Judas

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30 de Março, 21:40 PM, casa da família Foster

- Como você descobriu? - fitou o chão.

O mundo tinha desabado para ele. Não tinha coragem de olhar para America. Se ele pudesse ignorar e ir embora, ele iria.

America respirou fundo e se acalmou mais.

- No dia que eu vi os arquivos do pen drive. Eu pensei que estava delirando, que não era você, que você era o Derek e não... ele. - podia sentir a repulsa na voz dela. - Isso ficou na minha cabeça, um tempo depois voltei para o quarto de Lauren quando ela não estava e olhei tudo de novo.

- America... - finalmente a encarou.

- Eu fui tão tola. - as lágrimas desciam molhando cada vez mais o rosto de America. - Eu poderia ter percebido.

(Eu estou apaixonada por Judas, Judas)

- Quando descobriu que estava grávida?

- Os sintomas começaram umas semanas atrás, fui no médico e hoje ele me deu o resultado.

Deu as costas para ele e sentou-se na cama, sentindo-se esgotada.

(Quando ele me chamar, estarei pronta)

- Eu ia te contar. - sua voz saiu como um sussurro.

- Ia? - perguntou irônica. - Quando?

- Eu esperava a hora certa.

- Não tem uma hora certa para se dizer que é um assassino.

- Também não tem uma maneira fácil de dizer. - se aproximou e sentou ao lado dela.

(Perdoaria-o quando sua língua mentisse para seu cérebro)

Por um instante ele pensou que ela iria rejeitar sua aproximação, mas não o fez.

(Eu sou apenas uma santa tola)

- Eu amo você, De... - fez uma pausa. - Nem sei como devo te chamar mais.

(Eu ainda estou apaixonada por Judas)

Ele deveria se sentir feliz. Pela primeira vez estava ouvindo as palavras que tanto esperou. No entanto, ele estava acabado.

- America, eu amo você, amo você com todo o meu ser, independente de todas as merdas que fiz.

- Eu não sei o que pensar. - admitiu. - O cara que eu amo é um assassino.

(Eu não poderia amar um homem tão puramente)

- Eu não sou mais a mesma pessoa de antes.

(Até mesmo os profetas o perdoaram por sua desonestidade)

- Eu estou apaixonada por Judas.

- Judas era um traidor. - corrigiu.

- Você entendeu. - revirou os olhos, segurando a vontade de rir.

- Eu sei que você não poderia ter uma reação diferente, são fardos demais para carregar.

Ele queria tocá-la, sentir sua pele, a abraçar e dizer que estava tudo bem. Só que não estava nada bem e nem ele, nem America sabiam o que fazer, qual seria o próximo passo.

(Eu aprendi que o amor é como um tijolo, você pode)

(Construir uma casa ou enterrar um morto)

- Lauren tentou me avisar...

- Ela soube o tempo inteiro, mas não quis me entregar.

- Ela queria que eu me afastasse de você.

- Eu sei. - concordou. - Foi quando ela recebeu o pen drive e ficou em dúvida entre o que acreditar.

- Sinto muito, ainda não sei no que acreditar. - admitiu.

(Eu sou apenas uma santa tola)

- Eu entendo. - e ele entendia mesmo. Descobrir o segredo de alguém próximo nunca é fácil de lidar. - Tem muitas outras coisas envolvidas no meu caso, America, eu tive um bom motivo para fazer tudo o que fiz.

- Você matou mais duas pessoas. - sentou-se de costas para ele.

(Oh, baby, ele é tão cruel)

- Não, não fui eu. - tocou o ombro dela e ela virou o rosto. - Estão armando para mim, alguém da polícia.

- Por que eles fariam isso?

- Porque eles querem que eu me entregue.

- E você vai? - virou para ele novamente.

- Não. - respondeu. - Tenho pessoas que acreditam em mim e que querem acabar com a teia de mentiras tanto quanto eu.

- Tudo bem. - Abaixou a cabeça e respirou fundo, voltando a olhar para ele. - Eu deixo você me explicar tudo, tentar me fazer entender, contudo, vai respeitar minha decisão final quando eu disser se irei me afastar e ter ou nao esse bebê.

(Eu ainda estou apaixonada por Judas)

Ela estava fazendo um acordo e Peterson teria que se esforçar muito para convencer America de que ele não era um monstro, muito menos o bebê que ela carregava. Era um risco que ele teria que correr.

E ele começou a explicar, desde o trabalho do pai, o momento em que descobriu sobe o dinheiro, o assassinato dele, o fato de nunca terem fechado o caso, aí partiu para explicar sobre como começou a se vingar de cada um que estava envolvido, contou sobre os arquivos do pen drive, que continha depoimentos falsos e que queriam tirar ele de cena, contou que todos os médicos achavam ele são e que Akemi e Hurley iriam ajudar ele, contou dos quadros e da festa. Contou tudo.

Tomou ar e um silêncio se alastrou pelo quarto.

- Nossa. - America conseguiu dizer. - Isso é muito coisa, muito para assimilar.

(Eu sou apenas uma santa tola)

- Eu sei, sinto muito. - fitou os olhos da loira e ela desviou.

- Sobre essa festa que falou, eu vou. Sou uma das modelos da revista.

- Vejo você lá, então.

Vejo você lá? Porra Peterson, você poderia ter feito melhor que isso, pensou.

- Você poderia me dar licença? - pediu. - Eu estou muito cansada.

- Claro. - levantou e foi para a saída, no entanto, virou. - Por favor, não vá.

- Por que?

- Porque quando meu advogado me disse que a minha única chance de sobreviver era fugir, eu fiquei. - revelou. - E porque no dia em que os capangas de Jacob iam me matar, eu criei forças para ficar. E isso tudo só foi por você, sempre foi você, você e Lauren o tempo inteiro.

(Oh, baby, ele é tão cruel)

Ela não conseguiu responder. E ele pôde ver uma lágrima solitária cair pelo rosto dela, teve vontade de ir até lá e consolar a sua garota, entretanto, era a hora de deixar ela em paz por um tempo.

(Eu ainda estou apaixonada por Judas)

Saiu do quarto e deu de cara com Lauren encostada na parede.

- Desculpe, dava para escutar do quarto. - se aproximou do irmão. - Como você está? - tocou o braço dele.

- Péssimo. - passou pela garota e foi para o quarto.

Ele não tinha muito o que dizer, só sentir.


~♡~




31 de Março, 19:07 PM, quarto de hotel de Colton Bouvier.

- Senhorita Akemi. - Cameron a cumprimentou quando abriu a porta e deu passagem para ela.

- Olá, Cameron.

Akemi entrou e deu de cara com Colton jogado na cama e passando os canais da televisão.

- Akemi! - levantou um pouco desajeitado e surpreso, como se ele não quisesse que ela o visse relaxado como uma pessoa normal. - É uma honra recebê-la.

Sempre tão formal, pensou.

- Eu preciso de um favor. - disse sem delongas.

(No sentido mais bíblico estou além do arrependimento)

Cameron já estava na varanda, sentado em uma mesa com seu notebook, notou Akemi.

- O que aconteceu? - pareceu preocupado.

- Quero que ache alguém para mim, pois sei que é o único que pode.

Ele a analisou minuciosamente.

- Quem?

- Louis Kingsley.

- O padrasto de Denovan?

- Sim. - balançou a cabeça de maneira afirmativa. - Depois dos dois últimos assassinatos do American Psycho - mentiu - fui até a casa da família Foster falar com Lauren.

- E? - incentivou ela a continuar.

Akemi não soube dizer se era nervosismo ou medo que viu em Colton quando ele passou a mão no pescoço, olhando para as paredes do quarto.

- Ele abusou dela, Colton!

O francês arregalou os olhos.

(Mas no sentido cultural só falo em um tempo futuro)

Colton Bouvier podia ser muitas coisas, mas se tinha algo que ele abominava era esse tipo de violação.

- Cameron! - chamou e não demorou para o rapaz entrar. - Vamos caçar Louis Kingsley e só vamos parar quando ele for encontrado.

- Sim, senhor. - deu as costas, no entanto, algo que viu no celular o fez parar. - Senhor, seu telefone foi grampeado.

Akemi gelou.

- O que?! - O francês esbravejou. - Eu sabia que aqueles malditos fariam isso, ainda bem que me preveni mandando você checar.

Akemi ficou quente, sua pele parecia queimar, era o desespero.

- Que malditos? - criou coragem para perguntar.

- O presidente e seus capachos. - virou a atenção para ela.

Ele estava furioso.

Ele não fazia ideia de que tinha sido Akemi, o que era bom. E o fato de ter tocado no nome do presidente foi melhor ainda, agora ela tinha a chance de o persuadir e descobrir algo.

(Eu quero te amar)

- Como assim o presidente? - se fez de sonsa.

Colton olhou para Cameron e ele fez que sim com a cabeça, como se concordasse que era hora de dizer tudo para ela.

- Akemi, sente-se. - pediu e ela obedeceu. - Depois que nos separamos e comecei minha carreira, eu quis ser o melhor no que fazia, ser eficaz. Eu queria apenas ser impressionante ao olhar alheio.

- E você conseguiu.

(Mas algo algo me puxa pra longe de você)

- Eu sei. - sentou e colocou a mão na perna dela. - Só que para isso eu fiz algumas coisas que outros policiais não teriam coragem de fazer, eu me envolvi com pessoas perigosas.

- Sempre desconfiei disso.

- Sei que desconfiou. - riu. - Um caso em especial foi bem pior nesse quesito, para eu conseguir capturar um assassino, precisei me envolver com alguns traficantes.

- O que aconteceu?

Akemi querendo ou não ficou preocupada. O tom de voz de Colton era cuidadoso, como se pensasse em cada palavra antes de proferir.

(Jesus é minha virtude)

- Eu me infiltrei em uma gangue, o assassino era um deles.

- E eles descobriram você.

- Exato. - concordou. - Por sorte eu tinha alguns amigos na cidade, gente poderosa, Akemi.

- Pessoas do governo.

As peças estavam começando a se encaixar.

- Sim. Eles uniram força e me ajudaram a prender não só o assassino como toda a gangue tambem. Ficaram muito felizes vendo o que eu era capaz de fazer para conseguir o que eu queria.

- O que eles fizeram?

- Eles disseram que o presidente americano seria informado do meu esforço e que poderia sair de Paris e ser promovido para alguma área de trabalho melhor.

- Como CIA ou FBI?

- Talvez. - piscou os olhos. - Não tenho muita certeza.

- O que vem depois?

- As pessoas que me ajudaram foram sendo mortas uma por uma, Akemi. - proferiu. - Acho que sabe do que estou falando.

American Psycho.

- Eles estavam envolvidos em algo, não estavam?

- O presidente e mais alguns estavam envolvidos em casos de desvio de dinheiro.

E ela deixou ele contar tudo a ela, como se ela não soubesse. Sobre o banco do pai de Peterson, sua reação, sobre sua morte e depois as mortes dos envolvidos.

(Mas Judas é o demônio ao qual me agarro)

- Eu não estou no caso American porque sou o melhor no que faço, e sim porque se eu não pegar Peterson Denovan para o presidente ele irá acabar com a minha carreira.

E agora tudo fazia sentido.

(Eu me agarro)

O presidente estava usando e chantageando Colton Bouvier para pode pegar Denovan e jogar ele em algum sanatório, tirando assim a sua principal testemunha contra ele de vista.

- Ele está chantageando você. - ela disse. - Não tem nada que...

- Não podemos fazer mais nada Akemi.

Ele estava derrotado.

Essa foi a primeira vez que Akemi viu Colton tão simples e em um nível mais baixo.

(Apenas uma santa tola)

- As duas mortes, não foram Peterson, não é mesmo? - teve de perguntar, mesmo sabendo a resposta.

- Não. - fechou os olhos e respirou fundo. - Lembra de Jacob? Ele matou alguns bandidos, ou melhor, mandou matar, já que não suja suas mãos.

- Por que fez esse acordo com Jacob?

- Para chamar atenção de Peterson, para acabar com ele, dizer que estou chegando.

(Oh, baby, ele é tão cruel)

- Você sabe onde ele está?

Ela queria entender porque ele simplesmente não ia até lá e prendia Peterson.

- Sei.

- E por que não vai até lá e acaba com isso? - encarou os olhos do francês.

- Porque no tempo em que eu quero pegar ele, eu também quero deixá-lo fugir e foder com a vida do presidente e dos outros merdas que estão envolvidos.

Ela podia ver a raiva nos olhos dele e estava entendendo tudo por um outro lado.

Colton não era uma pessoa tão ruim assim.

- Se você os afundar, você vai junto. - pronunciou mostrando que entendeu tudo.
- É. - bufou.

- Colton. - chamou sua atenção. - Por que me disse tudo isso?

- Porque confio em você. - levantou e se aproximou da japonesa, colocando os braços ao redor da cintura dela.

(Eu ainda estou apaixonada por Judas)

Ele confiava nela. Ele confiava nela e ela estava armando pelas costas dele. Ela iria roubar os quadros que ele iria pegar e iria destruir a carreira dele quando contasse toda a verdade e todos os envolvidos.

"Porque confio em você"

As palavras dele iam e voltavam na mente de Akemi enquanto ele a beijava.

Sentia-se em um dilema agora: poderia entregar Peterson e ficar com Colton, ou poderia entregar todos os envolvidos e ter a justiça que tanto acreditava.

Mas ela estava lá com Colton e nada mais importava.

Ela estava cometendo um erro continuando com Colton, o melhor dos piores erros.

(Eu sou apenas uma santa tola)

(Oh, baby, ele é tão cruel)

(Eu ainda estou apaixonada por Judas) - Judas, Lady Gaga

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