desconhecido e secreto para ela.

Mas a vergonha não era pelo ato em si, mas sim pelo que ela pensou.

E Deuses... Ela havia pensado nele.

E não sabia se algum dia havia sentido um desejo tão latente igual naquela madrugada, não sabia nem que ela era capaz de sentir aquilo, de sentir aquela vontade de ser tocada do jeito que imaginou Azriel a tocando.

Era aterrorizante. Estranho e aterrorizante. Por muito tempo ela temeu ser tocada por alguém, temeu ter seu corpo violado novamente, temeu tudo relacionado a aquele dia em Sangravah. Tinha uma ideia totalmente diferente e distorcida do que um toque poderia fazer com seu corpo. Mas, aquele calor que subia pelo seu corpo toda vez que Azriel a tocava, aquela vontade de fixar os olhos toda vez que o encantador molhava os lábios, ou flexionava alguma parte daquele corpo escultural... Aquilo, era muito novo para ela e por mais que ela quisesse não pensar, não sentir, o seu corpo não a obedecia.

Ficou rolando por tanto tempo na cama, tentando dormir e esquecer a pressão no meio de suas pernas, os olhos brilhantes de Azriel em sua mente toda vez que fechava os olhos... Mas o encantador parecia um veneno que havia infectado seu sangue e agora a queimava de dentro para fora, infestando sua mente e bagunçado seus sentidos.

Gwyn tentou. Pela Mãe, como tentou parar de pensar nele, mas no escuro do seu novo quarto, depois de ter ficado tão perto dele, depois de ter sentido o calor de Azriel tão perto do dela, não resistiu... E seu corpo traidor também não conseguiu se conter, já que seus dedos haviam explorado partes do seu corpo que ela não sabia que poderiam causar sensações tão... Boas.

Gwyneth não fazia a menor ideia de como fazer aquilo, mas seu corpo parecia entender a necessidade, pois todas as sensações que infligiu sobre o próprio foram instintivas, como se fosse algo natural.

E quando fechou os olhos, ela não sentiu seus dedos. Quando fechou os olhos, jurou que sentiu as mãos grandes e calejadas tocarem sua pele, sentiu os apertos e os toques delicados porém firmes de Azriel pelo seu corpo. Sentiu o seu hálito fresco e quente contra a curva de seu pescoço...

— Gwyn? — A voz de Emerie interrompeu seus pensamentos. — Você está bem?

— Perdão?

— Está vermelha como um tomate. — Nestha franziu o cenho. — Você viajou por alguns minutos.

Gwyneth balançou a cabeça, voltando ao seu estado normal. Se ajeitou no sofá, o olhar agora concentrado nas suas melhores amigas.

— Posso fazer uma pergunta para vocês?

Engoliu em seco. Emerie e Nestha apenas afirmaram com a cabeça, sorrindo de leve.

— Asas illyrianas são sensíveis de qual maneira?

Ela escutou Emerie engasgar, o que a fez arregalar os olhos de leve, Nestha soltou uma risada alta batendo de leve nas costas da amiga.

— Por que quer saber sobre isso? — A Archeron franziu o cenho.

— Porque fiquei curiosa. — deu de ombros. — Então, alguém vai me contar, ou vão continuar rindo da minha cara?

— Desculpe, fui pega desprevenida. — Emerie se recompôs, deixando uma risada fraca escapar de seus lábios. — Bom... Elas são sensíveis no geral, para todos os tipos de coisa que você pode imaginar.

— Sei que são capazes de causar muitas dores ou... — Um sorriso malicioso surgiu no rosto de Nes. — Muito prazer.

Os olhos de Gwyn quase saltaram para fora.

O quê?! — exclamou a sacerdotisa. — Prazer? Sério?

Ela virou o rosto para a amiga illyriana, que apenas concordou com a cabeça, Emerie parecia sentir vontade de rir.

— Nos machos as asas podem ser bem mais sensíveis. — explicou Ems. — Mas, sim... As asas illyrianas podem ser consideradas zonas erógenas para nossa raça.

Oh Deuses...

Gwyn quis se enfiar em um buraco bem fundo e nunca mais sair dali. Ela havia tocado as asas de Azriel, e sua reação... Pela Mãe, ela preferia morrer do que saber que invadiu o espaço do encantador daquela maneira.

— Gwyn... — Nestha a chamou. — O que aconteceu?

Gwyneth escondeu o rosto entre as mãos, soltando um resmungo sofrido. Caldeirão... Por que essas coisas só aconteciam com ela? Por que ela tinha que ser tão avoada?

— Gwyneth Berdara. — A voz de Emerie soou pelo cômodo. — O que você fez?

— Eu posso ter... Acidentalmente... Tocado nas asas de Azriel.

Ela respondeu. O rosto ainda escondido entre as mãos.

— Você o quê? — A voz de Nestha se elevou. Segundos depois ela escutou uma gargalhada, seguida por outra.

Gwyn bufou se jogando no sofá, desejando que ele a engolisse para algum outro lugar que não fosse perto de suas melhores amigas.

— Gwyneth... — Emerie respirou no meio de sua risada. — Me diga que você está brincando.

— Por que eu brincaria com isso? — A sacerdotisa se sentou de novo, olhando para as amigas que exprimiam uma risada e tinham os olhos levemente arregalados. — E vocês não deviam rir, eu não sabia, tá bom? E parando para pensar, agora estou preocupada... Eu invadi o espaço dele, toquei em algo quase íntimo para ele.

Gwyn se levantou, passando a mão no rosto. Deuses... E se aquilo tivesse constrangido ele? E se ele estiver se sentindo violentado? Só aquele pensamento foi capaz de fazer seus olhos arderem, se ele estivesse se sentindo daquela maneira, ela nunca seria capaz de se perdoar.

— Azriel me evitou a manhã inteira... E se esse for o motivo? Com certeza é por esse motivo. — A sacerdotisa respirou fundo, passando a mão nos cabelos.

— Calma... Gwyn, respira. — Nestha se levantou. — Você não sabia, tenho certeza que Az entende isso. Não precisa se crucificar.

— Ele nem sequer trocou uma palavra comigo hoje. — Gwyneth adicionou, se jogando no sofá novamente. — Eu vou conversar com ele, pedir desculpa de novo... Não sei.

Emerie e Nestha se olharam.

— Gwyn, o que está acontecendo? — Emerie a olhou, um sorriso leve no rosto. — Você e Azriel...?

— Não. — Ela negou com a cabeça. — Somos amigos. Não aconteceu nada. Ele estava me ajudando com umas pesquisas e eu perguntei sobre as asas dele, e não sei porque me senti no direito de encostar nelas sem perguntar para ele antes.

A sacerdotisa bateu a mão contra a própria testa.

— Gwyn, tenho certeza que está tudo bem. — Nes colocou a mão em seu ombro. — Fique tranquila.

— Se serve de consolo... — Emerie interrompeu. — Ele provavelmente gostou do toque, e deve estar somente envergonhado.

A illyriana deu de ombros.

— Isso foi uma tentativa de me tranquilizar?

Nestha a encarava com aqueles olhos azuis cintilantes, regados por pequenas faíscas prateadas. O cenho franzido, enquanto parecia analisar cada camada de sua alma.

— O que foi, Nes? — perguntou Gwyn.

— Nada... — Ela pareceu aérea. — Escutem, eu preciso conversar com Rhysand e Cassian sobre minha viagem para Adriata, nos vemos mais tarde?

— Eu e Emerie vamos voltar para o acampamento. — Gwyn respondeu. — Vamos começar a pensar na rotina de treinos.

— Certo, então vejo vocês amanhã. — Nestha caminhou até a porta. — Amo vocês.

Quando a porta do quarto de Gwyneth se fechou, a sacerdotisa desviou o olhar para Emerie.

— Tem algo a mais que eu preciso saber sobre asas illyrianas?

— Você não faz nem ideia, Gwyn...

Sua amiga riu fraco, fazendo a valquíria franzir o cenho. O que mais poderia ter naquelas asas?




𓆩*𓆪



Azriel estava evitando Gwyn. Não porque ele queria, mas porque precisava.

Ele não conseguiu olhar a sacerdotisa nos olhos naquela manhã, não depois de ter feito o que fez na madrugada, depois de ter sonhado o havia sonhado.

Gwyneth estava se tornando muito presente em sua vida, e ele era grato por isso, pela amizade que estava formando com a sacerdotisa. E era por isso que não poderia estragá-la, igual faz com a maioria das coisas que toca.

E ultimamente, Gwyn estava tomando a maior parte de seus pensamentos. Se preocupava com ela, sentia que tinha que cuidar dela e por mais estranho que fosse, desejava a sua companhia, pois do lado da sacerdotisa era uma das poucas vezes que ele se sentia em paz, que sentia que podia ser ele mesmo.

Era como se já a conhecesse há séculos, pois tudo parecia bem mais simples do lado dela.

O que significava que ele não podia ter aqueles tipos de pensamentos indecentes com a sacerdotisa. Não depois de tudo que Gwyneth havia passado e lutava tão bravamente para superar.

O encantador achou que seria mais fácil, não olhar para ela, não provoca-la até fazer aquela careta furiosa surgir em seu rosto, mas foi uma tortura.

Teve que lutar muito para não grudar os olhos nela, enquanto ela demonstrava os golpes perfeitos para as outras sacerdotisas. Se conteve, porque toda vez que olhava para a valquiria sua mente reproduzia aquele som maravilhoso que escutou de madrugada, o som que ela fez ao pensar... nele.

Como alguém como ela poderia enxergar algo nele?

O encantador não precisava de mais uma coisa para prejudicar sua sanidade naquele momento, então ele a evitou, simplesmente porque não conseguia encará-la sabendo que ela havia sido um dos motivos que o fez gozar tão forte na noite passada.

Não daria certo por muito tempo, já que Gwyneth o acompanharia no acampamento mais tarde, e foi preciso apenas pensar em pegar Gwyn no colo para voar que seu estômago rodou, quase o nocauteando.

Que porra estava acontecendo com ele?

Tentou voltar a ler os relatórios, mas escutou passos até a sala. Quando levantou os olhos, pôde observar uma Nestha andando até o sofá o qual ele estava sentado.

— Oi, Nes. — cumprimentou Azriel. — Está tudo bem?

— Oi, Az. — Nestha sorriu levemente. — Sim.

Ela ficou ali parada o observando com aqueles olhos de chamas prateadas, Azriel se moveu no sofá desconfortável.

— Posso ajudar em algo?

— Ok, vamos direto ao assunto. — Sua cunhada chegou mais perto, cruzando os braços debaixo dos seios. — Eu sei sobre o colar, sei sobre sua aproximação com Gwyneth, sei que estão passando tempo sozinhos...

Azriel encostou no sofá, Nestha se inclinou em sua direção, o intimidando.

— E eu sou sua amiga, Azriel, mas Gwyneth é minha irmã. — Ela apoiou o braço nas costas do sofá, ao lado de sua cabeça. O encantador encarou a Archeron mais velha. — E você pode ser o macho mais temido de toda Prythian, pode ser um dos illyrianos mais poderosos da história...

Ela pausou. Azriel olhou para os lados, tentando entender o que estava acontecendo ali.

— Mas, se você magoar Gwyn, eu vou fazer você sangrar até perder a consciência. — Nes sorriu de leve, se erguendo novamente. — Estamos entendidos?

— Ahnn... Sim. — O encantador respondeu sem jeito, coçando a garganta. Não duvidava nem por um segundo que a cunhada era capaz de fazer isso. — Se algum dia eu magoá-la terei o prazer de deixar você fazer isso comigo.

— Bom. — Nestha cruzou os braços novamente. — Que bom que concordamos com algo.

Azriel afirmou com a cabeça, se ajeitando no sofá. Poucos minutos depois, Cassian chegou na sala com um sorriso estampado no rosto.

— Achei você. — Ele caminhou até a parceira, dando um beijo em seus lábios com tanta força que Azriel quis se esconder entre suas sombras. — Vem.

Cassian puxou o braço de Nestha em direção aos corredores.

— Espera, eu pensei que tínhamos uma reunião com Rhysand. — Nes parou no meio do caminho.

— Sou eu que vou ficar longe de você por uma semana, foda-se Rhysand e suas reuniões, ele espera. — Cassian tocou no pescoço de Nestha. — Eu tenho planos muito melhores que envolve eu e você, pelados em uma cama.

— Eu preciso realmente escutar isso? — Azriel olhou para os dois, negando com a cabeça. — Vão logo para um quarto, Deuses...

Cassian riu, Nestha o acompanhou, dando um selinho nos lábios do parceiro antes de ser puxada para os corredores. Pela Mãe, aqueles dois nunca se cansavam.

Azriel passou os dedos pelos relatórios, tentando se concentrar novamente. Enquanto folheava os papéis, Rhysand surgiu no meio da sala, o resquício do poder desaparecendo aos poucos.

— Onde estão Cassian e Nestha? — Seu irmão perguntou, olhando para os lados.

— Trepando. — respondeu Azriel, sem tirar os olhos dos relatórios.

Rhysand suspirou passando a mão na testa.

— Eles não param nunca? — O Grão-Senhor resmungou, voltando os olhos para o relógio na parede.

— Os dois acabaram de oficializar a parceria, acho que você se lembra como funciona. — Azriel ergueu os olhos para Rhysand.

— Aproveitando que já estou aqui...

— Eu estou ocupado. — O encantador o interrompeu.

— É importante, Azriel. — A voz de Rhys se tornou mais firme. — Tem a ver com Eris.

O encantador levantou os olhos do relatório para encarar Rhysand. O Grão-Senhor colocou as mãos nos bolsos. As sombras do encantador rodaram em volta de seu ombro.

— O que você fez?

— Conversei com ele. — Seu irmão tinha a expressão tranquila.

O encantador travou o maxilar.

— Achei que tinha me dito para lidar com a situação.

— De Devlon. — explicou Rhysand. — Eris é algo mais delicado.

— Creio que recebi uma ordem bastante clara da minha Grã-Senhora. — Azriel se levantou, largando os relatórios no sofá.

— Azriel... — Rhysand exalou um longo suspiro. — Eu sei como você se sente em relação a Eris, mas você precisa agir com a cabeça agora. Estamos entrando em guerra, e Eris é uma peça importante, você não quer extrair informações, você só quer vingança e isso não vai nos ajudar em nada agora.

O Mestre-Espião cruzou os braços no peito. Rhysand estava certo, ele sabia disso, e por mais que quisesse questionar o amigo, ele ainda era seu Grão-Senhor.

— O que descobriu?

— Beron desconfia das intenções de Eris. Muita da informação não chega até ele, o braço direito dele agora é o outro irmão. — Rhysand explicou. — Aquele que você viu conversando com o mensageiro na fronteira.

— Como pode ter certeza que ele está falando a verdade?

— Ele me permitiu entrar na mente dele. — Seu irmão chegou mais perto. — Beron está planejando um baile de confraternização para as Cortes.

— Baile? — franziu o cenho. Não fazia sentido nenhum. — Sabe o que eu acho disso, não é?

— Ele está armando algo. — Rhysand concordou entendendo seu raciocínio. — Vou tentar obter mais informações, mas já sabe, não é?

— Beron provavelmente já está esperando que a gente tente alguma coisa. — respondeu Azriel, entendendo as intenções do irmão. Ele achava que o baile era uma oportunidade para que descobrissem algo. — Talvez esse seja o motivo do porque ele está fazendo esse baile.

— E é por isso que eu tenho o melhor Mestre-Espião de Prythian. — Rhys deu o sorriso de lado. O encantador apenas suspirou, concordando com a cabeça.

— Me avise se Eris abrir a boca de merda mais uma vez. — O encantador ajeitou o traje pegando os relatórios no sofá. — Tenho que ir para Illyria agora.

— Certo. — O Grão-Senhor respondeu. — Me chame pelo escudo caso aconteça algo suspeito.

Azriel apenas balançou a cabeça positivamente, suas sombras sumiram com os relatórios e ele caminhou em direção a varanda, esperando por Gwyneth e Emerie.

— Boa tarde, Gwyn, boa tarde Emerie. — Ele escutou o irmão cumprimentar as garotas, mas o encantador conteve a vontade de olhar para trás e apenas esperou ali.

— Boa tarde, Az. — Escutou a voz de Emerie e se virou.

— Boa tarde, Emerie. — Ele acenou com a cabeça. Desviou os olhos para a sacerdotisa ao seu lado. — Berdara.

— Boa tarde, Encantador. — Gwyn sorriu de leve.

Azriel desviou os olhos, coçando a garganta.

— Vou nos atravessar, tudo bem? — As duas acenaram com a cabeça.

O Mestre-Espião estendeu as mãos para as duas fêmeas. Em questão de segundos estavam no acampamento, Emerie se despediu com uma cara de enjoada no rosto e pediu para que Gwyneth a encontrasse depois do turno dela na loja para que pudessem preparar a rotina dos treinamentos.

Azriel sentiu as mãos suarem quando voltou a ficar sozinho com a valquíria, começou a andar ao lado de Gwyneth em silêncio, ainda desviando os olhos dos dela.

— Então, você pretende conversar comigo em algum momento do dia, ou vai me evitar para sempre? — A voz delicada de Gwyn tomou conta de seus ouvidos.

— Não estou evitando você. — Azriel respondeu, colocando as mãos atrás das costas.

— Foi por conta do que fiz ontem?

O sangue do encantador congelou.

— O-O que?

— Por eu ter tocado nas suas asas. — Gwyn pareceu tímida ao falar, Azriel finalmente botou os olhos na sacerdotisa, a pele leitosa estava vermelha como sangue. — Eu não fiz por querer, Az e desculpa se te deixei desconfortável.

Ele engoliu em seco, seu coração se apertou ao ver a expressão no rosto de Gwyneth. Pela Mãe... Ele era um idiota. Um completo idiota. Era torturante não escutar sua voz, ou passar tanto tempo sem olhá-la, mas ver seu rosto tão preocupado e tristonho, era mil vezes mais doloroso.

— Não, Gwyn, não é nada disso. — Azriel se apressou a responder. — Você nunca me deixa desconfortável.

— Você claramente está desconfortável agora. — Ela respirou fundo. — Eu sei que não devia ter feito aquilo, eu acabei descobrindo qual tipo de sensibilidade as asas podem ter, e eu me senti péssima depois quando pensei no que eu fiz e eu deveria ter pedido permissão... Na verdade, eu não faço a menor ideia do porquê eu achei que poderia fazer algo desse tipo, eu deveria imaginar...

Gwyn disparou a falar como um cavalo em um campo aberto, gesticulando tanto que o encantador se perdeu em meio aos gestos e na velocidade que estava falando.

Espera, ele havia escutado direito? Gwyn realmente havia descoberto o que o toque podia causar?

— Você descobriu então...— Ele pegou em suas mãos, interrompendo-a e impedindo ela de se mover.

— Sim, eu descobri. — Sua voz vacilou.

— Me desculpe por isso. — respondeu o encantador. — Mas, está tudo bem, Gwyn. Você não sabia.

— Então, o que foi?

— E-Eu... — Azriel respirou fundo, desviando o olhar dos seus olhos e passando a mão na testa. Teve que tomar muita coragem para dizer. — Fiquei envergonhado, apenas isso. Mas, você não precisa se preocupar, isso vai passar.

Gwyneth o olhou, a boca levemente entreaberta. O Mestre-Espião soltou suas mãos.

— Nada que você fizer vai me deixar desconfortável algum dia, Gwyneth... — Ele respondeu. — Só... Só não sabia como reagir perto de você depois de ter gostado do toque. Não queria te causar constrangimento também.

A sacerdotisa o olhou com os olhos perdidos.

— Então... Então você não se sentiu mal?

— Não. — Azriel negou com a cabeça. — Pelo contrário...

Gwyneth entortou a boca em um sorriso fraco, olhando para o chão.

— Prometo que vou tentar deixar minhas mãos longe de suas asas. — Ela respondeu com um sorriso de lado, cruzando os braços.

— Isso era para me deixar aliviado de alguma forma?

Gwyn rolou os olhos, socando seu braço. Azriel sorriu com o canto dos lábios. Notou as bochechas rosadas da sacerdotisa, mesmo com a postura firme e irreverente.

— Babaca — Resmungou, antes de sair em sua frente em direção a cidade.




𓆩*𓆪



Gwyn olhou para o encantador enquanto voltavam para as fronteiras de Refúgio do Vento. O cabelo negro como a noite caía de leve em sua testa, o couro colado no corpo destacando os músculos só tornava a missão de parar de olhá-lo ainda mais difícil.

— Não precisamos fazer isso se não se sentir confortável. — Azriel virou o rosto em sua direção. — Posso ir sozinho.

— Não. — Ela negou com a cabeça. — Eu quero ir.

Gwyn era grata por Azriel se preocupar com ela em relação a Ramiel. Mas ela precisava enfrentar aquele medo, mesmo que estar tão perto da montanha despertasse tudo, menos sentimentos bons.

— Gwyn... — O encantador chamou sua atenção. — Está escurecendo, posso te levar para a Casa agora, se quiser.

— Azriel, eu estou bem. — A sacerdotisa respondeu. — Sabe que não sou mais tão indefesa assim, certo?

— Berdara... — Ela continuou andando em direção a floresta, Azriel a seguiu. — Você deveria tomar cuidado e olhar bem pra onde anda, esse lugar é cheio de armadilhas para caça...

Gwyn soltou um suspiro de choque ao sentir seu pé enroscar em algo, fazendo seu corpo ser jogado para cima. A sacerdotisa soltou um gritinho assustado quando o corpo se enrolou no meio das cordas.

Bufou irritada, se remexendo no meio daquele material resistente. Olhou para baixo, onde Azriel a olhava com um sorriso de vitória, os braços cruzados em frente ao peito musculoso.

Ahn... Uma ajudinha aqui seria bom. — soprou os cabelos que atrapalhavam sua visão.

— Pensei que não era tão indefesa mais, Berdara. — Ele suprimiu uma risada.

Gwyn rolou os olhos, exalando um suspiro longo.

— Cale a boca. — A valquíria respondeu. — Eu sairia daqui eu mesma se meus braços não estivessem imobilizados. Agora, você poderia me ajudar?

Azriel ergueu uma sobrancelha.

— Tá bom... — Gwyneth bufou irritada. — Você estava certo e eu prometo que irei tomar cuidado com as armadilhas. Agora me tire daqui, por favor.

— Bem melhor.

O encantador caminhou até ela, segurando a corda em seu corpo para manter o seu corpo parado. Ele analisou os nós por alguns segundos e levou a mão livre ao primeiro nó, soltando ele com uma habilidade que Gwyn nunca havia visto igual.

Ele foi até o segundo, desatando com a mesma tranquilidade, como se estivesse se divertindo. Demorou alguns segundos para que ele soltasse os principais, depois sua mão esquerda firmou em seu corpo, e a sua direita sacou Reveladora da Verdade, cortando a corda em um corte seco.

Seu corpo despencou em cima de Azriel, que a segurou com facilidade, estabilizando-a contra seus braços grossos.

— Obrigada. — Ela suspirou, segurando seus ombros. — Você é muito bom com esses nós.

— Um dos meus muitos talentos.

— Algum outro talento secreto que eu deveria saber, Encantador?

— Depende de quais você quer descobrir. — Um sorriso de lado surgiu em seu rosto.

— Então, de repente decidiu se abrir para mim? — A sacerdotisa o olhou, aqueles olhos castanhos brilharam de leve sob o sol poente.

— Bom, você já tocou nas minhas asas, acho que estamos íntimos o suficiente para isso. — O Mestre-Espião brincou.

Gwyneth mirou o cotovelo no estômago do encantador, acertando-o em cheio. Ele provavelmente a irritaria com esse assunto pelo resto da vida depois do incidente com as asas.

Ai. — Azriel reclamou, uma careta de dor formando em seu rosto perfeito. — Quanta agressividade nesse corpinho.

— Você pode me colocar no chão agora, Azriel.

Gwyn remexeu em seus braços, mas o encantador a segurou mais firmemente, seu coração disparou contra as paredes de seu peito. O Mestre-Espião voltou a andar pela floresta de Refúgio do Vento.

— Acho melhor deixar você aqui em cima, assim posso evitar desatar mais nós pelo resto do dia, já que você não consegue olhar direito por onde anda.

— Acho que você está querendo que eu te bata novamente, Encantador.

— Está tão na cara assim? — franziu o cenho, Gwyn não conseguiu conter a risada que escapou de seus lábios.

Deuses... Ela não sabia que era possível se sentir tão confortável assim perto de um macho, não sabia que um dia deixaria um chegar tão perto dela igual Azriel estava agora, com os braços debaixo de suas coxas e com a respiração quente batendo contra sua bochecha.

O encantador a colocou no chão com delicadeza, seus dedos passaram pela sua cintura de leve antes de soltá-la de verdade. Gwyn ajeitou os fios de cabelo, olhando para cima, onde os olhos de avelãs a encaravam e por um momento, a sacerdotisa pôde jurar que perdeu o ar.

— Obrigada. — agradeceu novamente. — Tenho certeza que não irei precisar mais de você para desatar nós pelo meu corpo.

— Não tenho muita certeza disso, Sacerdotisa. — Azriel inclinou a cabeça. — Tenho a impressão de que você adora se meter em problemas.

— Estou aqui com você agora, então acho que isso pode ser verdade. — deu de ombros, ajeitando o traje e voltando a caminhar

Azriel gargalhou, negando com a cabeça.

— Quem imaginaria que uma sacerdotisa teria uma língua tão afiada... — O encantador murmurou.

Continuaram andando, tentando chegar mais perto da rocha de Ramiel. Eles poderiam voar ou atravessar, mas Azriel queria vasculhar que passagem necessariamente o filho de Beron poderia estar procurando, e a melhor forma de fazer isso era usando os pés.

A noite já havia chegado, dificultando a visão de ambos, as bestas agora ficando mais ariscas e perigosas.

Gwyn escutou a respiração de Azriel diminuir, o que fez com que a sacerdotisa virasse o rosto em sua direção.

— Az, o que foi? — Gwyneth perguntou.

Os sifões do encantador brilharam em cobalto, e a pedra de sacerdotisa pendurada em seu peito emitiu uma luz azul forte que a sacerdotisa nunca tinha visto antes. Seu busto esquentou levemente, a pedra agora ameaçando queimá-la.

A respiração de Gwyneth ficou desgovernada, enquanto tirava o colar do pescoço com rapidez, voltando os olhos para o objeto que esquentava suas mãos.

— Isso nunca aconteceu... — Gwyn sussurrou. Os sifões de Azriel piscaram mais uma vez.

A sacerdotisa levou os olhos para o encantador, que estava paralisando, seus olhos pareciam analisar todo ambiente com atenção. Ele levou o dedo indicador até os lábios, indicando para fazer silêncio. Sentiu um toque gelado na sua canela, e bastou isso para perceber que as sombras de Azriel agora os envolviam.

Mas antes que elas pudessem envolvê-los por completo, enxergou o corpo do encantador ser jogado para longe em um baque forte.

— Azriel! — Gwyn gritou, sentindo a pedra piscar mais uma vez em sua mão.

Quando correu em direção ao encantador de sombras, sentiu algo duro bater contra o seu abdômen, uma força tão bruta que a jogou do outro lado, fazendo suas costas baterem contra o tronco de uma árvore qualquer.

Gwyneth grunhiu, sentindo a dor se espalhar por sua coluna e estômago. Se forçou a levantar, mas algo viscoso e gelado tocou o seu tornozelo a puxando contra a grama. Quando desceu os olhos desesperados para seu pé, notou um líquido negro como nanquim se esticar no formato de dedos longos e estreitos em sua canela.

— Gwyneth! — Escutou a voz grave e raivosa de Azriel, a alguns metros de distância.

Ela sacou a espada presa em seu coldre, mirando em direção aqueles dedos nojentos e gelados que a puxavam. Mas a espada atravessou o líquido, que voltou a se formar com rapidez e facilidade, como se nada tivesse acontecido .A criatura não tinha nenhum arranhão.

A massa líquida se acumulou em sua frente. Começou a crescer, e crescer e crescer... Gwyn se arrastou para trás até sentir o tronco da árvore em suas costas também.

Segurou a espada com mais força em seu punho, a outra mão segurando a pedra com firmeza. Quando levantou os olhos, sentiu o estômago revirar.

Um homem. Pelo menos, tinha o formato de um homem, mas não tinha rosto, não tinha roupas, e parecia estar banhado em puro óleo negro.

— Me dê a pedra... — A voz que invadiu os seus ouvidos era demoníaca.

Gwyn se apoiou na árvore, forçando a se levantar. Girou a espada em mão, dando o primeiro ataque contra a criatura, mas ela se desmanchou naquela gosma de nanquim, reaparecendo do outro lado.

Escutou um grunhido alto. Ela conhecia aquela voz. Azriel lutava com alguma outra besta.

Aquela massa viscosa deslizou por entre seus pés, a fazendo escorregar e cair, a criatura líquida agora se apropriava de seus braços, a imobilizando.

Gwyn grunhiu, sentindo o gelado da pele grudenta do monstro queimar a sua. Seu coração disparou contra seu peito, sentiu sua respiração falhar quando aquela massa horrível e medonha começou a envolver suas pernas, os seus braços.

— Gwyneth! — Escutou a voz de Azriel novamente.

A sacerdotisa gritou ao sentir o gelo daquela criatura aumentar, congelando todos os seus ossos. Ela fechou os olhos, apertando-os com força, tentando respirar enquanto aquela gosma preta rastejava até a mão que segurava a pedra com força.

Ela se recusava a deixar aquela coisa machucá-la.

Se recusava a deixar que achassem que poderiam quebrá-la novamente. 

Você não vai morrer aqui, Gwyneth.

Tirou toda a força que existia dentro de seu ser, e apertou a pedra com força, canalizando todo seu pensamento na joia. E quando sentiu a criatura adentrando contra os vãos de seus dedos.

Algo queimou em suas mãos.



𓆩*𓆪



Azriel não tinha visto nada como aquilo antes. Nunca em toda a sua existência tinha escutado falar sobre uma criatura com aqueles trejeitos.

Ele tentou cortá-las com suas lâminas, com a Reveladora da Verdade, mas a besta era intangível, líquida ao mesmo tempo maciça e rígida. Aquela porra derretia ao mesmo tempo que se transformava em massa sólida.

Era uma aberração.

— Você vem conosco. — O monstro tinha a voz diabólica. Uma voz que congelou todos os seus ossos.

Tinha o formato de um homem, mas não tinha rosto.

Nada daquilo importava, pois tudo que sua mente conseguia processar é que precisava chegar até Gwyneth, precisava tirá-la dali.

Enquanto desviava e lutava contra aquelas criaturas, sentindo-as queimar a sua pele de tão geladas, seu peito se apertava a cada minuto que se passava.

Os monstros eram fortes, e Azriel conseguia apenas desviar, pois atacar se tornava impossível, aquelas unhas o arranharam e o cortaram, perfurando sua carne fazendo-o sangrar debaixo do couro que rasgaram com tanta facilidade.

Azriel reuniu o resto de suas forças para voar, para bater as asas doloridas em direção ao último lugar que tinha visto Gwyn.

O encantador escutou seu grito de dor, e de repente, tudo pareceu escurecer, era como se o mundo tivesse parado enquanto ele mergulhava enfurecido em direção aquele som. Não escutava mais nada, não vinha mais nada, tudo que sua mente conseguia projetar era aquele barulho horrível e sofrido que saiu de Gwyn.

— Gwyneth!

Ele iria matá-los. Não sabia como. Mas iria matá-los.

Avistou Gwyn deitada no chão, a espada ainda em mãos, enquanto aquela massa viscosa subia pelo seu corpo, banhando seus membros e a imobilizando.

Azriel pousou com rapidez, correndo em direção a Gwyn, pedindo ao Caldeirão que o desse força o suficiente para chegar até ela.

Mas seu pé foi puxado, os dedos estreitos, longos e grudentos enrolados em sua canela, o puxando contra o buraco sombrio e escuro daquela massa nanquim viscosa que fazia sua cabeça latejar toda vez que o encarava por muito tempo.

Ele sacou a Reveladora da Verdade, fincando-a contra a grama, envolvendo suas mãos no punhal com força o suficiente para lutar contra o puxão resistente da criatura.

Seus olhos desesperados, voltaram-se para Gwyneth, que agora tinha a maior parte do corpo coberto pelo líquido da criatura. Azriel sentiu sua respiração ficar descompassada, seu peito arder como se o pior do fogo estivesse queimando-o, e reuniu toda sua força para se pôr de pé, para desviar do outro puxão do monstro e correr em direção a sacerdotisa.

— Gwyn! — Ele gritou em desespero ao observar o corpo da valquíria ser coberto pelo líquido negro.

Quando estava prestes a alcançá-la, prestes a puxar aquela massa com seus próprios dedos, um clarão o atingiu e o jogou para trás.

Sentiu suas costas bater no chão, enquanto escutava o grunhido de dor das criaturas. Azriel não se permitiu ficar no chão, e se levantou. Os monstros se encolhiam com a luz, fugindo para escuridão e sumindo daquele perímetro.

O encantador tampou os olhos com a mão, tentando proteger suas vistas. E quando o clarão começou a se apagar ele voltou os olhos para o chão, onde Gwyn se encontrava, a única coisa que conseguiu enxergar foi os raios de luz na mão onde Gwyneth segurava a pedra se apagando.

Azriel não pensou em nada, apenas correu em sua direção e a pegou no colo, suas sombras fracas e cinzentas enrolaram na sacerdotisa, e o encantador usou o restante da força de suas sombras para atravessar para o lugar mais perto.

Seus corpos caíram na sua antiga casa, no chalé que dividia com seus irmãos quando era mais novo.

Se sentou no chão com cuidado, seu coração batia rápido o suficiente para bombear sangue para uma vila inteira. Azriel ajeitou o corpo de Gwyneth em seu colo.

— Gwyn... — A chamou em meio a uma respiração desesperada. — Gwyn, por favor, abra os olhos.

Azriel passou a mão no rosto machucado da sacerdotisa, tirando os cabelos suados da sua testa. A valquíria estava desacordada, mas ainda respirava, os dedos ainda firmes na espada e na jóia de sacerdotisa.

— Gwyn. — Azriel engoliu em seco. — Por favor... Abra os olhos. Vamos, não faça isso comigo.

A sacerdotisa puxou um longo suspiro, abrindo os olhos azuis assustados, soltando a espada e a pedra, enquanto seu peito subia e descia rapidamente. Ela remexeu o corpo amedrontada, mas o Mestre-Espião a segurou firmemente contra seu peito.

Shhh... Sou eu. Gwyn, sou eu... — As mãos da sacerdotisa agarraram o couro rasgado em seu peito, onde o sangue grosso escorria, ela inspirou forte, como se inalasse seu cheiro. — Eu estou aqui, estou aqui.

O corpo antes tenso, relaxou em seu colo. A respiração ofegante aos poucos voltando ao normal, as suas mãos, porém, ainda agarravam seu traje, como se estivesse com medo de soltá-lo e perdê-lo. As sombras se acumularam ali, no espaço vazio entre os dois.

Uma de suas mãos deslizou em direção ao rosto de Gwyneth.

— Olhe pra mim, me deixe ver se está ferida. — Azriel estremeceu quando os olhos azuis os fitou.

Ele passou a mão pelo rosto de Gwyn, tombando a cabeça da sacerdotisa para ambos os lados com cuidado, analisando cada mísero pedaço de pele. Respirou aliviado ao escutar as batidas do coração de Gwyneth voltarem ao normal.

— Azriel... Você está ferido. — Ela notou o sangue acumulado no couro. — Me deix...

— Está sentindo dor? — a interrompeu, passando a mão pelos ombros de Gwyn, checando o resto de seu corpo. Gwyneth balançou a cabeça positivamente.

Alguns arranhões e alguns rasgos no seu traje illyriano. Nada muito profundo, Graças a Mãe. Uma raiva colérica se instalou em seu corpo, fazendo ele soltar um suspiro fundo.

Descobriria algum jeito de matar cada um deles que botaram as mão nojentas nela, mataria todos que machucaram a pele de Gwyneth daquela maneira.

— O-O que era aquilo? — Azriel ameaçou tirá-la do seu colo para levá-la para o sofá, mas Gwyn se encolheu em seus braços e no meio de suas pernas, como se dissesse não.

— Não faço a menor ideia. — negou com a cabeça, não desviando os olhos de Gwyn. — Nunca vi ou ouvi nada sobre uma criatura igual a essa antes.

A valquíria suspirou, olhando para a pedra agora largada no chão de madeira. Franziu o cenho, parecendo confusa.

— Gwyn... — Azriel chamou sua atenção, fazendo a garota voltar os olhos para ele. — O que aconteceu?

— Eu... Eu não sei. — Ela engoliu em seco, voltando os olhos para a pedra. — Acho que a pedra me protegeu... Que a Mãe me ajudou. Acho que ela sabia que não gostavam de luz e brilhou daquele jeito.

Mas o encantador duvidava que aquela pedra fosse capaz de brilhar daquela maneira. 



EU QUERO GUARDAR ELES EM UM POTINHOOOOO! JÁ AVISO QUE ELES SÃO O MEU TUDO! 

Que que é esse bicho jesus? Alguma ideia do que pode ser? *sobrancelha da Mirela* E esse brilho no final? Suspeito...

Amores, já peço pelo capítulo gigante, parecendo com um testamento, mas foi necessário para a narrativa fica contínua. Enfim, o que acharam do capítulo? Gostaram? Se sim já sabem né? Vocês me ajudam muito quando deixam uma curtida e comentários, além de ajudar a fic crescer, também me motiva muuuito. 

Como sempre, eu quero agradecer pelo carinho de sempre, todas as mensagens que eu recebi desde quando comecei a fic, de verdade, as vezes não sei nem como responder. 

E se um dia você me mandou uma mensagem e eu acabei não respondendo, peço desculpas. Eu estudo e trabalho, acabo ficando meio sem tempo para as redes sociais e acabo não vendo as mensagens também. 

Masss, se você quiser trocar ideia comigo, falar sobre a fic, me dar feeedback, pode me chamar no meu twitter:  /aneartwork. 

É isso, até o próximo capítulo pessoal, beijinhos <3

PS: Desculpa qualquer errinho. 

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