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CAOS NO AEROPORTO & ANNE FRANK


Às quatro da madrugada, enquanto eu estava mergulhada em uma sequência estranha de um sonho que tive meses atrás - com um coelho branco checando o horário e comentando o quanto estava tarde - , fui sacudida violentamente por alguém.

- Acorda menina! - Mesmo atordoada consegui captar um tom específico da voz de Aspen em sua imitação patética de Ana Maria Braga. Minha mão se levantou involuntariamente indo de encontro à uma bochecha dele. - Ai!

- Bem feito - proferi no meio de uma bocejada. O quarto estava mergulhado na escuridão com excessão do meu abajur fofinho da Branca de Neve e os sete anões que eu havia ganhado dias atrás de Marlee.

Aspen passou uma mão sobre a bochecha atingida e me olhou de cara feia, como um garotinho de 8 anos.

- Fique sabendo que eu estou cumprindo ordens viu? - Disse ele me mostrando a língua. - Ordens do Príncipe Maxon.

- Maxon? - Me levantei de supetão, virando minha cabeça de um lado para o outro - Por que? Onde ele está? O que aconteceu?

Ele se virou para o lado oposto, cruzando os braços.

- Isso é tudo interesse no príncipe?

- Dá pra me responder logo, invés de ficar aí fazendo perguntas em cima das minhas perguntas?

- Sabe que eu não sei? - Ele se virou para mim e fiz uma careta - Tá, parei... Bom, o príncipe apenas disse que você deveria trocar seu pijama e esperar por ele no hall de entrada.

Cocei minha cabeça super confusa. Qual era o planinho de Maxon desta vez?

Expulsei Aspen do quarto e puxei qualquer coisa do meu closet. Me vesti às pressas, dei uma ajeitada na minha juba cor de fogo e desci as escadas em direção ao andar de baixo com a expressão loucura loucura loucura impregnada na minha mente como o maldito perfume enjoativo que Celeste usava diariamente.

Avistei Maxon no hall e sorri com sua falta de discrição. Ele vestia as mesmas coisas de sempre: jaqueta, jeans e converses.

- Bom dia - Disse ele quando me viu. - Preparada?

- Para dar na sua casa? - coloquei as mãos no quadril e tirei o sorriso do rosto. - Ah pra isso eu nasci preparada. Onde sã consciência uma pessoa interrompe o sono de sabedoria de uma futura soberana? Eu corro o risco de não sonhar mais com aquele coelho, sabia? E se por acaso ele for um sinal?

Maxon piscou os olhos.

- Coelho? Mas... mas o guarda Aspen não te explicou? Sobre a nossa passadinha no aeroporto?

- Não. - Respondi finalmente me dando conta sobre a pirraça de Aspen e a omissão de informações. Ele obviamente estava com ciúmes de Maxon.

- Bom agora eu explico. - Maxon fez atrito entre as palmas de suas mãos. - É que recebi um telefonema de Anne Frank há umas duas horas atrás avisando que estava perto de aterrisar aqui, em Angels. Então eu pensei: por que não recebê-la de primeira, lá no aeroporto? E por quê não levar America junto?

Meu coração se aqueceu com aquela gentileza.

- Fico feliz que tenha pensando em mim. - Sorrio e me aproximo de seu rosto. Quando invado sua zona pessoal, levanto um dedo em riste e profriro - Mas me acorde novamente desse jeito e você será um homem morto, entendeu? Morto.

Ele assentiu com os olhos esbugalhados, realmente parecia assustado.

Nunca duvidei da minha formação vingativa inspirada nas vilões das novelas mexicanas.

- Então o que a gente está esperando?- Dei de ombros, andando em nenhuma direção específica, até que Maxon pegou de supetão uma mão minha (ainda não aprendi direita/esquerda, me processe) e me puxou delicadamente para o lado oposto no qual eu estava indo.

Vale ressaltar que eu estava um pouco embabascada. Quer dizer, com a coisa das mãos e tal. Eu já havia segurado as mãos dele e vice-versa, mas sabe quando você realmente leva um choque de realidade e percebe que aquilo realmente está acontecendo?

Pois era assim que eu me sentia.

Mas eu meio que não reclamei nem nada, porque eu até que estava gostando do calorzinho que a mão dele proporcionava. Ela não era suada como a de Aspen, então a experiência não foi de longe desgostosa.

Passamos direto pelo jardim e eu pude ver gotas de orvalho nas plantas e alguns malditos grilhos cantando sem pudores, o que confirmava a minha teoria de que os danadinhos sabiam quando eu estava planejando traficá-los.

Caminhamos mais ou menos por uns 5 minutos em volta da propriedade, até encontrarmos com o velho fusca que fora o responsável por transportar as meninas e eu ao palácio. O motorista não era o mesmo, mas eu também não era a mesma America de antes.

Maxon soltou minha mão e me deu um singelo olhar de desculpas.

- Nossa limusine quebrou novamente e infelizmente...

- Eu não ligo, vamos entrar logo! - bati palmas e olhei para o motorista - Você mantém alguma guloseima lá dentro?

O motorista me deu um olhar confuso, mas sacudiu a cabeça em positivo.

Maxon fez questão de me abrir a porta do passageiro e se sentar bem do meu lado, enquanto o motorista tentava fazer o velho motor do fusca 1986 ganhar vida (que foram várias e várias tentativas).

Bom, a questão é que quando o carro finalmente funcionou, o céu já estava ficando claro e eu provavelmente estava com uma overdose de açúcar, graças as balinhas de coco que eu enfiava na boca de 3 em 3 segundos. Maxon não reparou na minha empaturrança (aliás, essa palavra existe?) explicando a mim alguma coisa sobre o céu e coisas de nerd que só ele se importava.

Ou seja, durante aquela viagem de carro nos ignoramos mentalmente, mas de vez em quando dávamos sorrisinhos um ao outro pra demostrar que estavamos interessados em alguma coisa que eu não sei bem o que é.

Pelos céus, eu não entendi nada do que eu disse.

Mas continuando...

Chegamos no aeroporto bem perto das seis um pouco zonzos pelo balancear do fusca real. Maxon pegou minha mão novamente para minha alegria.

- Chegamoooos! - ele cantaralou me levando ao portão de desembarque que estava bem vazio por sinal.

- Nossa eu meio que sempre tive uma fantasia sobre aeroportos abandonados.

- Mas este não é um aeroporto abandonado America - Maxon disse pausadamente e apontando para um grupo de pessoas aglomeradas com alguns cartazes. - Olhe ali, há pessoas e...

Uma garota com uma saia xadrez e uma tiara de gatinho apontou em nossa direção.

- Príncipe Maxon! America Singer!

Praticamente todo o aglomerado de pessoas que se encontravam ali, se viraram para nós.

E claro, começaram a fazer outras coisas a mais como gritar.

E talvez tentar se aproximar da gente.

- Esta é a parte que eu te dou um peteleco na cabeça por não ter nos lembrado de usar disfarces para ir a um local público? - Perguntei entre dentres a Maxon que encarava a multidão em choque.

- Eles acham que eu sou o príncipe! - Ele segurou meus ombros e começou a me sacudir. - Eles me chamaram de príncipe!

O cara estava ficando louco.

- Ué mas você é mesmo o príncipe. O que tem isso? - ele abriu a boca pra dizer alguma coisa, mas eu levantei uma mão. - Aliás, não responda, a gente meio que tem que arrumar um jeito de escapar daqui. Um monte de gente está se aproximando e eu não tô com cabeça pra tirar foto, autografar melancias, dançar Anitta e fazer mais sabe-se lá o quê.

Maxon assentiu ainda abobalhado e eu o puxei bem a tempo de uma gordinha com um chapéu estilo Slash tentar lhe dar uma cabeçada e um garoto magrinho dar uma buzinada em seu ouvido com um daqueles frascos a gás.

Tentei focar minha visão mais além e consegui fugir daquele caos com mais facilidade do que eu pensei que teria. O motorista do fusca estava na praça de alimentação do aeroporto desfrutando de um hambúrguer e fritas. Soltei um suspiro em alívio quando o vi.

- Graças a Deus! - murmurei olhando para os lados - Nos arrume um disfarce! Tipo agora!!

Ele me deu novamente aquele seu olhar confuso.

Eu odiava tanto não ser compreendida. Mas o que eu poderia fazer a respeito? Sempre ouvi que uma mente brilhante facilmente será incompreendida.

- Um disfarce? Qualquer disfarce?

Concordei com a cabeça já sem paciência e ele se levantou com um com licença e sumiu pelos extremos. Olhei mais uma vez para os lados, e graças ao bom Deus, ninguém estava correndo em nossa direção com uma câmera, melancia ou coisa assim.

Não que isso garantisse que nossas vidas naquele lugar altamente público e perigoso estariam a salvo.

Eu estava me sentido uma k-pop idol.

- America, a gente não precisa disso - Maxon balançou a cabeça quando o motorista voltou com dois sacos de papelão e aventais vermelhos (que eram realmente estranhos disfarces) - Eu meio que errei...

- Somos figuras públicas Maxon, como você pode ter se esquecido disso? - o interrompi sentindo aquela revolta e incompreensão que só futuros soberanos sentem eventualmente. - Como você não pensou em usar pelo menos um óculos escuro ou algo do tipo?

Realmente eu achava que Maxon era fosse um pouco mais inteligente. Pelo menos pra pensar em situações como aquela. Onde já se viu, ele queria que a gente chegasse num local público e fosse tratado como qualquer pessoa?

Aqui é capitalismo cara, não estamos na Rússia.

Maxon soltou um suspiro, enquanto me observava fazer dois furos para os olhos no papelão e colocar o avental por cima do meu vestido.

- America, eu meio que errei a entrada. Anne Frank estará do outro lado do aeroporto, em uma pista particular com portão de desembarque particular e tudo mais.

Pisquei umas quinhentas vezes.

- Ata.

O motorista do carro soltou um chiado e tossiu, um claro sinal que ele estava tentando disfarçar uma risada. Em um dia normal eu teria dado petelecos nas duas figuras masculinas à minha frente, mas hoje não era um dia normal (Anne Frank pousa em minutos!), então apenas joguei meus cabelos avermelhados para trás e mantive uma postura plena.

Não que eu estivesse plena por dentro, mas aí já era história pra outro capítulo.

- Será que eu posso comprar uma lembrancinha de boas vindas pra Anne? - perguntei em meu tom pleno -Uma coisinha simples tipo, um sabonetinho ou coisa assim?

Maxon deu de ombros como se dissesse você quem sabe e puxou um cartão do bolso, o entregando a mim.

- Compre o que achar melhor - pediu ele ajeitando os óculos e olhando para as lojinhas em volta. - Tem bastante variedade por aqui. Será que ela gosta de Star Wars?

- Eu acho que ela é mais do tipo vintage, segunda guerra mundial, coisas assim.

- Ah então um rifle seria uma boa opção. Eu e o Robbie - ele apontou para o motorista que estava de volta abocanhando seu lanche - Estaremos te esperando no restaurante indiano. Tenho que provar umas iguarias!

- Você tem certeza que vai querer baratas?

- Oi?

- Nada, vai lá com fé, coragem e estômago. A gente se encontra daqui a pouco.

Me afastei ainda com meu disfarce estranho (eu não podia arriscar!) e andei entre as lojinhas. Entrei em uma que tira a cara de Anne: abandonada, quebrada e um pouco suja. Mas só o exterior, porque por dentro era um pouco mais agradável. Uma garota oriental com cabelo rosa veio ao meu encontro com um sorrisão estampado no rosto.

- Bom dia, boa tarde, boa noite! Meu nome é Katy, infelizmente não a Perry, mas enfim, no que posso te ajudar?

- Vocês tem alguma relacionada a guerra, dor, morte e moda?

A garota levantou um polegar.

- Claro que sim senhora, uma quinquilharia tem de tudo e um pouco mais, come on! - ela andou em direção ao fundo daquela loja e eu a segui.

O lugar todo parecia um quartinho da bagunça. Havia tantas coisas penduradas nas paredes que eu realmente não conseguia enxergar as paredes. Também havia muitas prateleiras e coisas no chão, e eu acho que caí umas 4 vezes e tropecei umas quinhentas mais ou menos.

- Aqui! - a Katy (não a Perry) apontou para uma farda militar. - É uma farda americana da segunda guerra mundial! Também temos o capacete e um rifle pra acompanhar. Tudo o que a senhorita disse. Que tal?

- Vocês não tem tipo uma farda sei lá, judaica, coisa assim?

- Eu acho que isso nem existe, mas temos uma estrela de Davi por aqui. - Ela olhou em volta e puxou algo de uma das várias prateleiras entupidas de bugigangas. - Olha aqui! Serve?

- Me arrume qualquer roupa vintage e certamente servirá pra mim.

Ela deu pulinhos e correu para um extremo da loja. Voltou em minutos com um vestido preto e encaixou a insígnia da estrela de Davi na lateral dele, próximo ao peito.

- Ficou bonitinho! - Cantarolou Katy (não a Perry) e me estendeu a peça. - Tudo fica em uns 5.000 dólares!

Arregarei os olhos.

- Tudo isso?

- Ah não me arrasa não! - pediu em um tom suplicante - Aqui é bem parado, você é a minha primeira cliente da semana. Se a dona descobrir que eu vendi alguma coisa, poderei ir embora antes da meia noite!

- Tá, tudo bem, eu levo.

Sai daquela loja retribuindo os acenos de Katy (não a Perry) e me sentido um pouco insegura. Será que Anne Frank irá gostar do presente? Maxon ficará bravo por eu ter gastado um pouquinho mais do que eu imaginava (que era no máximo 20 dólares)?

Eu morria de medo das respostas.

***

- Eu acho que aquele chocolate picante não me fez bem - Maxon passou a mão na barriga enquanto estávamos sentados em um dos vários sofás de couro da sala privada de desembarque. Eu estava com o presente de Anne na sacola, uma xícara de chá de gambá e mostarda (pra acalmar os nervos) em uma mão e impaciência no coração.

Maxon por outro lado parecia estar sofrendo com uma possível diarréia.

- Aqueles biscoitinhos pareciam meio suspeitos alteza. - Comentou o motorista do fusca bebericando um refrigerante - O senhor deseja algum remédio? Um médico?

- Não, acho que aguento. Anne Frank chega daqui a dois minutos.

- Aquela ali não é ela? - o motorista apontou para uma mulher magricela que estava acompanhada de uma mala e um segurança. - Acho que já a vi no palácio.

- É a Emma Stone, nada a ver - olhei para a atriz com óculos escuros e dei um aceninho em sua direção. - Simplesmente amo ela em La la land.

Bom, minutos depois a porta abriu e uma figura também magricela com uma mala e óculos escuros surgiu no portão de desembarque. Eu imediatamente me levantei jogando minha xícara em qualquer canto e corri para abraçar minha grande amiga.

- Anneeeeeeee! - Simplesmente a esmaguei contra a mim. - Que saudade!

- Ei, eu não sou essa não!

Me virei e encarei outra figura magricela, com roupas coloridas e um óculos de sol laranja que ria discretamente da minha confusão.

Me soltei do corpo desconhecido (que era a Anne Hathaway (tipo nada a ver), e dei um abraço menos dramático, mas mesmo assim cheio de saudade em Anne Frank.

- Você está tão diferente! O que tú fez no cabelo?

- Umas mechas, ficou legal? - Ela mexeu a cabeça de um lado pro outro. - Seu cabelo também está lindo!

- É, um cabelo que Celeste morre de inveja.

- Essa garota ainda não foi chutada?

- Bem que poderia né...

Maxon pigarreou alto, nos chamando a atenção.

- Príncipe Maxon, que prazer! - Anne o cumprimentou. - O senhor está bem? Parece um pouco... indisposto.

Ele passou a mão na barriga novamente.

- Problemas no estômago, só isso. As senhoritas se importariam de me dar licença por uns instantes? Tenho assuntos pendentes no toilet.

- Tuudo bem. - Entonamos juntas dando espaço a um Maxon encolhido e apressado. Em um dia normal eu debocharia dele, mas hoje não era um dia normal (Anne Frank chegou e eu vou dar meu presente a ela!), então apenas joguei novamente meu cabelo pra trás, peguei minha sacola e estiquei em direção a Anne Frank.

- Pra você!

Ela me olhou assustada.

- Ah!

- Pode abrir, não tem bomba, nem é uma calça restart ou coisa assim. Só uma lembrancinha de boas vindas.

Ela jogou sua mala em qualquer canto, se sentou em uma poltrona e puxou o vestido da sacola.

A garota meio que piscou umas quinhentas vezes antes de fazer alguma coisa.

Que foi me abraçar.

- Ah eu não acredito! Um vestido vintage! Com uma estrelinha de Davi!Esse é o melhor presente de todo o mundooo!

- Ah foi só uma lembrancinha...

- Uma lembrancinha? Caramba, se isso for uma lembrancinha, não quero saber o que é um presente! Aliás, eu também tenho uma surpresinha pra senhorita viu?

- Surpresa? - indaguei em uma nota curiosa. Ela assentiu toda serelepe, ainda olhando para o seu vestido.

- Ah sim, mas só no palácio, nem adianta ficar me enchendo viu? Aliás enquanto o príncipe não chega, porque a senhorita não vai me contado tudo o que eu perdi por aqui nos últimos meses?

- É muita coisa menina! A gente vira a noite aqui se eu contar tudo mesmo.

- Não importa o tempo monamour, vamos logo, eu estou morrendo de curiosidade.

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Oláaaaaaaaa!!! 💖 Quanta saudade!

Bom, trouxe estas quase três mil palavras pra compensar todo o tempo que eu estive ausente do Wattpad. Não é um capítulo cheio de reviravoltas, mas tá valendo né?

Aliás, escrevi o capítulo todo pelo celular, porque ainda estou sem computador (😥). Deu um trabalhinho, mas consegui e é isso o que importa, uhuul.

Me deixem estrelinhas e muitos comentários. Prometo que respondo tudo, nem que seja com um emoji.

Até semana que vem mores ❤
















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