29 de Março, 7:45 AM, casa da família Foster.
- Então, se queremos que você saia ileso dessa história toda precisamos colocar tudo em pratos limpos. - Akemi pegou sua bolsa e jogou no sofá, sentando-se em seguida.
(Sim, você entendeu tudo)
Um silêncio se instalou na sala. Os três presentes ali olhavam um para os outros, esperando quem falaria primeiro, no entanto, parece que a coragem ali estava longe.
- Vamos lá, Peterson! - Akemi incentivou. - Sei o motivo pelo qual matou aquelas pessoas.
(Você entendeu tudo errado)
- Ótimo, só eu que não sei aqui. - os olhares foram direcionados para Lauren, que estava de braços cruzados e uma cara emburrada.
- Lauren. - Peterson chamou. - Sei que falamos que papai tinha morrido em um acidente...
(Não, você não sabe que você é uma pobre alma infeliz)
Ela sempre desconfiou, sempre. Entretanto, ter que ouvir a verdade doía.
- Não foi um acidente, não é? - encarou o irmãos com lágrimas nos olhos.
(Você faz parecer que você se sente inteiro)
(Então, eles não saberão que você é uma pobre alma infeliz)
- Não. - respondeu em um fio de voz, erguendo os braços em seguida para que a irmã pudesse ficar aconchegada.
Lauren levantou-se de onde estava sentada e tomou lugar nos braços do irmão, ouvindo atentamente.
(Sim, você coloca uma fachada de fé)
(Pensa que você é um santo, quando você não é)
- Nosso pai, Derek, tinha um dos bancos mais sucedidos da América. - suspirou. - Muitas pessoas confiavam em deixar o dinheiro no banco dele, mais precisamente, só a elite da América guardava dinheiro lá.
(Eu odeio quebrar isso para você, amor)
- Isso me cheira em envolvimento do governo. - Akemi emitiu com uma voz pretensiosa.
(Mas você está simplesmente perdido)
- Um tempo mais tarde - Peterson continuou. - nosso pai descobriu que nem todo dinheiro ali era legal.
(Você pode endireitar todas as coisas erradas)
(Só para sentir que você pertence)
- Dinheiro roubado? - Lauren quis saber.
- Desviado, na verdade. - Konishi sorriu em pleno êxtase, suas teses estavam sendo confirmadas. Os outros dois olharam para a japonesa desconfiados. - Que foi? - deu de ombros. - Eu estudei muito esse caso e fiz muitas suposições.
Peterson concordou e deu continuação mais uma vez:
- Ele descobriu que maioria do dinheiro realmente era desviado. - acariciou os cabelos de Lauren. - Só que o problema era de onde o dinheiro era desviado. - fez uma pausa e encarou Akemi. - Era desviado do governo.
(Mas simplesmente dizer que tudo é pecado)
(Não te traz para mais perto de Deus)
Akemi só faltou pular em comemoração. Levantou-se do sofá e disse o quanto desconfiava daquilo desde a madrugada que passou estudando o caso.
- Então isso quer dizer que o presidente está envolvido? - Lauren saiu dos braços do irmão e o fitou.
(Você é apenas um fantasma, no máximo)
Akemi parou de comemorar e prestou atenção, sentando-se de novo.
- Bom, tem muitos políticos até chegar ao presidente, mas...
(Um conjunto de ossos vazios)
- Congresso de corvos. - Akemi sussurrou e Peterson sorriu.
- Mas até onde eu sei, ele tem conhecimento de tudo. - balançou a cabeça, aquilo tudo era uma merda. - Depois que nosso pai descobriu, ele convocou uma reunião com todos e disse que nao iria admitir aquilo, então... - deixou a frase no ar.
(Buscando por qualquer coisa e por tudo)
- Então a elite não aceitou muito bem e dias depois o seu pai estava morto. - Akemi concluiu. - Nos registros diz assassinato, mas ninguém nunca chegou a fechar o caso para dizer a causa da morte, apenas disseram que ele foi assassinado e pronto.
(Para fazer você se sentir inteiro)
- Praticamente o mesmo que estão fazendo com Peterson. - Lauren entendeu tudo.
- Exato! Só que ainda não conseguiram tirar seu irmão de cena. - sorriu satisfeita.
- Foram os freios. - Peterson soltou. - Aqueles canalhas tiraram os freios.
(Quando fica frio)
- Depois disso você saiu matando todos os envolvidos? - Lauren olhou para o outro lado da sala, não tinha coragem de olhar para o irmão agora.
(Você não sabe)
(Não, você não sabe)
- O presidente ainda está por ai. - riu sem humor. - Sim, matei quase todos os envolvidos e os filhos mais velhos deles que também sabiam da história. - respirou fundo. - Eu queria que eles sentissem a minha dor ao perder alguém que amamos e que doesse tanto que eles não aguentassem mais e implorassem pela morte, aí eu os matava.
(Você está completamente sozinho)
- Você gostava?
(Sua pobre alma infeliz)
Foi uma pergunta errada a se fazer, no entanto, Lauren precisava saber, não aguentava mais a dúvida que a destruía todos os dias: se seu irmão sentia prazer naquilo.
- Não! - falou sem pensar duas vezes, virando para ela. - Quer dizer... - fechou os olhos. - Na hora eu gostava, eu estava com tanta raiva e...
(Você não pode controlar)
(Onde seu corpo permite que você vá)
- E me deixava sozinha com o Louis. - O fitou com os olhos vazios.
(Você está completamente sozinho)
- Lauren, me... - ele parou e se deu conta do que ela queria dizer. - Aquele desgraçado fez algo com você? - seu rosto encheu-se de fúria.
(Sua pobre alma infeliz)
A garota apenas chorou e o abraçou novamente, deixando que todas as suas mágoas saíssem.
(E você diz que eu entendi tudo errado)
Um tempo depois ela se soltou e secou as lágrimas, questionando em seguida:
- O que vamos fazer agora?
(Porque você apenas sabe)
- Bem. - Akemi se levantou e ficou perto de Peterson. - Colton e Jacob, um grande ladrão de quadros, armaram para que pensem que você está andando por aí descontrolado, Colton ligará para você a qualquer momento, vai provavelmente te chantagear, usar seus pontos fracos contra você, preciso que não dê indícios de que estou do seu lado.
(Eu sou uma pobre alma infeliz)
- Depois desses assassinatos, a Polícia não iria querer falar com a Lauren?
Aquilo era verdade, eles até poderiam chegar com um mandato para procurar por Peterson, o que seria uma situação muito, muito difícil.
(Eu sei que quando você senta e reza)
- Sim, mas por sorte tenho alguns amigos em quem posso confiar. - sorriu satisfeita. - Vamos dizer que vim até aqui com eles e um mandato, não encontramos nada e pronto.
- E o francês?
Akemi virou sua atenção para Lauren.
Ela já sabia o que faria com Bouvier, apesar de ter lutado contra isso desde o jantar que tiveram juntos.
(Você pede para continuar)
- Eu irei meio que... - suspirou buscando a palavra certa. - me infiltrar na vida de Colton Bouvier.
(Você é superficial, vazio)
(E cheio de remorso)
- Quer saber dos próximos passos dele. - Peterson proferiu.
- Sim. - concordou. - Vai ser um pouco difícil no começo, mas com o tempo... - deixou a frase no ar.
(Eu acho que seu peito deve estar pesado)
(Da cruz em seu pescoço)
- E o tal de Jacob?
- Sim! - colocou as mãos no rosto. Como poderia ter esquecido? - Christopher Foster recebeu alguns quadros dele e vendeu no leilão, só que Jacob percebeu que tinha algo importante nos quadros.
(Você só a usa por estar cansado)
(Do que vem depois)
- Tipo o que?
(Depois que você morre)
- Eu não sei. - pegou a bolsa. - Só que eu vou descobrir.
(Não pense que eu não percebi)
Ela estava convicta. Queria ir até o fim com essa história.
- Foi bom fazer um acordo com você.
Peterson Denovan estendeu o braço para Konishi.
- Foi bom finalmente conhecer você, American Psycho. - o cumprimentou e sem querer seus olhos desceram um pouco para o peitoral do homem. Ela parou de respirar por alguns segundos enquanto Peterson ria e depois bufou, soltando a mão dele e caminhando para a saída. - Da próxima vez, esteja devidamente vestido, por favor. - pediu. - Até mais, Lauren.
Akemi saiu tão rápido como chegou ali, fazendo Lauren rir.
- Gostei dela. - deu de ombros.
Lauren virou para o irmão e o viu tenso. Ela sabia o que ele estava pensando, afinal, ela pensava o mesmo.
- A guerra está vindo. - ele falou sem olhar para ela.
A guerra está vindo, a elite estava preparada.
E eles teriam que se preparar também.
(Você é só uma pobre alma infeliz)
(Não pense que não percebi) - Holy, PVRS
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