~Pov Reggie ~

Depois que eu cheguei em casa na noite passada, eu percebi que se os meus pais ou até mesmo a idiota da minha irmã descobrir eu ajudei uma Gillies, eu estaria totalmente ferrado. O pior é que a Verônica havia ido para a festa comigo e assim que eu cheguei em casa, ela não havia chegado ainda, o que me fez pensar que na manhã seguinte eu teria problemas.

  Ignorei os meus pensamentos e levantei, rezando para que ninguém viesse encher o meu saco por conta de ontem, por mais que a Beth seja uma Gillies, por algum motivo bem idiota e besta, eu realmente me preocupo com ela e até me importo, o que me deixa totalmente confuso e perdido.

   Tomei um banho morno e logo fui me vesti. Coloquei uma camiseta vermelho vinho, uma jaqueta preta de couro, uma calça jeans preta e por final um tênis branco.

-Qual é o seu problema? -Vejo a Verônica esbravejar assim que eu desci as escadas. -Eu fiquei plantada naquela festa rodeada de pessoas bêbadas e imundas.

-Problema é seu, você que quis ir. -Digo revirando os olhos e indo na direção da cozinha. -Você não precisa mais que eu fique cuidando de você, já sabe se defender sozinha.

-Seu babaca. -Diz ela irritada vindo na minha direção. -E se tivesse acontecido alguma coisa comigo?

-O que aconteceria era você ir dormir com algum cara do time. -Digo mordendo uma maçã logo em seguida. -O que já é normal pra você, né Verônica.

-Seu babaca. -Diz ela me dando um leve soco no ombro. -Você dorme com quase todas as garotas e quer falar de mim?

-Errou. -Digo me irritando com a mesma. -Eu não saio por ai dormindo com quem eu vejo na frente, não é assim que o mundo funciona Verônica, e se você quer tanto ser cuidada, vai procurar um terapeuta e depois uma babá.

-EU SOU A PORRA DA SUA IRMÃ, REGGIE. -Grita a mesma, me fazendo sentir dor.

-Para de gritar, eu não sou surdo. -Digo irritado. -E o que você quer que eu faça? Que eu passe a mão na sua cabeça? Ou que eu mime você como se estivesse certas das coisas que faz? Se um dia você tiver responsabilidade e assumir as merdas que faz, aí eu vou estar aqui para trás ajudar, mas enquanto esse dia não chega, você se vira!

-Seu babaca. -Vejo a mesma falar irritada. -Você se recusa a ajudar e apoiar a própria irmã para ajudar um Gillies?

-Como é que é? -Vejo o meu pai entrar na cozinha e me encarar irritado, perfeito!

-É isso mesmo papai, o Reggie me deixou naquela festa sozinha para ir ajudar uma Gillies. -Diz a Verônica me encarando como se tivesse ganhando alguma coisa. -Conta pra ele, Reggie.

-Você tá ficando maluco Reggie? -Vejo o meu vir para perto de mim, segurando com raiva a minha jaqueta. -Você é um Smith, tem título de vencedor, pode fazer o que quiser que estará livre, e você vai ajudar uma Gillies?

-Me solta. -Digo estressado, empurrando o mesmo. -Eu ainda sou humano diferente de vocês todos.

-CALA A SUA BOCA. -Grita o meu pai. -Você é um Smith, e não deve chegar perto dos Gillies a não ser que seja para acabar com eles.

-Eu não iria deixar ela bêbada em uma festa com caras bêbados e nojentos. -Retruco irritado.

-Você deixou a sua irmã para ajudar essa perdedora. -Diz o meu pai batendo forte com as mãos na mesa. -Aprenda a ser homem, Reggie.

-Diferente de você né? -Pergunto sarcástico. -Eu não vou deixar de ter empatia pelos outros, só porque eu preciso a todo momento acabar com os Gillies.

-VOCÊ VAI PAGAR POR ISSO. -Vejo o meu pai acertar um soco no meu rosto, me fazendo rir e encarar o babaca do homem que estava na minha frente.  -Você precisa acabar com os Gillies e não ser próximos.

-Seu idiota. -Digo irritado, colocando a mão aonde ele acerto o soco. - Qual é o problema de eu ter ajudado ela?

-Pelo amor de Deus Reggie. -Diz o meu pai irritado. -Você ainda não entendeu que precisamos acabar com esses merdinhas? Ou você acaba com eles, ou eu juro que acabo com você.

-Vai fundo, querido pai. -Digo em um tom sarcástico, dando as costas e esbarrando de propósito na Verônica, logo saindo de casa e entrando dentro do carro, vendo a mesma vir na minha direção.

-Eu não esperava que ele iria agir daquela forma. -Diz a Verônica me encarando. -Me des-

-Me deixa em paz. -Digo irritado. -Você vai ir a pé hoje.

-Você não pode fazer isso.

-Eu posso e eu vou. -Digo irritado. -Você vai se tornar uma pessoas igual a eles, e eu não quero fazer parte dessa transformação que você já está tendo. -Digo irritado, dando a partida no carro e deixando a mesma para trás.

[...]

Por mais que no fundo eu saiba que a Verônica não tinha totalmente culpa do meu pai ter socado a minha cara, ela causou tudo isso e eu mais ainda. Ela era pequena ainda quando os meus problemas realmente começaram, quando eu realmente me tornei um deles. 
   Eu já era conhecido por entrar em brigas, o que não causou surpresa em muitas pessoas por me verem com um lado do rosto vermelho e roxo.

-Cara, você se meteu em outra briga com o Cole? -Pergunta o Archie.

-Não importa. -Digo irritado.

-O que está acontecendo com você? -Pergunta o mesmo sério. -Alguma garota conseguiu amolecer esse coração de pedra ai?

-Vai se fuder idiota. -Digo irritado, empurrando o mesmo que riu. -A gente tem treino agora, mas se quiser ficar ai falando merda, o problema é seu.

-To indo capitão. -Diz o mesmo rindo debochado, me fazendo revirar os olhos.

[...]

Durante o treino todo o Cole tentava me derrubar e era claro que eu revidava. Por mais que às vezes eu tento me livrar dessa guerra estúpida de gerações, é como se eu fosse um cãozinho treinado desde pequeno para acabar com os Gillies.

Assim que o treino acabou, eu fui para o vestiário e tomei um banho e coloquei a minha roupa, logo saindo dali e indo na enfermaria por um gelo para diminuir aquela merda que tinha no lado do meu rosto.

-Querido, você se meteu em outra briga? -Pergunta a Alice assim que eu entrei na sala e a mesma direcionou o olhar para mim.

-Não importa. -Digo irritado, vendo a mesma me entregar o gelo.

-Quer me contar o que aconteceu com esse rostinho aí?

-Preciso voltar para a aula se você me da licença. -Digo irritado, deixando o gelo em cima da maca e saindo da sala.

Eu não precisava explicar nada para ninguém sobre a merda que aconteceu hoje cedo, mas assim como tudo que acontecesse na minha vida, envolvia a Gillies. Por um segundo eu cheguei a pensar que eu realmente deveria ter o sangue frio como os meus pais e acabar com o Gillies e não ajuda-los. Porém não era esse o caso, diferente da Verônica que faz as coisas proposital para ter uma transa, eu decidi ajudar a Elizabeth ontem por perceber que ela não tinha condições de ficar sozinha naquela festa, e poderia correr o risco de fazer coisas que ela se arrependeria na manhã seguinte.
E por estar falando nela e viajando pelos os meus pensamentos, a mesma estava caminhando na minha direção.

-Por que em todo lugar que eu estou você também está? -Pergunta ela parando na minha frente e cruzando os braços.

-Não sabia que a escola e Los Angeles inteira era somente sua e do seu uso próprio e individual. -Digo revirando os olhos e vendo a mesma bufar de raiva.

-Babaca. -Diz ela irritada, revirando os olhos. -Brigou com o Cole de novo?

-Eu não vou mais sujar as minhas mãos com o babaca do seu irmão. -Digo revirando os olhos. -Posso acabar com vocês sem precisar sair do lugar.

-Boa sorte, Smith. -Diz ela irritada. -Não é porque meu ajudou ontem que eu estou convencida que ainda possa existir uma pessoa boa ai dentro desse babaca.

-E alguém aqui pediu para ter pena de mim? -Pergunto sarcástico. -Se quiser me pagar de alguma forma, eu aceito. -Digo malicioso.

-Você é nojento e é um babaca.

- É você que está dizendo. -Digo rindo, dando de ombros e passando pela mesma, mas parando e me virando para ela novamente.

-Obrigada por ontem. -Diz ela séria, me fazendo notar um pouco de timidez que eu nunca havia visto ela mostrar. -Acho que suportar a minha família teria sido pior.

-Eu falei que não estava fazendo isso para você me agradecer depois, eu só fiz o que qualquer cara deveria fazer. -Digo sério. -Você só precisa de um pouco mais de juízo da próxima vez.

-Ah, como se você tivesse essa merda. -Diz ela irritada, revirando os olhos.

-Tenho mais que você. -Digo rindo, dando de ombros. -Da próxima vez, não desconta as coisas no primeiro copo.

-Pelo amor de Deus, não preciso de sermão, ainda mais vindo de um Smith.

-Já entendi, revoltada. -Digo sarcástico, vendo que a mesma ficou mais furiosa ainda.

-Mas o que você fez ai? -Pergunta a mesma apontando para o lado esquerdo do meu rosto, aonde estava uma pequena mancha roxa e ainda doía.

-Não importa. -Digo sério. -Mas não me arrependo de ter feito o que eu fiz. -Digo deixando a mesma um pouco confusa. -Se cuida melhor da próxima vez.

-Ah, pode deixar mestre da sabedoria. -Diz a mesma sarcástica, me fazendo rir. -Tenta não arrumar confusão e ficar longe dos Gillies.

-Pode deixar, que eu vou fazer de tudo pra acabar com vocês. -Digo sorrindo, vendo a mesma se irritar.

-Babaca. -Diz ela revirando os olhos e dando das costas, não que eu deveria estar notando isso, mas a Beth tem um corpo que realmente impressiona qualquer pessoa...

[...]

Por mais que a Beth seja uma Gillies e eu um Smith, duas famílias totalmente diferentes mas com coisas em comum: o ódio e a ambição por vencer, eu acho que deveria mesmo ter ajudado ela como eu fiz.
  A Verônica não precisa de ajuda e sabe se virar sozinha, mesmo que ela seja a minha irmã caçula, mas eu já desisti de tentar tirar esse veneno dela, a muito tempo atrás, em tempos que eu acreditava que poderia ser contra a corrente e eu mesmo ser um Smith diferente, mas foi um jogo perdido e dolorido.

   
  Esse ódio e essa ambição por vencer já vem a anos nas duas famílias, mas ninguém explica o motivo de semear isso em algumas gerações. Mas como eu sou um Smith e querendo ou não, eu tenho o sangue deles, eu preciso voltar ao meu plano principal e acabar com a reputação dos Gillies, dar aquele gostinho de vitória para mim mesmo.

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