Rewind (Bônus: Akemi e Colton)

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Antes de todos os últimos acontecimentos...

Voltamos para 23 de Janeiro, 18:58 PM, calçada da casa de Akemi Konishi.

Akemi Konishi esperava pacientemente por Colton Bouvier na porta de sua casa. Ela não queria ir, claro. Todavia, se fosse poderia arrancar algo dele. Alguma informação importante sobre o caso American que Colton poderia esconder de todos. O que seria bem típico dele, pensou.

Parece que Konishi sabe muito sobre Colton Bouvier e suas manias.

(Há muitas coisas que eu gostaria de dizer pra você)

Tirou o celular da bolsa preta e olhou a hora. Sete horas em ponto. Deu um passo para a frente e olhou o final da rua. Um carro preto estava vindo e não demorou para estacionar na sua frente.

Tão típico dele, pensou mais uma vez, chegar em ponto para impressionar.

(Mas eu não tenho as palavras na minha cabeça)

Colton saiu do banco de trás e deu passagem para ela de maneira cordial, não sem antes soltar o seu famoso "mademoiselle".

Akemi entrou no carro em silêncio, ignorando todas as investidas do francês. Só quando entrou se deu conta de que Cameron que estava dirigindo.

- Espero que ele esteja te pagando muito bem, Cameron. - falou de maneira imparcial antes de Colton entrar.

- Boa noite, senhorita Konishi. - sorriu simpático. - E sim, o salário é muito bom. - balançou a cabeça com os olhos arregalados.

- Vocês dois não vão ficar conversando, não é? - Colton tentou encarar os dois, mas tudo o que conseguiu foi a imagem do banco de Cameron.

- E deixar você de fora? - Akemi gargalhou. - Claro que não!

(Dias estão passando e as folhas estão mudando)

Sua fala saiu um pouco alto e Colton a analisou.

- Você está bêbada? - questionou sério.

Cameron arregalou os olhos mais uma vez e não resistiu em ver a cena pelo retrovisor.

Já Akemi, bem, a japonesa parou de rir na mesma hora. Logo quando estava começando a se divertir com tudo aquilo lá vai Colton Bouvier estragar tudo.

(Mas o tempo não vai mudar as coisas não ditas)

Ela não sabia se estava furiosa ou decepcionada com o comentário. Se houvesse um meio termo entre os dois sentimentos, com certeza era o que ela estaria.

- Não. - se recompôs. - Mas começo a achar que deveria estar bêbada para aguentar esse encontro até o fim. - devolveu ríspida.

- Oh, querida. - percebeu que a ofendeu e colocou a mão na perna dela, sem deixar de olhar Akemi nos olhos. - Me desculpe, eu sinto muito.

(Porque tudo é diferente agora)

(Eu realmente gostaria de te dizer o quanto)

- Não me chame de querida - tirou a mão dele da sua perna com força. -, seu imundo.

- E lá vamos nós de novo. - Cameron sussurrou.

Cameron estava pensando em começar a orar para que os dois ali atrás se entendessem, e um súbito momento de calmaria se alastrou pelo carro antes que ele o fizesse.

- Será que não podemos ter um único momento de calmaria? - o francês bateu nas próprias pernas, impaciente e irritado.

(Como eu queria você aqui do meu lado)

- Se não fôssemos como cão e gato não seríamos nós.

A voz de Akemi saiu terna e vacilante, em seguida deu um olhar felino para Colton e ele balançou o pescoço, obrigando-se a manter-se são.

- Você tem razão. - se aproximou dela.

Akemi sorriu sacana e se afastou, como se essa fosse a sua intenção, atiçar e depois esnobar o francês.

(Eu sei o que eu disse, mas eu menti)

- Se acha que vai conseguir me beijar tão fácil assim. - aproximou seu rosto do dele, ficando com os lábios quase colados aos dele. Fez um som de reprovação. - Está muito enganado.

(Parecia uma risada, mas eu chorei)

Voltou ao seu lugar e virou-se para a janela. Seu trabalho em enlouquecer Colton estava indo muito bem até ali.

Akemi e Colton não se conheceram pela primeira vez no sanatório Mightly após Peterson fugir, eles se conheceram bem antes.

Akemi nasceu no Japão e lá cresceu até que seus pais decidiram que se mudariam para Paris. Akemi entrou em uma escola de música com bolsa graças ao seu ótimo desempenho com o violoncelo e semanas depois conheceu Colton Bouvier, o pianista mais esplêndido da escola de música. Não demorou muito para que os dois fossem deixados juntos no mesmo lugar. Eles só sabiam brigar e brigar. Poderiam brigar por horas pelas coisas mais banais até coisas que eles nem fazia ideia do motivo pelo qual estava brigando por aquilo. Algumas vezes entre ódio surge certa atração, ou talvez não, mas os dois estavam bêbados e a atração era inevitável naquela festa. Eles transaram e no dia seguinte os pais de Akemi precisaram mudar para Nova Iorque. Ela largou a música e entrou para a polícia e Colton Bouvier ficou na França, no entanto, tinha um dom para assassinos em série que se Akemi bem se lembra foi resultado de um fascínio na adolescência pelo inexplicável da mente humana, então também largou a música e tomou rumo não muito diferente do de Akemi.

Afinal, estavam ali, não estavam?

(Eu desejo poder apertar o botão rebobinar)

- Sobre o Am...

- Eu juro que se você falar American Psycho eu faço Cameron parar o carro e te largo aqui mesmo. - Colton ajustou o terno, respirando fundo sem paciência.

Ele parecia nervoso, só que não mudava o fato de ter deixado Akemi furiosa mais uma vez.

Cameron revirou os olhos e aguentou longos quinze minutos até chegar ao restaurante.

Colton desceu primeiro e estendeu a mão para ajudar Akemi. Ela o ignorou completamente e ele se perguntou como ainda insistia em ser cordial com ela.

Ela era impossível.

E era disso que ele gostava.

Colton Bouvier amava o impossível, amava ainda mais conquistar o impossível.

~♡~

23 de Janeiro, 7:20 PM, em um restaurante italiano.

O vinho chegou primeiro e Akemi agradeceu internamente, não aguentaria mais passar um segundo ao lado de Colton sem beber.

O restaurante ultrapassava tudo na escala de romântico, até a iluminação era proporcional para a ocasião e ela nem imaginava que isso seria possível. Era como qualquer outro restaurante italiano, cores, toalhas e pratos como todos os outros restaurantes do mesmo tema.

Colton observou Akemi beber a primeira taça de vinho em menos de cinco segundos e a encarou cético.

- Você nunca soube desfrutar de um bom vinho mesmo. - balançou a cabeça negativamente, desaprovando a atitude da japonesa.

- Eu sei, sim. - levantou a taça para que ele a servisse mais uma vez. - Só que preciso estar bêbada para suportar você até o final da noite.

(Orgulho estúpido que apenas não pode esconder os buracos dentro do meu coração)

Ele a serviu e não falou nada, o que a surpreendeu.

Até que ele abriu a boca...

- Se sabe desfrutar de um bom vinho, que tal ir até o meu quarto de hotel depois daqui? - sugeriu. - Tenho um ótimo vinho.

(Porque eu preciso de você aqui comigo)

Ela gargalhou, gargalhou muito e gargalhou alto. Algumas pessoas pararam de comer para olhar a cena e Colton mexeu na gravata, se sentido constrangido pela atitude de Akemi.

Quando ela finalmente recuperou o ar e voltou a beber o vinho, Colton ficou a observando. O que ela tinha de tão diferente para fazê-lo perder a atenção de tudo ao seu redor e só focar nela?

(Eu queria poder me levar de volta, eu iria voltar para o início)

Ela era impossível, entretanto, havia algo mais ali. Seria o fato de serem completos opostos como um clichê?

Ele gostava de quando ela o calava com uma resposta grossa ou quando era astuta o suficiente para colocá-lo para baixo, pois era exatamente isso o que ele faria com as pessoas.

De certa forma, quando ela estava com ele, ela conseguia ser igual a ele e nem percebia.

(E te dizer todas as coisas que eu sinto)

Como poderiam eles serem tão parecidos e tão diferentes ao mesmo tempo?

Eles eram mesmo um clichê americano.

~♡~


O restaurante estava inteiro, sem pratos ou mesas quebradas. Sem brigas. Apenas pessoas comendo educadamente.

- E Hayden Polish? - Akemi bateu levemente na mesa com as duas mãos segurando os talheres. - Ele jurava que sabia tocar harpa. - os dois gargalharam lembrando. - Até hoje me pergunto como ele conseguiu entrar naquela escola.

(Agora eu quero estar lá ao seu lado)

- Ele era filho do diretor. - Colton falou e os dois gargalharam mais ainda. - Você se lembra de Alice Sherman? - segurou a vontade de rir.

- Quando ela tocava flauta parecia que estava torturando um gato ou coisa do tipo.

Eles riram pela centésima vez naquela noite.

Estavam felizes e não era por causa da garrafa de vinho que beberam, e sim por estarem lembrando dos velhos tempos. Já riram das brigas idiotas que tiveram, dos professores e agora riam dos colegas.

(Eu sei o que eu disse, mas eu menti)

Um silêncio permaneceu enquanto eles terminavam de comer. Não era um silêncio constrangedor, pelo contrário, era algo bom. Eles estavam felizes não só por terem passado a noite sem trocar farpas - bom, as do início da noite não contam -, mas também por terem lembrado uma época tão boa. Sentiam saudade da adolescência e isso era algo que jamais teriam de volta.

Eles nunca falaram sobre o incidente da festa. Por mais pretensioso que Colton fosse, essa era uma barreira que ele nunca ultrapassava.

(Eu queria rir, mas eu chorei)

Terminaram de comer trocando um comentário ou outro sobre assuntos banais e Colton pediu a conta.

Quando tudo terminou, Akemi pensou bem antes de proferir tais palavras, no entanto, decidiu se entregar pelas próprias vontades:

- Aquele vinho ainda está de pé?

(Porque é tarde demais para apertar o rebobinar)

Colton Bouvier sorriu, sincero como foi toda a noite.

~♡~

23 de Janeiro, 21:08 PM, quarto de hotel de Colton Bouvier.

Colton Bouvier acendeu as luzes e Akemi sentou no sofá, esperando pelo vinho.

Quando Colton voltou com as duas taças e Akemi olhou no fundo dos olhos do francês, sentiu o mesmo que na festa em que o seu ódio foi corrompido por algo maior: desejo.

Ela segurou a taça com a mesma firmeza que o fitava e depois de alguns segundos bebeu.

- É um otimo vinho. - disse por final.

Colton Bouvier começou a gargalhar.

Akemi tentou entender e não conseguiu. O homem não parava de rir e ela já estava com as bochechas coradas. Tinha algo de errado com ela? Seria o cabelo? A maquiagem?

- Akemi Konishi, você é péssima na degustação de vinhos. - Proferiu tentando controlar a própria respiração entre a gargalhada. - Esse vinho custou sete dólares no posto de gasolina da esquina e nem tem marca.

Akemi corou mais ainda enquanto ele permanecia rindo. Furiosa com a graça que ele via na situação, ficou de pé, pronta para começar a xingar Bouvier.

O francês percebeu o que ela faria e logo impediu:

- Nada de farpas durante essa noite. - colocou o dedo nos lábios da japonesa.

Ela afastou o dedo dele e disse:

- Pensei que o trato era nada de American Psycho.

- Isso também. - jogou o corpo na cama que estava atrás de si.

Konishi ficou de pé sem jeito, olhando para as paredes e pensando se era tarde demais para fugir.

Colton levantou e tocou o ombro de Akemi, fazendo uma das alças do vestido preto que a japonesa usava escorregar e entrando pela primeira vez naquele assunto:

- Lembra daquela festa? - se aproximou do pescoço da mulher e sussurrou as palavras. - Quando fizemos nossa própria música com nossos corpos.

Ele depositou beijos pelo pescoço de Akemi e quando iria tirar a outra alça do vestido ela o interrompeu:

- Ligue o abajur e apague as luzes. - pediu.
Ele obedeceu e voltou a ficar de frente para ela. Konishi pegou uma das mãos do francês e a levou até seu ombro, auxiliando a tirar a alça.

(Eu sei o que eu disse, mas eu menti)

O vestido caiu no chão. E mesmo com a pouca luz, Colton aproveitou para observar cada mínimo detalhe do corpo de Akemi.

(Agora eu choro)

- Me toque. - pediu em um sussurro.

Ele se aproximou veloz.

- Em você eu faço uma sinfonia.

Ela não tinha ido lá por causa do caso American. Ela tinha ido lá por causa dele, por causa de Colton Bouvier.

E no fundo ela sabia disso.

(Eu não posso apertar para rebobinar)

(É tarde demais) - Rewind, Diane Birch

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