Nota: "Eu não preciso de prêmio quando tenho vocês" foi isso o que eu disse no último capítulo meses atrás, antes de receber uma mensagem do the wattys informando que eu ganhei. Eu já agradeci mil vezes no meu perfil, mas é justo agradecer aqui também: eu não tenho palavras para agradecer o quanto eu fiquei feliz. E fico mais feliz ainda em dizer que: irei focar 100% em american por um tempo para depois que finalizar a história revisar e reescrever para enviar para editoras. Muito obrigada mesmo.

P.s. é a Lauren na foto do cap.

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24 de janeiro, 7:30 AM, delegacia.

Akemi Konishi andava de um lado para o outro revirando suas coisas. Não poderia ter sumido assim sem mais nem menos. Um pen drive não some dessa maneira. Ela apenas tinha perdido, então, não precisava de tanto espanto. Precisava se manter calma para procurar e finalmente achar o objeto. Simples assim!

Mas ela já vasculhou tudo o que tinha em sua sala e suas esperanças de encontrar o pen drive já eram nulas.

Só que quem poderia roubar seu pen drive? Continha informações exclusivas do American Psycho, ent... Colton Bouvier!
- Aquele bastardo! - gritou furiosa e saiu de sua sala batendo a porta.

Todos que passavam por Akemi no corredor fingiam que não a viam para não ter que experimentar da fúria da japonesa.

Chegando no local que queria, abriu a porta sem delongas, surpreendendo Cameron e Colton.

- Eu quero o meu pen drive! - exclamou.

Colton olhou para Cameron e depois para Akemi, sorrindo tranquilo como sempre.

- Não sei do que está falando.

- Agora! - bateu as mãos na mesa do francês, fazendo soar um estrondo.

- Você não estava tão exaltada assim no nosso encontro. - sorriu cínico. - Ou será que estava? - sugeriu rodando em sua cadeira e com a mão no queixo.

(Você é louco como eu? Esteve com dores como eu?)

- Não foi um encontro! - gritou com todas as suas forças.

Ela só sabia gritar, estava desestruturada depois de perceber a falta do pen drive.

- Tem certeza? - juntou as mãos como se estivesse orando e arqueou uma sobrancelha.

(Comprou uma champagne de cem dólares como eu?)

(Só para despejá-la pelo ralo como eu?)

- Você me paga, Colton Bouvier. - respirou fundo abrindo a porta da sala. - Ah, paga sim. - saiu.

Cameron piscou os olhos, perguntando-se internamente o que diabos estava acontecendo e o que ele tinha perdido.

~♡~

24 de Janeiro, 8:37 AM, em uma sala de aula.

Os motivos da Segunda Guerra Mundial não importavam para a garota, pois ela mesma já tinha uma guerra em sua cabeça. Por que, então, iria querer saber de outra?

Seu irmão era como um míssil. Iria destruir todos que estivessem por perto. Ela deveria fazer algo por America. Deveria mostrar a verdade a ela.

- Nem sempre as pessoas vêem a verdade. - Josh, um colega de turma e por quem Lauren secretamente tinha uma queda, respondeu a professora. - O patriotismo foi uma desculpa.

- As pessoas vêem o que querem. - Lauren respondeu em um sussurro olhando para os livros na sua mesa.

(Usaria sua conta de água para secar a mancha como eu?)

A srta. Ritter observou Lauren, assim como todos os alunos. Os fios de cabelo preto cobriam parte de sua face e ela parecia assustada.

- Lauren - a professora chamou. - Está tudo bem?

Se com tudo bem você quer dizer que seu irmão é um psicopata, sua família está morta e você descobre a verdade sobre várias coisas. Então, sim, ela estava ótima. Melhor impossível!

Tudo o que ela conseguia pensar agora era no caos. Entretanto, se recompôs. Não queria que achassem que todo o seu progresso psicológico pós traumático fosse para o ralo.

Deu um breve sorriso, sua face foi ocupada por feições doces e então mentiu:

- Não estou me sentindo muito bem. - falou com a voz fraca.

- Oh! - a srta. Ritter exclamou. - Você pode sair.

Lauren não falou mais nada. Apenas juntou suas coisas, deu uma breve olhada para Josh e se dirigiu para fora da sala enquanto todos os olharem estavam em sua direção.

Andou para fora daquele inferno, literalmente. Não teria problema se matasse o resto das aulas, afinal, esse é o privilégio de se ter a família morta e o único parente vivo ser um psicopata, as pessoas eram mais flexíveis com você.

(Você se detona todo para entreter como eu?)

Já nas escadarias do colégio, segurou a bolsa de marca - um dos privilégios de ser adotada por uma família rica - e ligou para America.

- Precisamos conversar.

~♡~

24 de fevereiro, 9:40 AM, em uma cafeteria.

Lauren esperou sentada pacientemente por dez minutos, até que America chegou. E com Peterson. Ou melhor: Derek.

Eles sentaram e Lauren olhou fixamente para Peterson. Ele se sentiu um tanto constrangido, entendeu o recado e disse que esperaria lá fora.

- O que diabos aconteceu com você? - America quis saber, pegando um dos bolinhos de Lauren. - E você deveria estar em alguma aula insuportável nesse exato momento.

America colocou o bolinho na boca e agradeceu aos céus por aquilo ser tão delicioso.

- Você não pode ficar com ele. - a mais nova despejou o que queria.

- O que... - não pôde terminar de falar.

(As pessoas sussurram sobre você em trens como eu?)

- Você o conhece faz o que? - bufou. - Menos de uma semana?

(Dizendo que não deve desperdiçar seu rosto bonito como eu)

- Pensei que logo você entenderia o significado de crush. - cruzou os braços, não mais interessada nos bolinhos. - Uma adolescente, afinal.

- É, mas isso já passou de uma crush! - bateu as mãos na mesa. - Você não o conhece.

(E todas as pessoas dizem)

- E você conhece? - revidou.

("Você não pode acordar, isto não é um sonho)

Ponto para America.

Essa pergunta Lauren não poderia revidar sem falar mais do que estava disposta. Ela queria abrir os olhos de America, mas os olhos dela já estavam fechados há muito tempo.

(Você é parte de uma máquina, não é um ser humano)

Olhou para o irmão lá fora e percebeu o que já sabia: eles já estavam condenados.

(Com seu rosto todo maquiado, vivendo numa tela)

Seu irmão merecia um mísero segundo de felicidade. E não seria Lauren que iria atrapalhar.

(Com a auto-estima baixa, então você funciona a gasolina")

- Tem razão. - levantou. - Me desculpe. Preciso ir.

Saiu da cafeteria em passos rápidos.

~♡~

28 de Março, 14:34 PM, em um gabinete luxuoso.

- Já faz mais de um mês! - O homem esbravejou. - Chamei-o para nosso país porque queria respostas, porque queria Peterson Denovan atrás das grades!

- Monsieur presidente...

(Acho que há uma falha em meu código)

- Calado! - ordenou aos berros o presidente.

(Estas vozes não me deixam sozinha)

O corpo de Colton Bouvier bateu no encosto da poltrona, assustado com aquela cena.

Não era fácil assustar Colton Bouvier, ainda mais no seu trabalho. Só que ver o presidente americano totalmente descontrolado... isso sim o assustou. Aquele homem poderia acabar com a sua vida em um piscar de olhos.

(Bom, meu coração é de ouro e minha mãos estão frias)

- Não me venha com seu sotaque barato, ele pode convencer suas vadias e os burros do departamento de Polícia, mas comigo... - sorriu perverso. - Comigo as coisas são diferentes, monsieur Bouvier. - imitou o sotaque do francês.

(Você é estragado como eu? Estranho como eu?)

Seu tom de voz para Colton e seu sarcasmo foram o ponto final no medo do francês. Ele se recompôs, vestiu a máscara novamente e voltou a ser quem era.

- Algumas vezes devemos dar um tempo para a caça. - pegou um dos charutos que estavam na caixa de madeira devidamente polida. - Para a caça achar que é o caçador.

(Acende fósforos só para engolir a chama como eu?)

O presidente dos Estados Unidos sorriu satisfeito. Lembrou o motivo de ter chamado logo ele para fazer aquilo. Colton Bouvier era o melhor.

(Você se intitula como um furacão como eu?)

- É. - deu de ombros sem querer dar o braço a torcer. - Todavia, esse tempo está demorando demais.

(Apontando dedos pois nunca vai assumir a culpa como eu?)

- O senhor não é o único que quer pegar Peterson, monsieur presidente. - colocou o charuto na boca. - No entanto, podemos todos trabalhar juntos para isso.

~♡~

28 de Março, 21:56 PM, corredor da família Foster.

America e Peterson caminhavam entre beijos no corredor da família Foster. Tinham se acostumado bastante a fazer aquilo.

- Espera. - America se soltou e se recompôs. - Tenho que falar com Lauren. Pode me esperar na sala?

Peterson concordou e eles se beijaram mais uma vez.

America caminhou até o quarto da irmã mais nova e viu a porta encostada. Entrou e ouviu o barulho de água. Lauren estava tomando banho.

Desde o dia na cafeteria não conversaram muito e America se sentia bastante incomodada com toda aquela situação. Iriam conversar agora e resolver tudo.

Jogou-se na cama de Lauren que estava com o notebook aberto em algum arquivo de pen drive. Olhou a hora no celular e por instinto, direcionou os olhos para o notebook.

Ela não deveria ter feito isso.

Se arrependeria amargamente por isso.

Começou a ler com toda a sua atenção cada arquivo do pen drive. Eram todos sobre o American Psycho. Sobre ele.

Seu estômago começou a embrulhar e nem sentia a lágrima solitária caindo. Só estava... abismada.

Enquanto America se perdia em pensamentos sobre aquilo, Peterson Denovan subia as escadas para conferir se estava tudo bem considerando a demora de America para descer. Lauren estava se secando e não imaginava o que estava acontecendo no quarto. Não fazia ideia que America estava lá lendo tudo aquilo.

Lauren abriu a porta do banheiro no mesmo momento em que Peterson abriu a porta do quarto.

(E todas as pessoas dizem)

Não foi para Lauren que America olhou.

Foi para o American Psycho.

(Você não pode acordar, isto não é um sonho)

Era um pesadelo.

(Você é parte de uma máquina, não é um ser humano)

(Com seu rosto todo maquiado, vivendo numa tela)

(Com a auto-estima baixa, então você funciona a gasolina) - Gasoline, Halsey

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Nota: eu posso demorar a postar, mas nunca vou abandonar vocês. Nunca mesmo.

Espero que tenham gostado, o próximo cap sai em breve (não vou demorar, juro).

Dedico esse cap a todos vocês que não me abandonaram ♡ obrigada.

Vocês podem puxar minha orelha no Twitter @halseynajou, na ask.fm @mrsambz, por mensagem aqui no wattpad ou por whatsapp (quem não tem é só pedir)

Beijos, amy.