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O FORMULÁRIO 

Tive um pesadelo horrível. Aspen era um coelho e eu o seguia nos trajes de Alice até a toca. Quando consegui entrar naquele cubículo, comecei a cair. Acabei em um local estranho com uma mesa estrategicamente colocada no centro do salão. Curiosa, tomei um líquido e diminuí de tamanho. Daria um grande livro ou filme, vou te contar.

- América - Minha mãe me sacudiu - Levanta vagabunda, já é meio dia.

- Não enche - Disse olhando para o relógio - Mentirosa. Não são nem sete da manhã.

- Tanto faz. Olha, tenho uma boa proposta para você.

- Desembucha véia.

- O que eu disse sobre este palavreado? - Me olhou severamente - Mas enfim. Envolve a seleção. Se você não aceitar por bem, eu vou arrastá-la até o Mason.

- É Maxon.

- Enfim.Vai ou não?

Ia responder que não, mas no último segundo me lembrei da conversa que Aspen e eu tivemos.

- Tá, eu vou. Onde assino?

- É um formulário filha.

- Eu já sabia.

Tomei um banho demorado (1 minuto) processando as últimas 24 horas. Não ia dar certo de jeito nenhum. Aspen achava que dar golpes de estado era tão fácil assim? Envolvia coisas maiores.

Depois de me trocar, li um livro de 543 páginas sobre sistemas de governo. Foi um recorde, pois o terminei em dez minutos. Deveria contatar o Guiness Book mais tarde. Penteei meus cabelos embolados e usei pouca maquiagem. Ouvi dizer muitas vezes que o simples é sexy. Abri o guarda roupa e me decepcionei com as roupas rasgadas. Optei por um short jeans estilo funkeira e uma blusa verde aberta nas costas. Me olhei no espelho rachado. Me senti a própria Gisele Bündchen.

Minha mãe e meu pai estavam sentados a mesa, quando apareci. Me olharam horrorizados por alguns segundos e me passaram a carta.

Preenchi o formulário. Menti algumas coisinhas é claro. Coloquei que sabia falar sete idiomas e era parecida muito com a Marina Ruy Barbosa. Na seção Habilidades especiais coloquei que tocava doze instrumentos. Na verdade eu só tocava o terror.

- Por que não coloca que conheceu alguém famoso? - Meu pai sugeriu - Tipo o John Lennon.

- Tá, claro. Mas ele vai acabar me achando uma velha de 70 anos - Revirei os olhos - Faça-me o favor, né pai.

- Por que não anota que você é uma imbecil sem coração? - Minha mãe me olhou brava então, tratei de rabiscar algo sobre o assunto na folha.

- Você sabe que queremos o melhor para você filhota. - Meu pai passou a mão sobre meus ombros.

- No senhor eu até acredito, mas na mamãe? Ahã, tá. Ela só se importa com ela mesma.

- Não é verdade - Ela se defendeu - Cozinho para vocês todo o dia. Já é alguma coisa.

- Espero que seja amada - Ele continuou - Espero que se case por amor e não por dinheiro.

- Obrigada papai. Sempre tão inocente, dá até dó.

Quando terminei de preencher a folha - O que aconteceu cinco horas depois - Fui entregá-la a minha mãe no quintal. Ela vigiava May fazendo seu dever de casa como uma águia.

- Você vai participar mesmo? Não era você a do contra?

- Estou planejando algo, minha irmã - Abri um sorriso - Quando menos você esperar algo irá acontecer.

- Que droga de enigma é esse? - Ela perguntou - Espero que não prejudique a família real. Eles são tão estilosos.

- Blá, blá, blá - Me virei para minha mãe - Vamos logo, não quero perder mais meu tempo.

- É assim que se fala! Pegue suas coisas lá dentro.

Peguei a bolsa e olhei de relance para Gerald; minha mãe o obrigava a pintar telas inteiras em uma hora. Ele olhava fixamente para uma com desânimo. Cheguei perto.

- Sem inspiração?

- Cala a boca.

Quando chegamos ao Departamento, fiquei espantada. Não havia fila nenhuma. Aonde estava a mulherada dessa cidade?

- Magda! - Chamou alguém. Era as irmãs gêmeas do Aspen caminhando com a mãe ladrona barra traficante. Minha mãe por instinto, pegou um spray de pimenta da bolsa e o escondeu nas costas. Nunca se sabe quando uma criminosa te fará de vítima.

- Oi Lena - Minha mãe disse com a voz cheia de receio- Como vocês estão meninas?

- Beyoncé - Elas responderam em uníssono. Assenti com um sorriso.

- Vocês parecem com a Beyoncé mesmo - Comentei falsamente - Diria até que melhor. Estão lindas.

- Nos maquiamos bem para a foto - Afirmou Kamber.

- Que foto?

- Ah é isso mesmo - A mãe de Aspen se intrometeu - Estava roubando a casa do juíz ontem e pelo o que entendi, o sorteio não é bem um sorteio. Parece que o formulário foi apenas uma zoação com a gente.

Fiquei decepcionada. Preencher aquela merda cinco horas seguidas a troco de nada? Na minha primeira oportunidade, iria acabar com a raça daquele Maxon, ele ia ver só.

- A notícia foi vazada. Olhe para os lados: há um amontoado de meninas produzidas correndo nesta direção.

Olhei para os lados e soltei um grunhido quando notei as garotas exageradamente maquiadas, correndo numa velocidade incrível até a entrada do local, onde estávamos. Não me senti afetada, apesar de que eu deveria estar. Havia escolhido as roupas certas e isso era tudo. Maxon ia gostar de mim, tinha quase certeza.

Se bem que eu não queria me arrumar para agradar o príncipe. Ainda o odiava! Mas era necessário. Aspen e eu tinhamos que derrubar a Monarquia. Tinhamos que implantar nosso sistema Faturista e acabar com aquela nação real. Era isso ou viveríamos na linha da pobreza pelo resto de nossas vidas.

- Não sei por que exageram tanto - A mãe de Aspen comentou - Olhe para América. Está tão linda!

Quase caí na gargalhada, mas me contive.

- Ah, até parece. Quem sou eu perto de Kamber ou Celia?

Pisquei para as duas e elas sorriram. Quem eu estava querendo enganar, meu Deus? Elas estavam horríveis. Completamente horríveis. Pareciam palhaças de tanta maquiagem que tinham na cara. A cara da pobreza.

- Não seja imbecil! Todo dia Aspen diz que a família Singer passou duas vezes na fila do talento e da beleza.

- Que gentil - Murmurou minha mãe.

- É mesmo. Ele trabalha muito, devo admitir.

- Vai fazer outra pobre muito feliz um dia - Comentou minha mãe. A senhora Leger olhou para as outras meninas da fila com repulsa.

- Acho que ele já tem alguma na mira.

Quase tive um ataque herpilégico, um AVC e um derrame. Não sei se foi um ou os três ao mesmo tempo, mas quase caí durinha naquela calçada. Como ela sabia de algo? Eu escondia tão bem!

- Interessante. Como ela é? - Minha mãe quis saber. Era isso, a vizinhança. Com certeza era o louco de ontem no qual Aspen havia jogado o prato. Aposto que ele nos viu e fofocou para a mãe dele. Ótimo.

- Ele ainda não apresentou ninguém. Mas anda bem feliz ultimamente.

- Tá tá - Intervi - Vamos mudar de assunto. Quem quer saber sobre Aspen e sua paixão misteriosa?

- É mesmo - Minha mãe concordou. Mas parecia que a senhora Leger não estava disposta a parar de tagarelar.

- Ele quer mandar as meninas para o palácio para ver se consegue arrumar money para o casamento.

Fiquei estática. Aspen estava querendo guardar dinheiro para o nosso casamento? Eu não tinha palavras!

Fiquei na fila, cheguei ao guichê, assinei uns papéis chatos e tirei a foto. Antes de encarar o fotógrafo balancei meus cabelos para que ganhassem um pouco de vida.

Acho que eu estava com o sorriso maior do que o gato do país das maravilhas.

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