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CONHECENDO MAXON CHAVEIRO 


O grupo se dispersou no alto na sala e cada garota ia ficando em seu devido quarto. Marlee me puxou de lado.

- Você está bem? - Perguntou.

- Acho que sim. É que algumas garotas ficaram me olhando de um jeito torto durante o jantar.

- Ai é inveja minha filha - Marlee garantiu - É até legal em certas situações. Demonstra que você tem qualidades.

- Mas as pessoas também gostaram de você. Por que também não te olharam como se você fosse uma aberração?

- Você nunca passou muito tempo com um grupo de garotas, passou?

- Não - Confessei.

- Foi educada em casa?

- Sim.

- Olha, sou obrigada a estudar com um monte de garotas do meu morro e cada uma delas tem um jeito de pisar no calo da outra. Várias meninas me fazem elogios falsos e tudo mais. Sei que pareço ser introvertida e fofinha, mas sou tímida e elas gostam de atingir a gente com palavras.

- Nossa, fazem isso de propósito? - Arregalei os olhos, não conseguindo esconder a  surpresa.

- Sim - Respondeu - Ainda mais você, uma garota tão quieta e misteriosa...

- Não sou misteriosa.

- Ah America, vamos expor os fatos: você é um bocado sim, minha filha. E as pessoas não sabem chegar a conclusão de que seu silêncio é medo ou confiança. Elas te olham como um lixo, a fim de fazer você se sentir um.

- Meu pai...

Até que fazia sentindo. Não que eu não confiasse em Marlee, porque confiava. Só desconfiava que a garota estava obcecada demais com a imagem ou a coisa toda era apenas uma teoria doida. Acho que ficarei com a primeira opção.

- O que você faz? - Perguntei - Como as derruba?

Ela sorriu.

- A melhor arma é a ignorância. Havia uma garota na minha cidade que ficava vermelha de raiva quando não conseguia me atingir. Ignore. É a melhor coisa que você pode dar a sua inimiga. - Levantou o indicador - E ah, não deixa elas perceberem que estão te pertubando.

- Mas estão.

- Ei, acredita que vamos conhecer o príncipe amanhã? - Mudou de assunto - Mal posso esperar!

- Na verdade, não.

- Bem, boa sorte - Foi o que ela disse e eu sabia que era de coração.

- Mais sorte ainda para você, Marlee. Sei que o príncipe vai ficar mais do que encantado quando te conhecer.

Segurei suas mãos e ela deu um sorriso tímido. Depois foi para seu quarto.

Quando cheguei no meu, fui recebida pelas três criadas e minha camisola verde, estendida na grande cama. Fiz de tudo para poder despachar as meninas, mas elas não se deram por satisfeitas e começaram a me jogar uma enxurrada de perguntas.

- Cara eu tô cansada, só quero dormir - Fiz um gesto de desdém com as mãos. - Será que vocês poderiam fazer o favor de pelo menos me deixar descansar?

Elas me olharam de um jeito magoado.

- Meninas, entendam. Isso aqui ainda é tudo novo para mim. Vestidos, aparelhos da Apple, golpe que terei que dar...

- O que disse? - Mary Jay perguntou, coçando o topo da cabeça.

- Nada queridinha. Apenas salientando o quanto essa vida real é novidade para uma pobre plebéia. Vocês me entendem, sim?

- Claro - Anne Frank balançou a cabeça freneticamente. - A vida nos anos quarenta é totalmente diferente desta.

- A minha também - Concordou Lucy- Tipo, acho um baita choque deixar a TV pra ser criada.

- Ei - Estreitei meus olhos para ela - É verdade. Por que resolveu aceitar esse emprego?

- Salário melhor - Deu de ombros - E é um treino para um próximo filme que vou fazer no ano que vem.

- Entendo. Pois bem, as vejo amanhã?

- Cedinho e pontualmente - Respondeu Mary.

As três fizeram uma reverência e saíam do quarto. Assim que sumiram, peguei minha mala e a desfiz rapidamente. Botei as fotos velhas da minha família no espelho, prendidas sob a moldura.

Olhei para o jarro que tinha em mãos. Eu usava para guardar minhas moedas miseráveis e havia uma grudada ao fundo - Aspen tinha me tinha dado, como o pagamento por minha cantoria aleatória em um dia na casa da árvore.

Por que havia levado aquilo para o palácio? Eu era tão estúpida.

As lágrimas vieram mais rápido do que eu esperava. Por que ele tinha estragado tudo? Por que me iludiu até o último minuto só para dar as costas depois? Eram tantas perguntas e nenhuma resposta convincente. E eu precisava caçar os sapos.

Corri até a sacada. Mas as barras de proteção me impediam de sair. Podia ver os muros ao redor do palácio: altos e com guardas em pontos estratégicos. Mas eu iria salir dali, isso era certeza. De um jeito ou de outro.

Abri a porta do quarto e saí. Corri pelo corredor oposto a da areia movediça e quase notei os guardas, que estavam praticamente em todos os cantos parados como estátua. Bom, eu não conhecia bem o palácio, mas sabia o caminho para o jardim. Ninguém iria me impedir de saborear um churrasco. Não podiam tirar a única coisa que poderia me dar um pouco de alegria no meio desse presídio.

Quando estava prestes a cruzar as portas para o jardim - Se os guardas não me impediram até agora, não vão mais - Um dos homens-estatua e pôs a minha frente.

- Perdoe-me, mas a senhorita deve voltar para o quarto - Ordenou rispidamente.

- Não - Respondi corajosa - Eu preciso e vou sair.

- Senhorita, não me faça perder a paciência...

O segundo guarda caminhava na minha direção.

- Por favor...  - comecei a arfar.

- Senhorita America, certo? - Ele leu meu broche - A senhorita deve voltar para seu quarto.

- Eu não consigo respirar - Fingi estar mal, caindo nos braços do guarda que se aproximava de mim.

- Deixem-na sair!

Era uma voz jovem, mas autoritária. Estreitei os olhos tentando decifrar e pisquei confusa. Parecia o tal príncipe Maxon. Em carne e osso e na minha frente.

- Ela desmaiou Alteza. Queria sair...

- Abram as portas.

- Mas... Alteza...

- Abram as portas e a deixem sair, cavalheiros! Não me escutaram?

- Imediatamente Alteza.

O guarda destrancou a porta e durante alguns segundos senti o príncipe olhando para mim, de longe. Senti o cheiro de ar fresco do jardim e caminhei como uma bêbada para o jardim.

Cambaleei até um pequeno banco e me sentei. O que havia acontecido lá dentro não passou de encenação, mas agora eu realmente estava um pouco mal. Não estava com vontade nenhuma de caçar sapos. Só queria ficar ali, sentada e chorando. Então foi o que fiz.

- Está tudo bem querida? - Perguntou alguém e eu quase pulei do banco quando percebi que era o príncipe Maxon. Ele me fitava como se eu fosse algo de outro mundo. E eu era.

- Não sou sua querida.

- Nossa por Deus, só estava querendo ser educado. - Respondeu levantando as duas mãos - Mas enfim. A senhorita sofre de algum problema mental ou algo do tipo?

Foi o suficiente para que eu voltasse a chorar.

- Um espacinho - Disse, antes de me empurrar um pouco e se sentar ao meu lado - Olha não quero ser um insensível, mas você vai continuar chorando assim?

- Se eu continuar, o problema vai ser de quem? - Retruquei irritada.

- Totalmente seu querida, e eu não e tenho nada a ver com isso. Só não gosto de ver ninguém chorando. Principalmente mulheres.

- Não me chame de querida! - Gritei - Não sou mais querida para você do que todas as outras trinta e quatro estranhas que vocês mantêm aqui nesta jaula.

- Nossa! - Me encarou de olhos arregalados - Você está realmente mal. Quer um chocolatinho?

Aceitei a barra que ele retirou do bolso da jaqueta de couro de bom grado. Aliás, achei estranho o fato de ele estar trajando uma jaqueta. Parecia totalmente diferente do príncipe televisionado, com aquelas roupas cheias de bordadinhos e tudo mais.

- E sua afirmação é falsa. Todas são queridas por mim. Trata-se de simplesmente descobrir quem há de ser a mais querida.

- É ridículo, parece palavreado de falsiane. E elas usam a palavra em tom irônico, devo te dizer.

- Entendi. Mas posso te garantir que não sei o que é ironia, nem o significado etimológico da palavra falsiane.

- Ah... - Tentei mudar de assunto - Por que está vestido deste jeito? Vai a algum lugar?

Sua expressão se iluminou e ele abriu um sorriso empolgado.

- Vou no show daquele cara.. como ele se chama mesmo? - Coçou o queixo pensativo - Acho que é Fake?

- Drake - Corrigi.

- Ah sim - Concordou - É esse mesmo.

- Entendo. Também gosto dele.

- Dele quem?

Pisquei algumas vezes. Acho que ele também devia ter défict de atenção.

- Do cantor. Drake. Entendeu?

- Não, eu gosto da música - Respondeu - Gosto da música mas não do cara. São duas coisas completamente diferentes.

- Tá tá entendi - Bufei - Vossa Alteza.

Ele riu.

- Ei você acha isso aqui mesmo uma jaula? - Perguntou.

- Sim, eu acho Alteza. 

- Apenas Maxon. Ou M-maxx.

- M-maxx? - Estreitei os olhos - O que é isso?

- Meu nome artístico. Sempre sonhei ser um rapper.

Coloquei a palma de uma mão na testa. Devia estar delirando.

- Rapper? Como Jay-z e Kayne?

- Gosto mais do Eminem e da Nicki.

- Então tá...

- Mas voltando ao assunto - Ele se endireitou, observando o gramado - Você deve admitir que é uma jaula muito bonita.

- Só se for pra você, né meu filho - retruquei - Encha sua jaula com mulheres tretando pela mesma coisa e veja que legal é.

Ele arqueou as sombrancelhas.

- Mas já houve desavenças por minha causa? Será que vocês não percebem que sou eu quem faz a escolha? - disse rindo.

- Meu querido, as coisas não são bem asssim - Comentei - Nem todas brigam pela mesma coisa.

- Como assim? O que quer dizer?

- Algumas brigam por você, outras pela coroa. E é claro outras que querem outras coisas...

- Outras? Isso incluí você? - Perguntou curioso.

- Incluí - Dei de ombros - Estou aqui por engano. Aliás só estou pela comida.

Ele começou a rir como se tivesse acabado de ouvir uma piada muito boa. Ainda bem que nem insinuei nada sobre meu plano de derrubar a monarquia.

- O que é? - Perguntou entre risos.

- Ah?

- Dois, três...

- Sou uma cinco.

- Ah, sim. Então a comida deve ser um bom motivo para ficar.

- E é.

Ele se inclinou direcionando seu olhar ao meus seios. Arregalei meus olhos.

- Ei! Seu pervertido!

- Não - Balançou as palmas das mãos - Só estava tentando ler seu broche. Juro.

- Meu nome é America.

- E o meu é Colombo - Disse fazendo aquela coisa de olhos vesgos.

- Ha ha que engraçado - Soltei em meu melhor tom sarcástico e ficamos em silêncio por alguns segundos. Isso me deu um bocado de tempo para reparar novamente na sua aparência: os jeans, a jaqueta, o cabelo com um corte irregular, os óculos intelectuais que escondiam seu olhar... Pera peraí, alguma coisa parecia errada! Pelo o que sei, o príncipe Maxon não usava óculos e tinha um cabelo perfeitinho demais pro meu gosto. Esse era diferente... gostava de Drake e sonhava em ser rapper! O da televisão era um playboyzinho ignorante.

- Vocês realmente levam essa coisa da imagem bem a sério - Quebrei o silêncio. Ele me olhou com uma careta.

- Desculpe?

- Foi isso mesmo o que ouviu. Na TV você é todo metido com aquelas roupinhas e o porte cavalheiro do século XVI - Estreitei o olhar - E agora você está com essas roupas de bad boy e...

- A senhorita nunca ouviu falar em variação? - Ele fez uma careta - Ora, posso me vestir de uma maneira diferente dependendo do lugar.

- Ahã tá.

- É sério America, gosto de variar.

- Okay - Disse, apesar de não acreditar em nehuma só palavra. Esta história estava muito mal contada e eu iria arrumar um jeito de investigar tudo. Era isso ou não me chamava América Sherlock Holmes Singer. E eu não estou brincando. Esse realmente é meu nome verdadeiro.

- Tudo certo então? - Maxon perguntou quebrando o silêncio - Você já está bem o suficiente para ficar sozinha?

- Sozinha? - Perguntei - O que é isso?

Ele me olhou com interesse. Já devia estar impressionando o cara.

- Você não sabe o que é estar sozinha, sem ninguém por perto?

Balancei a cabeça. Nunca havia estado sozinha na minha vida; de manhã à noite eu era vigiada em minha casa vinte e quatro horas por dia. Mamãe vivia nos contando que era uma mulher de muitos olhos e eu nunca desconfiei que isso pudesse ser mentira. A danada sabia de coisas nas quais eu nem mais me lembrava de ter feito. Era assustador.

- Bem, sinto lhe informar que aqui não é nenhum poço de privacidade. Eu por exemplo só tenho privacidade no banheiro.

- Banheiro?

- É banheiro. Vai me dizer que não sabe o que é banheiro?

- Eu... eu...

- Tudo bem. A senhorita foi pouco beneficiada pela vida. Aonde fazia suas necesidades?

- Necessidades? - Perguntei alongando o último S - O que são necessidades?

Ele bufou e olhou para mim. Os óculos de grau em contraste com a luz artificial do jardim me cegavam.

- Como posso te explicar? Bom, necessidade é algo... incompleto, me entende? Por exemplo: você veio para o palácio com que propósito? Qual é o verdadeiro propósito?

- Até parece que vou contar a você. Não vou caír em pegadinhas.

- Tudo bem - Fez um momento de pausa com a mão - Então vamos te imaginar numa ilha deserta: você está lá, sozinha e...

- Para começo de conversa eu nunca iria para uma ilha deserta, ainda mais sozinha - Intervi.

- Mas é apenas uma suposição - Disse Maxon.

- Mas eu não iria sozinha.

Ele suspirou frustado. Parecia não estar a fim de discutir.

- Tudo bem, eu fui com você.

Não consegui esconder minha euforia.

- Iuupii! - Bati palmas na velocidade da luz - Okay, mas como fomos parar lá?

- São detalhes sem importância.

- Você acha sem importância? Porque eu não ia tipo, estralar os dedos e puft! Aparecer por lá. Tem que ser algo mais true.

Ele passou o indicador sob o queixo pensativo.

- Fomos de avião.

- Impossível! Desde que entrei naquele avião para vir para cá desenvolvi uma complicada e grande fobia.

- Então fomos de barquinho.

- Fico enjoada com passeios a barco - Disse apesar de nunca ter entrado em um. Mas vomitei por duas horas seguidas assistindo Titanic, então acho que já era algo.

- America, isto está ficando cada vez mais complicado. Você não quer ir sozinha a ilha e ainda por cima, corta todas nossas possibilidades de locomoção. Por acaso já pensou em quanto seria complicado ir nadando até uma ilha?

- O quê? Não disse nada sobre nós dois nadarmos a tal ilha.

- Então me diga como fomos parar na ilha?!

Pensei por um minuto. Mentira, foram sessenta segundos, apenas. Tinha o raciocínio rápido demais para a pouca idade.

- Estavamos em Londres caminhando em meio aquele frio congelante quando avistamos um anúncio em um supermecado. Ele dizia " Caros Maxon e America, vocês vão para uma ilha deserta! Entrem aqui para confirmarmos o fato" Então entramos naquele grande estabelecimento e eu fiquei aliviada por estar em um lugar quente, tanto que desmaei. Duendes te cumprimentaram animadosamente (afinal eu estava desmaiada e não dá para se comunicar quando você quase morre) então eles nos levaram a uma máquina de lugares.

- Maquina de lugares? - Ele fez uma careta.

- Não existem máquinas de todo o tipo? Então, assim como a máquina do tempo, a máquina de lugares existe.

- Oh sim, entendo - Balançou a cabeça positivamente fazendo anotações em um bloquinho como qualquer aluno aplicado. Limpei minha garganta e prossegui:

- Então entramos naquela máquina e os duedes me puxaram para dentro, ainda desmaiada.Eles apertaram alguns botões daquela geringonça e segundos depois estávamos lá. - Direcionei um sorriso a ele - Bem, o que achou da minha versão?

Maxon direcionou seu olhar a todos os cantos possíveis, menos ao meu rosto gracioso sem espinhas.

- A senhorita é bastante... criativa?

Senti minhas bochechas corarem. Lá estava Maxon fletando comigo. Nunca pensei que seria tão fácil assim.

- Como sabia o meu apelido? Pois bem, voltando ao assunto inicial: Por que começamos a falar sobre uma ilha deserta?

- Não me lembro mais - Ele esboçou uma careta parecendo realmente alguém com um caso grave de Alzhaimer. Dei de ombros me sentindo um tanto confusa.

- Ah... você não está atrasado para seu show?

Ele olhou para o pulso e quase deu um pulo do banco.

- Senhor de todos os príncipes, o show já começou! - Ele olhou para mim e depois para os guardas - Vou deixá-la por aqui, mas não faça algo estúpido como caçar sapos.

- Tudo bem - Menti.

- E lhe darei uma permissão especial para que visite o jardim em troca de algo.

- O que exatamente? - Estreitei os olhos novamente - Pode ir tirando o cavalinho da chuva se estragou seu Xbox e quer o meu. Não sei mexer naquilo, mas pode apostar ele é só meu!

- Não é nada disso. Eu só queria que você.... que você não mencionasse a nenhuma selecionada nosso encontro. Só vou ser apresentado a todas amanhã e seria uma falta de respeito deixar as outras abaladas. Apesar de que pelos seus gritos isso não foi de longe um encontro romântico.

- Não mesmo! Mas mudo bem - Lhe dei uma piscadela - Esse vai ser nosso segredinho sujo.

- Não gosto de coisas sujas.

- Okay. Limpo, então.

- Perfeito, obrigado.

Quase soltei um grito quando ele se agachou elegantemente de frente a mim. Oh meu Deus, o garoto mal havia me conhecido e já estava prestes a me pedir em casamento?

Suspirei aliviada quando ele puxou um dos meus antebraços e pousou um delicado beijo no dorso de minha mão e a pousou delicadamente no meu colo. Por um momento pensei que ele ia tentar algo com um anel de noivado.

Olhei para o local do beijo na minha mão atônita por longos segundos. O que ele estava planejando com aquele beijo? E aquele ar intelectual? Balancei a cabeça dissipando qualquer pensamento tolo e desfrutei do meu primeiro momento de privacidade. 

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