Capítulo 1

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A raiz castanha da jovem Viktorya estava por começar a aparecer e ela se fitava fixamente no espelho, enquanto tentava lavar e desembaraçar seus fios que ainda estavam roxos no comprimento. Entretanto, desembaraçar não estava sendo tarefa fácil, parecia que quanto mais ela penteava mais seu cabelo enlinhava e grudava. Ela não pôde evitar um suspiro frustrado.

— Merda! Aquela cunhã desgraçada! Só podia ser. — maldizia a garota dentro do banheiro, olhando irritada no espelho.

— Vih, você está bem? — questionou uma voz do lado de fora do banheiro, a qual ela reconheceu como sendo de seu namorado.

— Melhor impossível! Sabe, só meu cabelo que parece um ninho de passarinho, nada demais. — ironizou a garota suspirando.

Como ela havia chegado nessa situação? Era simples. A arroxeada, não tão mais arroxeada assim, havia resolvido tirar um cochilo no sofá do escritório de Shu no Raging Bulls, enquanto o mesmo assinava alguns papéis em sua mesa.

Em determinado momento, o albino teve de sair da sala para ajudar um de seus alunos no treino e acabou por deixar a garota sozinha no escritório para que descansasse, afinal, no dia anterior não houvera dormido o suficiente, pois estava em uma festa do pijama no mais novo apartamento de sua amiga Camila, que havia se mudado para a dimensão de Beyblade recentemente.

Até ai estava tudo bem. Só que ninguém contava com o fato de que uma das integrantes do time do albino, e que também era fanática das malucas por ele, iria aproveitar a oportunidade para pregar mais uma peça na jovem adormecida. E essa peça consistia nada mais nada menos em quase deixar a garota careca colocando chiclete em seu cabelo, mas, por sorte, ela só teve tempo de grudar uma parte do cabelo da jovem, antes que Fubuki adentrasse a sala para procurar Shu e a pegasse no flagra com uma caixa de chicletes e uma tesoura na mão, pronta para o pior fim que Viktorya poderia imaginar para seu lindo cabelo.

— O que você está fazendo? — questiona Fubuki ao se deparar com a cena descrita anteriormente, o que também fez com que Viktorya acordasse.

— E-eu estava.. Eh... — diz a ruiva gaguejando, sabendo o que está em apuros.

— Fubuki? — questiona Viktorya ainda sonolenta, mas ao olhar para o lado e ver a garota que tem tido raiva ultimamente, se desperta totalmente. — Que raios você faz aqui? — pergunta irritada à dita cuja, entretanto percebe a tesoura em sua mão, se senta no sofá e toca em seu cabelo, sentindo-o grudento. Seu coração gela por um segundo ao notar uma gosma rosada em seus dedos e tudo começa a fazer sentido. — Você enlouqueceu? — diz transtornada, se levantando e avançando na direção da garota, que se levanta e tenta fugir.

Gritos foram ouvidos do lado de fora do escritório do albino de olhos escarlate, o que chamou a atenção de alguns alunos do Raging Bulls que passavam por ali e, notando que a situação não era das melhores, foram imediatamente avisar Shu do ocorrido.

Quando o albino ficou sabendo da situação correu imediatamente à sua sala preocupado, e logo que abriu a porta ficou chocado com a cena, onde Fubuki tentava, miseravelmente, separar as duas garotas agarradas no chão. Viktorya estava por cima da jovem que havia colocando chiclete em seu cabelo, e tentava evitar os socos da arroxeada. A garota estava um caos, seus olhos brilhavam de ódio enquanto puxava os cabelos da ruiva abaixo de si, arrancando alguns fios no processo.

Shu não perdeu tempo e correu para desvencilhar Viktorya de cima da garota que estava no chão, quase sufocando, enquanto Fubuki aproveitou para segurar a ruiva, que tentou revidar os golpes da arroxeada.

— Me solta, Shu, que eu vou ensinar à essa água de salsinha com quantos paus se faz uma canoa! — dizia Viktorya, sendo suspendida por Shu pela cintura.

— Se acalma, Viktorya, isso está indo longe demais. — pedia Shu, tentando acalmar a fera em seus braços.

— De jeito nenhum, até que eu arranque cada fio dessa vaca eu não vou me acalmar! Não depois do que ela fez com meu cabelo! — fala se debatendo e tentando se livrar do aperto do albino.

— O quê? — questiona Shu ao ouvir o que a jovem dis e nota a situação em que está o cabelo de sua namorada. — Nossa, eu...

— Haha, eu devia ter feito pior... — começa a ruiva, que estava sendo segurada por Fubuki. — E teria mesmo, se esse loiro não tivesse aparecido. Agradeça à ele por não estar careca agora.

— É o quê? Sua... — xinga Viktorya, mas Shu tampa sua boca antes para que não dissesse algo pior na frente de alguns de seus alunos que estavam vendo a cena chocados. E sem pensar a jovem acabou mordendo a mão do albino, que fez uma careta de dor, mas suportou calado.

— Vocês, saiam daqui e voltem ao treino! — pede Shu aos seus alunos, que acatam a ordem um pouco aterrorizados pela cara séria que o albino estava. — E Fubuki, dê um jeito nessa menina e faça com que não entre mais aqui.

— O quê? Está me expulsando? Você não pode... — diz a ruiva.

— Eu posso e estou te expulsando, e esteja agradecida por não sair daqui acompanhada dos seguranças e sim do Fubuki!

— Mas Shu... — fala a garota com rosto triste, tentando comovê-lo.

— Não se esqueça que eu sou o dono aqui e não te dei intimidade alguma para me chamar pelo nome, principalmente depois do que fez à minha namorada. E pode ter certeza que nada disso ficará impune. — fala o de olhos escarlate, enquanto a ruiva é levada por Fubuki para fora da sala.

Enquanto isso, Viktorya já estava se acalmando, afinal não tinha como fazer nada com Shu prendendo ela. E não, ela não tinha forças para se soltar dele, mas sua cara continuava emburrada.

— Já está mais calma? — pergunta Shu em tom pacífico enquanto ajeita alguns fios de cabelo da garota, para que o chiclete não se espalhe mais, mas não obtém resposta da garota. Ele apenas suspira, pensando em como resolver essa situação.

[...]

Voltando ao presente, Shu, que estava do lado de fora do banheiro onde a arroxeada estava, se sentia culpado e frustrado por permitir que algo assim acontecesse. Ele andava de um lado para o outro esperando que Viktorya saísse do banheiro, mas ela não parecia querer sair e ele entendia isso. Entendia que se tivesse expulsado aquela menina antes, isso não estaria acontecendo e Viktorya não estaria irritada. Entendia tanto que pediu para que Fubuki chamasse Camila até o Bulls, pois sabia da confiança e amizade entre as duas, e esperava que Camila pudesse fazer algo nessa situação.

Afinal, Viktorya estava irritada com a fã e ex-membro do clube, ex porquê Shu a expulsou após esse incidente, e também irritada com ele, quem não lhe dera ouvidos sobre aquela garota ter uma péssima índole. A de olhos verdes já havia percebido o amor doentio e as más intenções da menina por seu namorado e que tentara lhe deixar calva. Ela tinha avisado várias e várias vezes para o albino dar um jeito nela, mas Shu não percebia nada de mal e não a expulsou como a arroxeada lhe sugerira algumas vezes.

Mas as esperanças do jovem albino aumentaram assim que seu pupilo Fubuki adentrou a sala com Camila ao seu lado.

— Como ela tá? Já espancou alguém?? — questiona a morena preocupada assim que entra na sala.

— Pela cara do meu mentor acho que ela quer espancar ele. — comenta Fubuki.

— Provavelmente você está certo, mas ainda não. Ela nem saiu do banheiro pra falar a verdade. — responde Shu sério, mas com um olhar cansado.

Notando o clima pesado no recinto, Camila segue caminho até a porta do banheiro, onde bate, dizendo:

— Viiiih, abre a porta rapunzel!

— Se eu não tivesse em um problemão agora, eu te faria engolir esse cabelo. — fala Viktorya irritada e com a voz embargada.

— Também estou feliz em lhe ver. — diz Camila rindo para aliviar a tensão.

Rezando para todos os deuses e tentando se controlar para não fazer sua melhor amiga, que não tinha nada a ver com seu problema, engolir o pente, a arroxeada resolve abrir a porta e Camila fica extremamente chocada com a cena que seus olhos presenciam. Viktorya estava com os olhos vermelhos de chorar e com algumas poucas lágrimas nas bochechas, enquanto seu cabelo estava em um estado péssimo.

— Olha, amiga, não tá tão ruim assim. — fala a jovem tentando minimizar a situação, mas dando um sorriso amarelo. — Trouxe umas coisas aqui na minha bolsa pra... Ah, a gente vai dar um jeito, vai dar certo. — diz Camila, tentando acalmar sua amiga, enquanto entra no banheiro e fecha a porta após si.

Após analisar o estado cruel do cabelo de sua amiga e passar algum creme para tentar remover o chiclete sem danificar os fios, mesmo sabendo que não tinha mais jeito, a morena de olhos castanhos diz em tom sério:

— Vih, eu sinto muito, tentei o máximo que deu... Só que não tem jeito, vai ter q passar a tesoura. Mas olha, você fica linda de cabelo curto. — diz com um sorriso compassivo, esperando que sua amiga aceitasse da melhor maneira possível.

Viktorya apenas suspirou, enquanto Camila esperava pela resposta dela.

— Parece que não tenho escolha. Pode cortar pra mim? Eu meio que não consigo sozinha, nem tenho uma tesoura aqui. — pede Viktorya.

— Claro, meu curso de cabeleireira tá em dia. Espera só um minutinho. — fala enquanto pega sua bolsa e procura a tesoura que trouxera.

A jovem arroxeada apenas sorri levemente com a piada de sua amiga e quando menos percebe a morena já está amarrando seu cabelo com um elástico, para medir onde tem que cortar, e com a tesoura em mãos.

— Pronta? — pergunta Camila.

— Só não vai cortar torto, pelo amor de Deus! — fala rindo e arrancando risadas de sua amiga também.

— Esquenta não, tá comigo tá com Deus.

[...]

A jovem nunca foi de se apegar ao seu cabelo tão longo, mas ter que cortar assim de repente, depois de quase dois anos deixando ele crescer, foi um baque pra ela. E pra qual mulher não seria? Afinal, o cabelo é como uma identidade, ele pode medir seus gostos e transmite sua personalidade. Mas de qualquer maneira, ela até que havia gostado de seu novo corte, ele estava na altura dos ombros agora.

— Obrigada, Camila, até que eu... Gostei. — fala sorrindo, enquanto abria a torneira e jogava água no rosto para limpar as lágrimas que haviam deixado rastros em suas bochechas.

Enquanto isso, Camila pegava as mechas roxas unidas pelo elástico, cortadas e todas grudadas pelo chiclete rosa e as lançava dentro da lixeira, para em seguida abrir a porta do banheiro e sair dele, sendo seguida por Viktorya.

Shu, que estava esperando com Fubuki na sala ao lado do banheiro, nota que as duas garotas estão saindo. Ele fica um pouco triste ao ver que boa parte do cabelo da jovem foi perdido e que agora ela retornou a usar seu antigo corte de um ano e meio atrás, mas nada disso diminuia a beleza dela aos seus olhos. Agora só restava ver como ela agiria com ele desse momento em diante, visto que a de olhos verdes costumava ser rancorosa.

Enquanto isso, Viktorya estava séria ao olhar para seu namorado. Ela não podia deixar de se sentir negligenciada e triste por ele não ter confiado nela nas vezes que que alertou sobre aquela garota.

— Vih, eu...

Percebendo que eles precisavam conversar, Fubuki e Camila se comunicaram pelo olhar para dar privacidade ao casal e sair da sala.

— Me desculpe por tudo isso, se eu tivesse te dado ouvidos isso não teria acontecido. Eu sei que está chateada.

— Não me diga. — comenta a jovem com ironia e Shu apenas suspira.

— Sei que não posso mudar o que aconteceu, — diz o albino se aproximando da arroxeada. — Mas eu vou melhorar isso, vou fazer tudo que você me pedir e quiser pra melhorar esse humor. Não gosto de ficar pisando em ovos com você, Vih, então se quiser me xingar ou me bater para melhorar, eu vou entender. Por favor, só não fica assim. — fala abraçando ela assim que percebe que ela não vai recuar.

Viktorya estava ainda um pouco chateada, mas sabia que nem tudo era culpa dele. Ela conseguia pensar com clareza agora, por geralmente ser uma pessoa racional. Enquanto ele falava ela só absorvia tudo em silêncio. Então suspirou e resolveu dar uma chance ao albino, assim que ele lhe abraçou, ela retribuiu aos poucos, pondo seu rosto no ombro dele.

— Tá tudo bem, só espero que acredite em mim da próxima vez. — pede enquanto sente Shu acariciar seus cabelos agora curtos. — E não vou te bater, afinal já te mordi e bati naquela megera. — fala a jovem de olhos verdes sorrindo.

— Tá bom, eu mereci aquilo. — comenta o albino também sorrindo, enquanto a aconchega em seus braços.

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