Capitulo 4 - Terror

Màu nền
Font chữ
Font size
Chiều cao dòng

Dominik tentou continuar com os olhos abertos, mas estes teimavam em fechar-se por momentos. O frio e o cansaço dominavam, e o fato de estar no meio do nada não ajudava. Continuou a tentar arrastar-se mas as pernas já doridas por tanto esforço, cederam por fim. Ficou ajoelhado no chão, apoiando as palmas no alcatrão com uma fina camada de neve, fria, completamente gelada. O céu nem se via, era como se uma nuvem cinzenta gigante tivesse coberto tudo. A neve não parava de cair em pequenos flocos gelados, com mais intensidade a cada minuto. O frio era agora mortal. Sentiu a neve por entre os seus dedos. Era estranho, parecia-lhe tão macia. Tossiu com esforço, e quase apostou que tinha sentido o sabor amargo do sangue na garganta. Logo a seguir sentiu frio nas costas e apercebeu-se de que tinha caído em cima da neve.

Em volta não se podia ver grande coisa - para lá das sombras dos edifícios. A névoa parecia estar por todo o lado. Ventos fortes circulavam por as ruas. Lembrava o interior de um furacão, e era assim que Dominik se sentia, no meio de um furacão descontrolado, mas agora com o frio de -25 Cº a congelar o seu sangue e impedindo-o de pensar no que quer que fosse. O loiro fechou os olhos e sentiu o vento e os flocos de neve a embaterem na sua face, e imaginação ou não, sentiu umas mãos quentes e trémulas segurarem a sua cara e abanando-a ligeiramente. Sentiu dois dedos tomando-lhe o pulso e foi então que abriu os olhos. Uma delicada e pálida face estava próxima do seu abdómen. A pessoa apercebeu-se e encarou-o, com os olhos azuis como o mar puro e profundo. Dominik não pensou em nada, apenas fechou os olhos e a tremer, coberto de neve murmurou para si mesmo:

— Eu estou a ficar louco.

Dito isto Darwin sentiu-se flutuar, e caiu num calor. Não num calor agradável, como o da primavera, mas sim o calor...como se as chamas do inferno envolvessem o seu corpo gelado.

O corpo de Dominik continuava a tremer, mas agora pelo calor. A sua febre estava em volta de 39 graus. Murmurava pequenas frases sem sentido enquanto os seus olhos abriam e fechavam. A garota mistério de olhos azuis ao fim ao cabo era real, e acabara de lhe salvar a vida. Ela andou até á cozinha que por sorte não desabara, mas que ficara privada de electricidade e água. Pegou numa velha camisola branca, dobrou-a e colocou-a num balde vermelho com a água derretida da neve. Como se fosse um pano, colocou-a sobre a testa do loiro. Darwin, ao sentir o frio trapo levou as mãos até lá, e sem querer tocou na mão dela. Ele abriu os olhos atordoado. Ela podia ver o medo no seu olhar. Dominik sentia-se zonzo e o sono parecia apoderar-se dele. Ela podia sentir como ele estava perdido. Dom abriu a boca por uns segundos, mas fechou-a novamente. Molhou os lábios e com algum esforço murmurou:

— És linda de mais para estar no Inferno.

Foi apenas um pequeno sussurro, mas os seus olhos azuis pareceram acender qualquer coisa dentro dela. A rapariga abanou a cabeça, tentando afastar os seus pensamentos e sorriu levemente.

— Descansa. — disse ela séria retirando o trapo da frente do loiro e molhando-o novamente na água fria.

Dominik estava agora à beira da morte, com febre e a delirar. Apenas fechou os olhos e sonhou, sonhou com o único que queria agora - sair dali vivo.

Quando acordou, Dom sentia-se um pouco tonto, mas apenas com uma ligeira dor de cabeça. Levou as mãos ao cabelo, remexendo-o e levantou-se da cama. Mas...como? Dominik olhou em volta, mas o lugar era desconhecido. Olhou para baixo e viu aquele estranho fato no seu corpo. Todo preto e com um V no abdómen. Sentia dores na barriga devido à fome. Quanto tempo teria dormido? O loiro não conseguia entender, e quando se tentava lembrar de como chegara ali havia apenas escuridão. Era como se a sua memória tivesse sido apagada. Ele sentiu um vazio. Tudo o que se recordava era de sair do edifício de Chim e depois frio e neve, e talvez nem fosse real. Agora que estava em pé, tentava apenas não cair. Sentia-se fraco e débil e a sua barriga protestava pedindo comida.

— Não é muito fácil encontrar comida no meio de uma cidade destruída. — disse ele com voz rouca e cansada para o quarto vazio.

O frio era agora menos intenso. Dom olhou em volta e com um esforço levantou-se. Cambaleou por uns segundos e depois dirigiu-se até á porta de entrada, abrindo-a, mas arrependendo-se logo a seguir. Lá fora, á sua frente havia um buraco tão profundo, que não se conseguia ver o fim. Fechou a porta encostando-se a ela com a respiração descompassada. Tentou avistar algum lugar, outra porta, ou alguma janela por onde sair. Passaram vinte minutos enquanto Dominik andava de um lado para o outro, mas parou assim que se apercebeu de algo estranho. Era o chão. Onde ele tinha agora os pés parecia perfeitamente normal, madeira gasta, mas normal. Assim que deu um passo á frente o chão rangeu bruscamente. Avançou mais um passo, e outro, até um armário velho e cheio de pó ficar na sua frente. Para lá do armário havia apenas uma parede cinzenta que antes fora branca. O loiro amarrou-se ligeiramente para poder observar melhor. Uma leve brisa de ar frio percorreu o seu abdómen. Uma fraca faixa de luz quase invisível estava oculta pelo armário.

E foi então que ele percebeu. Era um passadiço. Encostou-se ao armário e empurrou-o com todas as suas forças. A pequena faixa de luz estava agora a crescer, apesar de a luz não ser muito forte. Continuou a empurrar até a entrada do passadiço ficar completamente aberta. Três escadas estavam á vista. O caminho era de terra e não era muito grande nem amplo. Com cuidado desceu as escadas cobertas de musgos e terra. Nas paredes havia duas antorchas, uma de cada lado. O caminho para a frente era mal iluminado, pelo que Dom pegou numa das antorchas e continuou a andar. Aquilo lembrava-lhe o filme Horror onde Hannah andava pelo estreito corredor escuro com apenas uma lanterna e onde os espíritos assombravam a pequena menina. E assim como no filme onde a lanterna começa a piscar e apaga-se, uma forte corrente de ar apagou a chama da antorcha do loiro. Ele tentou manter-se calmo, mas a cada segundo o seu coração bate mais forte, tanto que Dominik começa a ficar sem ar. Nos filmes de terror todos acabam por morrer. Os bons e os maus.

— Esta aí alguém?

A típica pergunta com o típico silêncio. O vento abanava os cabelos de Dom. No teto, passos ecoaram. Ao início parecia uma mulher a correr, depois silêncio durante alguns segundos. Uma criança a chorar e gritos. Gritos vindos de todos os lados. Silêncio. O vento foi embora e a antorcha acendeu-se novamente. Dominik sabia que, igual aos filmes de terror, aquilo era apenas um aviso, porque o verdadeiro terror ainda estava por vir.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen2U.Pro