Capítulo 3

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Ultimamente Viktorya notava que seu namorado estava muito pensativo, ela até tinha uma noção do motivo, mas resolveu não incomodá-lo com o assunto.

Entretanto, quando ele lhe chamou na sala, onde estava digitalizando alguns papéis, com o fim de lhe apresentar uma nova integrante do time, ela não conseguia disfarçar a cara de surpresa, pois esse definitivamente não era um trabalho dela. O albino a fez acompanhá-lo até o corredor, onde a novata e Fubuki estavam, e as apresentou.

— E esta é minha assistente e namorada, Viktorya Castro. — apresenta Shu à uma uma jovem de pele clara, olhos verdes escuros, cabelos negros, com comprimento mediano, liso e uma franja.

— É um prazer conhecê-la. — diz a garota de cabelos negros cordial e seriamente, tomando as mãos da jovem arroxeada em um aperto de mão.

— Também é um prazer conhecê-la. — diz Viktorya sorrindo gentil e também apertando a mão da novata, enquanto tentava disfarçar sua cara de desentendimento.

A garota, que se chamava Ivy Miller, era uma jovem advinda de Ohio, que havia se mudado recentemente para Manhattan e se inscrito no time estadunidense para evoluir suas habilidades no blading, afinal Raging Bulls era um dos times mais conhecidos do mundo e era uma grande oportunidade.

— Agora Fubuki irá lhe mostrar as instalações, já que tenho que resolver uns assuntos importantes agora. Espero que se sinta em casa. Lembrando que os treinos iniciam às 8h. — explica o albino de forma séria.

— Entendi, obrigada senhor Shu. Até mais senhorita Viktorya. — se despede a garota com semblante exibindo um mínimo sorriso, enquanto segue Fubuki.

Enquanto isso, parada e sem entender completamente nada, estava Viktorya olhando para o albino, esperando uma explicação.

— Será que o Senhor Shu, — começa a jovem com certo sarcasmo na voz, enquanto se vira para seu namorado. — Poderia me explicar o que está acontecendo? Não lembro de estar nas minhas atividades receber e conhecer os novos membros pessoalmente.

— Primeiro me diga o que achou dela. — pede o de olhos escarlate observando sua namorada.

— Hã? Quem tem que achar não é você? — questiona desconfiada e confusa.

— Vamos, não é difícil responder o que perguntei. — diz Shu suspirando.

— Bem, achei ela bem... Na dela. — fala Viktorya ao lembrar da forma inexpressiva que a menina estava.

— Gostou dela?

— Ainda é cedo pra dizer, mas se bem que ela só parece quieta, não tímida. — comenta a arroxeada pensativa. — Mas definitivamente não tenho nada contra.

— Então gostou dela, isso é ótimo. — fala o de olhos escarlate sorrindo minimamente.

— Mas não respondeu minha pergunta. — rebate a jovem com a mão na cintura e um olhar presunçoso.

— Isso é bem simples, querida. — fala o albino com um sorrisinho de canto. — É uma forma que imaginei de evitar futuros conflitos. Como vocês brasileiros costumam dizer, "o santo tem que bater". Se sua intuição com as novas integrantes não for boa, eu vou, educadamente, recusá-las de entrarem no time.

— E o quê garante que minha intuição esteja certa? Você não estaria pondo em risco perder novos talentos?

— Da última vez, com aquela ruiva, seu santo não bateu com o dela desde o início, lembra? E o que aconteceu após isso? — questiona Shu a olhando nos olhos.

— Quase fiquei careca.

— Eu estava falando do conflito, mas acho que isso também serve. — fala Shu dando um sorriso amarelo. — Mas voltando ao assunto, o risco que corro de perder talentos? Prefiro perder isso a perder você.

A arroxeada apenas sorri da situação, sentindo suas bochechas esquentarem com a afirmação. Ela logo se aproxima do albino com um olhar admirador.

— Adoro quando você se torna o último dos românticos, mas ainda assim, sabe que não são só garotas que podem se interessar por você, né? — questiona provocativamente e com uma sobrancelha arqueada, enquanto se aproxima dele e arruma sua gravata, que estava torta.

O rosto do albino fica quase da cor de seus olhos ao ele refletir sobre isso, além de completamente envergonhado. Viktorya achou isso fofo.

— Eu... — balbucia ele e Viktorya não pôde deixar de rir.

— Não acredito que você pensou que só mulheres se interessam por você, Shu.

— Eu não tinha pensado por esse lado. — confessa o de olhos escarlate rindo também. — De qualquer forma, já é uma grande coisa, não? — diz ele esperançoso enquanto acaricia os cabelos curtos dela. — Foi a única coisa que consegui pensar para evitar algo como isso. — fala enquanto entrelaça alguns fios arroxeados em seus dedos pálidos.

A arroxeada sabia que Shu era protetor, mas não imaginava que ele iria propor algo nesse estilo. Entretanto, ela sabia do esforço dele para lhe manter segura, e sabia que ele se sentia culpado pelos últimos acontecimentos, então seu coração se amoleceu com isso.

— Se você se sente bem assim, vou acatar a ideia.

— Sério? Você não acha uma ideia boba? — pergunta o albino surpreso.

— Não é ruim, só estranhei no início. Quem sabe funcione mesmo, e também posso acabar fazendo algumas amigas assim. — afirma a garota, enquanto Shu apenas sorri, acariciando sua bochecha e na sequência a puxa pelo queixo para um beijo carinhoso.

[...]

A tarde já havia chegado e a arroxeada aproveitou que o expediente dos treinos do time tinham sido concluídos por hoje para treinar um pouco com sua bey, mas estava tendo problemas para se concentrar totalmente, pois seus pensamentos estavam em algo além, eles estavam em Theodore Glass.

Faziam exatamente dois anos e seis meses que ele havia falecido, que tudo aquilo havia acontecido. Mas ela ainda não conseguia deixar de se sentir um pouco triste pelo falecimento do ex-dono do Raging Bulls, e ainda nutria um sentimento de culpa por não ter voltado a tempo.

O que tinha acontecido com os filhos de Theodore nesse período? Bem, o que ela sabia era que Ryan continuava preso e permaneceria por um bom tempo e sua irmã Ahri estava sempre por perto dele, o visitando. Ela não tinha mais detalhes da vida deles, pois a filha de Theodore era bem reservada.

A de olhos verdes estava tão presa em pensamentos que não notou quando seu bey perdeu a energia e parou de girar no centro da arena, muito menos que um certo albino se aproximava dela.

Shu estava com visível preocupação no rosto quando entrou na sala de treinamentos quase vazia e notou a jovem em pé com semblante triste e olhar perdido. Ele até imaginava o que se passava por sua mente, então se aproximou e a abraçou, sentindo-a suspirando.

— Você estava pensando em... — começa o albino, mas é interrompido.

— Sim... Fazem dois anos e seis meses. — diz a jovem aprofundando seu rosto no ombro de seu namorado.

— Eu sei como se sente. — diz Shu acariciando o cabelo dela enquanto a abraça apertado. — Também me pego pensando sobre isso às vezes...

— Podemos visitá-lo hoje? — questiona Viktorya levantando seu rosto.

— Claro que sim. Se quiser, também podemos levar umas flores. Sua amiga já abriu a floricultura?

— Ainda não, faltam alguns detalhes, mas posso tentar falar com ela.

— Beleza, então que tal irmos pra casa agora? Estou ficando com fome e você também precisa comer algo. — sugere Shu e a jovem apenas assente.

[...]

Após comerem um lanche, Shu e Viktorya foram até Camila, que lhes arrumou um belo buquê de flores brancas, amarelas e vermelhas. Eram exatamente as cores que Theodore Glass mais utilizava no seu dia a dia.

O jovem casal se despediu de Camila e então seguiram caminho até o cemitério, onde o antigo proprietário do Raging Bulls estava enterrado. Não demorou muito para chegarem ao local, pois foram no carro do albino. Durante todo o caminho Viktorya acariciava as pétalas das flores do buquê em seu colo, relembrando todo aquele fatídico dia como se fosse um filme.

Por mais que fizessem anos da morte de Theodore, o sentimento de culpa e remorso ainda era bastante vívido. Tanto Shu quanto Viktorya se sentiam culpados por tudo, mas Shu, por ter um psicológico mais estável, não estava tão abatido quanto a arroxeada. Isso se devia ao fato dele ter consultas regulares com o psicólogo desde seu maior trauma como Olho Escarlate. No entanto, a jovem nunca foi em nenhuma consulta, por mais que tivesse pesadelos constantes e que o albino a incentivasse a ir, mas ele nunca a obrigou e apenas a apoiava nesses momentos.

— Você está bem? — questiona o albino acariciando as costas da jovem, que estava em pé segurando o buquê e observando o túmulo do falecido.

Por mais que viesse de vez quando visitar o túmulo de Theodore, a dor continuava a mesma da primeira vez. Nunca se tornava mais fácil para eles e Shu sempre a acompanhava nessas visitas para oferecer seu apoio. A jovem não respondeu de imediato e se agaixou para depositar o buquê sobre o túmulo de mármore preto. Algumas lágrimas teimosas escorreram pelas bochechas rosadas da garota, enquanto ela se levantava e Shu passava seus braços ao redor dela, dando-lhe um abraço apertado.

— Porque é tão difícil? — questiona a jovem com a voz sendo abafada no ombro do albino, que continua fazendo carinho em suas costas e cabelos.

— Infelizmente não tenho a resposta para isso, meu amor. — fala o albino levantando o rosto da jovem para ele, acariciando sua bochecha com um olhar de compaixão.

— As vezes me sinto um fardo pra você... — revela a jovem com voz embargada.

— Não pense assim, eu estou aqui pra você, enquanto doer eu sentirei essa dor junto a você. Então fique tranquila e chore o quanto precisar. Você não é e nunca será um fardo pra mim. — diz enxugando algumas lágrimas que deslizam no rosto dela.

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