Capítulo 20

Màu nền
Font chữ
Font size
Chiều cao dòng

Mirlane agora era o centro das atenções, todos estavam de olho nela e esperavam ansiosamente o que lhes diria para ajudar na busca pela garota desaparecida.

Free, por outro lado, apenas continuava com seu típico semblante impassível, pois como já sabia da informação que a jovem morena tinha para dizer, ele nada tinha para estar ansioso.

— Ela foi pra Evolution, exatamente para dois anos atrás. — diz Mirlane por fim.

Aquela afirmação havia deixado vários rostos confusos.

— Como pode ter tanta certeza? — pergunta Silas com seu típico tom arrogante.

— Porque nós descobrimos isso. — afirma Free em seguida, se pondo ao lado da garota.

— Dois anos atrás? Então quer dizer que ela voltou no tempo? — questiona Cuza.

— Se foi pra dois anos atrás, então ela deve estar na época... do Olho Escarlate. — deduz Shu, pensativo.

— Olho Escarlate, Olho Escarlate. — repete a Cacatua de Cuza de repente.

— Não me diga que ela pode estar... — começa Rantaro.

— É isso que tememos. — diz Mirlane.

— Como assim? Eu não estou compreendendo, ela está em perigo? — pergunta Yanka quase sendo tomada pelo desespero.

— Se acalme, mocinha, nós vamos resolver isso. Além disso, a moça Viktorya é jovem e esperta, vai saber se virar enquanto tentamos trazê-la. — fala Raul.

— É Yanka, a Vih é forte, não se preocupe. — diz Valt.

[...]

Em outro lugar, uma jovem de cabelos roxos acabara de acordar. Ela se incorporou, ficando sentada, quando por fim abriu seus olhos.

Sua visão estava embaçada assim que abriu seus orbes esverdeados, mas piscou algumas vezes e conseguiu enxergar corretamente, no entanto, o que viu lhe surpreendeu ainda mais que ter ido para a dimensão de seu anime favorito.

Ela não estava em sua dimensão como deveria estar após atravessar o portal, mas sim em uma floresta. E aquilo não deveria ter acontecido.

— Onde? Como?... Nem ferrando.

A jovem deu um longo suspiro e se levantou do chão onde estava, ficando de pé, e observou o local tentando ter alguma pista de onde estava, mas tudo parecia igual a uma floresta normal.

"Será que é a floresta do BC?" - pensa a garota.

Vendo que não tinha para onde seguir, resolveu fazer a coisa mais inteligente que pensou na hora: subir em uma árvore alta para ver se encontrava algo ou alguma pessoa que pudesse ajudá-la.

Após um leve aquecimento ela começou a escalar a maior árvore que encontrou, no entanto, ao chegar quase em seu topo teve uma sensação estranha de como se já tivesse passado por isso.

"Acho que já fiz isso, mas onde?" - pensa a jovem pausando sua escalada por um momento, então se lembra: "Ah, fiz isso na floresta do BC." - recorda.

— Só espero que não caia que nem da última vez, não me parece que o Free esteja aqui pra me salvar de novo. — diz a jovem ao olhar para baixo, ter uma leve vertigem e continuar seu labor.

Ao por fim chegar na copa da árvore, sente a brisa fresca passar por seu rosto e cabelos, mas infelizmente não vê nada lá de cima, além de muitas árvores e um belo dia de sol.

"Apesar de estar perdida, ao menos o dia tá bonito." - pensa a jovem para em seguida, tomando muito cuidado, descer da árvore.

— Eu deveria saber que nem tudo seria flores quando resolvi conhecê-los. Tava bom demais pra ser verdade, tinha que acontecer alguma merda comigo. — diz para si mesma ao chegar ao chão em segurança e começar a buscar e raciocinar um meio de sair daquela floresta.

[...]

O apartamento de Shu estava um caos, haviam papéis espalhados pelo chão e até estilhaços de um copo de vidro quebrado, enquanto isso o albino andava de um lado para o outro em seu escritório, sendo observado por seu pupilo Fubuki Sumiye, pensando em um meio de ajudar a garota desaparecida.

— O lado bom disso é que agora temos ideia de onde ela está, Shu. — disse o loiro, sentado em uma das duas poltronas do escritório.

— O lado ruim é que não sabemos o local exato para configurar o portal e encontrá-la. — conclui o Shu.

— Você não está pensando... — começa Fubuki, mas se detém ao Shu dizer:

— Seria um tiro no escuro só atravessar o portal e acabar em um local totalmente distinto de onde deveria ir.

— E muito imprudente. — acrescenta o loiro.

— Eu sei, mas é uma possibilidade.

Por um lado, a parte racional de Shu concordava com seu aluno e lhe dizia para ter calma, para com os outros encontrar um meio de achar a jovem.

Por outro lado, um sentimento de culpa tomava conta dele e lhe dizia que deveria tentar atravessar o portal a qualquer custo, mesmo com os imprevistos que isso poderia causar. Porque querendo ou não fora ele quem abriu e configurou o portal para que Viktorya voltasse à sua dimensão. O que lhe restava agora era decidir.

[...]

Com Mirlane não estava diferente, seus pensamentos estavam em conflito, nem iria conseguir comer direito se não fosse por Free que, literalmente, a obrigou a comer algo.

Era até cômico ver eles juntos, pois Free sempre soltava algum comentário sarcástico ou irônico, só para ver Mirlane irritada, mas aquilo que ele fazia era mais para tentar distraí-la a fim de não deixá-la cometer alguma atrocidade do que para realmente a irritar, pois ele sabia o quanto a jovem estava preocupada com sua amiga.

Aquela situação os aproximou bastante, por mais que os meios não fossem os melhores.

Mas o que todos eles não sabiam era quem realmente estava por trás daquilo...

[...]

Enquanto isso, Theodore Glass tinha uma pista do quê, ou melhor dizendo, quem teria arquitetado e executado toda aquela situação.

Ele teve essa noção ao verificar o portal e notar que havia sido corrompido com dados mágicos que poderiam bagunçar o código-fonte, por assim dizer, do portal e, com uma leve ajudinha das emoções negativas, já que o portal, assim como os beys, ressoa com os sentimentos de seus bladers, teria levado a garota para outra dimensão e a prendido lá.

Para ter acesso a esse material, saber sobre o portal e como bagunçar sua magia, deveria ser alguém com bastante conhecimento no assunto que já houvesse tido algum contato com o portal.

E sabendo disso, Glass já teria seu culpado em mente, e era nada mais nada menos que seu filho bastardo, Ryan Glass, ou como ele costumava se apresentar, Ryan Hernández.

Para quem está perdido, aqui vai uma breve explicação.

Ryan Hernández é filho de Theodore e de uma jovem modelo que ele conheceu no México antes de seu casamento com a falecida mãe de sua filha Ahri, Theodore tinha muita consideração e confiança nele no tempo em que ele comandava a Cova das Serpentes, era tanto que Ryan era o segundo no comando do local; além de ser o principal herdeiro dos bens de Theodore, por ser o mais velho.

No entanto, após Theodore conhecer Shu Kurenai e começar a focar todas suas expectativas nele, em seu Projeto Réquiem e no Olho Escarlate, acabou por deixar de lado um pouco seu filho Ryan, que desenvolveu certo ciúmes do albino.

E não acabava por aí. Após o arrependimento de Theodore por seus atos com todos aqueles bladers da Cova das Serpentes e a redenção de Shu, Glass percebeu que seu filho continuava o mesmo de sempre, com seu coração ambicioso e sempre demonstrando que não aprendeu nada com seus erros, então resolveu deixar bem claro que Shu agora seria o herdeiro de seus bens, pois ele sim demonstrou ser uma boa digna para administrá-los, além de que Theodore estava em dívida com Shu por tudo que lhe fizera.

E obviamente ele não deixou sua filha desamparada, tornando-a também supervisora e sócia do albino nos Raging Bulls.

Mas aquilo só fez o ódio de Ryan aumentar por seu pai e o jovem Kurenai, ele estava disposto e prometera se vingar dos dois. Então, vendo a oportunidade de fazer o que prometeu, Ryan se aproveitou de Viktorya e começou a implantar a semente da discórdia e aflição na garota no dia em que o encontrou no Shopping na Espanha. Aquilo era parte de seu plano.

Após isso, sabendo as configurações do portal, pois antes de tudo ser designado para Shu ele seria o próximo Guardião, conseguiu hackeá-lo, mexer na fonte dele e deixá-lo um caos, e assim, no momento em que a jovem arroxeada atravessasse os seus sentimentos negativos a deixariam presa em outra dimensão qualquer, deixando Shu perturbado e Theodore em apuros, pois sendo o Guardião atual estaria responsável por tudo de ruim que ocorresse a qualquer pessoa que atravessar o portal.

E isso não demoraria, pois a WBBA já estava atrás de Theodore para interrogá-lo, e eles não seriam cordiais e gentis com o Glass, pois não eram todos que acreditam em seu arrependimento e estavam sempre de olho caso ele tentasse mais uma artimanha.

Sabendo de tudo isso, Theodore só tinha uma opção, tentar a ajuda de Shu para encontrar a garota.

[...]

Era por volta de 22h, Shu estava em seu escritório buscando informações na Internet ou qualquer coisa que lhe distraísse, pois não conseguia dormir, enquanto Fubuki já havia voltado para seu dormitório nos Raging Bulls.

Shu ainda não estava conformado com aquela situação, no entanto, por mais que quisesse, ele não podia fazer nada no momento além de ter esperanças de que a jovem estava bem.

Ao menos era isso que ele pensava, até que ouviu o som da campainha de seu apartamento soar pela sua residência até chegar ao seu escritório. Ele achou um pouco estranho, pois já era tarde, no entanto, várias coisas passaram por sua mente, que talvez fosse seu aluno e amigo Fubuki que tivesse voltado, que Valt ou Rantaro tivessem vindo, ou até que Viktorya tivesse retornado miraculosamente.

Por este último pensamento, ele se levantou rapidamente de sua poltrona e se dirigiu a passos apressados até a porta de sua sala, onde a pessoa do outro lado tocou a campainha novamente, fazendo Shu ter certeza de que não tivera imaginado.

Com um pouco de pressa ele abriu a porta, e sua ansiedade era tanta que nem lhe ocorreu ver antes quem era pelo olho mágico. Logo que abriu, deu de cara com a última pessoa que ele esperava. Theodore Glass.

Ele não esperava de forma alguma que o antigo dono do Raging Bulls fosse dar as caras, ainda mais com sua promessa anterior de não aparecer de maneira alguma naquela dimensão.

Shu estava com a surpresa tão estampada em sua face que Theodore se apressou em dizer:

— Posso entrar? Tenho certeza de que o que tenho para dizer pode lhe apetecer.

— Ah, sim, claro. — responde Shu, dando espaço para que o mais velho adentre no recinto, e logo em seguida ele fecha a porta, seguindo com Theodore de volta ao seu escritório.

— Serei breve. — diz Theodore ao Shu e ele tomarem assento no escritório do albino, que só assente com a cabeça.

Após isso, Theodore relata toda sua suspeita e teoria do que realmente aconteceu, contando à Shu todos os detalhes, desde o início até a parte na qual o de olhos escarlate poderia tentar ir para onde a arroxeada se encontrava e trazê-la de volta.

O albino escutava tudo em silêncio, e logo as peças começaram a se encaixar em sua mente. Ele se lembrava do filho de Theodore, tivera até uma pequena discussão com ele, devido suas provocações na Cova das Serpentes; então ele não demorou muito para aceitar que ele fosse o culpado daquilo, visto que Ryan o ameaçara de vingança há alguns anos.

— Então você quer que eu atravesse o portal? — questiona Shu sério.

— Sim. Como disse, tenho todo o código modificado que Ryan inserira no portal, ou seja, a chave para encontrá-la. — conclui Glass.

— Entendo, mas você sabe que isso será arriscado para você, não é? — menciona o albino.

— Tenho compreensão disso, mas é nossa oportunidade de salvá-la. — diz o mais velho levemente cabisbaixo. — Além disso, não quero passar o resto da vida me culpando caso algo ruim aconteça, e também quero tentar dar um jeito no meu filho.

Shu ouve Theodore atentamente e, após alguns breves minutos de consideração, ele diz:

— Bom, então não podemos perder tempo, vamos! — fala o albino se levantando de seu acento, sendo seguido por Theodore.

[...]

Shu havia trocado suas roupas de costume por roupas mais casuais e que não usava constantemente, até um boné foi posto em seu visual para que caso algo desse errado ele não fosse reconhecido por alguém que não deveria daquela dimensão.

Eles já estavam no prédio do Raging Bulls, indo em direção ao portal do último andar, mas antes resolveram passar pelo dormitório de Fubuki, para informá-lo sobre o plano e dar cobertura a Theodore caso Shu não voltasse no prazo combinado, inclusive o albino entregou a carta que fez à Wakiya e alguns de seus amigos.

Em seguida, eles se dirigiram ao portal, onde Theodore o configura, e Shu aproveitou para dar algumas coordenadas ao seu pupilo e para checar seus pertences em uma pequena mochila que levava consigo.

Logo que o portal ficou pronto, Theodore avisou. Shu então se preparou, fechando a mochila e pondo-a em suas costas, se despediu de Fubuki e Theodore e em seguida se dirigiu ao portal e, com um suspiro esperançoso, ele o atravessou.

[...]

Uma leve dor de cabeça se fez presente no albino no momento em que pós seus pés na nova dimensão, uma leve ânsia também marcou presença nele, fazendo-o permanecer parado e sentado no chão por alguns instantes.

Assim que melhorou desses sintomas, que Theodore o alertara ser normal, ele se levantou do chão arenoso onde se encontrava e se pôs de pé, mas teve de se apoiar rapidamente no tronco de uma árvore próxima, ao sentir uma tontura de repente.

"Agora entendo porque ela desmaiou quando chegou no Raging Bulls." - pensa o jovem albino ao se recordar da primeira vez que viu Viktorya.

Após se sentir melhor, ele começou a verificar o local onde se encontrava. Era uma floresta enorme e que conhecia bem.

— Achei que nunca mais voltaria aqui. — diz o albino com certa nostalgia.

Ele caminhou um pouco, observando para tentar se localizar exatamente, e logo deu de cara com um precipício com um rio abaixo dele.

Lembrando-se do local, ele começou uma breve busca pela tirolesa, que consiste em um cabo aéreo ancorado entre dois pontos, pelo qual o praticante se desloca por carretilhas conectadas por mosquetões a um arnês, que era o único meio de atravessar ao outro lado.

Após encontrar todo o material de segurança e o cabo de aço para atravessar, Shu pôs o capacete e o restante das proteções de segurança para em seguida se segurar em uma das carretilhas que encontrou, tomar impulso e pular, sendo levado através do cabo até a outra margem da montanha.

Assim que pôs seus pés em segurança do outro lado, o jovem homem retirou todo o equipamento que utilizara e o deixou em uma caixa que encontrou perto de uma árvore, mas uma coisa que não passou desapercebido por ele, foi que existiam vários outros equipamentos naquela caixa, além de pegadas, como se mais pessoas também tivessem atravessado a tirolesa naquele mesmo dia.

Aquilo lhe deixou um pouco temeroso e também aliviado, temeroso porque Viktorya poderia estar em perigo com tanta gente desconhecida e aliviado, pois ela também poderia estar por aquele lado. De qualquer forma, ele voltou sua caminhada para longe da tirolesa.

[...]

O de olhos escarlate já havia caminhado por um bom tempo, até que encontrou uma clareira, onde resolveu se recostar no tronco de uma árvore para descansar um pouco e se hidratar.

Mas algo lhe chamou a atenção. Ele se recompõe depressa, guardando sua garrafa na mochila e presta atenção ao barulho de passos apressados, com folhas secas sendo quebradas por eles.

Shu então resolve verificar melhor, ele se aproxima com passos leves, para não ser identificado de imediato, ele também ajeita seu boné o pondo um pouco mais abaixo, para esconder um pouco de seu rosto.

Assim que está próximo o suficiente, consegue distinguir uma voz aguda de uma jovem andando em círculos, com passos impacientes e falando sozinha. Um sorriso se forma em seu rosto ao reconhecer aqueles cabelos roxos.

— Pensa Viktorya, pensa! — dizia a garota repetidamente.

Shu vendo a situação, não se contêm ao soltar uma risada, não de graça da situação, mas de alívio por vê-la bem. No entanto, aquela risada acabou assustando a jovem, que começou a procurar de onde vinha.

— Quem está aí? — pergunta Viktorya com tom firme, mas ainda meio temerosa.

Vendo que não poderia continuar se escondendo, Shu se aproxima, ainda com o seu boné, de Viktorya, que não o reconhece e se afasta conforme o "estranho" se aproxima dela.

— Quem é você? — questiona novamente a garota séria.

— Vai dizer agora que não se lembra de mim? — pergunta Shu em tom brincalhão.

— Espera aí, não é possível... — balbucia a arroxeada. — Shu?

— Em carne e osso. — responde o albino enquanto retira seu boné, possibilitando que a garota veja seu rosto sem empecilhos.

— Mas como me achou? — pergunta a jovem.

— Longa história, mas agora temos que ir embora. — diz o albino.

— Você sabe como sair daqui?

— Sim, agora vem! — diz Shu se aproximando mais da garota atônita e a puxando pelo braço.

Mas o que ele não contava era que Viktorya era muito desconfiada, e ainda estava em choque de vê-lo ali. Ela ainda não conseguia acreditar naquilo.

"Shu vindo aqui, me encontrando e me salvando do nada? Parece até uma fanfic, mas eu não sou tão burra assim de acreditar nisso." ‐ pensa Viktorya.

Ainda sendo puxada pelo albino que se denominava Shu, Viktorya não pensou duas vezes em lhe dar um soco bem forte no rosto.

Aquele ato pegou o albino de surpresa, ele não esperava nada por isso, e acabou soltando o braço da jovem, para levar sua mão até a bochecha dolorida pelo soco.

Shu ficou sem reação por alguns segundos, ele ainda estava processando e tentando suportar a dor de sua bochecha latejando, mas logo pergunta irritado:

— Que merda Viktorya, por que fez isso? Tá louca?

— Eu que te pergunto, por que me puxou se eu nem sei se posso confiar em você? — diz Viktorya.

Aquela afirmação o pegara de surpresa, mas mesmo assim ele continuou na discussão:

— Mas não era motivo para me bater!

— Eu nem sei quem é você, não posso simplesmente me deixar levar por qualquer pessoa estranha. — rebate a jovem.

— Como assim não sabe quem sou eu? Cara, eu vim aqui morrendo de preocupação por você ter sumido, tive que atravessar um portal, ficar morrendo de dor de cabeça e atravessar um precipício por uma tirolesa... tudo isso pra te encontrar e tentar te levar pra casa em segurança. Mas quando chego aqui e te encontro sou recebido com um soco. Não dá para entender.

Ouvindo tudo aquilo, Viktorya ficou de queixo caído, ela não imaginava nada daquilo e se sentiu envergonhada por dar um soco nele, porque agora tinha a prova de que realmente era o Shu que havia conhecido. No entanto, ela era um pouco orgulhosa para pedir desculpas, mas disse:

— É, talvez eu tenha sido um pouco precipitada em te bater, mas em minha defesa eu estava aqui sozinha boa parte do dia e do nada você apareceu, com uma roupa completamente diferente. Sem falar que logo após aparecer do nada, me puxou pelo braço sem me explicar absolutamente nada do que tá acontecendo e achar que eu não iria reagir.

Enquanto a arroxeada dizia essas coisas, Shu apenas a ouvia em silêncio, absorvendo cada palavra. Ao a jovem terminar sua fala, Shu suspira frustrado e diz:

— É, acho que ambos cometemos erros, me desculpe por te arrastar assim, mas eu nem estava pensando direito, só fui ao automático pelo que Theodore tinha me dito.

— Tudo bem, e me desculpe pelo soco, foi um mal reflexo. Mas o que Theodore disse e por qual razão está vestido assim? — diz e questiona a Viktorya.

— Basicamente, descobrimos quem mexeu no portal para que você viesse acabar aqui, e eu estou assim porque como estamos no que você e sua amiga chamam de temporada Evolution, era provável que eu acabasse me encontrando com meus amigos no passado, e isso poderia interferir no futuro. E também, porque estamos na floresta da Cova das Serpentes, poderia dar de cara comigo na época do Olho Escarlate ou algo assim. — explica Shu.

— Ah, entendi. Mas como assim na Cova das Serpentes?

— Longa história, posso te contar mais no caminho, mas temos que ir embora daqui. — diz o albino.

— Certo. — diz a jovem para o acompanhar em seguida sem dizer mais nenhuma palavra.

Viktorya estava um pouco cabisbaixa, seus pensamentos iam e voltavam sobre o assunto do soco que deu em Shu, e aquilo estava lhe assustando um pouco, pois ele também não fizera mais questão de puxar assunto com ela desde sua última conversa onde o albino explicou tudo que Theodore havia lhe dito sobre seu filho.

"Bom, lá se foi alguma chance que eu teria ao menos de amizade com ele. Acho que depois dessa ele nem vai querer mais olhar na minha cara." - pensava a arroxeada enquanto caminha atrás de Shu. - "Eu tinha mesmo que tacar o soco nele? Que merda!"

Por outro lado, Shu, vez por outra, observava a jovem e notou seu espírito triste, ela mal olhava em sua direção e sempre que seus olhares se encontravam ela desviava o olhar. E não era preciso ser um gênio pra saber o porquê dela estar assim.

Ele estava até pensando em um meio de puxar conversa, mas não tinha mais ideias de uma conversa normal. Então ele resolveu apelar.

Fingindo que não estava prestando atenção, ele continuou andando e acabou dando de cara em uma árvore, mas não parou por aí.

Aquilo deixou Viktorya preocupada e até perguntou se ele estava bem, mas ele apenas respondeu que sim.

Em seguida, o albino fingiu que tentou desviar de um tronco de árvore, mas acabou tropeçando e como Viktorya estava perto ele se agarrou nela, no entanto, como Shu é mais forte que a garota, ela se desequilibrou e ambos acabaram no chão, um ao lado do outro.

— Você está bem? — questiona Shu no chão, ainda segurando a jovem por seus ombros, para que ela não batesse a cabeça durante a queda.

— Sim, você está? — pergunta Viktorya apenas.

— Sim. — responde o albino e ambos se sentam no chão.

Mas algo que Shu não percebeu foi que perto dele havia outro galho seco, onde ele se emaranhou e acabou xingando de susto, coisa que levou Viktorya a boas gargalhadas.

— Shu Kurenai xingando? Que isso? Um filme? — ironiza e ri Viktorya, ao mesmo tempo que Shu lhe dá um olhar reprovador e consegue jogar o galho para longe.

— Devo ter aprendido com um certo alguém. — responde o de olhos escarlate, fingindo estar chateado, mas feliz de ter a feito rir.

— Isso foi uma indireta? — pergunta a arroxeada arqueando a sobrancelha.

— Pense como quiser.

[...]

Os jovens, Shu e Viktorya, já haviam saído da floresta, e logo deram de cara com uma pequena pista de pouso e mais a frente uma cidadela, para onde eles seguiram.

Shu lhe explicou que eles teriam de viajar para os Estados Unidos e dar um jeito de encontrar o portal dos Raging Bulls para voltarem para a dimensão dele em um prazo de até três dias, até lá Fubuki e Theodore conseguiriam segurar as pontas da confusão que se formaria. E não poderiam ir para o portal que existia na Cova das Serpentes por motivos óbvios, então essa era sua única opção viável no momento.

Eles estavam caminhando tranquilamente por uma rua pacata, em busca de uma pousada para passarem a noite, pois já era por volta de 17h30. O sol já estava se pondo e não teriam como seguir viagem para os Estados Unidos hoje, quando a arroxeada pergunta:

— E se não conseguirmos voltar a tempo?

— Temos um plano para isso também, mas necessitaríamos da ajuda do Wakiya, por isso deixei uma carta escrita para ele e os outros darem apoio a Theodore caso não retornemos a tempo e a WBBA queira dar um fim em Theodore. Mas vamos esperar e fazer que funcione e assim não precisaremos do plano B. — explica Shu.

Após isso eles continuaram conversando, só não esperavam que assim que virassem na próxima esquina fossem dar de cara com alguns dos amigos do albino.

Os indivíduos em questão eram Wakiya, Daigo e Rantaro, que haviam saído para conversar um pouco afastados de Valt sobre o sumiço de Shu e sobre as suspeitas de Wakiya sobre Shu estar na Cova das Serpentes.

E Viktorya sendo a azarada e distraída que é, acabou esbarrando neles, ou melhor dizendo, em Wakiya, que foi ao chão com a garota, ao tirar seus olhos da calçada por alguns instantes.

Obviamente o loiro começou a dar chiliques, enquanto Shu foi ajudar Viktorya a se levantar e os amigos de Wakiya também tentaram ajudar seu amigo, mas foram recebidos com gritos histéricos:

— Não encosta em mim, eu posso me levantar sozinho! — diz Wakiya.

— Nossa cara, não precisa ser tão grosso. — diz Rantaro.

— É, só queríamos te ajudar. — fala Daigo.

— Tudo que quero agora é que essa menina me peça desculpas por esbarrar em mim de propósito. — reclama Wakiya ao se levantar.

— É o quê? Eu esbarrar em você de propósito? Eu hein! Se enxerga menino. — rebate Viktorya.

— É claro que foi de propósito!

— De jeito nenhum, você que não olha por onde anda! — diz a arroxeada de braços cruzados.

— Olha aqui, garota, você sabe com quem está falando? — pergunta Wakiya se aproximando.

Viktorya iria responder na mesma medida, mas foi interrompida por Shu, que lhe disse:

— Vamos embora Viktorya, não vale a pena, temos que encontrar um lugar pra ficarmos, lembra? — diz com um tom suplicante.

A garota repensa, suspira e assente concordando, por mais que esteja com vontade de sair no soco com Wakiya.

Mas o loiro não iria deixar barato, quando de repente se aproximou e tomou o braço da jovem, dizendo:

— Eu ainda não terminei com você!

— Calma Wakiya, deixa eles. — diz Daigo.

— Foi só um acidente, cachinhos dourados, não precisa de chilique. — fala Rantaro se metendo entre os dois.

— Anda Vih, vamos embora. — diz Shu, tomando a garota pelo braço e a trazendo para perto de si e para longe de Wakiya.

— Essa voz... — fala Daigo.

— O que foi Daigo? — questiona Rantaro.

— Nada, só achei que tivesse ouvido a voz de alguém conhecido. — responde o moreno.

— É melhor irmos embora mesmo. — diz a de olhos verdes ao ouvir essa pequena interação de Daigo e Rantaro, e Shu concorda com a cabeça a puxando pelo braço.

Em seguida, eles caminham a passos apressados até não conseguirem mais ter visão dos três amigos que encontraram.

— Eu não tava esperando por isso. — confessa Viktorya ao Shu e ela chegarem em frente a uma pequena pousada. — E parece que hoje é meu dia de cair.

— Nem eu. Eu tinha consciência de que isso poderia acontecer, mas não achei que realmente fosse. — fala Shu, que dá uma leve risada pela frase da jovem, mas continua a sua em seguida: — Mas agora vamos entrar, vou fazer a reserva e depois descansamos.

Após isso, Shu vai até a recepção, sendo acompanhado pela garota de olhos verdes, onde o albino faz uma reserva em um nome estranho para Viktorya, mas logo mais ela tem a explicação de que ele estava usando um nome falso, pois poderia dar B.O caso os amigos de Shu, dessa dimensão, no caso Wakiya, pesquisassem sobre ele e achassem um quarto reservado em seu nome.

Em seguida, Shu recebe as chaves do quarto em que ficarão hospedados e logo se dirigem a escadaria.

Assim que chegam no quarto, Shu entrega a sua mochila à jovem, dizendo:

— Aqui tem algumas roupas para você se trocar. Eu trouxe porque não sabemos até que dia ficaremos nessa dimensão.

— Entendi, obrigada. — agradece Viktorya, se dirigindo ao banheiro do quarto para tomar um banho e enfim trocar de roupa.

O albino reservou apenas um quarto, pois como só irão passar essa noite neste lugar não teria necessidade de terem dois quartos, além de que ele queria ficar de olho para que a jovem não sumisse novamente.

E Viktorya não tinha problemas com isso, até porque eles não fariam nada de mais no fim das contas. De qualquer forma, haviam duas camas de solteiro naquele quarto e cada um dormiria na sua.

Bạn đang đọc truyện trên: Truyen2U.Pro