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S/N MACHADO, point of view.

Nova Iguaçu, Rio de Janeiro - Brasil

Para minha alegria e a alegria das minhas amigas, faltava exatamente uma semana para as férias escolares, e, como sempre, alguma coisa dava errado na minha vida: eu estava de castigo. Sim, de castigo nas pré-férias de final de ano. Como juízo é uma coisa que sempre me falta e as piores escolhas são as únicas que gosto de fazer, estar de castigo já era comum para mim. Mas dessa vez foi diferente. Depois da merda que fiz ao resolver dar uma festa escondida no terraço da galeria de artes da minha família, e para completar, ter dado um prejuízo de mais de 2 milhões de reais para os meus pais por conta do roubo das obras, todos na minha família surtaram comigo, e com razão, pois essa foi a pior merda que já fiz até hoje. Eles me proibiram de pôr até a ponta do nariz para fora de casa até o dia que eu for de arrastar pra baixo. Não tenho mais acesso a nenhum centavo da minha família; tomaram meus cartões, todos os meus aparelhos eletrônicos e até me proibiram de fazer minhas aulas de futvôlei ou qualquer outro hobby que me divirta.

É domingo, e passei todos esses dias indo da escola para casa, sem pôr um pé na rua. Minha mãe contratou até um motorista, Thales Flor para garantir que eu não escapasse do trajeto estipulado por ela. Em um dia comum da minha vida, agora às 16:30, eu estaria na casa de alguma amiga, em uma festa na piscina, realizando todos os piores pensamentos intrusivos que surgem na minha cabeça. Mas estou desde as 13:30 vendo séries antigas com a bastarda da minha irmã Manu, porque finalmente, depois de um mês sem contato com nenhuma tela, minha mãe me liberou para assistir TV pelo menos. Não querendo reclamar da companhia da adotada da Manuelle, mas meu domingo estaria sendo mais produtivo no meio da farra; estou com abstinência dos meus finais de semana apocalípticos com todo tipo de bebida.

🕦 18:00

Já entrando na quinta temporada de The 100, eu e minha irmã escutamos a campainha tocar da sala. Pela câmera, conseguimos reconhecer nosso primo, Sérgio.

Fico instigada para saber o motivo de sua visita. Das duas, uma: ou deu merda pra ele, ou ele trouxe gente pra cá. Eu nunca vi alguém levar a vida como o Sérgio leva. Não tem um único dia que ele não ostenta suas garrafas de whisky caro e seus cigarros eletrônicos nos melhores amigos do Instagram. Ele está sempre com os amigos bebendo e fumando, esse vai conhecer o papai do céu bem cedinho se continuar assim, coitado.

Joyce, uma das empregadas aqui de casa, abriu o portão para meu primo. Do carro que o trouxe para cá, saíram mais oito cabeças. Todos os nossos amigos vieram para minha casa, e cada um deles com uma bebida ainda lacrada na mão. Sérgio não tem um pingo de medo do perigo, muito menos eu. Não tem como resistir a tamanha tentação na porta da minha casa.

Todos vão entrando e me cumprimentando normalmente até ele, Pedro Henrique, ou prós cria, "Ph", passar bem devagar por mim.

━━  Só erra né, feiosa. Daqui a pouco aparece no Cidade Alerta aí ━━ diz ele rindo de um jeito debochado.

Então, cheia de ódio na mente (🖐🏼🚩💢💯)
o respondo de forma rude:
━━ Ah tá, valeu, o Jesus de Nova Iguaçu. Você é santinho, né? Queria saber quem foi que deixou o ratinho do Por Água Abaixo sair do bueiro.

Isso não o abala nem um pouquinho; pelo contrário, ele acha graça, o que me deixa extremamente puta. Seu sorriso de garoto tosco e convencido me tira do sério, essa risada de criança endemoniada. Então ele finalmente segue andando e se aconchega na minha casa. Seu andar é como o daqueles chefes da máfia criminosos e super ricos que a gente vê nos filmes, sabe? Mesmo não sendo nada disso, eu acho. Mas não que Pedro não venha se tornar um criminoso futuramente, do jeito que ele vem mudando, agindo cada vez mais estranho. É o mais provável de acontecer no seu futuro.

Desse jeito, quem vê até acha que somos super próximos, mas na verdade é bem ao contrário. E é por essas e outras que eu não suporto o Pedro Henrique; ele é abusado pra caralho de ficar falando gracinha pra mim.

Conheço esse garoto desde que éramos crianças. Ele tinha orelhas iguais às de um elefante e era engraçado e gentil, mas ao crescer perdemos o contato que tínhamos antes. Ele foi meu amor de infância. Lembrar dos nossos pequenos momentos (que obviamente só foram especiais na minha cabeça, porque ele nunca sentiria nada por mim) me embrulha o estômago. Mas hoje em dia, eu apenas o suporto. Ele é um completo babaca insuportável que só quer saber de "pau nas dos job" e bebida, além de ser mal-educado e burro. Repetiu na escola ano passado e retrasado e provavelmente vai repetir esse também, porque, de acordo com ele, estudo não dá dinheiro e ele vai ser o próximo dono da Blaze no futuro.

Nossas famílias são amigas desde sempre, mas desde que ele mudou e virou o que ele é hoje, ele sai menos com a mãe e o padrasto, e muito menos com a gente, e ainda finge que nunca passou pelo menos umas seis férias com a minha família na infância, age como se nunca tivéssemos sido melhores amigos. Está sempre enfurnado na casa de Kayque ou de algum outro amigo sem futuro. Com isso, eu parei de vê-lo com frequência, graças a Deus.

Já irritada com essa interação com Pedro, falo com minhas amigas Maria, Malu e Sarah para subirmos pro meu quarto no segundo andar. A Maria é minha melhor amiga de todas; estamos sempre juntas em todos os momentos. Foi uma grande tristeza para mim passar tantos sem minha melhor amiga da vida toda.

Chamo as meninas para ficarmos juntas no meu quarto e deixar os meninos na piscina com a cachaçada deles. Preciso ficar longe de tentação para não arrumar problema com meus pais e comigo mesma também. Toda vez que bebo demais, me transformo numa mistura de Mc Naninha e Tati Quebra Barraco juntas.

Em meio a muitas fofocas e fumaça, João Paulo, outro primo e irmão mais novo de Sérgio, entra no quarto.

━━ Por que vocês estão aqui trancadas igual um bando de malucas?

━━ João Paulo, não enche, tá? Você sabe que se minha mãe me pegar no meio disso que tá acontecendo lá fora, ela vai me matar. ━━ respondo com tom de desprezo.

━━ Larga de ser maluca, S/n. O Sérgio trouxe todo mundo para te tirar do seu covil e você vai ficar de graça? ━━ João diz claramente já estressado comigo. Mas que culpa eu tenho de querer pela primeira vez ser obediente? Já estou cansada dessa vida rasa.

━━ João Paulo, eu estou igual um monstro. Não tomei banho, não lavo o cabelo há quatro dias. Olha bem pra minha cara de quem quer festa agora? Tô longe dessa vida, João. Para de tentar me levar pro mau caminho. ━━ Desabafo tudo que estava preso no meu coração e todas as minhas amigas ficam chocadas com minha postura. Eu sempre fui a mais bêbada das festas, a que levava todo mundo para o lado errado, e do nada tive que mudar drasticamente para me acostumar com esse novo estilo de vida que estou sendo obrigada a seguir. Mas a realidade mesmo é que eu só estava muito mendiga podre para descer e ficar com o pessoal. Não quero que o Pedro nem ninguém me veja assim.

━━ S/n, vai tomar um banho, sua imunda. Lavar essa cara oleosa, esse cabelo seboso e vamos descer. Você tá parecendo moradora da Cracolândia. ━━ Minha amiga Malu diz tentando me incentivar, mas de certa forma também me esculachando como sempre. Todos concordam, se juntando contra mim. Então finalmente me levanto emburrada em direção ao banheiro da suíte.

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